Velhos e novos assuntos
Ainda sobre escola... essa semana está sendo uma folga. Até que valeu a pena continuar indo nas aulas mesmo depois das provas terem acabado. Meus dias estão sendo regados à base de discman, livros e ócio: minha trinca da felicidade individualista. Quando eu penso em ter uma namorada, percebo o principal motivo para isso: alguém para compartilhar meu tédio, uma pessoa que queira viver uma vida patética, mas agradável como a minha. Se vocês são pessoas que levam a vida a sério, ignorem este parágrafo, por favor.
Música. Assunto mais freqüente do blog. Hoje vou gravar 3 coletâneas. Uma com Sonic Youth (finalmente!), outra com Pavement, Hives, Vines e White Stripes (enfim, Rock alternativo americano pós-grunge), e a terceira, eu ainda não sei. Talvez The Doors (a que eu tinha, um amigo meu "pegou emprestado para sempre". Mas tudo bem, ainda não devolvi o Sabbath Bloody Sabbath dele, hohohoho...) ou The Killers + Magic Numbers (a que eu tenho está muito arranhada, e faltaram algumas boas canções).
TV. Hoje vai passar "O Conde de Monte Cristo". Já vi, mas vou rever, é ótimo aquele filme. Pode soar exagerado o que eu irei dizer, mas é tão bom quanto o livro de Alexandre Dumas. A mudança feita pelo diretor em relação ao "destino" de Fernand Mondego foi interessante.
Well, that's all, folks!
28 novembro 2005
Simulado (sorry, o tema de hoje é escola)
Quero só ver qual vai ser minha classificação... que angústia.
27 novembro 2005
Resenha - Closer (Joy Division)
Gravado no mês de março de 1980, nas mesmas sessões que originaram o compacto "Love Will Tear Us Apart" / "These Days", o disco seria lançado em maio, mas alguns problemas de prensagem atrasaram o lançamento para julho. Infelizmente, nesse meio tempo, Ian, vocalista do Joy Division, cometeu suicídio, tornando Closer um álbum póstumo, o que, por incrível, que pareça, impulsionou as vendas - tanto que ele chegou a ser o sexto nas paradas britânicas.
O LP é aberto por "Atrocity Exhibition", uma das músicas mais excêntricas e sombrias que a banda já fez; destaque para o refrão grudento (This is the way, step inside!). Em seguida, a melhor faixa de Closer, "Isolation". Além dos vocais maravilhosos, da melodia contagiante e do teclado oportuno, a partir do meio da música, a bateria fica mais pesada e acelerada, levando a um final orgásmico. "Passover" é uma canção bem introspectiva: mesmo em seus momentos mais nervosos ela mantém uma certa calmaria...
Já "Colony" é outra das 'obscuras' - a letra é quase bíblica (Dear God in his wisdom took you by the hand / God in his wisdom make you understand). "A Means to an End" reflete bem o som que o Joy seguiu em alguns compactos como "Transmission" - é um Rock alternativo/underground, mas acessível. Em "Heart and Soul", outro grande momento do álbum graças a ótimas performances e a um riff inesquecível, a banda começa a parte mais depressiva do disco, que corresponderia ao lado B do vinil.
A faixa 7 é "Twenty Four Hours", que em meio a suas acelerações e desacelerações de ritmo, é uma das mais auto-biográficas de Ian, fato comprovado em trechos como Gottas find some therapy, this treatment takes so long.
"The Eternal", melancólica ao extremo, é conduzida pelo piano de Sumner, combinada aos efeitos eletrônicos feitos pelo produtor Martin Hannett, comprovando o quanto aquela parceria era frutífera. E fechando da melhor maneira possível o disco, "Decades", uma fantástica composição do quarteto de Manchester, unindo o vozeirão e as letras de Curtis com o instrumental impecável dos outros três: a bateria quase ritualística de Morris, o baixo melódico de Hook e a sublime performance de Sumner nos teclados.
Quando o disco acaba, você fica com a impressão de que, realmente, o Joy Division marcou uma geração e será, para sempre, um mito do Rock. Closer é um disco magnífico, e será lembrado eternamente. Enfim, uma união perfeita do gótico, do pós-punk, do Rock alternativo, do lírico e até da música eletrônica. O legado de Ian será eterno, e o dos outros três continua até hoje, com o New Order.
This is the way - step inside!
26 novembro 2005
Comunidade, identidade, estabilidade.
Esse é o review que eu fiz para o livro Admirável Mundo Novo para o jornal do meu colégio. Torço para que seja publicado. Eu li o livro em Junho, mas só ontem eu tive paciência para analisá-lo. Só falei o necessário, não entrei em muitos detalhes, senão iria contar o final do livro. Vamos lá:
"COMUNIDADE, IDENTIDADE, ESTABILIDADE"
Aldous Huxley era um homem à frente do seu tempo. Suas obras até hoje são discutidas com a mesma intensidade que na época em que foram lançadas. O maior exemplo é Admirável Mundo Novo.
Como um livro escrito há 73 anos atrás pode ser tão atual como este? Muitas das questões abordadas nele, que, na época, pareciam utópicas, hoje são realidades, como a crescente influência da mídia na vida das pessoas e a extrema liberdade sexual.
A obra é uma distopia, ou seja, uma visão pessimista do futuro, na qual este teria pessoas pré-condicionadas biologicamente e condicionadas psicologicamente a viverem numa sociedade harmônica e pacífica, com um forte e camuflado controle estatal e uma divisão social em castas (Alfa, Beta, Ômega, Delta e Ípsilon).
A trama se passa na Londres do século VII d.F. (depois de Ford - qualquer semelhança com o fato dos seres humanos serem produzido em linhas de montagem não é mera coincidência). Bernard Marx é funcionário do Estado que, apesar de ser um Alfa Mais (a mais alta das castas sociais), tem um problema físico, e é um pouco menor que seus semelhantes, o que sempre foi motivo de preconceito e zombaria em relação a ele. Além disso, ele sabe que as pessoas sofrem lavagem cerebral por métodos como a hipnopedia, e fica a cada dia mais indignado com o mundo em que vive. Um dia, ele e sua colega de trabalho, Lenina, vão a uma "reserva histórica" no Novo México, aonde conhecem John, leitor aficionado de Shakespeare e chamado por todos de Selvagem.
A partir desse encontro e da ida de John para Londres, começa a ser trabalhada a questão do selvagem ser humano, e do humano ser selvagem, e a contradição entre a razão e a ciência e as emoções e os sentimentos - enfim, um futuro no qual as pessoas são despersonalizadas.
Uma das maiores sacadas do livro é o soma, uma droga que dá uma extrema sensação de prazer, muito usada pelos habitantes dessa sociedade futurista, o que, na verdade, seria um mecanismo estatal para controlar as pessoas – algo como "damos a vocês drogas e sexo, vocês ficam felizes e não reclamam da vida".
Muitas pessoas que leram Admirável Mundo Novo perceberam que os filmes da trilogia Matrix foram muito influenciados pela obra-prima de Huxley, principalmente porque eles voltaram com uma das questões mais recorrentes na atualidade, que vale até para assuntos como a clonagem humana: "O cientificamente possível é eticamente viável?"
Não deixe de ler esse clássico da literatura contemporânea, que, ao lado de 1984 (George Orwell), foi o libelo mais crítico ao mundo autoritário e com uma falsa sensação de liberdade que estava se construindo na época e que, infelizmente, continua sendo até hoje. Seremos nós capazes de impedir um futuro tão trágico?
Resenha - CD novo do Franz Ferdinand
Felizmente, o álbum You could have it so much better é muito melhor do que o esperado. Enquanto que o primeiro disco deles tinha algumas músicas medianas ("Cheating on you", "40 Ft", "Come on Home"), o novo trabalho dos escoceses não tem nenhum ponto fraco. É sério.
A sequência das quatro faixas que abrem YCHISMB é impressionante. "The Fallen", com seus vocais rápidos e boa melodia, é a minha favorita. "Do you want to" é a mais acessível e engraçada de todas, e candidata a hit do ano. "This Boy" é um Rock bem agitado e empolgante. A fantástica "Walk away" me lembra The Cure, e é o segundo single do disco. "Evil and a heathen" tem uma pegada mais punk, mas o indiepop retorna com "You're the reason I'm leaving", e seu refrão grudento. A influência dos Beatles é clara em "Eleanor put your boots on", uma bela balada.
"Well that was easy" pode parecer pretensiosa pelo título, mas é uma maneira inusitada de dizer "Eu te perdi com mais facilidade do que te conquistei" - é um dos pontos altos de YCHISMB. "What you meant" é uma canção bem alegre. E logo depois começa a criativa "I'm your Villain", com suas mudanças de ritmo. Já "You could have it so much better" é bem britpop, assim como a (também) beatlemaníaca "Fade Together". E, para fechar, "Outsiders", dançante e sensacional tanto nos versos quanto nos arranjos.
Enfim, se o primeiro disco já era incrível, o segundo leva a qualidade deles ao extremo. Definitivamente, o Franz Ferdinand é uma das melhores bandas da década 00. Se eles fizerem mais um disco tão bom quanto seus dois primeiros CDs, já fixarão de vez seu nome na história do Rock atual.
24 novembro 2005
Em breve, nas próximas atualizações...
- Artigo de opinião sobre política
- Resenha do novo disco do Franz Ferdinand (estou ouvindo ele há semanas, mas ainda não fiz o review... ô, preguiça!)
- Comentários a respeito da minha nova coletânea do Joy Division
- Posts sobre as inutilidades do meu dia-a-dia.
23 novembro 2005
Bored and lazy
Percebi que estou muito viciado em internet nos últimos dias. Fazer o quê, o tédio e o ócio dominaram meus dias. O computador seria um refúgio. Usando basicamente quatro programas (orkut - MSN - Blogger - eMule) e navegando por sites de música, política e inutilidades, eu vou aos poucos achando alguma coisa para fazer. Não muita, mas já é algo.
Por hoje é só. Com licença, vou amolar algum professor...
21 novembro 2005
Resenha - livro Feriado de Mim Mesmo
20 novembro 2005
Jogo rápido
2. Música: Mesmo não sendo o eMule o compartilhador de arquivos perfeito, eu já criei uma fidelidade tão grande com ele que não consigo largá-lo. Consegui baixar recentemente o filme Laranja Mecânica, e meu acervo de músicas está crescendo mais a cada dia... são 1560 atualmente (levem em conta que meu PC foi formatado dois meses atrás). Ouvindo Pixies, Blur e Muse, no momento.
3. Livros: assim que eu largar o computador hoje, vou começar a ler O Processo, de Franz Kafka, e Feriado de Mim Mesmo, do Santiago Nazarian.
4. Vida amorosa: o mesmo solteiro de sempre. Mais realista em relação ao sexo feminino, acima de tudo. Mas acho que depois dessa desilusão recente, eu finalmente consegui recuperar a felicidade e a sociabilidade que eu tinha perdido cinco anos atrás com o meu primeiro fracasso amoroso. Valeu a pena ter voltado a me apaixonar e não ser correspondido. Foi como um antídoto, metaforicamente. Agora, eu já ganhei maturidade para algum relacionamento que tiver no futuro. Preciso evoluir ainda mais, mas já dei o primeiro passo.
19 novembro 2005
Music is my radar
Antes de tudo, as menções honrosas: Stairway to Heaven (Led Zeppelin), Imagine (John Lennon), Blitzkrieg Bop (Ramones) e Bohemian Rhapsody (Queen).
10. Bigmouth Strikes Again (Smiths)
A melhor música dessa grande banda oitentista. Boa melodia, performances matadoras nos vocais, na guitarra e, principalmente, na bateria. A letra é ácida, uma bela crítica a Margareth Thatcher, a quem Morrissey "queria quebrar até os dentes e esmagaria o rosto". Bigmouth strikes again, and I have no right to take my place in human being...
9. Another Brick In The Wall (Pink Floyd)
Essa me lembra dos meus 12 anos de idade, quando eu comecei a ouvir Pink Floyd... ô, música contagiante essa! Qualquer um sai por aí cantarolando seus versos... ela consegue perfeitamente ser ao mesmo tempo uma sátira ao niilismo punk e uma crítica ao conservadorismo das escolas britânicas. Destaque pros vocais de Waters, que finalmente tinha aprendido a cantar bem.
8. Song 2 (Blur)
1998. Eu ganhei o jogo FIFA 98. De repente, começa a tocar no game uma musiquinha curta, de apenas dois minutos de duração. Começa calma, e subitamente, guitarra distorcida, baixo potente e gritos de "Woo-hoo". Sim, esta é Song 2, a mais conhecida música do Blur. Uma das canções mais dançantes de todos os tempos, definitivamente.
7. Smells Like Teen Spirit (Nirvana)
Mais uma viagem no tempo. Voltamos a 2001. Pego emprestado com meu tio o CD de um "tal" de Nirvana. Tinha um bebezinho na capa... "será que isso presta?". Faixa 1. Já começa com um riff de guitarra perfeito. Depois entram os outros instrumentos, e os vocais do Kurt. E o refrão grudento. Anos depois, eu leio a letra da música e constato algo. Smells like teen spirit é magnífica em todos os aspectos possíveis.
6. Bizarre Love Triangle (New Order)
Ouvi pela primeira vez dois anos atrás, pelo cover fofinho do Frente!. Quando comecei a ouvir New Order no início desse ano, relembrei a música e sua letra fantástica. Sente só: Every time I see you falling / I get down on my knees and pray / I'm waiting for the final moment / You'll say the words that I can't say. Definitivamente, essa será a música que eu indicarei para a primeira namorada que eu tiver na minha vida, mesmo se isso ocorrer daqui a 20 anos. É sério.
5. Metal Contra As Nuvens (Legião Urbana)
Quando eu tinha uns 13 anos, escutava essa música todos os dias. Era a época em que eu só ouvia Legião. 11 minutos e meio de uma experiência inesquecível. A banda melhora consideravelmente sua técnica para tocar; a letra é maravilhosa; os arranjos são impecáveis; a música muda de ritmo várias vezes; as críticas à Era Collor são certeiras, etc.
4. Should I Stay Or Should I Go (The Clash)
Quando eu comecei a ouvir Clash no ano passado, eu senti que aquela era uma banda realmente boa. Mas quando ouvi essa maldita música, confirmei isso. O riff de guitarra mais viciante de todos os tempos! A letra simples, mas simpática também contribui para esse quarto lugar, assim como os bons vocais e a bateria precisa. Alguns devem se lembrar que os Mamonas fizeram uma sátira a ela com Chopis Centis. Mas nada supera a original. Should I stay or should I go now?
3. Bone Machine (Pixies)
Que Pixies é uma das minhas bandas prediletas, todo mundo sabe. Já ouvi mais de 53 canções dos caras, mas essa música chamada Bone Machine realmente não sai da minha cabeça. Primeiro entra a bateria inesquecível, depois o baixo melódico, e por último, a guitarra detonante e os vocais furiosos. Essa canção é um verdadeiro guia de "como fazer uma canção de Rock alternativo que soe ao mesmo tempo suja e acessível, e agrade a todos".
2. Love Will Tear Us Apart (Joy Division)
Se o Joy Division só tivesse feito essa música, eu já os consideraria uma banda sensacional. Mas como eles fizeram dezenas de outras grandes canções, eles são muito mais do que isso, são a "dream band". São compostos pelo meu baterista favorito, Stephen Morris, o incrível baixista Peter Hook, o ótimo guitarrista Bernard Sumner e, claro, pelo vocalista, letrista e ícone do pós-punk, Ian Curtis. Em seus arranjos maravilhosos e na sua letra triste, confirma-se a perfeição que é Love Will Tear Us Apart.
1. I Am The Walrus (The Beatles)
O auge criativo dos Beatles, e a mais psicodélica das composições de Lennon no mágico ano de 1967. Quando eu conheci I Am The Walrus, em abril de 2004, imediatamente eu me apaixonei por ela. Versos como "I am the eggman / They are the eggman / I am the walrus, goo-goo-g'job" ou "Elementary penguin / Singing Hare Krishna / Man, you should have seen them kicking Edgar Allan Poe" provam que valeu a pena o fato de John ter se dopado de ácido quando compôs essa música. A atmosfera alucinante e viajante que a mesma cria no ouvinte é indescritível, só ouvindo para entender o que eu estou falando. A única música que eu tenho coragem de ouvir 20 vezes seguidas. Goo-goo-g'job!
Já que eu estou de bem com a vida...
Só por que eles venderam 10 milhões de discos com o Nevermind e trouxeram o grunge para as rádios quer dizer que eles não passam de uma "imbecil e comercialóide banda mainstream"? Por favor, intransigência tem limite.
A seguir, os cinco principais motivos para refutar essa crítica e provar que Nirvana é bom:
1. As letras. Duvido que mais de 20% dos fãs (e também dos odiadores) do Nirvana já leram elas. Kurt Cobain era um ótimo letrista. Em "Sliver", ele opta pelo sarcasmo (Mom and dad went to a show / They dropped me off at Grandpa Joe's / I kicked and screamed, said please, don't go), em "Lithium" ele comenta seus conflitos de personalidade (I'm so happy/ 'Cause today I've found my friends in my head / I'm so ugly/ That's ok, 'cause so are you), já em "Smells like teen spirit" critica o niilismo e comodismo juvenil (I'm worse at what I do best / And for this gift I feel blessed / Our little group has always been / And always will until the end). Já em "Serve the Servants" critica o descaso dos seus pais (I tried hard to have a father / But instead I had a dad) e em "Dumb", o uso de drogas ( I'm not like them / But I can pretend / The sun is gone / But I have a light (...) / I think I'm dumb / Or maybe just happy).
2. As influências. Aliás, duas das mais famosas músicas do powertrio de Seattle - "About a girl" e "Smells like teen spirit" - foram inspiradas pelo som dos Beatles e dos Pixies, respectivamente. O Nirvana soube mesclar muito bem várias outras bandas no seu som, incluindo Black Sabbath, Mudhoney, Melvins e Sex Pistols.
3. As melodias. O Nirvana sabia como poucos fazer canções que grudam fácil no cérebro, tanto nas mais acessíveis ("Come as you are", "All apologies") quanto nas mais obscuras ("Frances farmer will have her revenge on Seattle", "Lounge act").
4. A ousadia. Pouca gente sabe, mas mesmo no auge da fama e vendendo milhões de discos, o Nirvana preferiu não seguir a linha Pop Rock do Nevermind e fizeram o disco mais anti-comercial e agressivo possível - me refiro a In Utero, de 1993. Apesar de este ser o álbum menos vendido da banda e de ter sido muito difícil para a gravadora arranjar músicas para serem lançadas nas rádios (só duas foram escolhidas para serem hits - "All apologies" e "Heart-shaped box"), é excelente, a prova definitiva do talento de Krist Novoselic, Kurt Cobain e Dave Grohl. Aliás, é o meu preferido.
5. Símbolos de uma geração. Não, eles não foram apenas salvadores de Rock como insiste a MTV e os pseudo-fãs. Eles realmente mudaram muita coisa. Trouxeram aos anos 90 uma reflexão sobre o conformismo da "geração X", sobre os jovens que não sabiam o que queriam da vida, e não passavam de consumistas e pessoas sem vida. E foram mártires. Foram "estuprados" pela mídia, como alegam em "Rape me". Viraram mercadoria a ser consumida pelas próprias pessoas que eles tanto criticavam em suas músicas.
18 novembro 2005
Um dia calmo, mas bom
De importante hoje, só o fato de que eu realmente a esqueci, mas eu voltei de maneira tão intensa à solteirice e à paz que esse assunto já perdeu a graça. Não me arrependo de ter me apaixonado, mas já parece que foi há tanto tempo... o realismo de Dostoiévski e as novas amizades me fizeram bem. Chega de Kaio melodramático!
Entrem na minha mais nova comunidade, se identificarem-se com o título e a premissa dela de acabar com os pré-conceitos e os clichês impostos pela sociedade: Sou indie, mas não sou bi.
Bem... vou assistir Laranja Mecânica, se der tempo (e vontade). Sobre música: só preciso de dois CDs para finalmente gravar minha coletânea definitiva de Joy Division. Aceito doações, de preferência CD-R preto. =D
17 novembro 2005
"Tudo é permitido"
O mais fascinante de Os Irmãos Karamazov são as reviravoltas; quando você acha que tudo está se encaminhando de uma maneira, algo acontece e muda tudo. Exemplo? O assassino já foi revelado, mas no tribunal o promotor argumenta tão bem na sua tese que parece que o réu do tribunal, que é inocente, realmente é o culpado pelo assassinato. E um dos personagens, o único que sabe quem é o "parricida", é tido por louco, depois de sua "conversa com o diabo" (cara, o capítulo em que ele fica doido e começa a achar que está falando com Satanás é chocante, eu lia o livro boquiaberto!).
Além disso, depois da parte que eu li hoje, eu estou pensando seriamente em fazer um curso de Direito. Cara, o Dostoiévksi representa o júri de uma maneira tão interessante e faz advogados com uma oratória tão genial, e consegue desenvolver um enredo criminal tão denso que faz qualquer um se apaixonar por essa área.
Enfim, assim que eu terminar farei uma resenha completa. Aliás, se você (ainda) não leu o livro, três observações.
1. Não leia minha resenha, eu vou contar tudo. Hoje eu não revelei o nome dos personagens, mas na próxima vez será diferente.
2. Leia Os Irmãos Karamazov! É perfeito. Se você optar por comprar a edição pocket da Martin Claret, não vai se arrepender. Custa apenas 19 reais, a tradução é ótima e o formato de bolso facilita muito - você pode levar o livro pra tudo que é lugar. Mas se você não curte livros com letras pequenas, é melhor fugir dessa edição.
3. A frase que intitula esse post é feita pelo ateu e niilista Ivã Karamazov, um dos protagonistas da trama, e o meu personagem preferido, justamente por ser um dos mais perturbados.
16 novembro 2005
Resenha - filme A Noiva-Cadáver
O filme é mais uma prova do talento de Tim Burton. Não vou nem comentar o visual genial da obra, construído pela técnica do slow-motion (assim como, por exemplo, Fuga das Galinhas). Muito menos as músicas - muito boas, por sinal. O que importa é o filme em si, que é impecável. Não sei quanto a vocês, mas eu adoro me identificar com os protagonistas das películas que vejo. Com o noivo Victor, não foi diferente: sensível, inseguro, sensato... (hoje é dia de auto-elogio!). A noiva "viva", Victoria, já é uma personagem bem estereotipada: delicada, bondosa, quer que seu casamento seja um conto-de-fadas, etc. E, claro, temos a noiva-cadáver, Emily, que não pode ser descrita por adjetivos de tão fascinante que é. Destaque também para os coadjuvantes, todos eles extremamente carismático, como o Napoleão "esquelético".
O desenrolar da trama é bem montado, sem nenhum momento chato ou entediante. Aliás, é importante ressaltar como A Noiva-Cadáver consegue manter um bom ritmo durante todos os seus (curtos) 77 minutos. O bom humor fica por conta das sátiras, que atacam desde os casamentos arranjados até as dúvidas das pessoas em relação ao mundo dos mortos. O final é lindo - admito que quase chorei. Pois é, estou muito sensível nos últimos dias. Nada como uma paixão (mesmo que não-correspondida) para quebrar o gelo do meu coração.
Recomendo o filme, não deixem de vê-lo. Você vai se divertir e emocionar com mais essa obra-prima de Burton.
15 novembro 2005
Criando vergonha na cara
O Ian Curtis do JD fazia aquelas músicas lindas e tristes, mas ele realmente tinha uma vida amorosa - bagunçada, diga-se de passagem. Aliás, foi devido a ela que ele teve o estopim para seu suicídio, algo já previsto em "Love will tear us apart" e "She's lost control", por exemplo.
E eu, me lamentando por uma paixão sequer concretizada, por uma garota que nem retribui o sentimento? Soa idiota o que eu estou fazendo. Eu só tenho 15 anos de idade, mal entrei na adolescência, e já estou querendo um relacionamento amoroso? Eu tenho que parar com essa mania de querer ser maduro - estou mentindo para mim mesmo. Já que ela não gosta de mim com a mesma intensidade que eu gosto dela, para quê ficar sofrendo inutilmente? Deixo essa melancolia toda para os ultra-românticos!
Conversando com alguns amigos, eu percebi que, no fundo, eu não quero exatamente ela. Eu quero alguém. Somebody to love! Olha só, o Queen também está me ajudando! No fundo, eu sou normal - uma pessoa carente que quer companhia, e cansou de ser um maluco solitário e praticamente autista.
Quem sabe um dia eu não encontro a tal garota da minha vida? Mas sem idealismos, já que eu percebi que platonismo não passa de uma farsa para enganar trouxas que acham que descobriram o amor (como eu!).
Enquanto esse dia não chega, vou tentar ser mais sociável. Talvez (eu, pelo menos, tenho certeza disso) eu seja sozinho justamente por me isolar tanto da humanidade, vivendo no meu mundinho.
13 novembro 2005
These days... can you stay for these days?
Prefiro contar os detalhes em outro post, mas por enquanto só citarei o fato que resumiu a semana que passou e que vai me marcar pra sempre. Afinal, é algo que eu não sentia há cinco anos.
Chorei por uma garota.
Ontem, houve o Diclassetadas, que é uma despedida do terceiro ano (obs.: eu estou no primeiro, mas o colégio libera para as outras séries). Mais ou menos às 22h, eu resolvi sentar na última fila, para ouvir meu discman sem tanto barulho (sim, meus gestos autistas continuam). Eu estava sozinho, não havia ninguém por perto. Foi quando, mais ou menos umas dez filas à minha frente, eu a vi. Não revelarei o nome dela para evitar problemas, mas acho que a maioria dos leitores sabem quem é a garota pela qual eu estou apaixonado.
Ela estava com uns amigos dela do cursinho, que estudaram com ela no ano passado. Eu fiquei de longe, observando-a. Liguei o discman e coloquei na "The Blower's Daughter", do Damien Rice. Fiz o possível para segurar, mas não deu. Comecei a chorar. Olhando para ela e ouvindo essa linda e triste música, não pude evitar as lágrimas. E também a confirmação do que eu mais temia: eu não consigo esquecê-la. Estou loucamente apaixonado, e nem minhas árduas tentativas de distanciamento dela deram certo. Essa é, definitivamente, minha segunda desilusão amorosa. A primeira foi tão intensa quanto esta, entre 1999 e 2000. Sim, antes mesmo da pré-adolescência eu já sofri por alguém. E agora, após meia década sendo anti-social, frio e duro em relação às pessoas e aos sentimentos, volto a me apaixonar.
Não me digam que eu estou sendo fraco e que deveria tentar esquecer isso. Está sendo muito difícil. E o pior é que eu não sou nem um pouco discreto, e todos no colégio (e até familiares) já perceberam que estou gostando (muito) dela. Putz , a Indie Youth foi feita bem na época que eu descobri esse sentimento. E mesmo deletando a mesma do blog (mas guardando no Word, um dia voltarei com a "série") como prova de que eu faria o possível para voltar "ao normal" e desistir dessa besteira chamada amor, não deu. Falhei.
E ela nunca saberá o que eu sinto por ela. Ao contrário de mim, ela tem vida social. Ela é feliz, e eu sou amargo. Fico me isolando da humanidade, me escondendo do mundo real. Nisso a paixão ainda não conseguiu mudar. Ainda sou anti-social. Mas dessa vez o motivo para isso não é a solidão intencional. Mas sim a timidez e o desespero por estar apaixonado por uma garota que nem tem esse mesmo sentimento por mim. Pouco me importa se eu estou sendo aberto demais em relação a isso, e que muita gente se incomode com essa minha indiscrição. Eu estou sendo sincero. É como se eu entrasse em um novo momento da minha vida. Da pior maneira possível.
P.S. feito em 14/11.: prometo que vou me acalmar e sair desse desespero assim que puder falar com ela em particular.
11 novembro 2005
Preparem-se
09 novembro 2005
No PC da escola
1. Minha mãe, "preocupada" com meu irmão caçula, que virou um completo viciado em Ragnarok, resolveu colocar senha no computador.
2. Estou completamente ocupado com a leitura de "Os Irmãos Karamazov".
3. Resolvi tirar umas férias da internet. Se quero ser sociável, não posso ficar tanto tempo obcecado pela "maldita" máquina que tanto me tornava anti-social no passado. Não é greve comunista (xô, passado negro!), é para meu próprio bem.
4. Um dia eu volto, não se preocupem, meus fãs! (Riso sarcástico)
05 novembro 2005
Novamente com pouco tempo para postar, mas...
1. Só bandas boas. Desde o country rock dançante do Vanguart, passando pela perfeição indie do The Ugly e, claro, o humor sem noção do Réu e Condenado.
2. Encontrei muitos amigos meus lá, sendo vários do meu colégio e até alguns do meu cursinho de inglês. Alguns deles eu não via há quase um ano! É o Rock alternativo unindo as pessoas!
3. Realmente, eu estou virando pop. Conversei com um monte de gente, não fiquei sozinho como nas outras vezes... yeah, I've got potential! Mas você pensar que eu estou me vendendo, perdendo minha alma para virar pop. Ledo engano. É sempre bom ter amigos para conversar e ser lembrado por todos. Algo contra?
03 novembro 2005
Curto e breve
02 novembro 2005
Resenha - The Sense of Movement (Valv)
Eles surgiram em Belo Horizonte, no ano de 2000. Fizeram recentemente um show em Goiânia, no festival Vaca Amarela do Martim Cererê, em Setembro/05. Além disso, são uma das bandas mais elogiadas do momento, praticamente viraram unanimidade de público e crítica. E, acredite: eles não estão sendo superestimados.
Contrastes. Indie e acessível. Distorção e técnica. Calma e fúria. Beleza e agressividade. Já na primeira faixa a Valv mostra a que veio. God é uma daquelas músicas ideais para abrir um disco. Uma viagem melódica, com uma letra curta, mas tocante.
Middle English vai além, com o peso das guitarras e a desilusão de seus versos. Heathen Vows, minha preferida, começa calminha e vai se tornando raivosa. Até que... chega o refrão: Tired of missing / Tired of mess / Cannot keep it down. Só há uma palavra pra definir isso: perfeito.
The Sense of Movement se destaca pela parceria com Fernanda Takai, do Pato Fu. Rhyme Royal é um número acústico que precede o rock de Nest Song e Between The Knees. A doce 903 prova que os caras realmente conseguem fazer um som alternativo sem serem arrogantes e metidos a cults e depressivos, como os Los Hermanos.
As influências do Britrock ficam explícita em From East To West, aonde os vocais começam a ecoar na cabeça de quem está ouvindo, de uma maneira surpreendente. E logo em seguida, a mais grudenta (no bom sentido) das doze faixas: Puck And The Needle. "And you know where you go now". These Ironic Days, apesar de praticamente acústica, passa uma sensação de poder. Seus versos provam isso: "Never felt so strong / Who never felt this way before".
E quando você pensa que a Valv já tinha provado o quanto é uma grande promessa da cena alternativa brasileira (mesmo que cante em inglês), vem o medley de 13 minutos intitulado One Eyed King. Não se assuste com a longa duração, pois ela vai te prender do início ao fim, da mesma maneira que as anteriores. Os vocais no trecho "How do I love the station" ficarão como registro permanentemente no seu cérebro.
Se você está cansado do Rock comercialóide e repetitivo que dominou as rádios nacionais (CPM 22, Charlie Brown Jr, Detonautas, etc), dê uma chance à Valv. Garanto que você vai adorar o lirismo, as letras e a criatividade para melodias deles.
At dawn
O post de ontem foi o mais estranho que eu já fiz até hoje. Eu mesmo fiquei surpreso com tanta coisa sem noção que eu disse. Assinei um atestado de loucura. Mas deixa pra lá. É assim mesmo. Alguém ainda tinha esperanças de que eu não fosse um caso perdido?
Mas quer saber? Eu já bolei todos os meus próximos passos. Tudo vai dar certo. Vou atuar em duas frentes: fazer amizade com a massa e com os indies. As massas são mais simpáticas e compreensíveis, mas precisam evoluir quando ao gosto musical e literário. Já os indies são um poço de cultura, mas tendem à arrogância, à síndrome de Seinfeld (grupo seleto de amigos). Eu pretendo me dar bem com ambos os lados. Como? Vocês vão ver. O cara que conseguir ser popular tanto no meio alternativo quanto no, digamos, normal, pode-se considerar realizado. E esse é o meu objetivo. Doa a quem doer, mas, como eu sempre digo, prefiro a minha felicidade do que a paz mundial. Se eu estiver feliz e satisfeito comigo mesmo, passarei a me importar com as outras pessoas.
Você pode achar isso uma arrogãncia da minha parte. Errado. Apenas estou sendo sincero e sem falso moralismo. Muito menos discursos vazios de nacionalismo ou comunismo permeiam em mim. Sou um individualista, no bom sentido. O indivíduo acima do coletivo. Não estou me negando a ajudar os outros, mas apenas relego isso a segundo plano. Antes de qualquer coisa, eu preciso encontrar a mim mesmo.
01 novembro 2005
Novembro, Kaio entra em uma nova etapa
É muito simples. Nova estratégia. Após uma semana enrolado pela rede do amor, eu finalmente consegui o auto-controle. Já fiz minha parte, e não quero nada em troca. Agora, tenho novos planos e objetivos.
A propósito, se você acha que eu revelo muito sobre mim nesse blog e no orkut, pode começar a se preocupar. Eu não digo nem 1% do que deveria dizer. Nem meus amigos sabem o que há por trás da minha mente doentia e insana... calma, eu não sou psicopata. Apenas escondo muitos segredos e planos que ninguém jamais imaginaria que eu teria.
Alguns podem se precipitar e novamente pensar que eu estou perdendo a cabeça e enlouquecendo de vez. Eles estão enganados. Pelo contrário, voltei à sanidade. E ser são no meu caso não é lá uma coisa boa.
Desde que montei esse blog, cujo objetivo era ser meu diário virtual definitivo, eu só digo asneiras e dou sinais de insanidade. Mas hoje eu finalmente consegui voltar ao normal. Começou uma nova etapa.
Sabe aquelas promessas antigas que eu vivo fazendo de que iria mudar? Finalmente elas poderão ser realizadas. Claro que gradualmente, já que ninguém muda da noite pro dia. Bem, quase ninguém =D. Porque, com Kaio, nada é impossível. Não sou Deus, até porque o mesmo não existe. Mas sou uma pessoa diferente. Não no sentido de anormalidade e nem sendo metido como aqueles pseudo-cults que juram serem diferentes (e sim, eu ODEIO Los Hermanos). Mas com o significado de que eu não me sinto bem. Não uso nenhuma droga ou medicamento (nunca bebi ou fumei, é sério!), mas sou tão dopado quanto um bêbado. Ou até mais. Eu digo coisas que não fazem sentido. Eu ando e falo sozinho com grande freqüência. Eu tenho a mania de me achar deslocado na sociedade. Eu odeio ser popular. Eu amo ser criticado, fico puto só pra fazer graça. Eu saí da bolha, mas criei uma nova. Agora, eu virei um sujeito mais estranho do que já era, porque juro que sou frio e calculista, e que conseguirei ser dissimulado, sendo que há tempos eu só me fodo porque sou sincero e honesto demais, e isso é um defeito enorme.
Enfim, pelo menos eu me amo. É tão legal ser... assim.