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Kaio

 

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17 novembro 2005

"Tudo é permitido"

Putz... o livro "Os Irmão Karamazov" é inexplicável. Nunca vi algo tão envolvente e incrível como a trama dessa obra. É forte candidato a melhor livro que eu já li até hoje (atualmente, os cinco líderes desse ranking são 1984, Admirável Mundo Novo, Crime e Castigo, O Anticristo e Revolução dos Bichos). Já que as aulas hoje estavam um tédio, aproveitei pra ler umas 70 páginas na escola. Agora, só faltam 47 para que eu termine. Até que enfim, já faz mais um mês que eu estou lendo (mas nesse período eu parei a leitura algumas vezes pra entrar numa fase nietzscheana).
O mais fascinante de Os Irmãos Karamazov são as reviravoltas; quando você acha que tudo está se encaminhando de uma maneira, algo acontece e muda tudo. Exemplo? O assassino já foi revelado, mas no tribunal o promotor argumenta tão bem na sua tese que parece que o réu do tribunal, que é inocente, realmente é o culpado pelo assassinato. E um dos personagens, o único que sabe quem é o "parricida", é tido por louco, depois de sua "conversa com o diabo" (cara, o capítulo em que ele fica doido e começa a achar que está falando com Satanás é chocante, eu lia o livro boquiaberto!).
Além disso, depois da parte que eu li hoje, eu estou pensando seriamente em fazer um curso de Direito. Cara, o Dostoiévksi representa o júri de uma maneira tão interessante e faz advogados com uma oratória tão genial, e consegue desenvolver um enredo criminal tão denso que faz qualquer um se apaixonar por essa área.
Enfim, assim que eu terminar farei uma resenha completa. Aliás, se você (ainda) não leu o livro, três observações.
1. Não leia minha resenha, eu vou contar tudo. Hoje eu não revelei o nome dos personagens, mas na próxima vez será diferente.
2. Leia Os Irmãos Karamazov! É perfeito. Se você optar por comprar a edição pocket da Martin Claret, não vai se arrepender. Custa apenas 19 reais, a tradução é ótima e o formato de bolso facilita muito - você pode levar o livro pra tudo que é lugar. Mas se você não curte livros com letras pequenas, é melhor fugir dessa edição.
3. A frase que intitula esse post é feita pelo ateu e niilista Ivã Karamazov, um dos protagonistas da trama, e o meu personagem preferido, justamente por ser um dos mais perturbados.

 

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