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Kaio

 

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12 fevereiro 2010

Desmascarando Falácias Econômicas com Henry Hazlitt

Usei como base do fichamento do Hazlitt a 4ªedição de seu livro, publicada pelo Instituto Liberal (1990), assim como a versão resumindo que eles lançaram como complemento à revista Banco de Idéias. Sobre o Thoreau, baseei-me na 7ª edição de Walden + A Desobediência Civil, pela editora Ground (2007).

1. Biografia

· Henry Hazlitt nasceu em 1894, na cidade de Nova York.

· Economista e jornalista, ele trabalhou em publicações como o Wall Street Journal, o New York Times e a Newsweek. Foi editor do Freeman.

· Foi o 1º vice-presidente da FEE (Fundação para a Educação Econômica), que há mais de sessenta anos promove divulga idéias pró-livre mercado e libertárias.

· Ajudou Ludwig Von Mises, importante economista austríaco, que havia emigrado de uma Europa à beira da II Guerra, a se estabelecer na América, inclusive com assistência financeira.

· Escritor prolífico, durante sua vida publicou 25 obras, a maioria sobre economia e ética.

· Morreu aos 98 anos de idade, em Julho de 1993, também em NYC.

2. “Economia numa única Lição”

· Bastiat e seu ensaio “O que se vê e o que não se vê” serviram de inspiração para Hazlitt, ao evocarem uma fundamental lição sobre economia política: “a arte de ver não apenas os efeitos imediatos de qualquer ato ou política, mas também os mais remotos; é descobrir as conseqüências dessa política não apenas com os grupos ou setores diretamente envolvidos, mas para todos eles”.

· Análise e crítica das principais falácias econômicas, a partir do erro central de todas elas. O alvo principal, é claro, é o keynesianismo e seu impacto na política econômica de governos do mundo inteiro.

· Parábola da vitrine quebrada: um moleque atira um tijolo na vidraça de uma padaria. O senso comum veria um lado proveitoso nisso – proporcionar emprego ao vidraceiro, que por sua vez terá mais dinheiro para gastar com comércio. Logo, a destruição, ao invés de ser vista como ameaça pública, seria uma boa ação. Porém, o ato de vandalismo também prejudicou o padeiro, que terá que gastar o dinheiro que investiria em outra coisa (um terno, por exemplo) comprando outra vitrine. Seguindo a mesma lógica, é menos emprego para o alfaiate. Ou seja, na melhor das hipóteses, a vitrine quebrada manteve a economia como estava; apenas favoreceu um grupo em detrimento do outro, sem criar novos empregos. Eis a metáfora que indica a falácia da idéia de demanda “agregada”, “insatisfeita”.

· Obras públicas: vê-se de imediato os empregos criados para, p. ex., construir uma ponte. Isso, contudo, envolve custos: mais impostos sobre as pessoas e empresas, expropriando capital que poderia ter criado empregos em outras áreas. O aumento excessivo de impostos desencoraja e desorganiza a produção, logo não há aumento de riqueza.

· Empréstimos governamentais e créditos desviam a produção para investimentos mais arriscados e menos lucrativos. O governo não tem a mesma preocupação (tampouco a capacidade) da iniciativa privada em saber se o dinheiro está sendo bem aplicado.

· Pleno emprego: é comum colocar-se salários e empregos como um fim em si mesmo, esquecendo-se de que eles são os meios para a produtividade e da produção. Seria como distribuir o bolo antes mesmo de fazê-lo crescer.

· Controle de preços: os preços são determinados pela oferta e a demanda (procura), a partir das necessidades dos consumidores e os custos de produção. Tentativas de “congelá-los”, seja com um teto ou um piso, prejudicam o funcionamento da economia – geram-se efeitos contrários aos previstos pela política. No primeiro caso, porque a demanda fica desproporcionalmente maior que a oferta, gerando escassez e aumento de preços. No segundo, porque a oferta bem maior que a procura acarreta em superprodução e desemprego.

· Controle de aluguéis: este, sob a alegação de proteger os inquilinos do aumento do preço dos aluguéis, discrimina os que não ocupam casas ou apartamentos em favor daqueles que já têm moradia. Além disso, diminuem-se os incentivos para que se construam novas moradias, e aquelas que já existem se degradam, pelo desinteresse dos proprietários em conservá-las.

· Salário mínimo: antes de tudo, o salário é um preço como outro qualquer. Sendo assim, elevá-lo por decreto gerará resultados indesejáveis; basicamente se substitui o salário baixo pelo desemprego. Impedem-se, assim, salários que poderiam crescer graças ao aumento da produtividade do trabalho e do acúmulo de capital.

· Política industrial: salvar indústrias à beira da falência é desviar capital e trabalho de mão-de-obra das indústrias em que estes estão empregados de maneira mais eficiente. Prejudicam-se, assim, os contribuintes e as demais indústrias. Conseqüentemente, cria-se menos riqueza e diminui-se o padrão de vida da população. O mesmo raciocínio vale para os subsídios agrícolas.

· Inflação: como todos os exemplos vistos anteriormente, favorece alguns grupos (aqueles que forem os primeiros a receber o dinheiro adicional) em detrimento da maioria da comunidade. Ela distorce a estrutura de produção, levando à má aplicação e ao desperdício (consumo de capital), e um subseqüente colapso. Assim como os impostos, a inflação desestimula a prudência e a encoraja o desperdício. Especular torna-se mais lucrativo que produzir.

· Lucros: servem para indicar quais as mercadorias mais econômicas para se produzir, assim como os meios mais econômicos para produzi-las. Ou seja, permitem identificar como diminuir os custos e aumentar a eficiência.

· Poupança: ao contrário do que dizem os keynesianos, poupança é apenas outra forma de gastar; é uma provisão para o futuro. Dizer indiscriminadamente que ela é entesouramento ou investimento é uma falácia – aquilo que é economizado em bens de consumo é gasto em bens de capital, sem retração. Por meio da taxa de juros, poupança e investimento tenderão a igualar-se.

3. Influência

· “Economia numa única lição” (1946) foi um dos livros de economia mais vendidos do século XX: quase um milhão de cópias.

· Ajudou a trazer as idéias econômicas da Escola Austríaca para o público de língua inglesa. Com isso, teve importância ao divulgar o pensamento libertário (e suas críticas à intervenção estatal na economia) para uma maior audiência.

· Constituiu-se em um dos principais críticos do keynesianismo nos EUA. Seu livro “The Failure of the New Economics” (1959), por exemplo, é uma refutação, página por página, da “Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda”, obra-prima de Keynes.



 

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