Guia vocacional para Kaio Felipe
1. DJ indie-shoegaze-noise-alternativo: cansado de disc-jóqueis comuns, do tipo que só toca música eletrônica entediante (isso quando eles não se arriscam em remixes de bandas medíocres ou incursões no techno-brega) ? Pois bem, "just call on me!". Já estou juntando uma grana para comprar os aparelhos necessários para discotecar. Bandas que eu sempre vou tocar: My Bloody Valentine, New Order, Joy Division, Pixies, Depeche Mode, Pet Shop Boys, Franz Ferdinand, Beatles, The Smiths, Blur...
2. Crítico musical: ei, eu já faço esse trampo esporadicamente no meu blog... e tenho todos os pré-requisitos para um crítico musical: chato, metido a sabe-tudo, intransigente, anti-social, acha que suas listas e resenhas são geniais, etc. Mas imaginem se eu trabalhasse em alguma revista ou jornal, com uma coluna feita só pra elogiar bandas que só eu conheço ou criticar bandas que eu nunca ouvi (mas peguei raiva só porque virou moda) ?
3. Pseudo-intelectual: essa é a melhor. Quero ser um daqueles malas metidos a filósofos vanguardistas que passam a vida inteira escrevendo artigos sobre política, com uma teoria linda (mas sem nenhuma prática). Além do mais, é a que mais dá dinheiro e combina melhor com meu perfil - passar o dia inteiro em casa, só por conta de escrever. E o melhor de tudo é que esses sujeitos criam verdadeiras legiões de fãs e defensores ardorosos. "Porque ele disse, então é a verdade".
4. Professor de História: meu sonho, há pelo menos uns três anos. Eu ia ser o professor mais sem noção do mundo. Metade das aulas seriam realmente de matéria (eu adoraria ficar com a parte da Idade Contemporânea), a fim de que eu cumpra meu maior dever como professor (ajudar o aluno a passar de ano. Ou vocês acham que as escolas atuais querem é dar conhecimento? Hahahaha). Mas no resto, só farra. Eu levaria músicas com letras de temática interessante para ser trabalhada, indicaria livros paradidáticos (ou levaria trechos deles para sala), liberaria o discman para os alunos que não quisessem prestar atenção na aula (antes eles ouvindo música do que conversando ou botando laxante na água do professor).
5. Escritor: uma maneira mais ampla de ser pseudo-intelectual. Eu poderia escrever obras políticas, "analisando a influência da cultura globalizada no pensamento moderno e suas consequências no modo de produção e na economia de mercado". Ou então romances. O "Consternações", com algumas adaptações, daria em algo legal. Apesar de quase auto-biográfico. Mas isso não seria uma qualidade? Ou realmente um defeito?