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Kaio

 

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26 setembro 2010

Coisas que aprendi sobre Kaio F. nessas férias

1. Após muita tentativa e erro, descobri que um dos melhores métodos para controlar a minha ansiedade - e, assim, me deixar concentrado em uma tarefa - é jogar um pouco de DS, principalmente se for Pokémon. Treinar meus bichinhos e/ou ganhar insígnias me deixa relaxado, assim posso fazer melhor aquilo a que me propus (por exemplo, ler ou escrever). O problema é quando fico pensando fora de hora no jogo...

2. Internet consome muito tempo. Tudo bem que a quantidade de coisas para se fazer nela é gigantesca (inclusive conversar, antes que achem que ela me deixa anti-social, rs), mas espero que a volta às aulas traga de volta o equilíbrio à minha grade horária.

3. Os gregos ainda soam muito atuais. Fiquei impressionado com várias reflexões nem um pouco datadas de Platão e Aristóteles em vários assuntos: democracia, sofistas, o aspecto moralista da comédia, o lado imoral da música etc.

4. Só fico com garotas quando eu menos espero. E é preciso que elas tomem tanto a iniciativa quanto eu; não consigo flertar sem um mínimo de correspondência explícita.

5. Quero uma vida estável, até mesmo tradicional. Constatei que quero casar e ter filhos,daqui a uns 9 ou 10 anos, quando já estiver financeira e profissionalmente estável. Acredito que não terei dificuldades com muitas das responsabilidades que casamento e paternidade implicam. O fato de eu ser um homem meio atípico (tanto para a minha época quanto em geral) traz certas vantagens, como ausência de "cafajestismo" e uma conduta pacata e que gosta de ter rotina. Claro que tenho certas dificuldades a sanar, como meu estilo individualista e solitário. Não sei se existem muitas mulheres que também tenham esse jeito de ser, e concordariam com que ambos tivessem "tempo e espaço" para ler, escrever e ficar pensando na vida ("monólogos internos")... Também não tenho muito apreço por certas modinhas pós-modernas que contaminaram os jovens, como o feminismo mais ressentido e radical (o mesmo valendo para o movimento LGBT) e o desprezo por qualquer tipo de compromisso ou envolvimento sentimental.
Agora que já defini meu objetivo, tenho um critério mais claro para escolher (e gostar em) uma garota. Até que ele envolve coisas básicas: bom humor, estabilidade emocional, inteligência, sensatez, auto-estima... Claro que também ajuda se ela, assim como eu, apreciar uma estética dark/soturna, mas não ser uma pessoa dark/soturna. Em outras palavras, ouvir post-punk, passar lápis preto e/ou gostar de romances psicológicos, mas não possuir uma personalidade deprimida e melancólica. Isso é possível, ou não passa de outra construção excessivamente idealizada? Tenho 10 anos para descobrir a resposta, rs.

6. Não tenho vários dos defeitos que eu jurava ter. Antes que isso pareça ser um "esforço arrogante em parecer modesto", serei mais claro: atribuí a mim mesmo, principalmente aos 15 anos de idade, várias características negativas que pensava ter, em uma tentativa exagerada de ser auto-crítico e sincero. Se, por um lado, isso me ajudou a não ter uma das coisas que mais abomino nas pessoas (não reconhecer suas deficiências), por outro virou um "simulacro", pois eu não sou tão prepotente, orgulhoso, egoísta e irritante quanto jurava ser. Sou um pouquinho? Claro, como qualquer ser humano. Só não posso exagerar na dose e ser ácido demais comigo mesmo. Não há problema algum em se achar inteligente, bonito e alegre. Se as pessoas compartilham desta opinião, já não é da minha alçada. A vida é muita curta para ficar se desesperando com "o que os outros vão pensar de mim". =)

7. Uma das grandes perguntas que procurarei (tentar) responder em minha vida é a seguinte: "É possível existir uma Ética sem Deus"? Em outras palavras, é possível fundamentar uma conduta de vida íntegra, correta e sempre em busca de valores elevados e aperfeiçoamento moral, mesmo não acreditando em uma divindade ou na imortalidade da alma (o que inclui achar que "quando eu morrer, acabou, viro pó")? Não me satisfaço com soluções utilitárias. Quero pensar este problema de forma mais ampla, o que meu agnosticismo não impede; embora eu duvide da capacidade cognitiva dos seres humanos de responder a pergunta sobre a existência ou não de Deus, não vejo nisso um motivo para não acreditar que existe uma verdade absoluta, que manifesta das mais diversas formas em nossa realidade.
Não acredito em transcendência (nunca passei por experiências epifânicas ou de revelação), então, embora possa até concordar com os cristãos filosoficamente, não me vejo seguindo alguma religião (ou heresia). Por outro lado, não vejo no fato de ser um livre-pensador qualquer desculpa para a licenciosidade moral, o relativismo cognitivo ou mesmo o niilismo.

8. Nada como acordar, tomar café da manhã (o mais corriqueiro é leite com Ovomaltine e Leite Ninho + pão com queijo na chapa) e assistir a "Os Cavaleiros do Zodíaco" às 8h, na Band. Até estou pensando seriamente em comprar o álbum de figurinhas, hehe. Não acho que seja só por nostalgia que estou vendo CDZ quase todo dia - inclusive pelo YouTube. A série é realmente boa, mesclando um tom épico com certas temáticas que dão pano pra manga para discussões mais filosóficas. Parem para pensar com mais cuidado em algumas das tramas a seguir e verão que elas não são tão superficiais como parecem: I - Máscara da Morte, Afrodite, Ares e a "justiça de Trasímaco"; II - Hyoga, Camus e a busca do Zero Absoluto; III - Shun e o cosmo oculto (e poderosíssimo) de um rapaz que não gosta de confrontos; IV - As "frustrações motivadoras" de vários dos cavaleiros inimigos, de Fenrir a Isaac.

9. Minha prioridade para o 6º semestre de UnB será a disciplina Introdução à Teoria da Literatura. Li 2 dos 9 livros da ementa, e já comprei 6 do total. Foi uma boa experiência dedicar parte das minhas férias para adiantar leituras. Aliás, amanhã, com o início do período letivo, espero que eu de fato tenha o tempo livre que planejei ter daqui em diante. Mesmo com a extensão do GEH, o artigo para o fim do ano (2ª prioridade), as três aulas para dar em Tópicos 3, as reuniões quinzenais do CEPE e os 20 créditos, acredito que será meu semestre mais leve na UnB desde 2008. Tomara!

24 setembro 2010

The Book I'm Writing

Já devo ter comentado isso por aqui: voltei a ter idéias para o meu livro. Hoje de manhã, depois que perdi a concentração para ler "Ação Humana", resolvi fazer um resumo dos temas de cada um dos capítulos. Não se preocupem, pois há poucos spoilers. =)
Espero que, assim, minha inspiração para voltar a escrevê-lo flua melhor.

Cada um dos capítulos terá um diálogo (ou monólogo) filosófico, em busca de uma resposta, conclusão ou, ao menos, definição mais clara das posições em jogo.
Capítulo 1 – debate -> César x Henrique, análogo a Sócrates x Trasímaco, Settembrini x Naphta. Liberdade, responsabilidade, individualidade, x revolta, moral revolucionária, coletivismo.
Capítulo 2 – todos, sobre vestibular -> Júlia e Mário guiam discussão sobre a véspera do “o início de tudo”, uma nova etapa na vida dos seis.
Capítulo 3 – primeiros meses de UNICOS -> Henrique e Alice x Júlia e César sobre invasão da reitoria e os aspectos políticos, éticos e até estéticos do movimento estudantil.
Capítulo 4 – mudanças e experiências no primeiro ano de universidade -> Giovana relembra seus tempos de feminista/LGBT. Fim da 1ª noite.
Capítulo 5 – festas e vida social -> ainda na ressaca, Alice se diverte com algumas histórias de baladas nas quais foi em 18 d.M.
Capítulo 6 – videogames e pessoas -> Mário conta anedotas de sua vida pacata, papeando com os demais sobre o mundo nerd e relacionamentos.
Capítulo 7 – política estudantil -> Henrique relata a vitória de sua chapa para o diretório central, e discute com Júlia e César sobre ideologias e causas defendidas.
Capítulo 8 – dilemas e angústias -> Mário & Giovana e suas principais dúvidas e indagações no crucial segundo ano de UNICOS, muito embora ela seja mais “complexada” que ele.
Capítulo 9 – amizade perfeita ou amor não-declarado -> Júlia & César conversam e relembram seus primeiros namoros, e como isso afetou a relação entre eles.
Capítulo 10 – passado e presente -> Júlia, no final do 2º dia, faz um solilóquio para refletir sobre sua trajetória pessoal, discutindo desde razão e arte até seus sentimentos por César.
Capítulo 11 – elogio do senso comum -> o futuro engenheiro Mário, uma versão brasileira de Hans Castorp, constata que sua vida é tranqüila, e que não há nenhum mal em não ser assim.
Capítulo 12 – caminhos da “bildung” -> César se isola para pôr os pensamentos em ordem. Os assuntos vão desde a excelência de 20 d.M. até o platonismo aristotélico (?) por Júlia.
Capítulo 13 – como resolver uma crise espiritual -> Giovana conta para os demais como, ao longo dos anos de universidade, abandonou o niilismo e se reconverteu ao catolicismo.
Capítulo 14 – tensão e desespero -> após uma séria confrontação com Júlia e Giovana, que criticaram fortemente seu relativismo, Alice entra em colapso e chora compulsivamente.
Capítulo 15 – o revolucionário e a hedonista -> Henrique & Alice relembram os primeiros meses de sua amizade (e até namoro), e procuram entender suas crises de consciência.
Capítulo 16 – a longa e definitiva conversa, parte 1 -> no fim da 3ª noite, Júlia & César falam sobre tudo, desde vida acadêmica e literatura até música e filosofia.
Capítulo 17 – a longa e definitiva conversa, parte 2 -> o assunto que não queria calar veio à tona: amor ou amizade? Com a ajuda de flashbacks, Júlia & César tentam se decidir.

23 setembro 2010

Days of Our Lives

Saturday Night -> fui ao Vaca Amarela com meu irmão do meio e meu melhor amigo, como quem não queria nada. Ingresso meio caro, mas o fato de não ir a este festival há quatro anos me fez não ligar muito para esse detalhe. Tinha uma banquinha da L&PM Pocket e outra da Monstro Discos por lá, portanto não fiquei sem nada para fazer quando os shows não eram interessantes. Gostei da performance dos mato-grossenses Os Inimitáveis. Lá pelas 10 e meia, abriram uma pista de dança. É claro que fui para lá, rs!
Nem me importei de passar um bom tempo dançando sozinho (ou com pouquíssimas outras pessoas), afinal a setlist dos DJs era clássica, pegando o melhor do rock oitentista (de Joy Division a Clash) com algumas coisas mais 70s (ex.: Michael Jackson e Bee Gees nas suas fases disco), 50s (pot-pourri de rock clássico) e 90s (Deee-Lite), e um ou outro indie-rock (Arctic Monkeys).
A noite só saiu do esperando quando estava tocando "How Bizarre"; tive um "unfail" (jargão bobo que inventei para dizer quando fico com uma garota). Foi meio do nada, e não sei dizer quem flertou primeiro. Porém, depois que ficamos, não fiquei serelepe, como costumo em situações inusitadas como essa. Sei lá, bateu um desânimo, mesmo após passar seis meses sem beijar ninguém. Não que eu estivesse com expectativas (acredite, se existe alguém assexuado, ele se chamo Kaio F.), mas sei lá, parece que alguma coisa não me agradou. Tanto que, uma hora, a própria amiga da garota veio me falar que esta não queria mais ficar comigo. Levei na esportiva, claro. Como os shows continuavam chatos (sério, não consigo diferenciar hardcore de metal), continuei andando com as duas, "de buenas". Porém, a conversa com a menina com quem eu havia ficado foi ficando boa. Dialogamos sobre um monte de coisas, desde relacionamentos até música, estudos e literatura. "Don't know why", mas uma hora deu vontade de beijar o rosto dela; ela gostou e ficamos por um longo tempo. Desta vez, foi muito bom; acho que chamam isso de "química". Inclusive passamos o tempo juntos no show do Velhas Virgens, que aliás foi hilário. Nunca vi uma banda tão irreverente e desbocada, rs.
Eu, meu irmão e meu amigo fomos para a casa deste lá pelas 5 da manhã.
Sunday Morning -> mal dormi; acordei às 8h. Passei a manhã lendo o prefácio do Hans Hermann Hoppe para o livro do Rothbard, "A Ética da Liberdade". Muito bom, por sinal. Voltei para casa na hora do almoço. Minha avó fez quibe, o qual estava uma delícia. Passei a tarde e a noite do domingo na internet.
Blue Monday -> dia de voltar para Brasília. No almoço, assisti a "Two and a Half Men" sob um olhar aristotélico (ou seja, ver a comédia como pedagogia/moral sobre como não agir, por meio de exemplos caricatos), o que foi no mínimo curioso. Após ganhar minha 4ª insígnia em Pokémon SoulSilver e tomar um milk shake no shopping-rodoviária (bom e barato!), hora de pegar o ônibus, às 16h. Cheguei ligeiramente atrasado para o colóquio, ainda com minha mala. O tema foi "Ortodoxia" (Chesterton). A discussão rendeu, espalhando-se por outros assuntos, e só fomos encerrar quase à meia-noite.
Ruby Tuesday -> pela manhã, saiu o resultado da matrícula. Bad, bad news: não consegui vaga em três das cinco matérias que pedi. Nas listas de espera, eu estava em 5º para Evolução das Idéias Econômicas e Sociais, 12º (ou 4º, se considerar apenas os que pediram a turma A, do Sobral) de Introdução à Teoria da Literatura e 12º (na prática, 9º) para Ética. Damn it...
Pouco li neste dia; passei a maior parte do tempo jogando Pokémon. Consegui três insígnias, após inverter a ordem tradicional - venci Pryce (Mahogany) antes de Jasmine (Olivine) e Chuck (Cianwood). Treinei bastante meus pokémons, e gostei muito da nova Safari Zone.
No mais, almoço na UnB, aula de Francês à noite e, assim que liberaram a matrícula vinculada, peguei EVIES - do nada, sobraram 7 vagas para essa disciplina.
Wednesday Addams -> acordei extremamente ansioso, em razão do MatrículaWeb. Assisti a Cavaleiros do Zodíaco, como de praxe, depois passei quase uma hora no site, dando F5, até que... sobrou uma vaga em ITL! Não perdi tempo e me matriculei. Só faltou dar pulinhos de tanta alegria, haha! Depois, alguns minutos de dúvida cruel para decidir a 5ª matéria, pois mudaram o professor de Ética, o que diminuiu meu interesse por insistir nela, o qual já estava minado pela turma superlotada. Após muitas opções levantadas (e até Lattes visitados), percebi algo que ainda não tinha notado - já ia fazer duas matérias difíceis (EVIES e ITL) e outras duas que, seja pelas tarefas (Técnicas de Pesquisa em Ciência Política) ou pelas 3 aulas que terei que dar (Tópicos em Ciência Política 3, "a matéria do PET"), também exigirão dedicação. Por que, então, não pegar uma disciplina mais light? Optei por Mudança Política na América do Sul, oferecida pelo mesmo professor que me deu aula de HSPLA no semestre passado. A turma é pequena e o horário é bom (se bem que terei que chegar bem atrasado em algumas 5ªs feiras por causa das reuniões do CEPE), e com isso não terei nenhuma matéria nas terças e quintas pela manhã.
Angústias (?) acadêmicas sanadas, voltei para o Pokémon SS e derrotei os Rockets em Goldenrod. Porém, resolvi guardar o DS, pois, com Mises e outras leituras por fazer, não posso passar tanto tempo nos videogames. Já me basta um vício (internet), certo? Acabei lendo 50 páginas de "Ação Humana", almocei no RU, finalmente liguei para a garota e peguei o MSN dela (boa e longa conversa, aliás) e passei o resto do tempo na web mesmo.
The Man Who Was Thursday -> passei a maior parte do dia preparando um fichamento e slides para uma palestra que daria no CEAC sobre "A República" (Platão). Tirando o fato de que, como sempre, falei rápido, gostei da minha exposição. O pessoal se interessou pelo livro e as discussões filosóficas suscitadas pelo mesmo. Depois, teve reunião da Aliança, para a qual tive de faltar no Francês. E agora, estou encerrando este post, heh.

18 setembro 2010

Prancheta

Passei a maior parte do sábado de maneira "peripatética", ou seja, andando e pensando. Por quê? Bateu uma inspiração (ou, pelo menos, indagação) sobre o meu futuro romance. Ainda não sei o nome, tendo em vista que qualquer pessoa sã não intitularia o seu livro de "Megalomania Psíquica" ou "(Des)construção Psíquica".

Discussões à parte sobre o título, o fato é que foquei os meus pensamentos na criação de 2 dos 6 personagens, que terão uma participação um pouco maior no romance do que os demais. Estou falando de César e Júlia. Tentei os mais diversos métodos para me autoesclarecer sobre as semelhanças e diferenças entre eles.

Talvez por inspiração da "Arte Poética" (Aristóteles), preocupei-me muito com a verossimilhança dos personagens. Percebi que havia muitas incoerências na construção deles, principalmente da Júlia. Decidi retirar algumas características delas e adicionar outras. O resultado é uma aproximação entre ela e César quanto ao individualismo e alguns valores e pressupostos (desde o ceticismo quanto a religiões até o realismo quanto à possibilidade de conhecimento objetivo), e a distinção em outros. Norteei-me pela oposição clássica entre Platão e Aristóteles: idealismo x realismo, normativo x substantivo, julgar x descrever... isso além de outras, tais como filosofia x arte, política x economia, libertarianismo x liberalismo clássico, agnosticismo x ateísmo, valores x utilidades etc. No final das contas, ele é um jovem escritor, apaixonado por Filosofia Política e preocupado em refletir sobre o que há de eterno e universal na ética e na moral, enquanto ela é uma estudante de Economia dotada de aguçada sensibilidade artística, além de modernista na maioria de suas preocupações e pretensões.

Uma outra oposição entre eles é entre escritores favoritos: Thomas Mann (linguagem clara, diálogo com a tradição, preocupação com a liberdade e a bildung) x James Joyce (linguagem experimental, reconstrução da tradição, preocupação com a estética e a universalidade do particular). Mais detalhes, em breve.

16 setembro 2010

Platóteles

I - Adorei "A República"! Mal posso acreditar que só agora fui lê-lo para valer. Aos 15 anos, ele foi leitura do Café Filósofico (na época, Oráculo) lá no Classe, mas o professor usou uma edição resumida da Scipione, então não deu para acompanhar bem pela minha versão integral - e que, ainda por cima, era da Martin Claret, rs.
Dentre os dez livros, aqueles que tiveram discussões mais interessantes foram o VI e o VIII. Aquele, com sua crítica devastadora aos sofistas e a formulação de uma teoria das idéias, e este, atualíssimo em suas considerações sobre o caráter da cidade e do homem democráticos.
O livro tem passagens controversas, especialmente no livro V e suas propostas de engenharia social, que vão da eugenia ao fim da propriedade privada (pelo menos para os guardiões e auxiliares). Porém, nem mesmo a distância de 2300 anos prejudicou a sensatez da maioria das idéias professadas em "A República". Talvez porque a preocupação com a justiça e uma ordem social mais equilibrada sejam temas atemporais, certo?
O valor literário da obra também merece destaque. Surpreende-me o fato de que os diálogos não são tão utilizados como estratégia discursiva dos filósofos. Por que as exposições intrincadas, complexas e herméticas (ou hermenêuticas, sei lá... qualquer palavra complicada que virou fetiche conceitual) predominam na área da Filosofia há tantos séculos? É preciso escrever de forma pouca clara para parecer mais profundo? É necessário ser incompreensível para se considerar sofisticado? Aliás, é esta a palavra certa. Mesmo correndo o risco de opinar sobre algo que não conheço muito, ouso dizer que a filosofia acadêmica, desde o século XIX, está infestada de sofistas, bastante preocupados em agradar a platéia com um discurso apocalíptico e em soarem rebuscados com uma linguagem mais complexa dos que as idéias emitidas.
O que Platão diria sobre eles? E como os relacionaria com o colapso moral típico das sociedades democráticas? Posso lhes garantir que estamos menos distantes da Grécia do período clássico do que gostaríamos de acreditar. Só falta um tirano para que a tragédia (ou comédia, tendo em vista os personagens medíocres?) fique completa.

II - Semana que vem darei uma palestra sobre "A República" no CEAC, o que será um bom pretexto para fichá-lo com cuidado, o que já irá me deixar preparado para ITL - farei na turma do Sobral, e esta obra platônica será tema da 1ª prova. 

III - Já comecei a ler "A Poética" de Aristóteles, e mais uma vez me deparo com o estilo claro e preciso deste filósofo, o qual já havia observado anos atrás em "Política" e "Ética a Nicômaco". Poucos homens conseguiram expressar tanto bom senso sobre a alma humana e a vida em sociedade. Dentre seu imenso leque de temáticas, até suas considerações sobre arte se tornaram canônicas, como percebo pela leitura.
Aliás, é outro livro que precisarei fazer um fichamento, para me lembrar de todos os conceitos.

IV - Aproveitando que estou falando de gregos, nada como mencionar meu melhor programa de férias: assistir a Cavaleiros do Zodíaco na Band, às 8 da manhã, de 2ª a 6ª. Também estou acompanhando alguns episódios pelo YouTube quando como Miojo aqui na kitnet (adoro comer vendo algum vídeo!). Estou percebendo detalhes novos; por exemplo, que Shun de fato é muito poderoso, quando larga seu pacifismo afeminado e se propõe a lutar a sério.

V - Tirei SS em todas as matérias que fiz no semestre passado! Meu ego nerd agradece a subida de meu IRA (4,74 -> 4,82). Agora, é esperar o servidor do MatrículaWeb ficar menos lotado para pedir as disciplinas do 2/2010; ou seja, amanhã!
Pretendo fazer Introdução à Teoria da Literatura, Evolução das Idéias Econômicas e Sociais, Ética, Técnicas de Pesquisa em Ciência Política e Tópicos 3 (Formação e Dinâmica do Mundo Moderno). Quanto às três primeiras, especialmente ITL, já cogito a possibilidade de ter que pedi-las no ajuste ou para o(a) coordenador(a).

13 setembro 2010

Viva o politicamente incorreto!

Ateu, professor australiano fuma a Bíblia e o Alcorão. Qual dos dois livros sagrados dá um "barato" maior?

12 setembro 2010

Into the Basement

Porão do Rock em 10 tópicos!

1. Como Cheguei: saí de Goiânia às 10h, para desembarcar em Brasília três horas depois. Arrumei parte das minhas malas e almocei no Giraffa's. Em torno das 7 da noite, peguei dois ônibus, sendo um para a Rodoviária e o outro para o Ginásio Nilson Nelson. Logo de cara, fiquei impressionado com a estrutura que montaram para o Porão. A escolha do local não poderia ter sido mais acertada. Havia três ambientes, portanto havia rock para todos os gostos: no Palco GTR, tocou metal, e havia até arquibancadas (usaram o estádio); no Palco Pílulas, predominou o rock "à moda antiga", e com espaço para o psychobilly; por sua vez, o Palco Chilli Beans contou com bandas mais pop e alternativas (por mais paradoxal que isso soe). 

2. Tributo a Led Zeppelin: o primeiro bom show da noite. O repertório consistiu em músicas da 1ª fase do Led (os quatro primeiros álbuns), o que incluiu "Whole Lotta Love", "Black Dog", "Good Times, Bad Times", entre outras. Eu gostei bastante; adoro covers (ainda mais os bem-feitos) de bandas clássicas.

3. Sick Sick Sinners: depois que eu encontrei uma colega, fomos ver esta performance. Tirando uma situação meio desagradável (houve tumulto na rodinha punk, pois parece que alguém esbarrou em um skinhead e o bando todo foi para as vias de fato), gostei do que vi. Um dos vocalistas tocava um... contra-baixo! Isso mesmo! Mais estiloso e brutal, impossível. Gostei do sotaque à la Flinstones desta banda, que é paranaense.

4. Conversas: passei um bom tempo conversando com esta colega e uma amiga dela. Falamos de tudo, desde música até relacionamentos. Foi divertido.

5. Área VIP: de repente, uma outra amiga delas, que é do meio musical, disse que possuía cortesias para a área VIP. E isso a alguns minutos de começar o show do Pato Fu! Vi alguns rostos familiares por lá, o que pode ser um sinal de que eu estou gradualmente me inserindo nessa "elite indie"... ou apenas o fato de que já encontrei essas pessoas em vários lugares, desde aniversários até boates.

6. Pato Fu: de longe, o melhor show da noite. Eu já havia visto uma apresentação deles três anos atrás, no Goiânia Noise, a qual tinha sido mais do que satisfatória. No Porão, entretanto, eles superaram todas as minhas expectativas. Tocaram todos os clássicos, inclusive as músicas mais excêntricas, como "Rotomusic de Liquidificapum", "Capetão 66.6 FM" e "Made in Japan". Fernanda Takai e cia. mostraram simpatia e carisma, com direito a dancinhas e descontração com o público. Ex.: "Tem pessoas pedindo para que tocássemos músicas do disco novo. Se vocês trouxerem os brinquedos - já que não estamos com eles aqui! -, a gente toca" (John). Se a noite tivesse acabado aqui, o saldo já seria positivo. Porém, ainda havia mais pela frente...

7. She Wants Revenge: pouco depois, minha colega foi embora, e voltei para a área VIP para assistir à banda que eu mais queria ver no Porão do Rock. Eu não teria ido embora de Goiânia mais cedo nessas férias se não fosse por causa deles. SWR, man! O show, no entanto, começou meio 'do nada'. Só fui notar que era para valer - e não uma passagem de som surpresa - quando eles estavam terminando a primeira música, "Red Flags and Long Nights". Tanto que só entrei na VIP quando estavam tocando a 2ª, "These Things". Tocaram boas faixas, como "Out of Control" e "True Romance", porém senti que faltou alguma coisa... Foi um show curto (tocaram umas 9 músicas), burocrático e sequer executaram a minha favorita, "I Don't Want to Fall In Love". Porém, salvaram-se graças a duas canções: o inesperado - e ótimo - cover de "Wave of Mutilation" (Pixies), naquela versão mais lenta intitulada 'UK Surf', e o desfecho com "Tear You Apart", que botou todo mundo da platéia para dançar, até mesmo o pessoal blasé que estava à minha volta, rs. 

8. Galinha Preta: depois do SWR, fui ver um show do The Super Suckers no Palco Pílulas. Encontrei um amigo de POL por lá, conversamos e, de repente, chega uma colega minha, aparentemente bêbada, toda animada e querendo dançar comigo. Até pensei que ela queria ficar comigo (obviamente, não era o caso; e eu até perguntei, haha). Apareceu uma amiga dela e foram embora. Depois dessa situação inusitada, reencontrei meu amigo na última performance da noite. Tradicional e irreverente, o (a?) Galinha Preta destilou suas várias canções de 1 minuto cada, dissertando sobre temas como o impacto ambiental das sacolas de plástico e o niilismo epistemológico ("Você não sabe nada, eu não sei nada").

9. A Caminhada: 5 e meia da madrugada. Porão encerrado. Hora de ir para casa, certo? Acatei a sugestão do meu amigo, e fomos a pé até a rodoviária. Não era muito longe dali; a 20 minutos, acredito. Foi uma cena impressionante: dezenas e dezenas de fãs de rock (a maioria vestida de preto, claro) caminhando até a Rodoviária do Plano Piloto. Até parecia uma procissão religiosa.

10. Considerações finais: peguei uma lotação e cheguei no meu bloco em torno das 6h30. Twittei e imediatamente fui dormir. Adivinhem que horas acordei? Quase às 5 da tarde! Deve ter sido meu recorde em 2010, rs. Passei o resto do dia na internet, e só sai de casa para comprar uma pizza. Dormi em torno da meia-noite, e no dia seguinte, devidamente descansado, acordei já às 5h da manhã.

O Porão do Rock foi muito bom; certamente o melhor dos três em que já fui. Será que a edição de 2011 conseguirá superar esta?

(Post concluído em 15 de Setembro, pois, como vocês viram, dia 12 eu estava muito cansado)

10 setembro 2010

Neutral Milk

O grande tédio das férias está a me atacar. Tanto é que hoje (quer dizer, ontem; Kaio, são 1 A.M.!) nem consegui ler mais do que 50 páginas de "A República", e passei a maior parte do dia no videogame ("Sonic & Sega All-Stars Racing", e um pouco de "Pokémon SoulSilver"). Felizmente, quebrei a rotina e visitei alguns familiares. Pude finalmente ver meu irmão recém-nascido (Mateus Augusto, filho do meu pai e de minha madrasta) e reencontrei minha avó materna e meus avós paternos.

Espero achar um lugar para sair à noite nesta sexta-feira. Prometi para mim mesmo que conheceria melhor a nightlife goianiense. Quanto ao sábado, praticamente já confirmei minha ida ao Porão do Rock. Aliás, preciso achar alguém para ir comigo... O motivo é o mais utilitário possível: pegar carona na volta, rs.

No mais, a semana em Goiânia vem sendo produtiva. Até estou mais auto-consciente e reflexivo sobre alguns dos meus defeitos. A questão é se estarei disposto a corrigi-los... 


Sobre o livro: Platão é tão moralista que, quando eu chegar na parte do texto em que ele faz sugestões mais radicais para a sua cidade ideal, é provável que ele consiga fazer até estas propostas mais heterodoxas soarem como o que há de mais belo, justo e adequado. Porém, não cairei na ladainha de considerá-lo (e a Sócrates) como apenas outro(s) sofista(s), embora favorecido(s) pelos rumos da História do Ocidente e blá blá blá. De fato, as preocupações dele são legítimas, mesmo quando exageradas. A sua concepção de educação me inspira tanto respeito quanto dúvida. Afinal, será mesmo possível evitar ao jovem em formação tudo que seja má influência? E, mesmo se for, quão saudável e desejável isso será? Pode ser que esta atitude apenas o deixe mais suscetível ao injusto e desviante - se, é claro, consideramos o "desejo do proibido" como algo quase inerente à condição humana.  
Só para fechar: acho que aprendi mais sobre teoria dos jogos com Trasímaco que com 5 semestres de Ciência Política. Ok, exagerei um pouco, mas percebi que aquilo que, hoje em dia, se propõe como o que há de mais científico no estudo dos dilemas sociais e do comportamento político, na verdade compartilha os pressupostos e perspectivas dos sofistas, apesar dos 2500 anos de distância temporal. Ex.: pessimismo antropológico, ceticismo quanto ao bem comum, avaliação do custo-benefício das ações, o interesse individual como ponto de partida etc. Ironical, huh?

07 setembro 2010

Dois pitacos

1. Próximos dias - Pokémon e Platão. "Soul Silver" e "A República", pelo menos a priori, nortearão o resto de minha semana, até meu retorno a Brasília, no sábado. Aliás, quando eu voltar para lá, em 11/9, irei ao Porão do Rock...

2. Art Brut é uma das bandas mais interessantes que descobri em 2010. As letras são sarcásticas e inteligentes, e o vocal de Argos, bem debochado e pseudo-alemão, só as reforça. Seus versos satirizam tudo, desde o mercado consumidor de música ("shouldn't be voting") até as temáticas canônicas do rock (chegam a criticar o sex & drugs do Velvet Underground), além de celebrarem as HQs e os milk shakes em plena idade balzaquiana. Gostei da vitalidade bem-humorada desta banda! Minhas favoritas: "Good Weekend", "Formed a Band", "DC Comics and Chocolate Milkshake", "Bang Bang Rock And Roll" e "Demons Out!".

05 setembro 2010

Closing Mind

Allan Bloom conseguiu me fazer ler 90 páginas de seu livro, mas terminei este domingo com a cabeça doendo. Não tem problema, pois foi uma leitura mais do que proveitosa. Amarga em sua análise da sociedade americana (mas com descrições e avaliações que também valem para o Brasil), mas também certeira em suas críticas.
O resgate que ele faz de Nietzsche é interessantíssimo. A narrativa que faz da demolição e relativização dos valores ocidentais é pertinente. É raro ver alguém discutir e comparar Weber, Rousseau, Freud, Locke e Woody Allen de maneira fluida. Só achei um pouco exageradas as críticas que ele fez a Thomas Mann, mas concordo que há certos exageros freudianos em "A Morte em Veneza".
Hora de dormir, pois amanhã tenho umas tarefinhas do GEH por fazer e um livro para terminar.

03 setembro 2010

Revisão bibliográfica - parte 1

Hoje acordei renovado e de bem com a vida. Mesmo assim, estou rindo de algumas ironias do destino... Acho que preciso confessá-las para poder começar meus novos caminhos sem olhar para trás.

1. Parece que tenho uma mania de prever meu futuro. Minha vida parece um eterno retorno, rs. Dêem uma olhada no seguinte texto, que escrevi dois anos atrás. O que soava como ressentimento de "rejeitado na seleção" hoje soa como "um ciclo que se completa".

"Eles estão mais preocupados com extensão, 'retorno para a sociedade' e 'responsabilidade social', enquanto minhas prioridades contemporâneas são ensino, pesquisa (a sobre libertarianismo ainda está de pé) e responsabilidade individual. Logo, como diriam os Hives, 'I'm on my way, can't settle down'."

2. Sabia que já defendi o feminismo e a causa LGBT ("A quebra e reconstrução dos paradigmas da sexualidade") e o movimento estudantil engajado sob uma ótica "11ª Tese sobre Feuerbach" ("A falência (e a falácia) da UNE")? E isso mesmo já sendo direitista-libertário?

"... apenas me limito à expectativa de que os próprios universitários que forem ingressar na UNE, nos próximos anos, tentem trazer novidades (entenda-se: mudanças) para a mesma, para quem sabe reconstruir o movimento estudantil nacional. O sonho não acabou. Por enquanto."

"... é inegável que os homens realmente se impuseram, através dos tempos, como o lado mais forte. Há até quem diga que tal repressão às mulheres viria exatamente de machos reprimidos e temerosos em relação ao, por assim dizer, 'poder do buraco negro'."

Porém, foi alguns meses antes de entrar na UnB... Parece que foi preciso deparar-me com muito "fashionable nonsense" e "imposturas intelectuais" de DCE, UNE, Klaus etc. para descobrir a triste verdade. Não que hoje eu seja um machista e pelego; muito pelo contrário. O que houve é uma maior clareza, em questões de gênero & sexualidade e representação estudantil, sobre quais são: 1) as causas relevantes e 2) os meios adequados. É óbvio que retórica espumante, invadir reitorias e pichar murais não entram nessas categorias... 

3. Dia desses, achei uma redação cujo rascunho eu já postei no blog, exatamente 5 anos atrás. Transcreverei o original, pois este texto foi muito importante para a minha "bildung". Além da referência musical explícita (Joy Division, uma banda que eu havia conhecido dias antes, e já era fã), é uma história de amor e tragédia que, retrospectivamente, soa como o prenúncio da tal "fase dark" (2005-2006) sobre a qual tanto já falei aqui no blog. Confiram:


O amor vai nos separar


Breno estava ouvindo “Love will tear us apart”, do Joy Division. Ele amava aquela banda, e sua própria personalidade refletia isso: um pós-adolescente de vinte anos, gótico, triste e solitário. Foi quando escutou um barulho, em meio à soturnidade do seu quarto. Era Cecília.
Ela tinha tentado se matar. Se jogara da janela do quarto dela. Ficou ferida, mas não estava desfalecida. Breno foi resgatá-la. Ambos eram vizinhos há três dias, mas ainda não tinham se conhecido, já que ela, assim como ele, era depressiva, reservada e fã de pós-punk. Ela estava se recuperando do desmaio, e, enquanto ele botava curativos nos ferimentos dela, viu a camiseta dele, com a foto de Ian Curtis, e disse com uma voz embargada:
- Você... é fã do Joy Division?
- Sim. Também gosta dessa banda?
- E como! Sou fanática e obcecada por eles!
Poucos dias depois, eles já estavam namorando. Passavam madrugadas a fio escutando música e perambulando pelos becos da cidade. Só tinham um ao outro, e não sobreviveriam sem a companhia d’outro. Mas a vida sombria e o amor mútuo e intenso entre ambos jamais terminaria bem.
Passaram-se quatro meses. Breno queria fugir da cidade, e convidou sua namorada. Ela recusou, alegando que já se acostumara com a cidade decadente em que eles moravam. Eles brigaram feio, e a discussão foi maior ainda devido ao tédio e desesperança do casal – sem amigos, sem perspectivas, sem nada. Prometeram que jamais se veriam novamente. Mas sabiam que, inevitavelmente, aquilo seria fatídico para ambos.
Na noite de dois dias após a briga, Cecília recebeu uma carta. Era de Breno. A carta só tinha três fases e o nome do remetente. Dizia: “She’s lost control. Heart and soul. Love will tear us apart”. Traduzindo ela soube o que ele quis dizer ao citar o nome de três clássicos do Joy. Só podia ser aquilo que ela imaginava. Ela, então, correu desesperadamente em direção ao quarto dele.
Quando ela entrou lá, sentiu um “dejà vu” dele com Ian Curtis. Breno estava morto, enforcado por uma corda e caído em cima da cama. Havia cometido suicídio. Ela chorou, e soube logo que aquela era A hora de fazer o que tanto desejava. Ligou o som, colocou na vitrola o disco “Closer”, do Joy Division, abriu a janela e se jogou dela. A vizinhança, minutos mais tarde, encontrou um cadáver de uma moça na calçada.

02 setembro 2010

Ch-ch-changes!

O pessoal do GEH sugeriu que eu ficasse com uma das bolsas, portanto o problema financeiro já foi sanado. No fim do mês, é só pedir a transferência. Fico mais aliviado, pois agora tenho um estímulo a mais para focar todos os meus esforços pelos Estudos Humanistas. Faremos uma extensão de excelência ao longo do 2/2010! Aguardem...

No mais, amanhã volto para Goiânia. Quero descansar bastante nos próximos dias, mas levarei, dentre outras, duas leituras importantes para Outubro: "A República" (Platão), para Teoria Literária - e, talvez, para Filosofia Antiga também -, e "Ação Humana" (Mises), para o grupo de estudos.

Arrivederci, ragazze!

Hello, Goodbye

Hora de revelar o segredo: saí do PET.
Não estava conseguindo me adequar ao projeto de extensão no qual o grupo estava envolvido, então a melhor solução seria sair do programa. É uma pena; eu adorava desenvolver as atividades de ensino e pesquisa. Porém, o 3º "pé do tripé", a extensão, era algo com que eu não concordava já nos próprios pressupostos.
Tenho o defeito de ser muito sincero nas minhas ações e palavras. Se não gosto de algo, paro imediatamente de fazê-lo, e deixo isso bem claro. Isso é uma atitude anti-social, mas infelizmente (será?) não consigo desempenhar tarefas para as quais eu não tenha a mínima motivação. Talvez essa situação tenha servido para me mostrar que, no final das contas, eu preferi a 2ª das alternativas que propus ontem:
"mais íntegra, mas envolve perdas imensas, que podem ter reflexos duradouros."
Agora, é entrar no mercado de trabalho e procurar um novo emprego. Preciso ver se há alguma monitoria remunerada, ou coisa do gênero. O que não dá para ficar é sem dinheiro!

Hay La, Hey Hello-a...

01 setembro 2010

My isolation will tear us apart... again?

Acabei de fazer 2 twits meio misteriosos, e não será neste post que vocês terão uma explicação para isso.
Amanhã tenho uma decisão importante a tomar. O problema é que estou em um jogo lose-lose: de qualquer maneira saio perdendo. Uma escolha trará mais benefícios a curto prazo, mas significaria abrir mão dos meus princípios. A outra me soa mais íntegra, mas envolve perdas imensas, que podem ter reflexos duradouros. Que fazer?
Provavelmente optarei pela 1ª, mas ela envolverá um amplo esforço de minha parte, ao longo dos próximos 9, 10 meses, por algo que, pelo menos atualmente, não me interessa nem um pouco. O problema é que já criei um clima desfavorável para a consecução dessa alternativa, o que pode complicar ainda mais minha empreitada. Sério, se não fosse por aquelas duas coisinhas, uma ligada à base material e a outra ao status, eu não titubearia em dizer "não". Whatever. Quem mandou nascer na década (ou século?!) errada? Deal with it, bitch!
Pelo visto não vai ser agora que me libertarei do "reino da necessidade". Preciso de mais um ano para tal. Porém, paciência e empenho são fundamentais para que, já na época da formatura, eu tenha tudo encaminhado para um futuro maravilhoso. Até agora, minha vida vem saindo bem próxima do ideal que tracei. Um pouco de imperfeição não faz mal, afinal são os "contras" que nos dão motivação para lutar pelos "prós".
Enfim. Vamos ouvir My Bloody Valentine, ler Allan Bloom* e ficar divagando durante as caminhadas. A vida é feita desses pequenos prazeres.

*Aliás, "O Declínio da Cultura Ocidental" deixou mais claro o Zeitgeist em que estou envolvido. Chega até a ser melancólico, se não fosse estimulante (a fazer "algo" a respeito). Detesto utilizar metáforas bélicas, mas infelizmente estou em meio a uma guerra. Uma guerra cultural. Até mais!