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Kaio

 

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28 fevereiro 2010

Feet in the air. Head on the ground.

Acabou Fevereiro... foi menos especial que Janeiro, mas também teve seus bons momentos. Continuei saindo bastante, a reta final de Crítica Literária foi boa, li ótimos livros, a matrícula foi um sucesso, e meus planos para o ano não foram abalados.

Li nessa semana dois livros quase diametralmente opostos, mas igualmente geniais: "Clube da Luta" (Chuck Palahniuk) e "A Nova Ciência da Política" (Eric Voegelin). Um proporcionou-me um dos mais frenéticos e sombrios romances dos anos 90; o outro, uma contudente combinação de teologia com teoria política.
A versão literária do "Fight Club" consegue ser tão brilhante quanto o filme que inspirou; talvez, até um pouco mais. A grosso modo, é a história de um homem que descobriu em si uma vitalidade por muitos anos reprimida, e não sabe como controlá-la quando esta se emancipa. Repleto de aforismos, o livro é tão anárquico que beira ao niilismo, não fosse a ligeira sanidade de sua reta final. Em uma conversa com um interlocutor inusitado (spoiler alert...), o narrador sentencia: "We are not special. We are not crap or trash, either. We just are, and what happens just happens".
Já o ensaio de Voegelin é uma interpretação ousada da Modernidade: e se o progresso fosse, na verdade, decadência? A partir de uma antropologia filosófica que abarca os principais povos e tradições do Ocidente (gregos, romanos e cristãos, p.ex.), ele constata que, há cerca de mil anos, surgiu o movimento gnóstico, cuja concepção de mundo envolvia uma "divinização da realidade", trazendo Deus para o mundo terreno e todas as consequências dessa visão teológica/filosófica. Com a idéia de buscar o paraíso "aqui e agora", independentemente do método (progressivista, utópico ou ativista), o gnosticismo influenciou todo o pensamento moderno, desde humanistas e protestantes até iluministas, liberais, marxistas e nazistas. A abolição do "amor Dei" em prol do "amor sui" levou a um lento e contínuo colapso moral da Modernidade, época "do homem que está intelectual e espiritualmente desorientado, e por isso, motivado principalmente por suas paixões" (p. 132).
Aliás, provavelmente o próximo colóquio será sobre ele. No próximo post colocarei as anotações que utilizei para o último, que foi sobre La Boétie.

MatrículaWeb: pela 1ª vez em 5 semestres, consegui tudo o que eu pedi de primeira: Análise Política (única obrigatória; deve ser interessante), Sociologia do Conhecimento (a "promessa" do semestre, e será com meu saudoso professor de IMCS, o Gusmão), Identidade Nacional e Nacionalismo (será ministrada pelo tutor do PET; boas expectativas), Introdução à Filosofia (já estava na hora de fazer, não é?) e História Social e Política Latino-Americana (mal necessário, afinal são 4 créditos e me ajudará a completar as 8 disciplinas de cadeia).
Agora, é tomar cuidado para meu semestre não ficar muito cheio. Além das matérias, tenho: PET (pesquisa, reuniões acadêmicas, Cinema Político, extensão...), monitoria de Teoria Política Contemporânea (ontem houve a reunião para a divisão dos textos que cada um corrigirá; consegui todos os que eu queria, inclusive Weber, Foucault, Nozick e Schumpeter), Aliança pela Liberdade (campanha eleitoral, projetos e atividades) e grupo de estudos (aliás, preciso terminar logo de preencher a ficha do PIBEX).

Saldo das férias (12/12 a 28/2), quanto a night-outs: 4 Drops, 3 Landscape, 3 Play!, 1 Galleria, 1 Velvet Pub. Dancei bastante; virou meu exercício físico semanal. Bebi cerveja pela primeira vez, mas bem pouco - e nem gostei, tanto que nesse fim de semana fiquei só na Coca mesmo. Puxei conversa com uma garota ontem (enfim, estou superando minha irritante timidez) mas infelizmente ela era dyke. Fiquei mais amigo de alguns colegas de POL - mais especificamente, daqueles da "caravana indie", afinal todos irão para o show do Franz, hehe.

Desanimei com BBB. Virei pé frio, pois todo mundo para quem eu torço (Tessália, Elenita, Angélica) é eliminado. Mesmo assim, prefiro o quarteto Michel + Cláudia + Eliéser + Dicésar aos outros seis, mesmo sabendo que o título dificilmente sairá das mãos de Dourado - ou, talvez, Serginho. Uma pena, pois esta edição prometia muito. É triste ver a excessiva polarização das torcidas, que enfraquece a análise do jogo pela netBBB.

Se quiserem, mandem perguntas para o meu Formspring.

Hasta.

23 fevereiro 2010

Poderia começar assim?

Uma ideiazinha para meu livro. O espinafre é de graça.

- Eu sou aquilo de que gosto. Gosto. Não é apenas hobbie ou ação, mas também uma maneira de expressar valores, visões de mundo. Dá para descobrir e entender muito de uma pessoa a partir das preferências dela: musicais, literárias, até mesmo as político-ideológicas.

- Discordo, cara. O homem se forma a partir de suas necessidades materiais. Ele é aquilo que produz. Gostos são apenas superestrutura e falsa consciência. 
- Ai, ai. Mesmo quando eu brinco de "Alta Fidelidade", você só responde com jargões marxistas, né? Que coisa... Tudo bem, vou dar um exemplo. Diga-me uma de suas bandas favoritas.
- The Clash.
- Hum, boa escolha. Adoro-os, mas por motivos diferentes dos seus. Vamos às letras. É óbvio que os versos deles têm a ver com as suas convicções, com sua rebeldia anti-sistêmica...
- Sim, o Clash foi a banda mais politizada do punk.
- ... Por outro lado, eles, assim como você, têm uma espécie de crise de consciência. É o "engajar para existir": a partir de uma análise rasa da realidade, detectando a economia como rainha de todos os demais problemas, localiza-se a solução na... política. É preciso um "White Riot", porque estamos todos "Lost In The Supermarket", trabalhando para o "Clampdown". Você se parece com o Clash em sua contundência, mas também em sua redução, quem sabe ressentida, do mundo a uma mera luta de dinheiro e poder. Viu só? Você consome música que diz algo sobre sua personalidade!
- Você está certo e errado. Analisou adequadamente, pois de fato o engajamento é parte fundamental de nossas vidas; mas, por estar contaminado pela sociedade burguesa, deu juízos equivocados. Música é mero reflexo da infraestrutura, e o Clash é revolucionário por enxergar os problemas e dizer algo sobre eles, e não ficar que nem aquelas bandas que você gosta: deprimidas, filosóficas, angustiadas...
- Ah, o post-punk, não é? E, para que você não ache que eu não me aplico à minha teoria, de fato gosto de Joy Division, The Cure, Talking Heads e outros porque eles expressam questionamentos parecidos com os meus. Ser livre de quê, e para quê? Contentar-se ou não com o tédio? Aceitar o isolamento ou desafiar a si mesmo? Enfim, qual o sentido da existência? E o melhor de tudo, são músicas vibrantes, sem prejuízo de profundidade. É uma espécie de "melancolia dançante".
- Lá vem você com sua verbo... verborragia! Ah, deixa pra lá. Hoje eu faço 18 anos, e não vou ficar discutindo arte com você, César.
- Como quiser, Henrique. Um dia você concordará comigo que, antes de pensar no "sistema", você precisa tentar compreender a si mesmo. Do contrário, ficará intransigente e transformará seus meios em fins. Usando a linguagem dos seus amigos sociólogos, você precisa de mais individualismo metodológico. A propósito, posso tomar uma Coca-Cola ou isso é uma heresia?
- Você está muito engraçadinho hoje. Vai, toma sua Coca, mas aproveita e traz cerveja pro pessoal.
25 de Julho de 18 d.M. Não é o início, mas está longe de ser o fim. Mário chegou pouco depois da conversa entre César e Henrique, e foi logo cumprimentar o aniversariante. Enquanto isso, Giovana, tão entediada quanto amável, ouvia Alice contar em detalhes a última festa na qual havia ido. Júlia, que já arrumou as malas para o congresso acadêmico no qual irá no dia seguinte, está distraída. Quem sabe, deliberadamente, pois o ambiente não lhe agrada, e ficar pensando em quais palestras e mesas-redondas pegar lhe parece mais agradável. Soliloquiava.
- Globalização e Democracia às 10h de terça... A propósito, por que o César insiste em discutir política com o Henrique? Ele mesmo diz que há 3 anos que os dois são quase diâmetros opostos nesse assunto. Eu não teria paciência para isso. Sempre evito esse assunto quando converso com o H., justamente para evitar a "dupla unilateralidade". É inútil. A vida é muito curta para perdermos tempo tentando convencer as pessoas de que elas estão erradas e nós, certos. Enfim... Cultura e Economia na UE, 14h de quarta.

20 fevereiro 2010

BSB, GYN, BSB

Sábado passado, Landscape. Minhas previsões estavam corretas, e de fato entramos em uma época de revival aos anos 90. Ou vocês acham que haveria outro motivo para se tocar desde Smashing Pumpkins até "I'll Be There For You" (música-tema de Friends) em uma discotecagem? Óbvio que eu adorei. Pena que meus amigos queriam voltar mais cedo, mas aproveitei bem o tempo que ficamos por lá.
Dormi um pouco (3h30 às 6h10), e logo estava me arrumando (e as malas, também) para ir a Goiânia passar o feriado do Carnaval. Antes da hora do almoço, eu já tinha chegado à minha cidade natal. A estadia começou com uma pequena frustração: passei na frente do Martim Cererê, jurando que o Grito Rock seria lá. Só quando cheguei em casa que fui descobrir que, na verdade, o evento estava acontecendo no estacionamento do Serra Dourada. Fail...
Os demais dias foram razoáveis. Joguei Wii com meus irmãos e amigos - diverti-me bastante com Super Smash Bros. Brawl, e gostei da trilha sonora de Just Dance (tem até Blur e Blondie, e finalmente descobri o nome e o artista daquela 'música cowboy-eletrônica': "Cotton Eye Joe", Rednex!). Felizmente, e pela 1ª vez desde 1999, não acompanhei os desfiles e a apuração das escolas de samba fluminenses e paulistas. Aproveitei melhor meu tempo - não só com a família, mas também com boas leituras. Terminei o inspirador "Radicals for Capitalism" (aguardem mais sobre ele, em outro post) e também o agradável "Thomas e Mann e o Brasil" (Vamireh Chacon).
Infelizmente, na quinta-feira, meu último dia em Goiânia, peguei um resfriado. Foi meio irritante. Porém, já estou quase recuperado, depois de tomar bastante Vitamina C nos últimos três dias. Na tarde de anteontem, voltei para Brasília.
Ontem tive uma quádrupla saída: busquei um livro que mandei copiar e encadernar ("The Rise of the Western World", do Douglass North); tive reunião com alguns membros da Aliança; assisti a "Lua Nova" com um amigo e uma amiga; depois, nós fomos à Play!, em que uma das discotecagens foi do Lúcio Ribeiro.
Nas últimas horas, terminei de ler um livro que um amigo católico me emprestou: "A Vontade de Poder: Nietzsche, hoje" (José Lino C. Nieto), que contém uma visão de um teólogo sobre o pensamento nietzscheano. É uma obra curta e interessante, pois algumas das críticas ao relativismo moral e o niilismo deste filósofo são muito pertinentes. O problema é na parte propositiva: eu não concordo com os valores católicos de Revelação, Divino, Cristo etc. Digamos que eu estaria naquilo que eles chamam de "ética sem Deus": tenho meus limites morais e finalidades delimitadas (não concordo com o radicalismo da "vontade de poder" defendida por Nietzsche), mas sou um agnóstico cujo conceito de liberdade humana é pautado a partir do indivíduo, e não de uma graça divina.
O bom é que este pequeno livro me deu alguma inspiração para os dilemas pelos quais a Giovana, uma das personagens do meu livro, passará. Ela está em plena crise existencial, atordoada pela completa falta de nortes e referenciais. Para resolver sua luta contra esta angústia incessante, por um lado ela se simpatiza com causas feministas/LGBT/multiculturalistas (até porque as 3 a atingem em seu cotidiano), mas por outro lentamente tem epifanias que a aproximam do catolicismo.

Estou decidindo pr'onde sairei hoje à noite. Amanhã volto com mais novidades. "Beijinhos, o garoto do blog!" (por favor, não me matem depois dessa paródia infame)

13 fevereiro 2010

Kiss of Life

Nem imaginava que os colóquios seriam uma maneira tão bacana de aquecer as minhas férias. A idéia de me reunir toda semana com quatro ou cinco amigos para debater descontraidamente temas filosóficos, políticos e econômicos veio bem a calhar. Por exemplo: o de ontem, sobre Hazlitt, envolveu discussões que foram desde consumo de capital até a liberdade como fundamento ético.
É por essas e outras que quero fazer o PIBEX do grupo de estudos. Preciso criar uma nova frente para essas discussões; deixar claro o caráter coloquial do colóquio (mil perdões pelo pleonasmo!) e permitir leituras e debates mais aprofundados por meio do grupo. Já pensei em uma ementa provisória: os oitocentistas Dostoiévski ("Os Irmãos Karamazov"), Tocqueville ("A Democracia na América"), Mill ("Ensaio sobre a Liberdade") e Thoreau ("Walden") no 1º semestre, e no 2º, o século XX através de Mann ("A Montanha Mágica"), Mises ("Ação Humana"), Popper ("A Sociedade Aberta e seus Inimigos"), Rand ("Quem é John Galt?") e Hayek ("Os Fundamentos da Liberdade"). Dos livros citados, só me falta ler 2/3 do livro do Alexis de Tocqueville e o do Karl Popper inteiro.
A idéia, como disse dias atrás, é ter estas leituras como ponto de partida para reflexões e confrontos de visões sobre alguns temas e valores que marcaram o pensamento ocidental. Sendo bem dramático, é redescobrir a base filosófica de nossa cultura, tanto na arte quanto nas ciências humanas/sociais. Por um lado, é um think tank, mas também um empreendimento acadêmico, de busca do conhecimento. Tomara que este projeto de extensão dê certo, pois estou muito animado para ver o Grupo de Estudos Humanistas funcionando a pleno vapor durante 2010. Só espero que eu não me cegue pelas minhas ambições; equilíbrio e moderação sempre, right? Tenho que aproveitar a universidade da maneira pela qual ela sempre deveria ter sido aproveitada: enriquecimento intelectual.

Hoje foi a última aula de Crítica Literária. Recebemos as menções (tirei SS, yay!), basicamente. Ontem foi a apresentação dos trabalhos em grupo sobre poetas contemporâneos. Dois deles resolveram, um sem saber do outro, falar sobre Hilda Hilst - e eu estava em um deles, rs. Porém, acabou que isso foi interessante: enquanto meu grupo interpretou "Alcóolicas" (um dos primeiros poemas da fase mais erótica e contraventora dela, nos anos 90), o outro analisou "Sonetos que não são", de 50 anos atrás, da fase mais 'formal' e hermética de Hilst.
A matéria foi extremamente proveitosa. Eu era um leigo em poesia brasileira até sete semanas atrás; hoje, já sei algumas coisas, depois de ler, dentre outros, Ferreira Gullar, João Cabral e Carlos Drummond, além de críticos e teóricos como Antonio Candido e Benedito Nunes. Dentre os 'gringos', lemos, p. ex., Michael Hamburger e Adorno. Meu professor foi muito bom, tornando a disciplina interessante do início ao fim.
Agora, é esperar pelo semestre letivo! Estou pensando em fazer Análise Política, Identidade Nacional, História Social e Política Latino-Americana, Sociologia do Conhecimento e Introdução à Filosofia. E ainda terei monitoria de Teoria Política Contemporânea, PET/POL (com ciclo de pesquisas, extensão e tudo mais) e, possivelmente, o supracitado PIBEX. Tomara que eu não esteja pegando atividades demais, pois quero ter tempo para ler livros "extracurriculares" e ter vida social.

Deu vontade de voltar a escrever alguma coisa para o livro. Resolvi fazer um trecho com a Alice narrando. Comentem, mesmo se for para espinafrar!

Recentemente, a Giovana me disse que meu problema (e que, talvez, era o dela também) é a falta de um norte. Enfim, relativismo moral, inexistência de referenciais, buraco existencial. Ela anda em uma fase muito filosófica, sabe? Ainda mais agora, pois resolveu "voltar" a ser católica e deixou de ser feminista/LGBT/multiculturalista, alegando que se definir pela defesa veemente de seu gênero, sexualidade e raça/etnia já não lhe fazia mais sentido. Diz ela que isso é fruto de uma recente epifania, por meio da qual ela se reencontrou consigo mesma. Minha amiga diz que não conseguirá mais viver com valores fluidos e flexíveis, ou se apegando a debates e questionamentos mais pontuais e rasos.

Achei engraçado quando ela disse que minha noção de sexo e relacionamentos é problemática. "Ao não relacionar prazer físico com sentimentos e afeto, você cai num vazio, Alice; sua vida perde todo e qualquer sentido. Vira mero hedonismo, em que você evita se envolver com as pessoas, retirando delas apenas aquilo que lhe convém imediatamente. Pode me chamar de careta ou reacionária, mas eu acho isso parasitismo emocional. Fraqueza, talvez superficialidade! Não me leve a mal, mas uma hora ou outra você vai entrar em colapso. Não que isso já não tenha acontecido algumas vezes, mas você sempre fugiu de seus problemas assim que tinha uma crise. Saiba que não poderá escapar para sempre. Pense bem, Alice, e você verá que se autoproclamar junkie não é tão glamouroso quanto você acha".
Óbvio que eu ri muito dela. Disse que aquilo era coisa de gente moralista, que não podia acreditar que minha melhor amiga estava querendo me ensinar como viver "para o bem", e por aí vai. Ao contrário do que acontecia antes (quando eu tinha um poder enorme sobre as emoções e pensamentos da Giô), ela nem ligou muito. Falou que entendia perfeitamente, e que nós voltaríamos a ter aquela conversa quando eu estivesse mais preparada.
Às vezes fico sem entender; ela ficou muito mais autoconfiante desde aquela epifania (?) no mês passado. Convivo com ela há quase uma década (5ª série, se não me engano), e já estava acostumada com a interminável crise existencial que ela tinha. Aliás, era naquilo que nossa amizade, em seu lado cooperativo, se fundamentou: eu a ajudava quase diariamente a resolver suas neuras, e ela me dava todo o apoio quando, rara e inesperadamente, eu surtava.

Porém, agora já não sei se esse pacto funcionará. Ela está tão... serena nos últimos dias que anda até me assustando. Não que ela tenha resolvido todas as coisas que a angustiam (se eu fosse listá-las, vocês não aguentariam ler nem 1/5 delas); porém, ela já não tem mais aquele ar derrotista, de quem já está cansada de lutar contra seus monstros internos e externos. Nem sei se deveria confessar isso, mas estou com uma pontinha de inveja: era eu a mais equilibrada de nós duas, poxa! Era sempre eu quem a socorria quando ela chorava copiosamente, ou nas vezes em que nutria desesperadamente amor e ódio por tudo e todos, ou mesmo fracassava em algum relacionamento... E agora? Será que minha máscara (se é que eu tenho uma) vai cair? Eu terei que recorrer ao colo dela, e não o contrário?
Acho que o melhor a fazer é esquecer isso. Hoje começa o Carnaval, e eu preciso ficar "mindless" quanto a tudo: sexo, compromisso, bebida, música, party... Enfim, diversão. Prometo que volto a pensar nisso em breve. Vou chamar o Henrique e o Mário para sairmos daqui a pouco; acho que eles estão "na gala", por assim dizer, rs. A Giô já disse que vai ficar em casa mesmo. E o César e a Júlia disseram que sairão sem falta conosco amanhã (combinamos de ir em uma boate mais de rock), mas que hoje preferem ficar lendo e estudando. CDFs, ai, ai...
Estas férias estão sendo maravilhosas. Estou me sentido uma Lolita Pille, hehe! Quase todo dia, durmo às 7 da manhã para acordar às 4 da tarde, saio freqüentemente, já "conheci" muita gente, e até descobri uns lugares novos. Só volto a pensar na faculdade daqui a duas semanas (matrícula das matérias, you know...), e de novo na 1ª semana de aulas. Isso se não tiver greve, né? Com licença, vou ouvir Prodigy enquanto me arrumo. Hasta!

12 fevereiro 2010

Desmascarando Falácias Econômicas com Henry Hazlitt

Usei como base do fichamento do Hazlitt a 4ªedição de seu livro, publicada pelo Instituto Liberal (1990), assim como a versão resumindo que eles lançaram como complemento à revista Banco de Idéias. Sobre o Thoreau, baseei-me na 7ª edição de Walden + A Desobediência Civil, pela editora Ground (2007).

1. Biografia

· Henry Hazlitt nasceu em 1894, na cidade de Nova York.

· Economista e jornalista, ele trabalhou em publicações como o Wall Street Journal, o New York Times e a Newsweek. Foi editor do Freeman.

· Foi o 1º vice-presidente da FEE (Fundação para a Educação Econômica), que há mais de sessenta anos promove divulga idéias pró-livre mercado e libertárias.

· Ajudou Ludwig Von Mises, importante economista austríaco, que havia emigrado de uma Europa à beira da II Guerra, a se estabelecer na América, inclusive com assistência financeira.

· Escritor prolífico, durante sua vida publicou 25 obras, a maioria sobre economia e ética.

· Morreu aos 98 anos de idade, em Julho de 1993, também em NYC.

2. “Economia numa única Lição”

· Bastiat e seu ensaio “O que se vê e o que não se vê” serviram de inspiração para Hazlitt, ao evocarem uma fundamental lição sobre economia política: “a arte de ver não apenas os efeitos imediatos de qualquer ato ou política, mas também os mais remotos; é descobrir as conseqüências dessa política não apenas com os grupos ou setores diretamente envolvidos, mas para todos eles”.

· Análise e crítica das principais falácias econômicas, a partir do erro central de todas elas. O alvo principal, é claro, é o keynesianismo e seu impacto na política econômica de governos do mundo inteiro.

· Parábola da vitrine quebrada: um moleque atira um tijolo na vidraça de uma padaria. O senso comum veria um lado proveitoso nisso – proporcionar emprego ao vidraceiro, que por sua vez terá mais dinheiro para gastar com comércio. Logo, a destruição, ao invés de ser vista como ameaça pública, seria uma boa ação. Porém, o ato de vandalismo também prejudicou o padeiro, que terá que gastar o dinheiro que investiria em outra coisa (um terno, por exemplo) comprando outra vitrine. Seguindo a mesma lógica, é menos emprego para o alfaiate. Ou seja, na melhor das hipóteses, a vitrine quebrada manteve a economia como estava; apenas favoreceu um grupo em detrimento do outro, sem criar novos empregos. Eis a metáfora que indica a falácia da idéia de demanda “agregada”, “insatisfeita”.

· Obras públicas: vê-se de imediato os empregos criados para, p. ex., construir uma ponte. Isso, contudo, envolve custos: mais impostos sobre as pessoas e empresas, expropriando capital que poderia ter criado empregos em outras áreas. O aumento excessivo de impostos desencoraja e desorganiza a produção, logo não há aumento de riqueza.

· Empréstimos governamentais e créditos desviam a produção para investimentos mais arriscados e menos lucrativos. O governo não tem a mesma preocupação (tampouco a capacidade) da iniciativa privada em saber se o dinheiro está sendo bem aplicado.

· Pleno emprego: é comum colocar-se salários e empregos como um fim em si mesmo, esquecendo-se de que eles são os meios para a produtividade e da produção. Seria como distribuir o bolo antes mesmo de fazê-lo crescer.

· Controle de preços: os preços são determinados pela oferta e a demanda (procura), a partir das necessidades dos consumidores e os custos de produção. Tentativas de “congelá-los”, seja com um teto ou um piso, prejudicam o funcionamento da economia – geram-se efeitos contrários aos previstos pela política. No primeiro caso, porque a demanda fica desproporcionalmente maior que a oferta, gerando escassez e aumento de preços. No segundo, porque a oferta bem maior que a procura acarreta em superprodução e desemprego.

· Controle de aluguéis: este, sob a alegação de proteger os inquilinos do aumento do preço dos aluguéis, discrimina os que não ocupam casas ou apartamentos em favor daqueles que já têm moradia. Além disso, diminuem-se os incentivos para que se construam novas moradias, e aquelas que já existem se degradam, pelo desinteresse dos proprietários em conservá-las.

· Salário mínimo: antes de tudo, o salário é um preço como outro qualquer. Sendo assim, elevá-lo por decreto gerará resultados indesejáveis; basicamente se substitui o salário baixo pelo desemprego. Impedem-se, assim, salários que poderiam crescer graças ao aumento da produtividade do trabalho e do acúmulo de capital.

· Política industrial: salvar indústrias à beira da falência é desviar capital e trabalho de mão-de-obra das indústrias em que estes estão empregados de maneira mais eficiente. Prejudicam-se, assim, os contribuintes e as demais indústrias. Conseqüentemente, cria-se menos riqueza e diminui-se o padrão de vida da população. O mesmo raciocínio vale para os subsídios agrícolas.

· Inflação: como todos os exemplos vistos anteriormente, favorece alguns grupos (aqueles que forem os primeiros a receber o dinheiro adicional) em detrimento da maioria da comunidade. Ela distorce a estrutura de produção, levando à má aplicação e ao desperdício (consumo de capital), e um subseqüente colapso. Assim como os impostos, a inflação desestimula a prudência e a encoraja o desperdício. Especular torna-se mais lucrativo que produzir.

· Lucros: servem para indicar quais as mercadorias mais econômicas para se produzir, assim como os meios mais econômicos para produzi-las. Ou seja, permitem identificar como diminuir os custos e aumentar a eficiência.

· Poupança: ao contrário do que dizem os keynesianos, poupança é apenas outra forma de gastar; é uma provisão para o futuro. Dizer indiscriminadamente que ela é entesouramento ou investimento é uma falácia – aquilo que é economizado em bens de consumo é gasto em bens de capital, sem retração. Por meio da taxa de juros, poupança e investimento tenderão a igualar-se.

3. Influência

· “Economia numa única lição” (1946) foi um dos livros de economia mais vendidos do século XX: quase um milhão de cópias.

· Ajudou a trazer as idéias econômicas da Escola Austríaca para o público de língua inglesa. Com isso, teve importância ao divulgar o pensamento libertário (e suas críticas à intervenção estatal na economia) para uma maior audiência.

· Constituiu-se em um dos principais críticos do keynesianismo nos EUA. Seu livro “The Failure of the New Economics” (1959), por exemplo, é uma refutação, página por página, da “Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda”, obra-prima de Keynes.



09 fevereiro 2010

Brothers, drinks and studies

Este post tratará de três assuntos bem diferentes, sem nenhuma conexão entre si. Simplesmente estava com vontade de falar de todos eles no mesmo texto.

É inegável que o Big Brother Brasil 10 é uma das edições mais repletas de barracos da história do programa. Os excessos levam o BBB10 a ter muitos prós, mas também muitos contras. Toda a "diversidade" está sendo mal aproveitada por votos decepcionantes dos espectadores.
Em 1º lugar, Tessália, a Twittess, foi injustamente eliminada na semana passada, e com vergonhosos (para o eleitorado do Big Brother) 78%. Participante polêmica, foi jogadora assumida e claramente fugia dos estereótipos dos participantes deste reality show. Infelizmente, tinha contra si a animosidade de milhares de twitteiros invejosos e a reprovação das donas-de-casa, que se chocaram com suas cenas 'edredônicas' e seu individualismo explícito, e ainda engoliram a farsa engendrada por Lia, que com todos os seus sofismas, hipocrisias e um discurso de "amiga traída', justificou sua própria traição a Tess, ao jogá-la no paredão.
Aliás, o público do BBB é pouquíssimo sensato em suas decisões, pois no domingo eliminou Alex (que, embora fosse mais retórico que prático, queria jogo e desmascarou os "ratos covardes" da casa) e hoje, deixou a própria Eliane, mesmo com todas as atitudes absurdas e irritantes que ela vem mantendo diariamente na casa. Porém, eu já imaginava que o lampejo de lucidez no BBB9 era só um lampejo, e logo voltaríamos a encarar as lamentáveis escolhas do eleitorado, que tanto marcaram edições como a 3ª, a 5ª e a 7ª.
Estou torcendo por Elenita, e também me simpatizo com Angélica e Dourado. São os únicos na casa que demonstraram as qualidades que eu gostaria de ver em um "brother" ou "sister": a inteligência e transparência da Doutora, o jogo limpo e independente da Morango e a autenticidade e agressividade (no bom sentido) de Marcelo.
O duro é aguentar a vovó fofoqueira Dicésar, o casal de araque Eliéser e Cláudia, a falsa Fernanda, a escandalosa e barraqueira Anamara e, é claro, a repugnante Lia. Paciência...
O melhor blog da net-BBB é o BBB, O Décimo. Análises sempre precisas, que retiram de qualquer um o possível 'guilty pleasure' por assistir ao programa. Semana passada até comentei em um post lá (escrevi como kaiof). Também recomendo a panfletária e 'nicknamer' Scully e a coletânea de bons textos Cartas para Bial.

6 de Fevereiro de 2010. Pouco antes do show de uma banda cover de Oasis. Um amigo e uma amiga da universidade como testemunhas. Bebi pela primeira vez.
Tomei uns goles de Stella Artois e Heineken. Foi bem pouquinho, e ainda tomei Coca-Cola junto. E nem senti algum efeito. De qualquer maneira, é como se eu tivesse perdido minha "virgindade alcóolica", rs (
se bem que eu já sabia como era o gosto, porque um dia, anos atrás, sem querer coloquei Coca num copo que estava sujo de cerveja). Ou seja, apenas 2 semanas depois daquele post, eu já fiz uma das coisas que achava que demoraria para fazer.
Não vou, contudo, começar a beber com freqüência. Não adotarei o método PS3 (hardcore, alcóolatra) nem o do Wii (casual, socialmente); imagino que, talvez, de um jeito "minigames do DS" (bem de vez em quando, só em doses microscópicas). Ainda prefiro o gosto dos refrigerantes, e agora tenho um argumento melhor do que "não, nunca bebi" quando vierem me oferecer.

Estou pensando em montar um PIBEX, ou seja, um projeto de extensão. Seria um Grupo de Estudos Humanistas: leríamos e discutiríamos alguns dos principais escritores, filósofos e pensadores sociais dos séculos XIX e XX, suas contribuições para os debates sobre temas como conhecimento, liberdade, totalitarismo e responsabilidade individual, assim como suas conexões com a tradição clássica e moderna do pensamento ocidental. Ambicioso, não? Porém, acho que com a dedicação, pessoas para ajudar e as informações certas para operacionalizá-lo, pode dar certo.
Ainda falando de assuntos acadêmicos, continuo com a idéia de tentar conseguir uma bolsa de mestrado nos EUA. Sim, o percurso não será nada fácil, mas eu me sinto motivado a correr atrás dessa possibilidade. Sendo assim, é melhor eu começar a produzir artigos, para já ter "bagagem" o suficiente para poder ter maiores chances de ser aprovado na New School (ou em outra universidade que tenha bons cursos e professores nas áreas de Ciência Política, Filosofia e "Social Thought"). Estava pensando em já definir um tema sobre o qual todos os meus artigos - e minha monografia - iriam girar, mas falarei mais sobre isso em outra postagem. Bye!

06 fevereiro 2010

A Desobediência Civil em Thoreau

1. Biografia

· Henry David Thoreau nasceu em 1817, na cidade de Concord.

· Formou-se em Literatura Clássica e Línguas pela Universidade de Harvard. Chegou a ser professor durante alguns anos, mas seus métodos heterodoxos (por exemplo, passeios de campo e não aplicar castigos físicos) geraram críticas e divergências com a escola.

· Ligou-se ao movimento transcendentalista, formado por escritores como Ralph Waldo Emerson, mas não concordava com algumas reflexões mais místicas do grupo, alegando ter maior foco na vida e no presente.

· Trabalhou durante algum tempo como conferencista e escritor.

· Foi preso em 1846, por sonegação fiscal; já fazia seis anos que ele se recusava a pagar impostos. Sua tia, no entanto (e contra a vontade de Thoreau), pagou a fiança, e ele foi solto no dia seguinte. Esta experiência o marcou profundamente, e influenciaria seus escritos e atuação pública dali em diante.

· Em sua última década, demonstrou grande interesse por botânica, história natural e narrativa de viagens e expedições.

· Morreu de tuberculose aos 44 anos, em 1862, em sua cidade-natal.


2. “Walden: A Vida nos Bosques”

· Embora tenha sido publicado somente em 1854, começou a ser escrito antes de “A Desobediência Civil”. É a obra-prima de Thoreau.

· O livro possui certa alternância entre capítulos mais descritivos e analíticos, sempre marcados pelo humor e a perspicácia do autor ao observar a mesquinhez da vida urbana e o desprezo do homem moderno pela natureza.

· O autor morou dois anos perto do lago Walden, em um estilo de vida modesto, vivendo com o mínimo de recursos possível. Sendo assim, construiu a sua própria casa, plantou um jardim e, gastando o mínimo possível, comprou e cultivou comida.

· O famoso capítulo “Leituras” critica a falta de uma cultura letrada em Concord, e faz uma defesa das letras clássicas e de uma literatura mais sofisticada: “Os livros encerram o mais precioso tesouro do mundo e a digna herança das gerações e nações. (...) Só escalando esse monte de sapiência é que podemos ter a esperança de alcançar os céus algum dia. (...) Construamos um arco de sabedoria sobre o abismo escuro da ignorância que nos isola”.

· “Walden” possui um estilo bem metafórico, repleto de aforismos: “Um homem é rico em proporção ao número de coisas de que pode prescindir”;

· “Eu fui para os bosques porque pretendia viver deliberadamente, defrontar-me apenas com os fatos essenciais da vida, e ver se podia aprender o que tinha a me ensinar, em vez de descobrir à hora da morte que não tinha vivido”;

· “Toda a nossa vida é surpreendentemente moral. Não há um só instante de trégua entre a virtude e o vício. A bondade é o único investimento que nunca falha”;

· “Não cabe ao homem colocar-se em oposição à sociedade, mas manter-se em atitude compatível com as leis de seu ser, que não estarão em oposição às leis governamentais, se ele tiver a sorte de se defrontar com um governo justo”.


3. “A Desobediência Civil”

· Sua primeira edição data de 1849.

· O melhor governo é o que governa menos; porém, quando os homens estiverem preparados, pode-se ir além, e afirmar que o melhor governo é o que absolutamente não governa. Porém, em um sentido prático, pelo menos um governo que seja melhor do que o atual, no sentido de respeitar seus cidadãos, já é desejável.

· O governo em si é somente o modo que o povo escolheu para executar a sua vontade, é suscetível de abusos e deturpações que vão de encontro à aprovação popular.

· Em primeiro lugar, somos homens, e só depois súditos. Jamais se deve renunciar à própria consciência em prol do legislador. A única obrigação que se tem direito de assumir é a de sempre fazer o que se julga correto; a lei não nos torna mais justos.

· Toda votação é uma espécie de jogo, com um leve toque moral (o certo e o errado), embora o caráter dos votantes não esteja em jogo. Um homem sábio não deixará o justo à mercê da sorte ou do poder da maioria, pois pouca é a virtude inerente à ação das massas. Qualquer homem mais correto do que os seus vizinhos já constitui uma maioria simples.

· Aqueles que, ao mesmo tempo em que desaprovam o caráter e as medidas de um governo (guerras e escravidão, por exemplo), dão-lhe sua adesão e apoio (pagar impostos) são, certamente, seus maiores defensores, e os maiores obstáculos a qualquer reforma. Contribuir com sua cota ao Tesouro é consentir com as injustiças perpetradas pelo Estado.

· Em um governo que aprisiona qualquer um injustamente, o verdadeiro lugar para um homem justo é também a prisão.

· O Estado nunca se confronta com o sentido moral ou intelectual de um homem, mas com o seu corpo, seus sentidos. Para quê pedir a proteção dele se, quando alguém nega a sua autoridade ao não pagar impostos, ele se apossa e danifica toda a sua propriedade, e ainda importunará o indivíduo e sua família?

· Não é por nenhum item em particular que Thoreau se recusa a pagar os impostos, mas simplesmente porque se deseja recusar a adesão ao Estado, afastando-se e mantendo-se à distância dele; enfim, dedicando ao governo o menor número possível de pensamentos.

· O progresso de uma monarquia absoluta para uma monarquia constitucional, e desta para uma democracia, é um progresso no sentido do verdadeiro respeito pelo indivíduo. Será que a democracia tal como nós a conhecemos é o último aperfeiçoamento possível em termos de construir governos?

· Para que a autoridade do governo seja justa, deve ter a aprovação e o consentimento dos governados. Ou seja, não pode gozar de direito sobre uma pessoa e seus bens além do que ela lhe concede. Um Estado realmente livre e esclarecido precisa reconhecer o indivíduo como poder superior e independente, e do qual derivou o seu próprio poder e autoridade.


4. Influência

· Mahatma Gandhi, líder político no processo de Independência da Índia (1947), leu o livro quando estava na prisão, na África do Sul. Quem lhe recomendou a leitura foi o escritor russo Leon Tolstoi.

· Resistência passiva: vários movimentos por direitos civis durante o século XX (inclusive o de Martin Luther King, nos EUA) se inspiraram em “A Desobediência Civil” ao fazer protestos políticos baseados na não-cooperação com o Estado e no pacifismo.

· Libertarianismo: suas posições anti-Estado e favoráveis à liberdade individual, à independência e ao livre mercado foram de grande influência para o movimento libertário.

· Ecologia: H. D. Thoreau é considerado um dos primeiros ambientalistas. Ele associava natureza com liberdade, e demonstrava ceticismo quanto ao progresso tecnológico.

· “Na Natureza Selvagem" (“Into the Wild”), filme baseado na história de Christopher McCandless, um jovem que, após se formou, largou família, dinheiro e um futuro certo para viajar pelos EUA, tendo como destino final morar no Alasca. A postura ascética de Chris tem por influência a leitura de autores como Thoreau.