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Kaio

 

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19 novembro 2005

Já que eu estou de bem com a vida...

Vou postar bastante hoje. Posts curtos, provavelmente, mas serão mais de 2 só hoje. O primeiro é para contestar algo: o ódio do público alternativo ao Nirvana.
Só por que eles venderam 10 milhões de discos com o Nevermind e trouxeram o grunge para as rádios quer dizer que eles não passam de uma "imbecil e comercialóide banda mainstream"? Por favor, intransigência tem limite.
A seguir, os cinco principais motivos para refutar essa crítica e provar que Nirvana é bom:
1. As letras. Duvido que mais de 20% dos fãs (e também dos odiadores) do Nirvana já leram elas. Kurt Cobain era um ótimo letrista. Em "Sliver", ele opta pelo sarcasmo (Mom and dad went to a show / They dropped me off at Grandpa Joe's / I kicked and screamed, said please, don't go), em "Lithium" ele comenta seus conflitos de personalidade (I'm so happy/ 'Cause today I've found my friends in my head / I'm so ugly/ That's ok, 'cause so are you), já em "Smells like teen spirit" critica o niilismo e comodismo juvenil (I'm worse at what I do best / And for this gift I feel blessed / Our little group has always been / And always will until the end). Já em "Serve the Servants" critica o descaso dos seus pais (I tried hard to have a father / But instead I had a dad) e em "Dumb", o uso de drogas ( I'm not like them / But I can pretend / The sun is gone / But I have a light (...) / I think I'm dumb / Or maybe just happy).
2. As influências.
Aliás, duas das mais famosas músicas do powertrio de Seattle - "About a girl" e "Smells like teen spirit" - foram inspiradas pelo som dos Beatles e dos Pixies, respectivamente. O Nirvana soube mesclar muito bem várias outras bandas no seu som, incluindo Black Sabbath, Mudhoney, Melvins e Sex Pistols.
3. As melodias. O Nirvana sabia como poucos fazer canções que grudam fácil no cérebro, tanto nas mais acessíveis ("Come as you are", "All apologies") quanto nas mais obscuras ("Frances farmer will have her revenge on Seattle", "Lounge act").
4. A ousadia. Pouca gente sabe, mas mesmo no auge da fama e vendendo milhões de discos, o Nirvana preferiu não seguir a linha Pop Rock do Nevermind e fizeram o disco mais anti-comercial e agressivo possível - me refiro a In Utero, de 1993. Apesar de este ser o álbum menos vendido da banda e de ter sido muito difícil para a gravadora arranjar músicas para serem lançadas nas rádios (só duas foram escolhidas para serem hits - "All apologies" e "Heart-shaped box"), é excelente, a prova definitiva do talento de Krist Novoselic, Kurt Cobain e Dave Grohl. Aliás, é o meu preferido.
5. Símbolos de uma geração. Não, eles não foram apenas salvadores de Rock como insiste a MTV e os pseudo-fãs. Eles realmente mudaram muita coisa. Trouxeram aos anos 90 uma reflexão sobre o conformismo da "geração X", sobre os jovens que não sabiam o que queriam da vida, e não passavam de consumistas e pessoas sem vida. E foram mártires. Foram "estuprados" pela mídia, como alegam em "Rape me". Viraram mercadoria a ser consumida pelas próprias pessoas que eles tanto criticavam em suas músicas.

 

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