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Kaio

 

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24 janeiro 2006

Política: destros, canhotos e amputados

Nos últimos meses, li vários textos políticos com definições bem interessantes para as correntes políticas, incluindo um do blog do meu amigo Rodrigo "Sblargh", e decidi fazer o meu "political compass". O meu "dicionário" de posições político-econômicas ficaria assim:

- DIREITA: Defende a propriedade privada, a economia de livre mercado, a livre concorrência e o federalismo. Coloca a liberdade acima da igualdade. Dividida entre os libertários (os "anarquistas com cérebro") e os liberais clássicos.
- CENTRO-DIREITA: Capitalista, mas usa de intervenção governamental no mercado, a fim de favorecer os ricos. Engloba defensores de monopólios, cartéis e qualquer tática suja de mercado que favoreça apenas a elite econômica, em detrimento das outras classes. Geralmente, os centro-direitistas econômicos são politicamente conservadores. Um bom exemplo é o Partido Republicano dos EUA.
- CENTRO: Apóia a existência de propriedade privada e mercado, mas com uma forte intervenção estatal sobre esses. Por exemplo, os nazi-fascistas. Isso mesmo. Não acredite naquela conversa furada do seu professor marxista de que nazismo é extrema-direita. Todos os regimes políticos que defendam uma coexistência entre os interesses de mercado e governo, como o de Getúlio Vargas, são centristas.
- CENTRO-ESQUERDA: É basicamente o pessoal que defende a social democracia - alta carga tributária e educação, economia e saúde estatais, com o governo visando dar uma de Robin Hood. Contudo, também entram na centro-esquerda os populistas e assistencialistas (como Hugo Chavez, Garotinho e Lula), pois, para ganhar o apoio popular, impedir os pobres de se integrarem ao mercado e facilitar a tarefa do governo para (supostamente) combater as desigualdades sociais, criam serviços sociais, como o bolsa-escola, que não passa de parasitismo.
- ESQUERDA: Completamente contra a economia de mercado, baseiam sua teoria e prática num modelo de planificação econômica, com o Estado controlando tudo, inclusive as empresas e a vida privada dos cidadãos. Querem a igualdade social a qualquer custo, e para obter esse fim, eles não temem em empregar meios como a violência e . Obviamente, temos aqui os socialistas e comunistas.
- E OS ANARCO-SOCIALISTAS, AONDE ENTRAM: muita gente acha que os anarquistas são meros baderneiros sem plano de governo e mais pose do que ideologia. Ledo engano. Podemos ser simplistas e dividi-los em dois agrupamentos. Um é o anarco-capitalismo (ou libertarianismo), que, como vimos, pode ser considerado de direita. O outro é o anarco-socialismo. Esse é o que é simplesmente inclassificável. Eles são contra a propriedade privada, mas também são contra o Estado. A sua revolução baseia-se no niilismo de destruir tanto governo quanto mercado, sem um objetivo concreto em mente. Talvez seja por causa desse agrupamento que os anarquistas são tão malvistos.
- LIVRES PENSADORES E A "SEXTA" VIA: podem pertencer a qualquer posição, obviamente por não seguir nenhuma linha de pensamento, não se identificarem completamente em nenhuma ideologia. George Orwell, por exemplo, apesar de por muito tempo ser marxista, se desiludiu com a URSS e seu regime totalitário, e passou a críticar tanto o nazismo quanto o capitalismo monopolista e o stalinismo, as três ideologias dominantes dos anos 40. Portanto, eles pertencem ao que chamo pejorativamente de "sexta via".
- E VOCÊ, KAIO, É O QUÊ: posso ser chamado de arrogante por isso, mas me considero até certo ponto um livre pensador. Mas se tivesse que me identificar com as "cinco vias", muito provavelmente seria a direita libertária.
- CONCLUSÃO: Ciências políticas não são nem um pouco imparciais ou axiomáticas, não existe uma verdade absoluta nelas. Portanto, pensem duas vezes antes de confiarem naquele seu professor esquerdista ou no seu tio fascista...

 

Comentários:

 

 

Parabéns pelo dicionário. Bastante instrutivo!


:D
boa, podia vir conversar com a minha professora marxista de ciências políticas.


Você errou quando definiu os centristas. Getúlio jamais foi de centro.
Quem assume essa posição política (centro) não admite intervenção estatal. Os centristas tem o pensamento econômico parecido com o da direita. Presam a liberdade individual, propriedade privada, livre iniciativa, Estado mínimo, etc. Diferem dos direitistas porque rejeitam as teses conservadoras no campo social, religioso, sexual, moral e filosófico. Também são ferozes defensores de um Estado laico, sem influência de qualquer religião.


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