[Meu Facebook] [Meu Last.FM] [Meu Twitter]


 

 

Kaio

 

Veja meu perfil completo

 

 

 

 

22 janeiro 2021

The Return of the Thin White Duke



Em 23 de Janeiro de 1976 foi lançado Station to Station, um dos melhores álbuns de David Bowie. Ele possui apenas seis faixas, mas todas são fantásticas.

A faixa-título é provavelmente a obra-prima de Bowie, uma épica canção de 10 minutos com sonoridade "prog-disco" e uma letra recitada pelo soturno personagem Thin White Duke, repleta de simbologia gnóstica e ocultista:

"The return of the Thin White Duke

Throwing darts in lovers' eyes (...)

Here are we, one magical movement

From Kether to Malkuth (...)

It's too late to be grateful

It's too late to be late again

It's too late to be hateful

The European cannon is here"

O trecho final do refrão, um apelo para voltar ao Velho Continente, pode ser encarado como uma indicação da metamorfose estética de Bowie neste álbum. Embora ainda incorporasse elementos da música negra norte-americana (p.ex., no funk “Stay” e na batida disco de “Golden Years”), ensaiada no Lado B de Diamond Dogs (1974) e explicitada em Young Americans (1975), Station to Station já refletia a influência da música eletrônica de vanguarda do conjunto alemão Kraftwerk, a qual será ainda mais pronunciada nos dois discos seguintes, Low (1977) e "Heroes" (1977).

"Golden Years" e "Stay" são as duas canções mais dançantes; a primeira, contudo, possui uma letra com contornos sombrios ("Run for the shadows in these golden years").

"TVC 15" possui uma letra surreal (ela foi inspirada em uma alucinação lisérgica de Iggy Pop na qual sua namorada estava sendo engolida pelo aparelho de televisão) e um refrão extremamente cativante. 

Por fim, "Word on a Wing", com sua angústia religiosa ("Just because I believe, don't mean I don't think as well"), e o belo e melancólico cover de "Wild is the Wind" contêm duas das mais emocionantes performances vocais de Bowie.