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Kaio

 

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29 janeiro 2006

Atmosphere

A FESTA NUNCA TERMINA (24 Hour Party People, Reino Unido, 2002)

Para quem é fã de cultura pop e rock em geral, e também para quem curte filmes inteligentes e divertidos, eu recomendo muito esse filme.
A história se passa em Manchester, e é contada sob o ponto de vista de Tony Wilson, jornalista musical que fundou a Factory, talvez a mais famosa gravadora independente que já existiu. Abrigou bandas como o Joy Division, o New Order, o Happy Mondays, que revolucionaram o pós-punk, a new wave e o technopop na década de 80. Ele também era um dos responsáveis pela boate Haçienda, point dos indies de Manchester e lançadora de várias tendências. Para quem não sabe, foi na Haçienda que se popularizaram os DJs, o ecstasy e os clubbers. Isso mesmo, foi na cena alternativa que surgiram coisas que hoje são tão populares! =D
A era Factory é demonstrada de uma maneira não muito linear (o que deveria ser um defeito, mas acaba sendo interessante para que o filme não ficasse preso a uma ordem cronológica entediante), e vários dos fatos e pessoas mais importantes do período são mostrados no filme (mesmo que o New Order e “o resto da Inglaterra” tenham sido pouco mostrados).
Martin Hannett, o brilhante produtor do Joy Division, e suas técnicas de gravação “peculiares” (o que resulta em uma das cenas - não-verídicas - mais engraçadas, com ele desmontando a bateria de Stephen Morris e botando-o para tocar no telhado do estúdio, para deixar "She's Lost Control" mais soturna)
, marca presença. Assim como as loucuras do Happy Mondays, como gravar um disco no Barbados custando 200 mil libras e sem nenhum vocal nas canções (porque o vocalista estava drogado demais para fazer algo que exigisse alguma responsabilidade dele).
Além disso, temos ótimas histórias, como: a do primeiro e lendário show dos Sex Pistols, com 42 pessoas na platéia, sendo que estavam na platéia Peter Hook, Bernard Sumner (que seriam, respectivamente, baixista e guitarrista do JD e do NO), os punks do Buzzcocks, Martin Hannett, Mick Hucknall (vocalista do Simply Red), entre outras futuras celebridades do Brit Rock; o prejuízo dado pelo compacto de Blue Monday (cujo valor de produção mais os impostos eram mais altos que o valor de cada cópia vendida, devido à sua capa extravagante – porém fantástica. Por ter sido, ironicamente, o single mais vendido de todos os tempos, acabou dando prejuízo para a Factory); a morte de Ian Curtis; os problemas com traficantes de ecstasy e a falta de grana que a Haçienda enfrentou.
A Festa Nunca Termina foi todo gravado com uma câmera digital, o que dá uma sensação de liberdade à película. Atores como Steven Coogan (Tony) e, principalmente, Sean Harris (Ian), interpretaram muito bem suas personagens. Contudo, os exageros e distorções de Tony Wilson interferem na realidade dos fatos. Mas vocês queriam o quê? Um documentário realista e chato ou um filme mentiroso e encantador? Uma frase do próprio 'protagonista' resume tudo: "Entre a verdade e o mito, fique com o mito".
Aliás, eu preciso falar da trilha sonora?
Músicas como “24 Hour Party People” (Happy Mondays), "Blue Monday" e “Here To Stay” (New Order), “Love Will Tear Us Apart” e “Transmission” (Joy Division) já garantem a qualidade desse setor.
Enfim, chega de falar sobre o filme. Levante-se já do sofá e vá assistir A Festa Nunca Termina, agora!

28 janeiro 2006

Como me tornei estúpido

Eu quero ler esse livro.
Mas não foi por esse motivo que eu coloquei esse título no meu post. Foi, na verdade, uma referência, ao fato de eu ter voltado a passar os fins de semanas assistindo TV.
Contudo, tenho bons motivos para isso:
- Enjoei do PC. Não aguento mais passar o dia inteiro fuçando no orkut, baixando músicas ou... atualizando meu blog!
- Estreou um novo canal, o Telecine Cult. Só hoje vão passar dois filmes que eu estava louco para ver: "As Bicicletas de Belleville" e "A Festa Nunca Termina"! Isso sem falar nas toneladas de ótimos filmes que eu assisti nas últimas semanas, rendendo muito material para posts neste blog e no Consternações: "Encontros e Desencontros", "O Declínio do Império Americano", "As Invasões Bárbaras", etc.
- Além disso, hoje tem Adult Swim no Cartoon Network! Não vou perder por nada nesse mundo três dos desenhos que passarão: "Aqua Teen", "Os Universitários" e "Laboratório Submarino 2021".
- Minha mãe comprou o DVD pirata (uma bagatela de 15 reais! =D) do "Pulse", um incrível show do Pink Floyd em 1994. Eles tocaram o Dark Side of the Moon NA ÍNTEGRA!
- Psicologia reversa. Quem sabe assistindo televisão eu não me enjoe novamente dela...

26 janeiro 2006

Fracos, demasiado fracos

Forçado pela minha mãe, hoje eu fui no centro espírita. Algumas considerações:
  1. Ir lá superou minhas expectativas. Afinal, ninguém me encheu o saco por eu ter passado a aula inteira lendo ou escrevendo.
  2. Foi uma espécie de pesquisa de campo, para analisar o funcionamento do cristianismo.
  3. Ler Nietzsche num centro espírita é edificante. Resolvi ler o capítulo do Para Além do Bem e do Mal em que ele solta um punhado de aforismos e máximas. A cada dia eu me fascino cada vez mais com a obra dele, é como se eu encontrasse um escritor que pensasse como eu. Sou ateu desde a 7ª série, quando me indignei com a hipocrisia do meu professor cristão e socialista e vi inúmeros absurdos que ocorreram na história da humanidade.
  4. Nietzsche é genial, mas não é perfeito. Detesto quando ele dá seus surtos de machismo, e começa a falar mal das mulheres. Mas eu o compreendo: assim como eu, ele faz isso só para disfarçar. Usa o discurso de “amor é para os fracos” para esconder que já se apaixonou alguma vez na vida.
  5. O espiritismo é menos imbecil e mais liberal que o catolicismo e as seitas evangélicas, mas notei um grave defeito nele. É contraditório – apesar de defender liberdade religiosa, o pessoal passou quase a aula inteira falando mal das outras religiões. Que eles fossem pelo menos sinceros, tipo, “olha, eu vou esculhambar eles, admito desde já”, em vez de se fingirem de tolerantes.
  6. Ainda assim, pelo menos eles aceitam melhor a opinião dos ateus e livres pensadores. E isso é um sinal de evolução.
  7. Ao contrário deles, os católicos e evangélicos são as religiões dos fracos. Pelo simples fato de você se tornar um seguidor dessas duas, você assina um atestado de inferioridade. Motivos? Aceita qualquer verdade absoluta que for dita para você; será guiado por um líder demagogo e populista no caso dos protestantes, ou por um líder autoritário e fascista, no caso dos católicos; perderá a sua liberdade em nome do tal do Céu; levará tudo o que é dito na Bíblia ao pé da letra, ignorando a existência de metáforas; descobrirá que o cristianismo é mentiroso ao pregar o livre-arbítrio, pois ele é justamente o que mais o condena a cada momento, talhando o pensamento de cada um dos seus ‘cordeiros’; são ideologias autoritárias, cheias de axiomas e um maniqueísmo ferrenho; quando se é católico / evangélico, você sacrifica a sua felicidade e sua auto-estima, e valoriza a tristeza e a humildade (ou seja, para eles é preferível deixar o outro ser feliz do que se preocupar com si mesmo – isso é DESUMANO, uma afronta ao individualismo e uma tendência forte ao coletivismo esmagador do potencial de cada um).
  8. Ainda assim, eu apóio a tolerância religiosa. Não é porque eu sou ateu que eu quero que todo mundo seja. Até prefiro que os ateus e agnósticos continuem sendo minoria. Afinal, a humanidade sempre seguirá o esquema dos 85% fracos, alienáveis e alienados e os 15% fortes, potentes e espíritos livres. Isso é irreversível. É burro quem acredita em completa igualdade social, em possibilidade de proletários no poder ou qualquer coisa que os socialistas digam. Eu até desconfio de Marx agiu como Maquiavel – ele escreveu com ironia, uma ideologia que pregava justamente o que NÃO deveria ser feito. É bonito defender os pobres e desamparados? É! Mas eles próprios não querem mudanças! Sejamos realistas, oras!
  9. Não adianta nada você ser “virtuoso” se você não tiver caráter. É preferível ser impiedoso, arrogante e orgulhoso. O ser humano é mau por essência. E ele deve encarar isso, não pode se esconder dessa realidade. Eu não estou incitando a criminalidade, afinal ela é própria da nossa própria natureza. Não fico nem um pouco incomodado com a violência do cotidiano. Afinal, nós somos animais! É a lei do mais forte! Ou você luta pela sua sobrevivência ou aceita ser vencido, ou até morto.
  10. Concluindo, descobri que adoro ir pra Igreja, justamente para criticá-la. Ver aquilo me dá inspiração para que eu libere a vontade de escrever, de criticar, de questionar. Filosofar, enfim. É a prova de que a ira move o ser humano. Amor e ódio são um só.

24 janeiro 2006

Política: destros, canhotos e amputados

Nos últimos meses, li vários textos políticos com definições bem interessantes para as correntes políticas, incluindo um do blog do meu amigo Rodrigo "Sblargh", e decidi fazer o meu "political compass". O meu "dicionário" de posições político-econômicas ficaria assim:

- DIREITA: Defende a propriedade privada, a economia de livre mercado, a livre concorrência e o federalismo. Coloca a liberdade acima da igualdade. Dividida entre os libertários (os "anarquistas com cérebro") e os liberais clássicos.
- CENTRO-DIREITA: Capitalista, mas usa de intervenção governamental no mercado, a fim de favorecer os ricos. Engloba defensores de monopólios, cartéis e qualquer tática suja de mercado que favoreça apenas a elite econômica, em detrimento das outras classes. Geralmente, os centro-direitistas econômicos são politicamente conservadores. Um bom exemplo é o Partido Republicano dos EUA.
- CENTRO: Apóia a existência de propriedade privada e mercado, mas com uma forte intervenção estatal sobre esses. Por exemplo, os nazi-fascistas. Isso mesmo. Não acredite naquela conversa furada do seu professor marxista de que nazismo é extrema-direita. Todos os regimes políticos que defendam uma coexistência entre os interesses de mercado e governo, como o de Getúlio Vargas, são centristas.
- CENTRO-ESQUERDA: É basicamente o pessoal que defende a social democracia - alta carga tributária e educação, economia e saúde estatais, com o governo visando dar uma de Robin Hood. Contudo, também entram na centro-esquerda os populistas e assistencialistas (como Hugo Chavez, Garotinho e Lula), pois, para ganhar o apoio popular, impedir os pobres de se integrarem ao mercado e facilitar a tarefa do governo para (supostamente) combater as desigualdades sociais, criam serviços sociais, como o bolsa-escola, que não passa de parasitismo.
- ESQUERDA: Completamente contra a economia de mercado, baseiam sua teoria e prática num modelo de planificação econômica, com o Estado controlando tudo, inclusive as empresas e a vida privada dos cidadãos. Querem a igualdade social a qualquer custo, e para obter esse fim, eles não temem em empregar meios como a violência e . Obviamente, temos aqui os socialistas e comunistas.
- E OS ANARCO-SOCIALISTAS, AONDE ENTRAM: muita gente acha que os anarquistas são meros baderneiros sem plano de governo e mais pose do que ideologia. Ledo engano. Podemos ser simplistas e dividi-los em dois agrupamentos. Um é o anarco-capitalismo (ou libertarianismo), que, como vimos, pode ser considerado de direita. O outro é o anarco-socialismo. Esse é o que é simplesmente inclassificável. Eles são contra a propriedade privada, mas também são contra o Estado. A sua revolução baseia-se no niilismo de destruir tanto governo quanto mercado, sem um objetivo concreto em mente. Talvez seja por causa desse agrupamento que os anarquistas são tão malvistos.
- LIVRES PENSADORES E A "SEXTA" VIA: podem pertencer a qualquer posição, obviamente por não seguir nenhuma linha de pensamento, não se identificarem completamente em nenhuma ideologia. George Orwell, por exemplo, apesar de por muito tempo ser marxista, se desiludiu com a URSS e seu regime totalitário, e passou a críticar tanto o nazismo quanto o capitalismo monopolista e o stalinismo, as três ideologias dominantes dos anos 40. Portanto, eles pertencem ao que chamo pejorativamente de "sexta via".
- E VOCÊ, KAIO, É O QUÊ: posso ser chamado de arrogante por isso, mas me considero até certo ponto um livre pensador. Mas se tivesse que me identificar com as "cinco vias", muito provavelmente seria a direita libertária.
- CONCLUSÃO: Ciências políticas não são nem um pouco imparciais ou axiomáticas, não existe uma verdade absoluta nelas. Portanto, pensem duas vezes antes de confiarem naquele seu professor esquerdista ou no seu tio fascista...

23 janeiro 2006

Escola de volta, quem diria, é um alívio

Podem me chamar de tudo, até nerd desgraçado, mas eu estou muito feliz com a volta às aulas. Como vocês sabem, eu adoro fazer listinhas para tudo (pareço o pessoal da New Musical Express, quem sabe um dia eu não trabalho nela?). E agora darei:

5 MOTIVOS PARA CELEBRAR A VOLTA ÀS AULAS

1. Dezenas de professores para pentelhar e encher o saco. Principalmente na área de Humanas. São minhas vítimas favoritas, principalmente os comunistas e/ou cristãos.
2. Reencontrar alguns amigos. Sim, há um coração nessa alma supostamente tão podre.
3. O segundo ano do Ensino Médio é chamado por muitos de "o ano perdido", por não ter preocupações nem com o vestibular (terceirão) nem com o amadurecimento por chegar ao 2º Grau (primeiro). Portanto, a pressão vai ser menor.
4. É o melhor ano em conteúdos de Humanas. Em História, cai Idade Contemporânea; em Geografia, a parte mais política e econômica; as aulas de Filosofia prometem ótimos debates, etc.
5. Alguma coisa para fazer na vida, e dar um fim ao tédio e ócio que predominaram nas férias.

22 janeiro 2006

Wanna be

Como eu disse no último post, já estou pensando no futuro e qual profissão irei seguir. Não me importo se vou ganhar dinheiro ou não, porque de qualquer jeito eu vou sonegar impostos. =D
Mas a opção por ser "pseudo-intelectual" parece fascinante. Ainda mais depois que eu assisti aos filmes O Declínio do Império Americano e As Invasões Bárbaras (do diretor Denys Arcand), ontem. Engraçado que eu percebi que há muitas semelhanças entre meu seriado Consternações e os seis amigos canadenses. No primeiro filme, tenta-se mostrar sobre o que intelectuais falam em uma conversa informal. A resposta é óbvia: sexo e relacionamentos (no caso da minha série, eu estou me fingindo de politicamente correto por enquanto, mas aguardem novidades...). No segundo, Rémy, o socialista do grupo, está à beira da morte, graças a um câncer raro, e esse é um motivo para outra reunião dos amigos e amigas, além do filho de Rémy, um próspero yuppie. O contraste entre as gerações é um dos temas abordados pelo filme.
Gostei muito mesmo dos 2 filmes, vou até arranjar um jeito de fazer o pessoal de Consternações falar sobre eles no episódio 13 ou 14 da série.

19 janeiro 2006

Guia vocacional para Kaio Felipe

O blog Racio Símio está mais egocêntrico e inútil do que nunca! Detestou o último post? Então é melhor nem ler esse! Agora eu resolvi pensar no futuro. Separei 5 sugestões de profissões/bicos/empregos para mim nos próximos anos:

1. DJ indie-shoegaze-noise-alternativo: cansado de disc-jóqueis comuns, do tipo que só toca música eletrônica entediante (isso quando eles não se arriscam em remixes de bandas medíocres ou incursões no techno-brega) ? Pois bem, "just call on me!". Já estou juntando uma grana para comprar os aparelhos necessários para discotecar. Bandas que eu sempre vou tocar: My Bloody Valentine, New Order, Joy Division, Pixies, Depeche Mode, Pet Shop Boys, Franz Ferdinand, Beatles, The Smiths, Blur...

2. Crítico musical: ei, eu já faço esse trampo esporadicamente no meu blog... e tenho todos os pré-requisitos para um crítico musical: chato, metido a sabe-tudo, intransigente, anti-social, acha que suas listas e resenhas são geniais, etc. Mas imaginem se eu trabalhasse em alguma revista ou jornal, com uma coluna feita só pra elogiar bandas que só eu conheço ou criticar bandas que eu nunca ouvi (mas peguei raiva só porque virou moda) ?

3. Pseudo-intelectual: essa é a melhor. Quero ser um daqueles malas metidos a filósofos vanguardistas que passam a vida inteira escrevendo artigos sobre política, com uma teoria linda (mas sem nenhuma prática). Além do mais, é a que mais dá dinheiro e combina melhor com meu perfil - passar o dia inteiro em casa, só por conta de escrever. E o melhor de tudo é que esses sujeitos criam verdadeiras legiões de fãs e defensores ardorosos. "Porque ele disse, então é a verdade
".

4. Professor de História: meu sonho, há pelo menos uns três anos. Eu ia ser o professor mais sem noção do mundo. Metade das aulas seriam realmente de matéria (eu adoraria ficar com a parte da Idade Contemporânea), a fim de que eu cumpra meu maior dever como professor (ajudar o aluno a passar de ano. Ou vocês acham que as escolas atuais querem é dar conhecimento? Hahahaha). Mas no resto, só farra. Eu levaria músicas com letras de temática interessante para ser trabalhada, indicaria livros paradidáticos (ou levaria trechos deles para sala), liberaria o discman para os alunos que não quisessem prestar atenção na aula (antes eles ouvindo música do que conversando ou botando laxante na água do professor).

5. Escritor: uma maneira mais ampla de ser pseudo-intelectual. Eu poderia escrever obras políticas, "analisando a influência da cultura globalizada no pensamento moderno e suas consequências no modo de produção e na economia de mercado". Ou então romances. O "Consternações", com algumas adaptações, daria em algo legal. Apesar de quase auto-biográfico. Mas isso não seria uma qualidade? Ou realmente um defeito?

17 janeiro 2006

Balanço de 2005...

Ainda não fiz uma retrospectiva de 2005. Até porque acho que ano sai, ano entra, é tudo a mesma merda. Mas vou deixar a chatice de lado e analisar os últimos 12 meses. Se eu fosse vocês, não leria isso. Vá lá assistir à novela pra ver o mecânico analfabeto e pegador, e depois ao Big Brother, é mais cultura. Quem sabe você não acabe rindo dos comentários "geniais" do Bial...
Ainda quer ler? Poxa, você é realmente muito à toa então, "querido" (a) leitor (a).

- Literatura pra pseudo-intelectual: li muito Nietzsche ano passado. Além de escrever muito bem (apesar de resolver dar uma de indecifrável às vezes...), ele é um dos escritos mais sarcásticos, sem papas na língua e anti - falso moralismo que eu já conheci. Desde 2003 sou ateu, mas com esse bigodudo eu ganhei muito mais argumentos para criticar o cristianismo. Antes, eu ficava na defensiva quando haviam discussões religiosas. Agora, posso atacar.
Nem me incomodo com o pessoal que chama os leitores de Nietzsche de pseudo-intelectuais arrogantes. Eles não sabem o que estão perdendo. Mas parece que eles preferem vangloriar o Código da Vinci, tadinhos...
Também foi o ano de Orwell, Dostoievski e Aldous Huxley - talvez os 3 que eu mais li (não os destaco porque já falei demais deles no blog, se quiser vasculhe os posts antigos!). E, quando eu menos esperava ler um livro bom, veio Jack Kerouac salvar meu final de ano...

- This is the way, step inside: 2005 também foi o ano em que eu conheci o underground do Rock. Se até o início do ano eu só curtia Rock clássico (Beatles, Pink Floyd, Led Zeppelin, Rolling Stones e Nirvana, por que não?), graças a indicações de amigos e também de dois sites (Dying Days e Omelete) eu conheci Pixies, The Smiths, Joy Division e Sonic Youth, e a partir delas entrei de cabeça no mundo do Rock Alternativo. Nisso o Dying Days e, principalmente, o eMule, me ajudaram muito. Achei muitas bandas obscuras e excelentes nesse percurso, e virei um entusiasta de shoegazing, post-punk e indie rock americano. Felizmente não virei um desses indies que conhece uma música de uma banda e já se considera fã. Mas tudo bem, eu perdôo os coitadinhos que acham que Strokes = "Last Nite", Franz Ferdinand = "Take Me Out", Killers = "Somebody Told Me"...

- Menos TV: em comparação aos outros anos, o último foi o que eu menos assisti televisão. Motivos não faltam. Além de mais tempo dedicado à internet, os horários dos programas também atrapalharam. Seinfeld no horário de aula, South Park no sábado à noite, Cavaleiros do Zodíaco às 1h da manhã, Pokémon só às 22h... mas deu pra assisti-los nas férias, e aproveitar as séries com 'bons horários': That '70s Show, Desperate Housewives e Friends.

- Let's talk about politics: nos oito primeiros meses, um esquerdista hesitante, frustrado por não conseguir conciliar socialismo com democracia e por achar mais qualidades do que defeitos na direita. Depois de alguns livros e brigas, opção por ser livre pensador. Já no final do ano, uma leve tendência para o liberalismo econômico e o libertarianismo político é revelada. Enfim, foi um ano de evolução política.

- Vida social? Hahahaha: mais anti-social do que nunca. Isolação do primeiro ao último dia. Entre outubro e novembro, Kaio se apaixonou por uma garota, mas felizmente foram apenas 3 semanas sofrendo inutilmente. Nada realmente importante. Solidão e solteirice combinam melhor com esse cara. Amigos? Só os mais fiéis. Pseudo-amigo é coisa de gente pop. E essa é a última coisa que KF é.

- Escola? Well, that was easy: a oitava série continua sendo a mais fácil de todas, disparada. Mas o 1º ano não deveu nada no quesito "ridículo de fácil". Parei de estudar para as provas em setembro (e antes disso só revisava rapidamente na véspera da prova), sabendo que estava perdendo tempo. E as notas não caíram. Tirando Educação Física, por motivos óbvios, todas as minhas médias foram de 95 pra cima. Graças ao baixo nível das provas (e nem assim a média de doze alunos que ficam de recuperação final por sala cai... tsc, tsc) e, claro, aos simulados. Fiquei no top 4 em todos. Vou me vangloriar por isso? Não mesmo. Se as provas e conteúdos fossem difíceis, sim. E se eu fosse menos arrogante, também.

- Navegando na velocidade da luz: como disse no tópico da TV, passei muito tempo na internet. Conheci amigos virtuais, me viciei no Orkut e no MSN, criei blogs estúpidos, acumulei centenas de centenas de mp3, ampliei meu gosto musical e literário, li muitas inutilidades, ri dos trotes e textos sarcásticos do Cocadaboa, e por aí vai. E tudo no meu querido Mozilla Firefox. Internet Explorer é pros fracos.

- Conclusão: confesso que NÃO vivi. Mas do pouco que aproveitei do último ano, deu pra me divertir.

15 janeiro 2006

De direita, e sem medo

Cara, quando eu leio meus textos de um ano atrás, quando eu era de esquerda, não sei se rio ou choro. Poxa, como eu era infantil em acreditar naquelas coisas. O discurso vazio contra as "elites conservadoras, os neoliberais inescrupulosos, as privatizações e o liberalismo que só traz desigualdade e desemprego". O apoio incondicional à causa socialista, que, para mim, traria igualdade, liberdade, democracia e fraternidade.
Eu não era um marxista ortodoxo, nem trotskista, nem piçolista. Me considerava um "socialista democrático", que achava possível um governo de esquerda que desse igualdade social e democracia plena ao mesmo tempo. Que era tolerante com MST, Fórum Social e qualquer coisa relacionada aos 'canhotos políticos'. Preferia ignorar a violência e e o egocentrismo característicos de Lênin e Trótski e ver neles líderes revolucionários. Era panfletário, e tentava convencer todos os meus amigos a se “converterem”. Eu só era (e sempre fui, desde comecei a gostar de política) contra Stálin e PT. E, como todo esquerdista, tratava de colocar todos os que não gostava como 'de direita'. Nazistas, stalinistas, ala majoritária do PT? "Direitistas reacionários".
Eu lia Revolução dos Bichos e me identificava com o Bola-de-Neve: o revolucionário traído, o democrata perseguido. Também via o Estado como responsável pelo progresso, e apoiava a estatização de empresas privadas. Tudo em nome do emprego pleno e da correção das desigualdades. Pela glória socialista!

Tudo começou a mudar com a leitura de duas obras. O primeiro foi A Desobediência Civil, do Thoreau, para muitos, a "bíblia dos libertários". O livro já começava ácido, dizendo que o melhor governo não é o que governa menos, mas sim o que simplesmente não governa. Para mim, que via os anarquistas como meros agitadores niilistas, foi um choque. Culpa dos Sex Pistols. Aliás, eu via a trilogia do punk como Ramones - ianques direitistas (!), Sex Pistols - anarquistas babacas e vendidos, The Clash - esquerdistas e idealistas. Tsc, tsc.
Mas, voltando ao livro... eu comecei a destruir esses pré-conceitos. Comecei a ver os anarco-capitalistas de outra maneira, como uma alternativa viável e realista. Mas eu ainda continuava com dois sectarismos na minha cabeça:
1 - Democracia e socialismo, ao mesmo tempo, são possíveis.
2. Direita = reacionários e neoliberais / Dark Side; Centro = indecisos e moderados / Neutral; Esquerda = socialistas, progressistas e reformistas, com uma ou outra ovelha negra (comunistas ortodoxos) / Jedi Knights.
Até que eu conheci um certo livro chamado 1984, do George Orwell. Estava cheio de expectativas quanto a ele, e não me decepcionei. Li em apenas 3 dias, de tanto que gostei. E o livro realmente me encantou. Talvez seja a crítica mais feroz já feita até hoje aos regimes totalitários, em especial o soviético. E 1984 me fez repensar se eu realmente estava confiando em uma ideologia democrática. No início, fiquei meio confuso, acabei querendo dar uma de socialista alternativo, outsider de esquerda, briguei feio em algumas discussões políticas.
Depois, comecei a pesquisar mais sobre libertarianismo e liberalismo, peguei textos com alguns amigos, e me interessei. Primeiro com os libertários, e depois com a direita liberal. Mas demorei pra admitir que tinha me reposicionado politicamente. Mas na última semana, deixei de frescura e medo e admiti que era economicamente de direita. Passei a acreditar no livre mercado, no Estado mínimo, na propriedade privada, nas privatizações e em tantas outras coisas que eu temia sem motivo no passado.
Mesmo não podendo voltar no passado, me arrependo de muita coisa. Ainda recordo negativamente a simulação de júri que houve na minha oitava série, em 2004, entre capitalismo e socialismo, em que eu advogava em defesa dos socialistas. Todos consideraram minha defesa brilhante e apaixonada. Os “canhotos” acabaram vencendo, até mesmo porque os capitalistas não souberam argumentar bem. Mas eu digo que adoraria defender o capitalismo e esmagar a corja comunista, mostrar que confiar no governo e na coerção é imbecilidade, que empregar a violência para chegar ao poder é coisa de bárbaro, que o Estado é ineficiente, que socialismo e democracia são incompatíveis, que as ONGs podem muito bem cumprir o papel social do governo (e sem assistencialismos), que o capitalismo é um sistema extremamente dinâmico e que o livre mercado respeitaria a individualidade de cada um, etc.
Mas, por outro lado, estou feliz. Feliz por, já aos 15 anos, ter feito a decisão menos utópica. Aliás, vocês já perceberam que um esquerdista, quando passa à direita, nunca mais muda de idéia, e que não ocorre o contrário (direita -> esquerda)? Curioso, hein? Uma amiga minha disse que é “evolução”. Depois do idealismo infantilóide, o realismo pragmático. Que bom.

12 janeiro 2006

Big Bastard Brasil!

Além do meu tradicional "o que eu fiz hoje", nos próximos dias vocês acompanharão os oito episódios da mais nova minissérie da internet tupiniquim: o Big Bastard Brasil!
Quem não estiver a fim de acompanhar o Big Brother da Rede Globo, pode se divertir com as imbecilidades do reality show mais acéfalo da internet!
Na verdade, os 3 primeiros episódios já tinham sido feitos em janeiro do ano passado, chamado Big Brother Sims (!), no meu blog antigo. "Comemorando" o retorno do programa, voltei com a série. E dessa vez vou até o fim.

BIG BASTARD BRASIL
1 milhão de reais em disputa! Quem vai ganhar?

Gigantic City parou nos últimos dias. Afinal, começou o Big Bastard Brasil, um reality show totalmente inovador! Oito manés, juntos, na mesma casa, convivendo por 42 dias, disputando uma grana preta - 1 milhão de reais! A cada 7 dias, haverá um "paredão", no qual um participante será desclassificado e voltará pra sua casa com os bolsos vazios.
A criadora da idéia foi a maior e mais suja de todas as emissoras, a Rede Bobo
, que, afim de esmagar ainda mais a concorrência, passa o BBB diariamente, depois da novela "Algemas da Paixão". O público está curioso pelos rumos do programa. Afinal, é ele quem decidirá quem fica e quem sai da casa! Sem mais enrolação, vamos "dar nome aos bois":

Os participantes (todos têm entre 18 e 20 anos):
- Khaled: o nome diferente já indica que esse cara é bem original. Ele é budista, e tem um estilo de vida bem diferente. É meio paranormal, vive falando em coisas transcendentais, luz interior, e passa metade do dia meditando. Calmo, nunca entra em brigas. Trabalha como hipnotizador. Contudo, é gente fina e amigável.
- Melissa: a patty das pattys. Garota fútil, é o que há de pior entre a juventude materialista, consumista e capitalista. Foi pra casa por acaso - quando estava no shopping, achou um cupom do BBB. Como adora entrar em promoções de coisas populares, Melissa se inscreveu. No vídeo, mostrou suas habilidades em manipular outras garotas e em decidir qual roupa e qual música está ou não na moda. Adora fazer amigos, mas aguenta poucos instantes sem ir num shopping.
- Giovani: o rei da mulherada. Sua lábia para conquistar garotas é sensacional. Simpático, tem talento para ser ator, já que suas investidas são sensacionais - ele improvisa muito bem, e sua boa aparência e sorriso Colgate encantam as mulheres. Apesar de pouco esperto para complôs, é peça fundamental para qualquer confabulação, por ser um cara popular. Será que a mulherada resistirá às investidas dele?
- Tainara: a oportunista. Usa de sua beleza física e charme para abusar e se aproveitar dos outros. Vira-casaca, tem habilidade para se mudar de lado a seu belprazer. Não é exatamente uma confabuladora, é uma garota esperta e astuta. Contudo, Tainara possui um ponto fraco - tem uma queda por nerds. Por isso, evita complôs contra eles.
- Carlos: o estrategista e intelectual. Viciado em política, foi o mais jovem presidente do grêmio de seu colégio. Desperta a confiança de todos com seu jeito sério e discreto de ser. Mas sua discrição esconde um sujeito muito habilidoso para jogar - ele não está no jogo pelo prêmio ou a fama, mas pela glória (vai saber lá por que...). Ah, sim, ele curte Rock clássico, e trouxe dezenas de cds e seu discman.
- Raul: outro cara estranho que só a produção do programa poderia achar. Ele se veste como punk, é maconheiro (adivinha qual o desenho animado favorito dele? Scooby-Doo =D) e tem dupla personalidade. Mesmo com todas essas "qualidades", tem tudo pra ser um dos preferidos do público, já que esse jeito doidão de viver dele, por incrível que pareça, faz dele uma pessoa carismática.
- Mônica: a workaholic, a viciada em trabalho. Ela trabalha o dia inteiro, se empenha totalmente no seu ofício e quase não dorme (é a maior consumidora de café da cidade). Contudo, ela nunca conseguiu ser promovida para metereologista, pois ela trabalha tanto que não tem tempo pra amizades. Entrou no programa pra ter um descanso dessa vida tensa e fazer amigos.
- Natália: a romântica da casa. Trabalha com música desde os 16 anos, e é cantora de bar. Suas composições sempre falam de amor. Ela nunca teve um relacionamento duradouro, pois todos os seus namorados só pensavam em sexo. Contudo, ela ainda acredita que, um dia, encontrará sua cara-metade - quem sabe, até lá na casa! A atividade preferida dela é tocar piano e escrever poemas e sonetos.

OS PRIMEIROS DIAS
O apresentador Pablo Miau anunciou ao público naquela segunda-feira o início do BB Sims:
- Olá, espectadores idiotas! Começa hoje o programa mais demente e doentio da história, mas que ainda assim, você vai assistir! O Big Bastard Brasil já tem seus oito participantes exilados na mansão. Quer dar uma espiadinha??? A hora é agora, mané!
Os participantes já estavam na sala, sentados nos sofás, aguardando o anúncio da prova do líder. E ele logo veio:
- Boa noite, otários!
- Boa noite, Miau!
- Bem, seus ignorantes, vejam como será a prova do líder. Como a produção do programa é formada por um bando de retardados, a prova é bem simples - quem aguentar mais tempo o Palhaço Trágico, que acaba de chegar aí na casa, ganha a prova. Traduzido pro pessoal débil mental, quem tiver mais paciência, leva a imunidade e escolhe um dos emparedados. O que estão esperando? Que entre no quintal o Palhaço!
Aquilo foi uma notícia terrível pra eles - o Palhaço Trágico, um dos personagens mais odiados da história? Ainda assim, uma semana de imunidade valeria a pena. O fim da prova seria dado quando apenas uma pessoa resistisse ao palhaço. Passados quatro minutos, e uma pessoa já tinha caído fora: Melissa, que alegava que experimentar suas roupas novas parecia mais divertido. Minutos depois, Giovani, percebendo que poderia dar uns malhos na Melissa, também saiu. Meia hora depois, Mônica foi despachada, pois tentou enforcar o palhaço.
Já era madrugada, quando Natália desistiu - ela tinha acabado de ter uma idéia de uma canção romântica, que falaria sobre o Amor Trágico. Apenas quatro participantes na prova! Foi quando Raul desistiu, pois precisava de sua dose diária de maconha. Restavam apenas três!
Enquanto isso, Giovani achou Melissa no quarto:
- Oi, gatinha... como vai?
- Bem, mas sabe o que eu precisava? De shopping! Eu achei que aqui ia ter pelo menos uma lojinha pra eu descarregar minhas tensões e gastar dinheiro...
- Eu sei algo que pode deixar você menos tensa...
- O quê? Ei, espera, não me diga que você comprou o novo CD do Complicated Plan? É di-vi-no!!
- Não, estou falando em ir debaixo do edredon e "brincar"... topa?
- Bem, você é bonitão... eu preciso mesmo de uns amassos. Com certeza, eu topo!
E então, Giovani e Melissa tiveram uma diversão erótica debaixo do edredom por mais de 15 minutos, e só pararam quando a produção disse pra eles que não podiam trazer animais pra casa...
Voltando à prova, os três remanescentes, Khaled, Carlos e Tainara, continuavam bravamente. Contudo, já às 6h da manhã, Carlos viu que não era tão importante pro momento a liderança, pois uma coisa que ele não queria era "se queimar" com os outros participantes quando desse o voto no sábado... e Tainara o seguiu, por motivos já explicados no perfil. Khaled, graças à sua calma e sua paciência, se tornou o primeiro líder! Suas palavras a respeito disso:
- Graças às forças transcendentais de meu mestre, venci mais esse obstáculo. Aummmmmmm....
Nos dias seguintes, a galera da casa parecia bem amigável. Tainara, fingida como sempre, era amiguinha de todo mundo, e com sua lábia e beleza física, conseguiu virar, em poucos dias, um nome fora de cogitação para paredões. Carlos também fez social com todo mundo. Com duas garotas, em especial - Tainara e Natália. Com a primeira, falou mais sobre o nada (ambos gostavam de Seian Feld, famosa comédia "sobre o nada" da Philips). Com a Natália, falou sobre relacionamentos, fazendo o típico "chapa do ombro amigo".
Já Mônica pediu pra Khaled ajudá-la a ficar mais calma. O budista aceitou numa boa ajudar a hipertensa. Além disso, ele poderia ter outra prova de resistência, afinal, acalmar uma garota conhecida por seu temperamento explosivo e tensão era um desafio... Raul acabou se antipatizando com Melissa e Giovani, quando eles tomaram a cama de casal que era de direito dele, segundo o sorteio. Ele já estava pronto pra brigar com os dois, quando a maconha fez efeito e ele caiu no sono, repentinamente. A patty e o galã aproveitaram e deram mais uma rapidinha...
A casa precisava de uma intriga, e ela veio no sábado, dia da escolha do líder, de manhã. Khaled estava dando aulas de meditação pra Mônica, mas nada ainda fazia efeito, já que ela continuava nervosa com tudo. E ele tentou um último recurso - hipnose. Tudo ia dando certo, quando ele errou o último passo da meditação e acabou deixando-a mais acordada e tensa ainda:
- Pô, que droga! Você é um idiota! Irresponsável! Não faz nada direito! O Buda é um bundão!
Era o fim da picada. Khaled não disse nada, mas saiu da conversa alegando que "precisava de incenso", contudo, já sabia em quem votaria à noite...
E Pablo Miau, à noite chegou, pedindo o voto dele:
- Boa noite, seus macacos! Hoje, eu só vim pra pedir o voto do Khaled, que mandará um azarado pro paredão! Muito bem, Ghandi, digo, Khaled, em quem você vota?
- Miau, o meu voto vai por motivos de ofensa às minhas crenças e devido à inédita falha de uma hipnose minha. Por isso, eu indico a Mônica... Rápido, Natália, aproveita que você está mais perto da cozinha e pega um calmante, porque a Mônica está começando a ficar bem nervosa...
Khaled estava certo: Mônica se desesperou, e estava pronta pra espancar todo mundo, quando Natália achou o calmante e a deixou mais calma... não o suficiente, mas pelo menos ela dormiria algumas horas...
No domingo, todos os outros sete votariam. Pablo pediu o voto deles. Veja em quem cada um votou:
Mônica: eu voto no Khaled, ele foi muito mal... não pode votar nele? Droga! Então, vai a Melissa, ela é muito feliz, isso me incomoda... Argh!
Carlos: bem, eu declaro que meu voto vai para o Raul. Não pude conhecê-lo bem, afinal ele ficava dormindo o dia inteiro... e ainda roubou minha comida. Não que eu estivesse com fome, mas eu precisava votar em alguém.
Melissa: ah, tipo, saca, voto no Raul. Ele é ridículo, to-tal-men-te fora da moda! Além disso, me chamou de Velma... eca! Helloooo, eu sou estilo Daphne!
Raul: zzz... Hã? Ah, eu... voto... no... Giovani... pois... ele... roubou... minha... cama... zzzz....
Natália: voto na Tainara. Não confio muito nela. Será que ela trama pra me eliminar? Sei lá, tenho a leve impressão...
Giovani: bem, voto no Raul. Ele é um maconheiro fedido e esfomeado.
Tainara: escolho a Natália. Ela é muito amiguinha do Carlos... sei lá, não gosto disso.
Miau deu o resultado:
- Suas antas, aqui está o resultado - 3 votos pro Raul, ele vai pro paredão. Tchau, eu tenho que fazer um "teste de microfone" com a Eka, de outro reality show da emissora. Hehe, fui!
Raul recebeu bem o resultado, mas descarregou suas tensões de madrugada, quando deixou no talo o toca-CD, ao som de punk à la Sux Pistols, e impediu o sono de todo mundo... exceto Khaled, que, no quarto do líder, ficou ouvindo músicas indianas, relaxado... Mônica aproveitou o barulho pra limpar a casa inteira e cortar a grama, em tempo recorde - um dos hobbies preferidos dela, diga-se de passagem.
E então, quem será eliminado, Raul, o punk que adora um baseado, ou Mônica, a estressada que adora explodir com os outros?
Não perca o próximo capítulo desse reality show excêntrico e doentio, mas que você ainda assim jamais perderá um capítulo!

10 janeiro 2006

Relatório burocrático do dia

1. Jornada Pokémon - já consegui 6 das 8 insígnias. Mas vou treinar muito pro próximo ginásio, já que os pokémons das líderes estarão no lv 42, e os meus só estão em torno do 34. Estou vendo que vou ter algo pra fazer amanhã... oba.
2. Cocacólatra - neologismo que define como está minha saúde nessas férias. Viciei em Coca Cola, mais do que já era obcecado por esse líquido preto de gosto maravilhoso (sem piadinhas escatológicas, ok?). Ainda bem que eu sou magricela, senão ia ter problemas. Ainda mais devido à minha vidinha sedentária.
3. Consternações - atualizei agorinha com o episódio 5 e o 6, de uma só vez.

09 janeiro 2006

Temos que pegar!

Decidi ficar menos tempo no PC e mais nos videogames. Talvez seja uma nostalgia: dos 9 aos 13 anos, eu passava o dia inteiro lendo Nintendo World, EGM Brasil e Pokémon Club, e jogando N64 ou Game Boy.
Tudo mudou quando eu comecei a gostar de Rock e de política, e larguei daquela vida de gamemaníaco. Esporadicamente eu jogava um pouco de Tony Hawk 2 ou Tekken no Playstation do meu irmão, lembrando dos velhos tempos. Acho que o principal motivo para eu ter largado dos jogos foi bem simples: eu sou péssimo. Sim, sou tão ruim nos jogos que não consigo zerar nem Super Mario. Acho que o único em que eu sou até razoável é Pokémon - aliás, hoje eu estava jogando minha versão Sapphire, pra GBA. Apesar de já ter jogado tanto Pokémon, nunca consigo enjoar. É muito viciante passar o dia treinando seus monstrinhos para enfrentar líderes de ginásio, coletar insígnias, caçar itens, montar estratégias de batalha e vencer a Liga Pokémon. Acho que é justamente essa simplicidade do jogo que me cativou.
Comecei uma nova versão ontem à tarde, e hoje já estou me preparando para enfrentar o 5º líder de ginásio. Como ele usa pokémons do tipo Normal, vou treinar o Breloom (Planta/Lutador) e o Combusken (Fogo/Lutador), já que golpes do tipo Lutador são fortes contra eles.

Nossa, a minha série Consternações está parada há 5 dias, só fiz os quatro primeiros episódios. Acho que é preguiça... talvez eu pegue mais inspiração nos próximos dias e já faça logo de uma vez um "pacote" de 4 novos episódios. Enquanto isso, quem ainda não leu, confira lá.

07 janeiro 2006

Get up, lazy boy!

Decidi fazer alguma coisa para acabar com o ócio e do vício em internet, assim como tinha prometido no post passado.
Joguei o The Sims 2 que meu irmão caçula ganhou de Natal. Ô, joguinho viciante! Deixei de dormir quinta passada para jogá-lo. Sei lá, acho que eu gosto de jogos de estratégia/simulação, adoro ficar cuidando dos meus personagens (principalmente fazer festinhas universitárias e botá-los para estudar pras provas da faculdade - sim, eu sei ser bonzinho e sádico ao mesmo tempo). Criei até um personagem chamado Morrissey, mau-humorado e inteligente como o ex-vocalista do Smiths.

Fui no cinema ver "Os Produtores", com Matthew Broderick e Uma Thurman entre os atores de seu elenco. E descobri que adoro musicais. O filme é extremamente divertido, e ridiculariza o nazismo e os gays da maneira mais sarcástica e hilária possível, inclusive ao mesmo tempo (Hitler "alegre"). Mas em vez de simplesmente estereotipar, como fazem a maioria das comédias, ele esculacha, brinca com os clichês e pré-conceitos. Destaque para Broderick, que roubou a cena como o contador que decide virar produtor da Broadway e é cheio de tiques nervosos - e tem até um cobertor (lembram-se do Lino, amigo do Charlie Brown?).
E, finalmente, após tanto enrolar, assisti o Laranja Mecânica. E quero me matar por não o ter visto antes - putz, que filme sensacional. Uma crítica feroz ao Estado, mais ou menos da mesma maneira que o 1984 e o Admirável Mundo Novo. Um Estado que pode até decidir quando o indivíduo deve sofrer e quando deve se recuperar. Alex, o protagonista, era um arruaceiro que não ligava para ninguém, e maltratava até seus amigos e seus familiares. Isso sem falar nos estupros, roubos e atos de violência que ele cometia. Contudo, após acidentalmente matar uma mulher com uma estátua de gesso retratando um pênis (!), ele é capturado pela polícia, e vai para a cadeia. Em 2 anos, ele age sempre como uma pessoa hipócrita, dissimulada e que finge ser um cristão convertido e arrependido de seus atos. Contudo, sua vontade de ser libertado de lá o leva a aceitar ser cobaia de uma experiência criada pelo governo, o Tratamento Ludovico, que pretende em 15 dias transformar um perverso criminoso numa pessoa boa e redimida.
Só que Alex não esperava que o tratamento fosse tão intenso. Ele foi obrigado a passar por sessões de tortura em que o método empregado era assistir filmes sobre arruaceiros e estupros, para que se arrependesse de seus atos ao ver o quão cruéis eles eram. Com isso, ele foi completamente condicionado contra sexo e violência e também para algo que não estava nos planos dos médicos: contra música: em um dos filmes, que retratava a Alemanha nazista, a música de fundo era a Nona Sinfonia de Beethoven, o compositor clássico que ele mais gostava; depois de vê-la acompanhada de imagens tão cruéis como aquelas, ele passou a também ter uma repulsa por essa sinfonia, e toda vez que a ouvia tinha impulsos suicidas.
Quando acabou o tratamento, Alex estava em todas as manchetes de jornais, como 'propaganda' do novo método. Contudo, as coisas não foram nada boas para ele após a volta à 'liberdade'. Todos que ele maltratara antes da prisão se vingaram dele. Primeiro seus pais, que pouco depois de Alex ser preso alugaram o quarto para um novo inquilino. Depois, um mendigo (espancado na 1ª cena do filme), que se juntou a seus "parceiros de rua" para assaltar e bater no protagonista. Para surpesa dele, aliás, 2 de seus colegas da gangue viraram policiais, e quando espantaram os mendigos e o viram, também pagaram com a mesma moeda o egoísmo e autoritarismo de seu ex-líder. E as coisas ainda ficaram piores, já que ele foi socorrido pelo mesmo velhinho com quem Alex praticaram outro de seus atos de violência no início do filme (inclusive estuprando a esposa dele).
Por alguns minutos, este não se lembrava do jovem, mas quando se lembrou, chamou dois amigos para usá-lo como propaganda anti-governista (!), até porque o velho era oposicionista e escritor de 'literatura subversiva', e mostraria Alex como exemplo da crueldade dos métodos empregados pelo governo nas prisões. Para isso, não mediu esforços, inclusive prendendo o garoto em um quarto e colocando em seu toca-discos a Nona Sinfonia no volume máximo. O desespero tomou conta de Alexandre, que viu como única solução pular da janela e cometer suicídio. Para sua sorte (ou azar), ele ficou gravemente ferido, mas não morreu. Acordou no hospital, e lá novamente foi usado pelo Estado, mas de outra maneira: este queria a sua recuperação, para novamente usá-lo como símbolo da eficiência governamental. Para isso, ele foi bem alimentado, recebeu a visita dos pais (que prometeram dar lar a ele novamente) e recebeu um anti-tratamento, no qual reaprenderia a gostar de violência e sexo. Na cena final do filme, temos ele transando e dizendo "Finalmente estou recuperado".
Acho que não vou me arriscar numa análise mais complexa do filme (até porque o post já está enorme), mas pelo que eu entendi, o filme é um libelo contra o autoritarismo, mostrando o quanto as prisões são cruéis, como a violência juvenil pode atingir níveis alarmantes no futuro, o quanto é fácil para o aparelho estatal fazer uma lavagem cerebral nas massas, o quanto os opositores fracassam por apelar para a radicalização e, principalmente, o quanto o ser humano é cruel e vingativo.
Stanley Kubrick é realmente um gênio, a transposição para o cinema da obra de Anthony Burguess foi impecável. Tanto que eu estou louco para ler o livro e comparar com o filme. Talvez seja, ao lado dos livros de Huxley e Orwell, uma dos mais importantes obras distópicas.

03 janeiro 2006

Chega de tédio!

Estou cansado de ficar ocioso. Todo dia a mesma coisa: dez horas diárias de PC, cinco horas de televisão e nove de sono. A que ponto eu cheguei?
Vou ver se posso ir no cinema amanhã. De preferência algum filme inteligente/cult/indie, porque se for pra ver um hollywoodiano é mais fácil ligar o Telecine ou o TNT. E eu já estou cansado de fazer isso.
Ontem assisti na TV, Garfield - O Filme. Não entendi porque ele foi tão criticado negativamente. Gostei do filme. Acho que quem falou mal não entendeu os comentários sarcásticos do Garfield - que não foram poucos. Eu rolei de rir de algumas cenas. O gato é a metáfora do homem moderno. Eu mesmo me identifiquei com ele: preguiçoso, arrogante, folgado, irônico, egocêntrico, só vive de comida e soneca, e por aí vai.
Muitos reclamaram do fato de ele ter sido bonzinho com o Odie e ter ajudado a salvar ele do vilão da história. Mas eu nem liguei pra isso - pô, estou vendo um filme pipoca, e ainda quero um final realista e triste?
A massacrante maioria dos filmes atuais, independente do gênero, virou uma coisa extremamente previsível: já nos 30 primeiros minutos você já desvenda o final. E isso é desanimador, cara. Peguei raiva de cinema por causa disso. E quando um ator famoso como o Tom Cruise resolve fazer algo diferente (Collateral), as críticas são boas, mas a bilheteria é, no máximo, razoável. Nisso eu dou razão aos cults e indies, que sabem fazer filmes bem mais envolventes e criativos. O próprio Dogville, por exemplo (resenha dele no post de ontem, "embutida" no diálogo do episódio 2 de Consternações que eu resolvi postar aqui).
Enfim, espero ver algum filme bom nos próximos dias. De preferência um coreano ou ucraniano. =D

02 janeiro 2006

"Aperitivo" da Consternações - episódio 2: Vida de cão

Episódio 2 - Vida de cão

AVISO: ESSE EPISÓDIO CONTÉM REVELAÇÕES SOBRE O ENREDO DO FILME "DOGVILLE".

CENA 1 (Júlio e Bianca)

Segunda-feira, 10h. Enquanto fazem os preparativos da festa na Shadowplay, local da cidade aonde ocorriam eventos alternativos, desde shows de Rock a debates sobre livros, Bianca chega e encontra Júlio lá. Ele estava ajudando a organizar a discoteca.
- E aí, Júlio. Chegou cedo, hein?
- Digamos que sim. Decidi me antecipar e já iniciar os preparativos. Mudando de assunto, o Ed me disse que vocês iam ver um filme ontem. Foi o King Kong mesmo?
- Não. A sessão estava muito lotada. Além disso, eu já tinha visto no dia da estréia. Só iria na segunda vez por motivos de ordem "física", entende? E em cinema lotado, não rola. Então, eu e ele fomos na locadora. Assisti pela 3ª vez o "Dogville"! Já viu?
- Claro, adoro aquele filme. É quase indescritível o que eu senti ao vê-lo.
- Deixa eu adivinhar... você torceu pela morte deles no final?
- Óbvio! Você sabe que eu adoro ver personagens desprezíveis morrendo em filmes! Foi por isso que eu curti "Elephant". Pode até ser um prazer mórbido, mas aqueles habitantes do vilarejo mereciam aquilo.
- Também apoiei a decisão da Grace em pedir pro pai dela, o chefe dos gângsteres, autorizar o extermínio deles. Pô, ela sofreu o filme inteiro nas mãos daqueles desgraçados. Principalmente o Tom, culpado por tudo.
- Ele era um canalha. Na última chance que tinha para dissuadir a Grace da decisão dela, ficou falando daquela filosofia imbecil dele, de que o fato de ter se aproveitado dela não foi nada mais do que um "exemplo", e que seria material para o livro dele.
- Mas é assim mesmo. Acho que ele é uma metáfora para pseudo-intelectuais desumanizados. E a Vera?
- Representava as mães que mimam excessivamente os filhos, criando verdadeiros ditadores mirins e egoístas; e que toleram a infidelidade do próprio marido, e até o defendem das mulheres que são abusadas por eles.
- Nem me fale no marido dela... que porco chauvinista! Ele tratava a Grace como uma mera prostituta.
- Não só ele. Todos os homens de lá, exceto o Tom, transaram à força com ela. Isso sem contar os trabalhos compulsórios que impunham a ela, e até o absurdo de prenderem ela com uma coleira acorrentada a uma roda pesada. Como se ela fosse um animal! Como o ser humano pode ser tão mau e cruel?
- Pense bem, Júlio. Eles se sentiram sem escolha. A Grace, ao chegar lá como uma fugitiva, acabou com toda a tranqüilidade de Dogville. A polícia nunca tinha ido lá antes.
- Eu tenho uma tese para isso. O ser humano, quando perde a sensação de segurança, desperta sua face mais maléfica, um lado que ele mesmo não imaginava que tinha. Os homens são maus e sujos por essência. Foda-se Rousseau e os otários que acreditam que é a sociedade que o corrompe.
- Falou e disse. Já vi tantas perversidades que perdi minha confiança nos seres humanos. Nas cidades grandes, se vê um grande individualismo, aquela sensação de que "já que sou apenas mais um na multidão, não ligo para as outras pessoas, me importo apenas comigo". Uma vida de cão, é cada um por si.
- E nas cidades pequenas e isoladas como Dogville, é diferente, o que prevalece é um senso de coletividade excessivo, que os leva a essa "Atrocity Exhibition" (eu bem que te disse que Joy Division explica muita coisa =D). Se algum estranho entra na comunidade, há um senso de união, de "temos que manter a ordem"> Nisso, os habitantes da vila representada no filme, em vez de rejeitarem a Grace, supostamente demostraram bondade ao aceitá-la. Mas tinham segundas intenções.
- Exatamente! NOssa, eu compreendi justamente isso no filme! E no final, ela, após aguentar todo aquele sofrimento praticamente calada (e quando resolveu ser sincera, esbarrou na hipocrisia dos moradores de Dogville), finalmente toma uma atitude, e deixa de lado o que, segundo o pai dela, seria uma grande arrogância da parte dela: ser falsamente condescendente.
- Igual ao cristianismo, minha cara. As pessoas são domadas, adestradas. Em nome de uma ética maior, de uma moral regida pelo metafísico, se sujeitam a tudo. É por isso que eu sou ateu. Nietzsche explica muito bem o que eu sempre senti sobre os cristãos - eles estão errados em acreditarem que a fé move montanhas, que ser humilde é uma virtude. A virtude vem da vontade de potência, e não da fraqueza, da submissão!
- Você leu isso em "O Anticristo", não é? Me lembro bem desse trecho... ah, ainda sobre o filme, a Grace resumiu em uma frase toda a raiva interna dela, que foi simbolizada pelo ato de ela matar o Tom com as próprias mãos, em vez dos gângsteres fazerem o serviço. "Existem coisas que nós devemos fazer pessoalmente."
- Nossa, na hora em que ela falou isso eu até bati palmas!
- Hahahaha... você é incorrigível. Putz, estamos conversando há horas e não fizemos nada! Não se esqueça de que você vai ser o DJ da festa hoje!
- Eu sei. Vou organizar as mesas, então. Me ajuda com aquela ali. Mas vamos continuar conversando, detesto trabalhar em silêncio.
- Hehe, ok. Você viu que louco, no Dogville não haviam cenários! Só fizeram riscos no chão para representar as casas, o jardim, até o cachorro...

CENA 2 (Sérgio e Carolina)

Enquanto rolava essa conversa entre Bia e Júlio, a Carol e o Sérgio estavam combinando pelo telefone que horas ele iria buscá-la. Ele era o único da turma que tinha carro, e ficou de ser o "caroneiro". Eles aproveitaram e discutiram um pouco sobre música. Ela gostaria de saber quais bandas Júlio pretendia tocar na sua discotecagem.
- Rock alternativo em geral - disse Sérgio - O pós-punk de Joy Division, Smiths, New Order e The Cure, o shoegaze do My Bloody Valentine, o new indie rock de Franz Ferdinand, Interpol, Killers e White Stripes, e por aí vai. Talvez role até Beatles, Nirvana ou Pixies.
- Ótimo ainda bem que existe o Júlio. Estava cansado de ouvir gay music e eletrônico das discotecagens dos outros caras.
- Ah, vai me dizer que não curte Placebo, Scissor Sisters, Pet Shop Boys, Village People? =D
- Gosto, sim, mas toda vez toca isso! Cansei! Pô, ser indie não significa que, necessariamente, eu seja bissexual ou gay!
- Calma, vai ter muito hetero lá, não se preocupe... um dia você encontrará o "alterna da sua vida"... vou desligar, um abraço. E até lá.
Horas depois, mais exatamente às 20h, Sérgio buzinou na frente da casa dela. No carro, ela teve de se espremer, já que Alice, Tomás, Carla e Edgar também eram '"caronistas". Minutos depiois eles chegaram à Shadowplay.

(CONTINUA NO PRÓXIMO EPISÓDIO)

01 janeiro 2006

Minha nova série.

Propaganda do meu novo blog, dedicado exclusivamente à minha mais nova série:
Consternações
São seis personagens: Júlio, Giovana, Edgar, Bianca, Sérgio e Carla. Cada um com sua própria personalidade. O que uniu eles? Todos são indies/alternativos. Mas com muitas diferenças entre si...
Não vou descrevê-los. Talvez faça isso ao final da primeira temporada. Serão 20 episódios nela. Se "Consternações" der certo, eu faço mais capítulos. Espero que gostem. E comentem, nem que seja numa conversa no MSN. Sim, sou obcecado por reconhecimento. Mesmo que fique uma merda, falem comigo!