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18 fevereiro 2012

Sense of Doubt

Confesso que sinto um estranhamento por ter me tornado um "cristão sem fé", ou seja, por ter aderido ao Cristianismo (inclusive aceitando suas conseqüências morais e filosóficas) mesmo sem ter tido uma experiência religiosa, epifânica.
Digamos que de facto eu continuo sendo um cético, uma pessoa intocada pelo sobrenatural; mas, acho que isso não me impede de aceitar racionalmente que os ensinamentos da religião cristã são mais sensatos que as outras filosofias existenciais que conheço. Acho que minha adesão também tem um quê de estética, no sentido de eu achar a doutrina cristã mais "bela" do que as demais.
É, pelo visto a minha decisão de anteontem foi mesmo só o 1º passo, hehe.

16 fevereiro 2012

Jesus walking on the water

16 de Fevereiro de 2012: o dia em que me assumi cristão. Estou finalmente de volta ao que eu era até os 13 anos.
Passei pelo ateísmo, pelo agnosticismo e recentemente até por quimeras como o "humanismo cristão", mas acho que já é hora de aceitar que a única religião que considero próxima à minha visão do Homem e do Eterno é o Cristianismo. Porém, ainda me falta uma experiência de fé para consolidar essa "conversão".
Digamos que "racionalmente" estou aderindo ao Cristianismo, porém ainda falta fazê-lo "sentimentalmente", por meio daquilo que chamam de epifania. Ou seja, estou dando apenas o 1º passo. (Ah, e é claro, também preciso começar a ler mais a Bíblia!)
Ainda posso ser (e sou!) humanista, mas o meu humanismo é filosófico; jamais poderá se arrogar religioso, metafísico. Em outras palavras, minha cosmovisão é humanista, mas não o que apreendo do sobrenatural, do transcendental. Digamos que eu seja um cético que quer acreditar ("I want to believe", como diria o Mulder), um agnóstico que está disposto a crer, aberto a ter fé.

Vamos recapitular o meu percurso até chegar a essa decisão. Na minha infância eu tinha três opções religiosas: minha mãe é espírita, meu pai (e a família dele) são evangélicos e a família da minha mãe é católica. Porém, nenhuma das três me despertou interesse. Até cheguei a ir a missas dominicais com meu avô, à igreja que meu pai freqüenta e, principalmente, ao centro espírita no qual minha mãe vai. Dos 10 aos 13 anos de fato cheguei a me considerar espírita, mas com o tempo fiquei entediado; minhas preocupações passavam bem longe de assuntos religiosos, e a abordagem pseudo-científica do espiritismo me enfastiava.
De repente, virei ateu. Como na maioria esmagadora das "conversões" ao ateísmo, as circunstâncias foram banais: em uma aula de História na 7ª série, meu professor falava de várias religiões, e por fim mencionou de passagem o ateísmo, sobre o qual eu jamais tinha ouvido falar até então. Pensei com meus botões nessa nova "possibilidade epistemológica" que se abria a mim: "Quer dizer que eu posso simplesmente não acreditar em Deus? Ufa, que bom, já não preciso mais ser hipócrita! Sou ateu!"
Durante os três anos seguintes mantive-me incólume na minha descrença em Deus, combinada a uma forte crença na ciência e no "progresso". Digamos que eu era um Dawkins juvenil, pois eu também adorava criticar a Igreja e tudo relacionado a ela. Certa vez, na 8ª série, cheguei à brilhante conclusão de que Jesus Cristo era socialista! (uma colega católica ficou furiosa quando eu disse isso em uma aula). Mesmo quando abandonei a esquerda mantive meu materialismo na "esfera" metafísica.
Depois que li Nietzsche, então, senti ainda mais legitimidade intelectual para a minha postura. Leiam posts como "Sem tempo", "Pra encerrar o dia", "Kaio, você é o meu ídolo!", "Bem, o que eu tenho a dizer hoje?" para verem como eu tinha a arrogância e petulância típicas dos ateus. Li "Os Irmãos Karamázov" e não me impressionei com o trágico destino de Ivan; pelo contrário, admirei-o sem me importar com a degeneração mental que o niilismo lhe acarretou.
Porém, aos 16 anos, ao fim de uma crise existencial iniciada no 2º semestre de 2005, eu tive uma "crise de fé" em relação a tudo, inclusive meu ateísmo. Tornei-me mais cético em relação a tudo, mas ao mesmo tempo fundei minha própria corrente filosófica (o Anfisismo). No âmbito religioso, decidi-me pelo agnosticismo, por não acreditar na capacidade humana de resolver questões tão complexas como a existência de Deus e o surgimento do universo e da vida. Hoje vejo que esse foi um passo importante, pois envolvia uma certa modéstia intelectual, algo do tipo "Quem sou eu para ter a resposta para algo tão profundo?"
Ainda assim, até pouco tempo atrás eu era um agnóstico de jure e um ateu de facto. Ou seja, embora em tese fizesse suspensão de juízo sobre questões metafísicas, continuava a agir como um completo secularista, partidário do karamazoviano lema "se a alma é mortal e se Deus não existe, então tudo é permitido". O ápice disso foi meu namoro com a L. em 2009, que era mais do que atéia: ela era anti-teísta! Aliás, foi justamente naquela época que comecei a ver, na perturbada pessoa que ela era, o horror de se viver ancorado(a) numa filosofia existencial completamente secular, sem Deus.

Porém, em 2010, por meio do projeto Estudos Humanistas (graças o qual entrei em contato com vários clássicos do pensamento ocidental e comecei a valorizar mais o patrimônio intelectual de nossos antepassados) e a amizade com colegas católicos (mesmo que um ou outro deles seja fanático, i.e., com uma maneira de pensar muito à la Mídia sem Máscara, rs), comecei a dar uma guinada. Tanto é que, quando reli "Os Irmãos Karamázov", meu personagem preferido passou a ser Aliócha! O convívio com o pessoal relativista/pós-moderno/hiper-racionalista do PET/POL também reforçou minha convicção de que o secularismo e o racionalismo "puro" não estavam com nada.
Já no início de 2011 li duas obras que reforçaram esse novo caminho: "A Vida Intelectual" (padre Sertillanges) e "O Trivium" (irmã Miriam Joseph). O encanto pelas artes liberais - e, é claro, o fundamento cristão-tomista delas - me ajudou a perder minhas reservas e preconceitos em relação ao catolicismo e as demais formas de Cristianismo. Reli com cuidado "O Jardim das Aflições" (Olavo de Carvalho) e achei fascinante a idéia por trás do simbolismo universal da cruz. Assustei-me com as ambições prometéicas da Sociedade da Torre de "Wilhelm Meister" (Goethe), decepcionei-me com a amarga visão de mundo de Voltaire em "Cândido", perturbei-me com o horror do Inferno e me identifiquei com a redenção do Purgatório da "Divina Comédia" (Dante) e vi os horrores proporcinados pelo esteticismo niilista de Leverkühn em "Doutor Fausto" (Mann) - aliás, o curso do Nivaldo Cordeiro sobre este romance reforçou minhas intuições iniciais sobre o simbolismo dessa obra.
Além disso, fiz uma matéria (Política e Direito) com um professor existencialista/nietzscheano, na qual eu era um dos poucos da turma que o desafiava, já que não concordava que a vida não tivesse sentido, que a verdade fosse relativa, que só nos restasse agir baseados no pragmatismo e no comportamento estratégico etc. Resultado: ganhei o apelido de "grego", rs.
Em 4 de Julho, eu disse o seguinte na minha página no Facebook:
"Que bizarro: viro ateu aos 13 anos e volto a acreditar em "metaphysical stuff" (verdade absoluta e universal, que pode vir a ser o tal de Deus) aos 21! Enquanto não resolvo essa transição teológica, definir-me-ei como 'agnóstico cristão'. (...) [P]ensei bastante sobre o assunto nos últimos tempos, movido por livros que nem eram sobre Teologia (eram romances e livros de Filosofia mesmo), e percebi que o ateísmo não faz sentido nenhum, inclusive do ponto de vista lógico. E percebi que meu agnosticismo era uma 'suspensão de juízo' que, uma hora ou outra, cederia a uma admissão de que existe uma verdade metafísica. Ainda me falta uma experiência de fé, epifania para acreditar em Deus, mas do ponto-de-vista filosófico e racional já admito essa 'hipótese'."

Poucos dias depois li uma entrevista do Luiz Felipe Pondé à "Veja" em que ele disse justamente o que eu precisava ler. I couldn't agree more:
"Comecei a achar o ateísmo aborrecido do ponto de vista filosófico. A hipótese do Deus bíblico, na qual estamos ligados a um enredo e um drama morais muito maiores do que o átomo, me atraiu. Sou basicamente pessimista, cético. descrente, quase na fronteira da melancolia. Mas tenho sorte sem merecê-la. Percebo uma certa beleza, uma certa misericórdia no mundo, que não consigo deduzir a partir dos seres humanos, tampouco de mim mesmo. Tenho a clara sensação de que às vezes acontecem milagres. Só encontro isso na tradição teológica."

Ao longo do segundo semestre de 2011 esta indagação teológica ficou em banho-maria, pois eu estava muito ocupado com a monografia e a seleção de mestrado. Porém, nessas férias ela voltou a ser uma preocupação central para mim. Após ler "Os Demônios" (Dostoiévski) e "Crítica e Profecia" (Pondé), fiquei mais convicto dos riscos niilistas de um racionalismo excessivo, do quão problemático é o imanentismo (ou, na expressão de Eric Voegelin, a "divinização da sociedade") e da legitimidade do misticismo e da ortodoxia cristã, marcada por um pessimismo antropológico e um otimismo metafísico.
Sendo assim, a decisão que tomei hoje foi meditada durante muito tempo, e ainda sofrerá novas provações. Ao longo desse ano lerei e debaterei muito sobre o assunto. Hoje comecei a leitura de "O Homem Eterno" (G.K. Chesterton), e amanhã vou ao centro espírita com minha mãe. É improvável que, das vertentes cristãs, eu venha a me tornar espírita, e muito menos protestante; por enquanto sou "apenas" cristão, embora tenha muita afinidade com o catolicismo. Porém, não custa nada ir uma vez nesse curso sobre André Luiz que ela está fazendo.

Como eu disse no post anterior, já estava passando da hora de eu sair da minha "zona de conforto". Embora eu seja feliz, estável e sereno de um ponto de vista estritamente materialista/secular, isso é insuficiente, não torna a minha vida plena. Não posso me contentar com a "tranqüilidade"; preciso me questionar, duvidar de mim mesmo, não cair na tolice de achar que sou tão inteligente e bom. Aliás, é por esse viés "cético" e "pessimista" quanto ao ser humano que me interessei pelo Cristianismo: ele recusa a lassidão, o narcisismo, a "auto-ajuda", o excesso de auto-confiança. Nós, humanos, somos limitados, imperfeitos e (ainda tenho dificuldade para apreender o significado da próxima palavra, mas ainda assim a direi) pecadores. Chega de ilusões de que basta o progresso material e o "auto-cultivo" para sermos felizes e completos. Aliás, é preferível ser infeliz mas desconfiado de si mesmo do que "feel-good" mas cego aos problemas morais e ontológicos acarretados por uma filosofia de vida materialista.
Em suma, após 9 anos acho que consegui transferir meu ceticismo da "esfera" metafísica e transcendental para o âmbito da humanidade. Será que isso é suficiente? Acho que não. Como eu disse, essa decisão foi racional, mas ainda estou à espera de uma epifania, de uma metanóia...

P.S.: O título deste post se refere a uma música do Violent Femmes.

15 fevereiro 2012

Minhas férias so far - 22/1 a 15/2

- 22/1: Peguei carona com o Gino, a Rayssa e o Fernando e voltei para Goiânia.

- 23/1: Terminei de ler "O Crime de Sylvestre Bonnard" (Anatole France). É uma obra que prima pela elegância, clareza e coerência interna, pois tudo se relaciona – mesmo um pequeno detalhe no início de um capítulo pode mais tarde se revelar decisivo para o desenrolar da trama.
É uma pena que Anatole seja um autor tão desconhecido, quando não subestimado - vide o mestre Carpeaux, que o acusou de "evasionismo barato", ou os surrealistas, que fizeram graça até da morte dele!

- 25/1: O 1º episódio da nova temporada de Skins ficou excelente! É um dos melhores "season première" da história da série.
A primeira metade é bem no espírito "Skins party" (sexo, drogas e humor), mas mesmo quando dá uma guinada para o drama, o ep. não fica piegas, mas continua muito bom. Meus três personagens favoritos (Alo, Rich e Grace) proporcionam alguns dos melhores momentos deste 6x01.

- 24 a 26/1: Li "Pais e Filhos" (Turguêniev). É um belo romance, que reforçou minha admiração pela literatura russa do sécullo XIX. Os personagens são extremamente bem construídos, especialmente o aristocrata Pável e o jovem médico Bazárov. Outro destaque do livro é a sensibilidade com que Turguêniev trata de temas como a família e a redenção pelo amor. O debate entre liberais x niilistas que permeia a obra me lembra os que ocorrem e "A Montanha Mágica". Tema para um artigo: será?

- 27/1: À noite, aproveitei um passeio no Goiânia Shopping para comprar o CD "Magical Mystery Tour" (Beatles) e o livro "A Mulher do Tenente Francês" (John Fowles). O primeiro, porque é um clássico e há tempos eu estava procrastinando para comprá-lo; o segundo, porque estava com desconto de 80% e a contra-capa tinha um resumo instigante.

- 28/1: Entrei na internet pelo computador do meu irmão para ver o resultado do vestibular (aliás, parabéns a ele, que passou para Geografia - Bacharelado na UFG! Ele fez a prova só para "treinar", afinal ele acabou de começar o 3º ano, e o curso que ele quer mesmo é Engenharia. De qualquer forma, congratulations!) e descobri que meu mix de Skins Party virou um hit no 8tracks! Naquele sábado já eram 464 likes e 1311 listens, e estava até na página principal do site! Duas semanas depois, meu mix alcançou 1630 likes e mais de 5000 listens. Para quem quiser ouvir minha seleção de 20 músicas dançantes que tocaram em "Skins", clique aqui.

- 29/1: Reassisti ao filme "Curtindo a vida adoidado" (que estava passando na VH1), que é mesmo um dos melhores teen movies de todos os tempos. O Ferris é um anti-herói canalha dos mais carismáticos!

- 1º/2: Melhor notícia do dia foi a estréia do canal Comedy Central, que passa 24 horas por dia só sitcoms, filmes de comédia e programas de humor em geral. Finalmente poderei matar a saudade que tinha de grandes séries que passavam em canais como a Sony, como "Married... with Children", "Third Rock from the Sun" e "Newsradio". Isso sem falar nas doses cavalares de "South Park", que agora está passando em dois canais ao mesmo tempo (o outro é a VH1).

- 5/2: Meu irmão do meio fez um churrasco com os amigos dele aqui em casa. Aproveitei para comer bastante provolone e picanha e jogar Mario Kart Wii no multiplayer. Uma boa notícia no Campeonato Paulista: o Palmeiras fez 2 gols e virou o jogo contra o Santos nos 4 minutos finais!

- 27/1 a 7/2: Período de leitura de "Os Demônios" (Dostoiévski). Houve dias em que li até cem páginas, de tão envolvente que era a leitura. (Prometo um post sobre ele!) Estou até com vontade de fazer um artigo sobre a representação do liberalismo e do niilismo nessa obra, quem sabe comparando com "Pais e Filhos".

- 7/2: Descobri a hilária página no FB (e no Twitter) da Saori Anthena. Já ganhou o meu título de meme de fevereiro. Confiram!

- 9/2: Li as primeiras 70 páginas do instigante "Crítica e Profecia: A filosofia da religião em Dostoiévski" (Luiz Felipe Pondé); fiz selagem e cortei o cabelo (aliás, fazia 11 meses que eu não o cortava!); meu pôster (Bildung e Liberdade em "A Montanha Mágica") foi aprovado para ser exposto no AT de Teoria Política da ABCP, que ocorrerá em agosto.

- 10/2: Apesar de ter acordado com dificuldades (afinal, ontem à noite só fui dormir às 2h30), meu dia melhorou consideravelmente com a viagem para Brasília. Peguei carona com a Lyanna, que eu não via há 4 anos, e tivemos uma longa e vibrante conversa durante o percurso. Ela tem uma enorme bagagem cultural, então assunto não faltou. Falamos predominantemente sobre música e literatura, mas também sobre política e a época do ensino médio (ela também estudou no Classe, e foi corretora de redação na época em que eu estava no 2º e 3º anos). Só lamento o fato de ela não ser mais liberal/direitista (se bem que ser anarquista ainda é melhor do que ser de esquerda...). Inicialmente ficquei meio chocado com essa mudança, afinal a Lyanna é uma das principais "culpadas" por eu ter me desiludido com o socialismo, 6 anos e meio atrás! Porém, acho que isso não é tão "grave" assim... Além do mais, ela é tão culta que nem ligo para essa diferença ideológica.

Cheguei no apartamento e imediatamente me direcionei à Universidade de Brasília, com o intuito de almoçar na Subway e usar a internet. À tardei comprei comida no Big Box, cochilei, li um pouco de "Crítica e Profecia", tomei banho, peguei o ônibus para o Boulevard Shopping, desci no ponto errado e, chegando lá, reencontrei a Nathalia após quase dois anos! Ela continua a mesma, rs.

Assistimos ao filme "A Dama de Ferro", que é bom, mas poderia ter sido melhor. Embora a narração seja meio proustiana (ou seja, com palavras e objetos evocando memórias involuntárias), achei de mal gosto colocar o "foco narrativo" na Thatcher já senil. Obviamente as cenas de que mais gostei foram as que envolviam política, como a eleição de 1979, a Guerra das Malvinas e a renúncia de 1990. Porém, outra que muito me agradou foi uma em que, no médico, ela faz uma reflexão sobre pensamentos, palavras, ações, hábitos, caráter e destino.

Naquela Friday night fui a uma festa na Cult 22 com o Fernando (amigo, não o irmão) e a Nathalia. Aproveitei mais pelas conversas que pelos shows, pois só gostei do Dinamites; a banda principal da noite (Mary Lee & The Sideburn Brothers) não me empolgou tanto.

- 11/2: Acordei às 10h e fui tomar café na CLN 410; aproveitei para passar na LAN House. Peguei o nº do Saulo com o Mateus, e descobri que haveria reunião do DCE/Aliança às 16h. (Dejà vú?) Conversei com o Saulo sobre moradia no Rio de Janeiro (pois é, até agora não resolvi isso! E as aulas começam dia 12/3...); ele me deu várias dicas. Já a reunião não foi tão boa, mas no final o clima melhorou, a ponto de irmos tomar sorvete na Palato, hehe.

Enquanto esperava o Thiago chegar, o Saulo ficou na minha kit, e batemos um papo sobre o mestrado, e fiquei sabendo de várias coisas sobre o IESP. Quando aquele chegou, convidei-o para ir ao show do Let it Beatles que haveria na 904 Sul. Ele disse que ia ver, e casofosse me daria carona. Meia hora depois, quando eu já estava saindo do prédio, o Thiago me ligou e disse que ele e o Kim iriam. Quando chegamos na festa, esperamos meia hora até a Nathalia (e umas amigas dela) aparecerem por lá.

Como eu esperava, a festa foi ótima. Os DJs mandaram bem, e o Let it Beatles fez mais um grande show; tocaram até algumas faixas mais obscuras, como "Rain". Nem preciso dizer que dancei loucamente, né? Ah, e fiquei feliz pelo fato de a Nathalia ter ficado amiga do Kim.

12/2: Acordei só ao meio-dia, almocei Miojo de Calabresa (nossa, estava muito apimentado!), dei uma passada no apartamento do Kim e, no fim da tarde, fui com o Thiago e uma amiga dele à exposição Game On, no CCBB.

Adorei essa expo de videogames! Joguei de tudo um pouco: Pokémon Yellow, Super Smash Bros. Melee, The Beatles Rock Band (mandei super bem cantando "I Am The Walrus" - tirei 94 - e "Don't Let Me Down" - 81), Super Mario Kart, Mario Kart: Double Dash, Soul Calibur I, Donkey Kong (o arcade de 1981!), Ridge Racer I, Street Fighter I (jogabilidade horrível!) e até Legend o Zelda: Ocarina of Time. Depois ainda fomos ver um documentário sobre István Bibó, intelectual e Ministro de Estado húngaro que resistiu bravamente à invasão soviética de 56.

- 13/2: Anotações que fiz no ônibus da "comeback tour":

"Este livro do Pondé sobre Dostoiévski está aguçando a minha preocupação ocm questão religiosas e morais, a qual cresceu bastante no ano passado (vide [o fato de que me assumi um] "agnóstico cristão", em julho) e disparou nas últimas semanas.

Ler "Os Demônios" de Dostoiévski aumentou (ou desmascarou?) minha angústia existencial. Já devo ter dito isso anteriormente, mas repito: os romances dele me fazem sair de minha "zona de conforto", da "estabilidade emocional" e "serenidade intelectual" que eu juro ter. Pondé, em seu "Crítica e Profecia", fez uma análise bem interessante da obra dostoievskiana, principalmente por realçar o aspecto religioso (ortodoxia e misticismo) e filosófico (ceticismo e crítica ao [humanismo naturalista])."

De volta a Goiânia, após um ótimo fim de semana em Brasília! À noite assisti ao vivo ao novo episódio de Skins: 6x04 (Franky). Gostei bastante, pois manteve o alto nível desta sexta temporada.

- 14/2: Passei boa parte do dia na internet e lendo o livro do Luiz Felipe Pondé.

- 15/2: Após ver alguns vídeos de shows antigos dos Titãs no YouTube, li os dois capítulos finais de "Crítica e Profecia". Próxima leitura? Estou pensando em continuar nessa 'vibe' religiosa e me arriscar em "O Homem Eterno", do Chesterton.

Minhas férias so far - 3 a 21/1

Após 1 mês sem postar no blog, vamos recapitular brevemente o que fiz nas últimas seis semanas:

- 3/1: Com alguns dias de atraso, terminei de ler "O Escritor e sua Missão" (Thomas Mann). Agora 2012 começou de verdade para mim!

- 4/1: Finalmente comecei a ler "Em Busca do Tempo Perdido" (Proust). A julgar pelas 10 primeiras páginas, serão livros bem densos, mas instigantes. Até estou ouvindo Claude Debussy para entrar no clima da França da Belle Époque, hehe. (Eu ainda leria um pouco no dia seguinte, mas resolvi interromper por não estar "in the mood" para Proust)

- 6/1: Aniversário do meu irmão do meio, o Fernando. Comi muita pizza no rodízio, hehe. Comecei a reler "Beijar o Céu" (Simon Reynolds), o melhor livro de crítica musical que já li (no caso, a 1ª vez foi em novembro de 2008). A entrevista com o Morrissey ficou excelente!

- 7/1: A coletânea do Radiohead que comprei na Leitura conseguiu um feito notável: comecei a gostar de "Street Spirit (Fade Out)"! O bom é que esse best of tem 6 das 12 músicas do "The Bends", tornando desnecessário que eu o compre também.

- 8/1: No fim da tarde, eu, minha mãe e o Aderson (irmão caçula) fomos ao cinema. Eles assistiram ao filme "Alvin e os Esquilos 3" e eu, "Agamenon". O humor é tipicamente Casseta & Planeta, com piadas, baixarias e trocadilhos tão infames que fazem rir, mas ainda assim gostei.

Enquanto esperava os dois, dei uma passada na Saraiva, onde por acaso reencontrei, após 4 anos, o meu ex-professor de Redação. Fui bem legal bater um papo com ele!

- 9/1: Fui à "otorrino" para ela avaliar se meu ouvido estava infeccionado. Desde que ela jogou um "water gun" na minha orelha ela melhorou bastante ("it's super effective", haha!); o zumbido e o som abafafo já pararam.

- 10/1: Como não estava com pique para ler Proust, resolvi voltar, um ano depois, aos "Ensaios" de Montaigne (tinha parado na metade do livro II).

- 12/1: No ônibus que me levaria a Brasília, fiquei escrevendo no meu bloco de notas para passar o tempo. Eis um trecho:

"No fundo só vim para Brasília para fugir do tédio que estava sendo ficar em Goiânia. Ontem, por exemplo, dormi de manhã, fiquei vendo "Californication" (5 episódios, o que mostra quão 'bored' eu estava), li um pouco de Montaigne, brinquei com o Aderson...

É como eu costumo dizer: não é a minha família que é chata (pelo contrário, eles são ótimos! [...] Agradeço pelo fato de pertencer a uma família tão boa), sou eu que sou enjoado. Aprecio demais a solidão, e quando me canso até dela é melhor estar na cidade em que moram meus amigos e onde há festas nas quais quero (e posso) ir do que em uma [cidade] na qual não tenho muita opções senão ficar em casa ou, no máximo, visitar algum parente ou o Gino.

Liberdade e varidade de opções do que fazer: eis tudo o que quero! [...]

Mudemos [...] de assunto: se 2011 foi um deliberado revival de 2005, o que será 2012?

1) Um ano totalmente inédito e paradigmático (assim como, p.ex., 2008)?

2) Um revival de 2006, com toda aquela melancolia e inércia existencial, mas com um final feliz?

3) Uma repetição de 2010, que só pelos primeiros meses já garantiu o troféu de um dos melhores anos de minha vida? (Embora o final tenha sido meio ruim)

Como vou morar em outra cidade e ainda por cima iniciar o mestrado, acredito que o cenário 1 é o mais provável."

Vejam só que sorte a minha: depois de "almoçar" no Bob's da rodoviária, resolvi dar uma passada na livraria Dom Quixote que há por lá. Qual não foi a minha surpresa quando encontrei, por apenas 10 reais, o livro "Beijar o Céu"! Comprei-o sem titubear para dar de presente (de Natal atrasado, I suppose) para a amiga que iria me hospedar. Acredito que ela vá gostar, afinal várias das bandas que aparecem nos ensaios e resenhas do Simon Reynolds (Radiohead, The Smiths, Joy Division, Nirvana...) estão entre as preferidas dela.

Passei à tarde na UnB e resolvi o resto da burocracia que faltava para eu me formar. Peguei o "nada consta" na biblioteca, gravei e entreguei o CD da monografia, tirei xerox da quitação eleitoral e do certificado de reservista, preenchi um formulário de um órgão da Reitoria cuja sigla nem me lembro mais... Ufa! Agora é só colar grau, daqui a 2 meses.
Ainda aproveitei para pegar minhas menções no IPOL (afinal, o MatrículaWeb dá "acesso negado" para formandos). Good news: tirei SS em 5 das 6 matérias que fiz no meu último semestre, além de um já esperado MS em Estética. IRA final: 4,81!

A partir daquela noite - e até dia 18 - fiquei hospedado na casa de uma amiga minha. Nós e um amigo dela de Anápolis vimos o filme "A Pele que Habito" - um suspense dos bons, diga-se de passagem. A transformação (em alguns casos literal, hehe) pela qual alguns personagens passa é bem intensa.

- 13/1: Dentre os DVDs da minha amiga achei "O Prólogo do Céu"! É claro que resolvi vê-lo, afinal já fazia um bom tempo desde que o assisti e não me lembrava muito bem da trama. De fato o roteiro é meio confuso, mas as lutas são eletrizantes, o tom mais filosófico é pertinente e a parte técnica (animação e dublagem) ficou impecável.

À tarde, depois de almoçar e dar uma passada na UnB para usar a internet, assisti a um ótimo show do Radiohead na Alemanha, em 2001. Em seguida vi a Sessão da Tarde ("Escola de Super Heróis"). O Thiago me ligou, e marcamos de nos encontrar para bater um papo no café Senhoritas, às 18h.

Lá pelas 21h30, quando voltei para o apto. da Luana vi outro filme (!), "The Last Days", de Gus van Sant, inspirado no (fim da) vida de Kurt Cobain. A película tem aquele jeito "quieto" (ou, para ser chique, "minimalista") que é típico do van Sant, e o fato de estar sem legendas (o controle do DVD estava sem pilhas) só tornou ele ainda mais soporífero. Foi difícil aguentar vê-lo até o fim! E nem o achei melhor que "Elephant"...

- 14/1: Após passar a manhã inteira assistindo à Saga de Poseidon e ouvindo e lendo sobre Nirvana ("Nevermind" + "MTV Unplugged" + "From the Muddy Banks of the Wishkah" e "Mais Pesado que o Céu", respectivamente), escrevi no meu bloco de anotações (ao som de "Bandwagonesque", do Teenage Fanclub) e fui à LAN House checar meus e-mails e Facebook. Descobri que haveria uma reunião do DCE dentro de alguns minutos (eram 12h37, e ela começava às 13h!).

Como sempre, a reunião foi longa, mas foi bom reencontrar o pessoal da Aliança pela Liberdade. Depois da reunião fui ao Pátio Brasil, onde tomei um milk shake e comprei os ingressos (meu, do Fernando, do meu amigo Gino e da namorada dele, Rayssa) para o show do Fatboy Slim.

À noite fui à Live Sessions (a.k.a. "Play de sábado"). Curti o show repleto de covers do Rebel Shot Party (rolou Metric, MGMT, Le Tigre...) e as discotecagens foram muito boas, mas não gostei tanto do Rock Rocket. Também acho que tocaram Strokes e Arctic Monkeys em excesso... Infelizmente a festa não lotou, mas a vantagem é que pude dançar mais livremente, sem esbarrar tanto nas pessoas. Adoro quando posso ser o "king of the dancefloor", haha!

- 15/1: Depois que acordei e tomei café fiquei lendo o "Almanaque do Rock" (Kid Vinil), ao som de alguns CDs (Libertines, Doors, Beatles) e DVDs (Smashing Pumpkins, Who). À tarde almocei (embora já fossem umas 4 da tarde, rs) no Giraffa's. A Luana chegou à noite; pouco depois, eu, ela e dois amigos fomos jantar na pizzaria Alfredo's.

- 16/1: À tarde terminei de ler o Livro II dos "Ensaios" de Montaigne (agora só falta o III) e já comecei um do Anatole France que comprei por apenas 10 reais na Leitura do Pátio Brasil, chamado "O Crime de Sylvestre Bonnard". É uma obra com um estilo realmente límpido, claro e elegante, mesmo que pouco "intelectual" ou profundo. Ainda no Pátio mudei o plano do meu celular (agora é Claro Controle 35).

- 17/1: Ao contrário dos cinco dias anteriores, esta terça foi bem internética, pois finalmente meu notebook captou o sinal do wi-fi que a Luana usa! Neste dia também gravei uma coletânea com Friendly Fires, Two Door Cinema Club e Friendly Fires. À noite eu e uns quatro amigos(as) dela fomos para o bar, onde aproveitamos para jantar; só voltamos para o apartamento quando era uma da manhã.

- 18/1: Como a irmã da Luana chegaria em Brasília ainda naquela quarta, resolvi ir para a minha ex-kitnet; além do mais, o Gino e os demais chegariam em breve. Antes de ir embora, aproveitei para lavar toda a louça - afinal não sou um hóspede folgado, né?

À noite reencontrei o pessoal no Balaio, na festa Toranja. Tocaram muitos clássicos, então novamente me diverti bastante. Também reencontrei alguns amigos de UnB.

- 19/1: Passei boa parte do dia revendo episódios da 5ª temporada de Skins, afinal a 6ª começaria no dia 23.

- 20/1: Gino, Fernando e Rayssa chegaram! Fomos ao show do Fatboy Slim, que foi muito bom. Duas horas de "non-stop dancing"! Como o Marina Hall é muito abafado, fiquei completamente suado, mas pelo menos dessa vez não desmaiei de sede, rs.

- 21/1: Almoçamos no Burguer King do Brasília Shopping, onde tomei o melhor sundae de chocolate da minha vida. À noite eles foram para um churrasco no Lago Norte e me deixaram numa festa na Cult 22. É como se tivessem stalkeado meu Last.FM, pois praticamente só tocaram músicas de minhas bandas favoritas! Foi uma boa maneira de me despedir de Brasília, já que no dia seguinte voltaríamos para Goiânia.