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Kaio

 

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27 maio 2007

Uma semana em 7 tópicos

1. No post antepassado eu fiz 5 tópicos, enquanto que no passado foram seis. No que você está lendo nesse exato momento, são sete. Em outras palavras, uma progressão aritmética de razão 1.
Pensando bem, acho que essa explicação foi puro engodo, mas... enfim, estou aplicando a matemática na vida real. No próximo texto, quem sabe eu não faço alguma função logarítmica, uso um determinante ou até mesmo falo de estatísticas de vendas de games?


2. Falando em estatísticas de vendas de games, o Wii tem grandes chances de passar o Xbox 360 até o fim do terceiro trimestre. Em apenas seis meses, o novo console da Nintendo, de acordo com os números do VG Chartz, já superou as 7,5 milhões de unidades vendidas mundialmente, contra cerca de 9,8 milhões de X360 vendidos em 18 meses. A Big N, que já tinha motivos para sorrir com o fenômeno de vendas que é o Nintendo DS, agora está muito perto de voltar a ser a #1 em vendas nos dois segmentos do mercado de videogames - o de consoles domésticos e o de portáteis. Tal fato não acontece desde 1995, quando o Super Nintendo e o Game Boy "tijolão" eram líderes do mercado. Desde 96, ela só continuou soberana nos games de bolso, visto que o Nintendo 64 e o GameCube foram esmagados pelo PS1 e PS2, respectivamente.
Enquanto isso, a Sony, que há dois anos chegou até a vislumbrar uma liderança absoluta do mercado com a chegada do PlayStation Portable, agora tem que contar os prejuízos, visto que o PlayStation 2 já está encerrando o seu ciclo, o PSP tem um concorrente (o DS) que já vendeu praticamente o dobro (43 mi x 22 mi) e o Play 3, para piorar, é, até o momento, um grande fracasso comercial, com apenas 3,2 milhões vendidos até o momento; tal marca faz dele a plataforma Nex Gen de menor sucesso até o momento. Como os blockbusters que serão lançados para ele só chegarão no fim do ano ou em 2008, e o seu custo de produção continua caro demais para uma redução de preço (600 doletas é um absurdo), ele continuará sendo mais motivo de piadas do que de lucros.

3. Estou lendo dois livros, "O Fantasma de Luis Buñuel" (Maria José Silveira) e "Uma Casa no Fim do Mundo" (Michael Cunningham). Pretendo terminar pelo menos um dos dois até sexta-feira.
Não estou com paciência para falar mais sobre eles no momento, mas já posso adiantar que o primeiro é um romance consistente que utiliza-se muito bem da técnica do contraponto, e o segundo, já nas 35 primeras páginas que eu li, demonstrou ser fantástico, apresentando personagens interessantíssimos.
Ainda sobre livros: comprei a nova edição de "Revolução dos Bichos", lançada pela Companhia das Letras, e "Laços de Sangue", outro livro de Cunningham. Esta, a propósito, será minha próxima leitura.
Livro que eu terminei nessa semana: "Relações Internacionais", de Williams Gonçalves. Ele foi bastante útil para me ajudar com os preparatórios para o...

4. ... PoliONU, evento do qual eu participarei a partir de 7 de Junho. Como pressuposto para esse tópico, leia o texto que eu fiz no ano passado sobre a minha primeira vez no PoliONU.
Serei coordernador/orientador dos alunos de 1º e 2º ano do meu colégio que participarão nesse ano. Em outras palavras, vou ser o "tio" dos guris, hehe. Li a obra sobre R.I. porque precisava me informar mais sobre o assunto, visando a fornecer a eles mais informações e estratégias sobre como eles poderão debater em cada comitê. Até aprendi bastante sobre as 3 teorias das relações internacionais: o liberalismo, o racionalismo e o realismo. Na terça-feira, aproveitei um horário cedido pelo meu professor de Filosofia, que será o coordenador-chefe dos alunos que participarão, para explicar para eles estas três teorias, o que propõem e quais países adotam cada uma delas.
Não negarei que estou bem ansioso em relação ao evento, visto que é uma excelente oportunidade para estudantes que gostam da área de Humanas (especialmente os futuros diplomatas) botarem em prática os conhecimentos acumulados quando defenderem o ponto de vista de um certo país em um certo comitê (por exemplo, o delegado da Alemanha na OMC, posicionando-se a favor dos subsídios agrícolas).
Será bem legal atuar como "tio" nesta edição, pois poderei acompanhar o PoliONU nos bastidores e ter uma boa e ampla noção do desenrolar dos debates. Para um aspirante a cientista político como eu, agir como observador poderá ser bem interessante.

5. Mais uma vez, um simulado dilacerou-me. Desta vez, foi o do meu próprio colégio. Foi a primeira prova interdisciplinar que a escola promoveu, mas, apesar da iniciativa interessante, ela foi muito mal elaborada, tornando-se extremamente extensa, cansativa, repleta de erros gramaticais e imprecisões e sendo confusa ao mesclar certos conteúdos.
Acertei apenas 50 das 90 questões, o que, por incrível que pareça, me dará uma classificação razoável, visto que a massacrante maioria dos estudantes conseguir ter desempenho ainda pior do que o meu. Apenas me salvei completamente nas questões de História e Inglês; quanto às outras, tive uma grande (e irritante) alternância de acertos e erros, erros e acertos. Além do mais, foi a prova que eu mais demorei para fazer até hoje - terminei-a apenas às 19h18, faltando 12 minutos para estourar o tempo.
Senti-me triplamente ultrajado. Primeiro, porque sinto que preciso otimizar meu tempo para fazer as provas; isso nunca foi um problema para mim, mas tornou-se nesses dois últimos simulados, o que é preocupante.
Em segundo lugar, eu necessito ter uma maior capacidade de relacionar e associar os conhecimentos das mais diversas matérias, porque isso será essencial não apenas no vestibular da UnB, mas pelo resto da vida; afinal, se eu me considero mesmo um "menino-enciclopédia", por que teria esse resultado pífio no simulado?
Por último, meu colégio deveria ter sido muito, mas muito mais cuidadoso na elaboração da prova, para evitar a quantidade de erros; chegou-se ao ponto de um bedel precisar ir à sala comunicar aos alunos 6 correções, que iam desde "tais proposições são do item B, e não do A" até uma alusão ao nome de Rutherford no lugar de Thomson, que alteraria completamente a resposta de uma questão. Espero que todas as imperfeições deste teste sirvam de lição para os próximos.

6. Fiz uma das redações mais malucas e excêntricas da minha vida na última quinta-feira. Tenho certeza de que a nota dela ou será muito alta, ou será um zero por "explícita insanidade mental do aluno". Ok, ok, estou exagerando, mas o texto ficou bem bacana. Publicá-la-ei aqui no blog quando recebê-la.

7. Banda que eu mais ando ouvindo atualmente: Radiohead.
Quando comecei a ouví-la: meados de 2004.
Primeira "overdose": entre Junho e Julho de 2006.
Segunda "overdose": desde o início desse mês.
Álbum deles que eu mais gosto: OK Computer, seguido de perto por Kid A.
Música favorita: Lucky.
Por que considero Radiohead tão especial: I - Muita intertextualidade nas letras das canções (vide Karma Police, 2+2=5, Paranoid Android etc.); II - Belas melodias e arranjos; III - Discos impecavelmente produzidos; IV - Thom Yorke canta de um jeito muito meloso, mas que se encaixa perfeitamente com as canções do Radiohead; V- Uma das raríssimas bandas a ter o pleno direito de ser rotulada de "Rock Alternativo", em razão da profunda mistura de sonoridades que eles promovem, ainda mais a partir de OK Computer. Mesmo vendendo milhões de discos e sendo compositores de canções que fizeram tanto sucesso comercial, isso não impediu a banda de continuar sendo vanguardista e ousada, até mesmo porque foram tais características que levaram-na a tamanha aprovação tanto de público quanto de crítica.

20 maio 2007

Six Different Ways

6 - Terminei de ler "O Idiota" na sexta-feira passada. Fiquei impressionado com a minha força de vontade, pois, em 9 dias, li as 470 páginas que faltavam! De certa maneira, o mérito pela leitura veloz é também do autor, visto que Dostoiévski escreve de uma maneira tão brilhante e envolvente que faltou pouco para que eu não sonhasse com alguma cena do livro, hehe.
Com isso, 18 de Maio foi o dia em que eu fechei mais uma etapa da minha vida - terminei a trilogia de obras-primas do escritor russo. "Crime e Castigo" foi o primeiro que eu li, em Agosto de 2005, sendo uma leitura que simbolizou o início de um, hã, "novo Kaio". Foi naquele mês que eu comecei uma série de ótimas leituras (por exemplo, "!984" e "Assim Falou Zaratustra", os quais eu li assim que terminei "Crime e Castigo"), uma sofisticação do meu gosto musical (comecei a ouvir Joy Division, Smiths, Cure, Sonic Youth, Placebo, Interpol, New Order etc.), uma revisão das minhas posturas ideológicas e filosóficas (como o afastamento do ideário da esquerda e a gradual aproximação de idéias politicamente libertárias e economicamente direitistas), uma progressiva melhora dos meus textos (nisso o Racio Símio me ajudou, visto que eu pude moldar melhor meus 'fluxos de consciência' para aprimorar meu estilo e técnica)... enfim, uma nova maneira de encarar o mundo.
Voltando ao Dostoiévski, o segundo da trilogia que eu li foi "Os Irmãos Karamazovi", entre Outubro e Novembro de 2005. Dos três, este foi o meu predileto, porque contém em seu enredo três personagens muito bem construídos e completamente compatíveis com o contexto da Rússia do século XIX e, quem sabe, válidos até pro mundo atual. Ivan era o ateu niilista, Aliócha era o cristão de moral elevada e Dmitri era o romântico porra-louca. Vale ressaltar também o incrível desenvolvimento e desfecho do livro em suas mais de 700 páginas, constituindo-se em um autêntico romance filosófico e, acima de tudo, uma obra-prima da literatura mundial.
"O Idiota" foi o que eu levei mais tempo para ler, talvez porque eu fiquei meio confuso com tantos personagens aparecendo na história de uma só vez. Parei a leitura há cerca de um ano, e resolvi voltar agora, em Maio/07, porque sentia-me preparado e maduro o suficiente para vencer, derrotar, triunfar sobre tal 'desafio literário'. E consegui, com menos dificuldades do que esperava.
Gostaria, aliás, de agradecer a várias pessoas por isso. Ao Príncipe Míchkin, por representar tão bem um idiota (tal alcunha é em razão de sua epilepsia) que encarna o espírito dos eslavistas cristãos. Sua exaltação ao falar, sua "sábia ingenuidade" ao lidar com as situações mais excêntricas (duas em especial: a que envolvemBurdóvskii - o suposto filho de Pavlíchtchev, que criou o príncipe - e um discurso exagerado de Ippólit que quase terminou muito mal), sua postura admirável perante as peripécias de Nastássia, Agláia e Rogójin... enfim, em tudo ele é um personagem inesquecível, um autêntico Dom Quixote russo.
Também pretendo agradecer justamente às outras três criaturas citadas no parágrafo anterior. Agláia, com sua instabilidade e inocência, levou o livro a ter várias situações impagáveis; Rogójin encarnou de maneira impecável o "típico" sujeito perigoso e perturbado, que sempre está disposto a cometer os atos mais cruéis, como se verificará em duas cenas do livro; e Nastássia (ou Natascha), uma mulher linda, promíscua, cínica e, acima de tudo, leviana. Menções honrosas também para o tuberculoso e exaltado Ippolít, o gaiato Liebediév, a brava e contundente Lizavéta Prokófievna e o inteligente e arrogante Evguénii Pávlovich.
Talvez essa seja a obra mais auto-biográfica de Fiodor, até mesmo porque não só os personagens, mas várias das situações relatadas em "O Idiota" ocorreram na vida do autor. Isso só aumenta ainda mais a mágica do livro. Imperdível para todos que queiram uma leitura densa e ímpar.

5 - Fui espancado, esmagado e destruído pelo 2º simulado Poliedro, que fiz ontem. Acertei apenas 55 das 90 questões da prova, 5 pontos a menos do que no 1º destes simulados. O exame era extremamente exaustivo, visando a vencer o aluno não pela dificuldade, mas sim pelo tempo.
Pela primeira vez na minha vida, entreguei uma prova às 19h10, faltando vinte minutos para estourar o horário.Para piorar, quando comecei a marcar no cartão de respostas, lá pelas 18h30, eu ainda não havia feito quase nenhuma das questões de Física e Química! Em razão da pressa e da pressão (péssimo trocadilho, hein?), acabei acertando apenas 20% dos exercícios desta e 30% daquela.
Felizmente, fui bem nas questões que eu pude fazer com maior cuidado. Fechei História e Inglês (que, aliás, tinha um texto sobre o Aqua Teen para ser interpretado! Adorei!), errei só uma de Geografia e tive 70% de aproveitamento em Biologia e em Matemática. Quanto a Português e Interdisciplinares, tive desempenho mediano - 7/16 e 5/9, respectivamente. Não foi por acaso, visto que já pelas 16h30 eu já estava estressado com a prova, e isso prejudicou a minha concentração.
O que me consola (bem, talvez nem tanto) é o fato de que minha nota e meu stress foram até pequenos perto dos outros alunos. Houve até quem errasse 25, 26 questões a mais do que no 1º simulado - e estou falando de bons estudantes; os ruins devem ter chutado quase tudo, hehe.

4 - Felizmente terminei "O Idiota", porque agora posso pegar obras mais curtas (entenda 'menos de 250 páginas') para otimizar o meu horário de estudos. Já li 12 livros em 2007
(na verdade 12 e meio, pois só li "A Montanha Mágica" até a pág. 506, já que tive de devolvê-lo para uma amiga que foi fazer faculdade em outro estado), marca ainda muito distante dos 40 lidos no ano passado, mas é um número até compreensível pelos seguintes motivos: I - Ainda estamos em Maio; II - Estou estudando bem mais do que no ano passado, por razões óbvias; III - Todos os doze livros eram excelentes e, por incrível que pareça, úteis; para a minha sorte, o professor de História cobrou na prova passada uma questão sobre a defesa do monge Las Casas quanto à natureza humana dos índios. Lembram-se que, mês passado, eu li "A Controvérsia", que por coincidência falava justamente sobre isso? Pois é, agora ninguém vai ter o direito de dizer que só leio obras inúteis! Hohohohoho!
Creio que, analisando esta dúzia, o pior dos ovos foi "Pornopolítica", de Arnaldo Jabor. Não que seja realmente ruim (pelo contrário, é muito bom, com crônicas bem reflexivas e interessantes), mas não vamos comparar o Jabor com um Frank Kafka ("O Processo"), um Max Weber ("Ciência e Política"), um Jack Kerouac ("Vagabundos Iluminados") ou mesmo um Cícero ("As Catilinárias") da vida, certo?

3 - No tópico 6, eu falei que "
18 de Maio foi o dia em que eu fechei mais uma etapa da minha vida". Sim, é verdade, mas também por outros motivos. Um deles é mais musical - há 27 anos, faleceu Ian Curtis, vocalista do Joy Division, uma das minhas bandas favoritas e que me marcou bastante nos últimos dois anos. É sempre bom relembrar isso; me ajuda a pensar no quanto foi bom ouvir JD nos bons e nos maus momentos dessa fase Ago/05 - Mai/07...
O motivo principal para que eu dissesse tal frase, no entanto, não se refere especificamente a Dostoiévski ou Ian Curtis. Começou em tal data o que eu considero o prefácio, o preâmbulo de algo novo e maior.
Em outras palavras, começaram os 8 meses de transição da minha adolescência para a minha fase adulta. Em Janeiro de 2008, caso eu tenha passado no vestibular, poderei iniciar um momento decisivo de minha existência, no ambiente universitário. A vida acadêmica será importantíssima para que eu exerça a individualidade que construí durante toda a minha infância e adolescência.
Não gosto nem de pensar na hipótese de eu não passar, mas se ela ocorrer, eu terei uma fase meio sombria - "os 6 meses de purgatório". Provavelmente estarei conciliando algum curso universitário de engodo; pretendo prestar para vestibulares menores, como o de Ciências Sociais na UFG e Relações Internacionais na UCG para não precisar fazer cursinho no 1º semestre e ao menos iniciar, mesmo que com o pé esquerdo, a vida na universidade. Conciliarei os estudos em um desses cursos com uma preparação metódica e sistemática para entrar na UnB no vestibular de meio de ano, em Junho/08.
Ok, independentemente do meu destino após esses próximos oito meses, uma coisa é certa - eu já serei um adulto. Com 17 anos e meio, já terei boa parte da autonomia tão desejada, e poderei guiar totalmente os rumos de minha vida. Até os 25 anos, terei um projeto a ser concluído - utilizar a juventude para acumular o máximo de conhecimento e intelecto possíveis. Ao completar o meu vigésimo quinto ano, tenho como certa a chegada à minha "idade da razão", ou seja, o momento em que deixarei de idealizar a liberdade e passar a praticá-la. Posso até começar a pensar em namorar, constituir família, ter um trabalho fixo e de boa remuneração e ser um cientista político com todas as idiossincrasias de um "literato pretensioso e 'burguesinho'".
O plano já está traçado, e amanhã será o início prático dessa, hã, Introdução à Vida Adulta. Que estes sejam os oito melhores meses da minha vida!

2 - Quanto à rotina desses próximos dias e semanas, uma coisa é certa - menos internet, livros não tão longos e, acima de tudo, mais estudos. Quero terminar 2007 como uma espécie de PhD em 'matérias que caem no vestibular'. Os conteúdos e diretrizes escolares não são patéticos, logo, eu não terei que acreditar que ficarei chateado por ter que estudá-los. Depois que descobri que podia muito bem me apaixonar pela Biologia e pela Física, nada mais me soa realmente difícil. Se for preciso ter pontuações altíssimas nas provas e simulados, farei de tudo para obtê-las.
Meu lema, a partir de agora, é o mesmo dos jovens franceses de 68 (tudo bem que eles eram esquerdistas e eu sou direitista, mas deixemos as picuinhas de lado, certo?): "Sejamos realistas: exijamos o impossível!". E o meu 'impossível', assim como o deles, é bem possível. Eles conseguiram mudar toda a cultura e comportamento da sociedade da época, assim como redefinaram várias questões político-ideológicas, mesmo não tendo chegado de fato ao poder. E eu vou ser o melhor que puder nos meus estudos, pois nada me desviará do meu sonho de iniciar bem a minha idade adulta! (Palmas para esse discurso, hehe)

1 - Eis um post longo, prolixo e exagerado! E nem pude falar sobre o PoliONU (aguardem pelo próximo post, hehe). Estas são 6 diferentes maneiras de eu exaltar meu pedantismo, inclusive esta, de apenas duas linhas, e que encerra aqui esse 'texto-jumbo'.

13 maio 2007

Balanço da semana: contrapontos

1. Kaio musical: Essa foi uma semana nerdística, definitivamente!
Em primeiro lugar, eu finalmente comprei o "OK Computer", masterpiece do Radiohead. Conheço a banda há três, quatro anos, mas ainda não tinha nenhum CD deles. Felizmente, um dos motivos que me impediam de adquirir um foi minimizado - o alto preço dos CDs. Achei o álbum por um preço promocional de 20 reais na Livraria Leitura, e, após 2 semanas economizando parte do dinheiro do lanche e também após muito refletir (afinal, eu poderia guardar o dinheiro para comprar um livro), acabei comprando "OK Computer" na última 6ª feira. Óbvio que eu não me arrependi, visto que ando o ouvindo quase obsessivamente. Não que eu já não gostasse bastante do Radiohead, mas a, hã, posse do CD permitiu-me ouvir as faixas do disco com maior segurança e concentração. Como resultado, pude me envolver ainda mais durante a audição de obras-primas como "Airbag", "Paranoid Android", "Exit Music (For a Film)", "Let Down", "Karma Police" e "Lucky".
Vale citar, também, a trama/enredo por trás de "OK Computer", que pode muito bem ser considerado como a melhor crítica feita por uma banda dos anos 90 à Pós-Modernidade; some a isso a perturbação de Thom Yorke, o qual se define em uma certa faixa como "um paranóico, mas jamais um andróide", hehe.
Além dos ingleses do Radiohead e do New Order (vide post anterior, escrito durante 2 horas de NO tocando ininterruptamente no meu Media Player), outro 'destaque' semanal foi o Weezer, a banda americana que melhor simboliza o 'geek rock', ou "quando nerds largam os RPGs e resolvem tocar guitarra e escrever letras sobre suas ilusões e desilusões amorosas". Inexplicavelmente, "Buddy Holly" estava tocando constantemente na minha cabeça nos últimos dias, o que me deu vontade de baixar alguma coisa deles. Optei pelos dois primeiros álbuns, o debut homonômimo (também chamado de Blue Album) e o Pinkerton. É difícil definir qual deles é melhor, visto que ambos são recheados de ótimas faixas. Destaque para "My Name Is Jonas" (emblemática), "Buddy Holly" (viciante), "Say It Ain't So" (minha predileta, a propósito), "Only In Dreams" (o melhor riff), "Tired Of Sex" (a letra é assaz sarcástica), "Pink Triangle" (boa melodia) e "Falling For You" (melancólica na dose certa).

2. Kaio literato: Caramba, que semana mais russa!
Passei boa parte dos últimos dias lendo "O Idiota", de Dostoiévski (ou Dostoievski, Dostoiewsky, Dostoevski... há várias escritas possíveis para o nome desse cidadão). Comecei a lê-lo há pouco mais de um ano, mas dei uma parada por ter ficado bastante confuso com a grande quantidade de personagens que apareciam no romance. Isso sem falar nos apelidos e evocações pelo sobrenome, que só me deixavam ainda mais perdido... resolvi interromper a leitura lá pela página 180. Vários meses se passaram, e tomei coragem para retomar "O Idiota" na noite do domingo passado. Mesmo com tanta coisa ocorrendo nessa última semana, pude avançar bastante na leitura; antes de escrever esse post, eu estava na pág. 422. Quem sabe eu não consiga terminar o livro até o fim da próxima semana?
Ah, quanto às minhas impressões sobre "O Idiota": o livro, pelo menos até agora, não supera "Os Irmãos Karamazov" e "Crime e Castigo" no meu conceito, mas isso não o impediu de considerá-lo fantástico. Os personagens são muitos, é verdade, mas o escritor conseguiu dar a cada um deles um perfil bem característico, recheado de idiossincrasias curiosas. A atmosfera de agitação, confusão, instabilidade sócio-econômica e efervescência intelectual da Rússia são perfeitamente retratadas. As discussões e reflexões sobre niilismo, Modernidade, religião, política etc. são todas empolgantes. Não vou nem falar de Míchkin, deixarei isso para a resenha completa que farei em breve.
Próximos livros que quero adquirir (e ler, é claro): alguns de Física Moderna; "O Último Teorema de Fermat", de Simon Singh; "A Náusea", de Sartre; "Francês Passo a Passo", de Charles Berlitz.

3. Kaio cinéfilo: Consegui, pela primeira vez na minha vida, ir ao cinema pela 3ª semana consecutiva!
Claro que há uma ressalva para isso - assisti, pela segunda vez, ao filme "Homem-Aranha 3". Falarei, no entanto, da pré-estréia na qual fui na semana passada.
Acredito que toda a comunidade nerd de Goiânia estava no cinema naquela noite de quinta-feira. Poxa, encontrei cada figura por lá, inclusive vários amigos que estudaram comigo no Ensino Fundamental! Foi ótimo reencontrá-los após tanto tempo (no caso de alguns, não os via há mais de 6 meses).
Outro fato reforçou a minha crença de que o ambiente estava muito nerdístico. Um colega meu que estuda no cursinho do meu colégio, minutos antes do filme começar, apostou com alguns amigos que rolaria pelas escadas da sala de cinema. Dito e feito. Aliás, feito duas vezes! Vejam o, hã, resultado disso no seguinte vídeo.
Sobre o filme: ao contrário da grande maioria da crítica e do público, eu considero "Homem-Aranha 3" como o melhor da trilogia. Motivos não me faltam: participação especial do Stan Lee, vários vilões em um só filme (bem que o Venom podia ter mais espaço, mas acabou ficando legal mesclar ele, o Duende Macabro e o Homem-Areia), a falta de fidelidade aos quadrinhos foi compensada por um bom roteiro, ótimas atuações (mesmo Kirsten Dunst conseguiu representar bem a personalidade imbecil da Mary Jane, rs); alucinantes cenas de perseguição; interessante combinação de ação, drama e comédia em um filme só e uma crítica ácida e inusitada aos 'adeptos do emocore': misturar simbiose com Peter Parker de franjinha, lápis no olho e um jeito emo de agir - inclusive com dancinhas - foi um sarro! Adorei!
"Spider Man 3" seria perfeito se não fosse por duas coisas - o jeito meio deslocado como colocaram a Gwen Stacy na história e uma bendita bandeira dos EUA em uma certa cena. Não, eu não estou sendo anti-americano, apenas considero que fazer uma apologia nacionalista desnecessária ao enredo, independentemente do país utilizado, é algo que poderia ter sido evitado. Mesmo assim, isso não impede o filme de ser ainda melhor que o primeiro (que ainda tinha um ar de ingenuidade por ser muito ligado às HQs) e o segundo (por ser muito down).

4. Kaio estudante: Ufa, que semana exaustiva!
Baixei várias provas da UnB para tentar resolvê-las. Até marquei monitorias no colégio para os próximos dias, visando a me preparar melhor. Falta um mês para o meu 'vestibular-treino', e eu preciso ir bem para me sentir mais confiante para o 'vestibular pra valer' que farei no fim do ano.
A minha classe continua desunida, como sempre; já estou até entediado com tantas panelinhas, grupos e subdivisões. Ainda bem que eu estou alheio a essa 'organização em tribos', pois não tenho problemas em conversar e me relacionar com as mais diversas 'seitas' da turma. A única pessoa na qual eu confio por lá se chama Kaio Felipe, hehe.
Minhas notas nas provas estão relativamente boas, mas poderiam ser melhores. Vou organizar melhor o meu horário de estudos para tentar aprimorar meu rendimento.
Anteontem, ocorreu no colégio uma palestra da ministra Matilde Ribeiro, Secretária Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (!). O fato acirrou ainda mais as discussões entre os alunos e professores sobre a questão das cotas raciais e sociais. Eu pensei que tinha uma opinião formada sobre o assunto, mas, assim como todos (inclusive você que está lendo o texto), parte de mim reconhece a necessidade de tentar, através das cotas, corrigir injustiças históricas e promover a igualdade de oportunidades a todas as etnias, mas a outra vê a medida como puro assistencialismo e medida a curto prazo sem nenhum senso de realidade e com grandes chances de gerar um Apartheid às avessas. Enfim, é difícil definir quando haverá um consenso no Brasil sobre o assunto, ainda mais com a deterioração cada vez mais progressiva da educação pública e a celeuma que o vestibular traz quando posto em pauta.

5. Kaio blogueiro: Essa foi a semana em que eu só atualizei o blog duas vezes. Quando eu for reler meus textos, daqui a alguns meses, anos ou até décadas, posso me arrepender um pouco de não ter escrito muito em 2007, um dos anos mais fundamentais de minha existência. Frescuras e premonições à parte, boa noite para todos.

09 maio 2007

The end of New Order!

Foi agonizante a dúvida nos últimos 5 meses. Desde que a banda terminou a sua breve turnê na América Latina (incluindo quatro shows no Brasil, inclusive um no qual eu fui), em novembro do ano passado, os boatos sobre o fim definitivo da banda surgiram, mas tudo parecia mera especulação. Infelizmente, não era. Hoje, Peter Hook afirmou em seu próprio blog que o New Order se separou, e não se voltará atrás na decisão. É o adeus irreversível à Nova Ordem.

Poucas bandas conseguiram marcar tanto o mundo da música como o New Order, isso é um fato. A música eletrônica fundida ao rock deve muito aos caras, que popularizaram o híbrido entre ambas vertentes musicais. Além disso, eles foram pioneiros no sucesso da bandas ditas alternativas no mercado pop. Fizeram hinos dos anos 80, mas não perderam o pique nas décadas seguintes - tanto que até seus projetos paralelos foram elogiados por público e crítica. E o mais importante - foram uma das únicas bandas que sobreviveram à perda de seu vocalista e letrista, inclusive sendo ainda mais bem-sucedidos.
No decorrer dos últimos trinta anos, Bernard Sumner (guitarra) e Peter Hook (baixo) foram únicos membros permanentes da banda em todas as formações. Pouco tempo depois de assistirem ao primeiro show dos Sex Pistols em Manchester, eles resolveram montar uma banda de punk rock. Para isso, precisavam de um vocalista e um baterista. Quanto à primeira 'exigência', Ian Curtis preencheu o cargo no início de 1977, praticamente sem fazer testes. Já as baquetas do conjunto formado demoraram mais alguns meses até terem seu detentor definitivo, Stephen Morris. Eis o Warsaw, que fez seu primeiro show há exatos trinta anos, em maio de 77.
A mudança de nome para Joy Division seria seguida, meses depois, por uma reforma no estilo da banda. Ian escrevia letras melancólicas e tinha um vocal cavernoso, enquanto Morris tocava bateria quase como um militar. Naturalmente, Bernard e Hook adaptaram-se às novidades trazidas pelos novos membros da banda, e, mesmo sendo um pouco céticos quanto à idéia do produtor do primeiro disco, Martin Hannett, de deixar a sonoridade soturna, ela acabou dando muito certo. Não seria exagero dizer que quem fundamentou o post-punk foi o debut do Joy, visto que "Unknown Pleasures" contém todas as características essenciais do estilo, desde o ênfase no baixo e na bateria até o caráter perturbado (e perturbador) e existencialista dos versos.
A banda enquanto JD ainda conseguiria outros grandes feitos em menos de um ano. Os singles "Transmission", "Love Will Tear Us Apart" e "Atmosphere" são até hoje considerados alguns dos melhores compactos de todos os tempos. O álbum "Closer", de 1980, é uma das maiores obras-primas da história do Rock, sendo ele praticamente uma metáfora e metonímia de toda uma geração que estava se construindo e também a que estava por se construir. A exibição de atrocidades, junto do isolamento, da decadência, do eterno retorno, das crises existenciais e do despedaçamento do coração e da alma eram algumas das temáticas (e títulos) das faixas.
Ian Curtis, epilético e com sérios problemas conjugais e de depressão, acaba se suicidando em 18 de Maio de 1980. Se estivéssemos falando de uma banda 'normal', este seria o início de uma era de discos ruins e a ausência inevitável do ex-líder. Felizmente, Bernard, Morris e Peter amavam demais a música para interromperem seus trabalhos àquela altura do jogo, e Stephen chamou sua namorada, cujo nome artístico era Gillian Gilbert, para assumir, junto a ele (que também continuaria a ser o baterista), os teclados da banda. Decidiu-se que Sumner seria o vocalista, e a nova mentalidade do grupo era um som menos sombrio e mais dançante, como já se verificava em algumas das últimas faixas do Joy Division, como "Isolation" e "These Days". Era o início da Nova Ordem (quem sabe até uma N.O. Mundial na música, levando-se em conta que eles ajudaram consideravelmente a popularizar a música eletrônica?).
"Ceremony" (81), "Temptation" (82), "Blue Monday" (83), "Thieves Like Us" (84), "The Perfect Kiss" (85), "Bizarre Love Triangle" (86), "True Faith" (87), "Fine Time" (88), "Round And Round" (89): em cada um dos anos daquela década, o New Order tinha um single genial para conquistar as paradas. Isso sem falar nos discos, nos lados-B dos singles, na famosa coletânea Substance, nos videoclipes fantásticos, na postura diferenciada quanto à imprensa, na aprimoração melódica e lírica, na influência para a música britânica... enfim, em praticamente tudo o New Order marcou aquela geração.
Mesmo a pausa de cinco anos, entre 1993 e 98, não diminuiu a atividade dos integrantes. Hook, por exemplo, emplacou o hit "What Do You Want From Me?" pelo Monaco. O retorno triunfal, no início da década 00, veio com novos clássicos, como "Crystal", "60 Miles An Hour", "Krafty" e "Guilt Is A Useless Emotion". Mesmo não vendendo tanto como antes, a banda ainda mantinha uma base fiel de fãs - vide shows no Brasil, especialmente os de São Paulo.
É triste ter de encarar esta despedida da banda, pois o NO era uma das poucas bandas das quais eu gosto que ainda não tinham acabado (isso que dá ser nostálgico e saudosista, hehe). Mesmo assim, é bom saber que o New Order encerrou sua carreira sem nenhum álbum fraco ou abaixo da média. Um consolo no meio desse adeus.

05 maio 2007

Um Kaio inesperado para o próprio Kaio

Quem diria, hein? Estou estudando mais do que eu esperava esse ano. Não estou falando do estudo tradicional (aquele que os professores e coordenadores indicam - "5 a 6 horas diárias em casa, revendo todas as matérias passadas no dia, fazendo exercícios blá blá blá"), mas sim do meu método independente, que concilia toneladas de aulas facultativas com provas de vestibular da UnB que eu tento resolver sozinho, zilhões de livros didáticos (e alguns paradidáticos, também) que eu levo pra aula para reforçar a teoria, atenção redobrada quanto às explicações dos professores etc.
Enfim, nos últimos três meses eu fui paulatinamente criando meu próprio estilo para estudar para as provas, e, pelo menos por enquanto, ele anda dando certo. No simulado dessa semana, repeti a pontuação do anterior - 64 acertos em 90 questões, o que me garante 71,1% de aproveitamento e uma provável boa colocação. Além disso, melhorei consideravelmente nas Ciências Exatas e Biológicas nas últimas semanas. Cada vez mais estou me apaixonando (sim, e quase literalmente, hehe) pelas matérias que estão sendo ministradas. Não nego que estou louco atrás de um livro de Física Moderna para me aprofundar em tópicos como Radioatividade e Física Nuclear, por exemplo.
Fico um pouco triste em ver tantos colegas meus estressados e muito pressionados psicologicamente quanto aos vestibulares que farão no decorrer do ano. Mesmo assim, ao me dar conta de que eu não me incomodo nem um pouco com essa intensa rotina de estudos (até mesmo porque eu aprendo muito mais a matéria no ambiente acadêmico do que em casa), volto a ficar alegre. Sinto-me muito animado e determinado a seguir nesse ritmo que fui adquirindo nos últimos tempos. Claro que preciso melhorar em muita coisa (por exemplo, ter uma estratégia para resolver os exercícios de Matemática e Física da UnB ao invés de ficar olhando para eles com uma cara de "Help!"), mas creio que estou seguindo pelo caminho certo. Até consegui adaptar meu tempo livre para o ócio criativo - menos PC e TV, mais livros (terminei "Um Sonho Americano" e "Nove Noites" nos últimos dias, mas não sei quando farei resenha de ambos aqui no blog) e até um cineminha esporádico (nessa semana, por exemplo, fui na pré-estréia de "Homem-Aranha 3". Foi ótimo, mas vamos deixar isso para outro post, rs).
Quereria eu escrever mais aqui no blog, até porque estou em uma fase muito boa para escrever - minhas últimas redações conseguiram extrair algo de bom das várias propostas e coletâneas chatas, e eu ando tirando só notas altíssimas; além disso, ando muito reflexivo e pensativo, e se eu tivesse a possibilidade de expor isso em algum texto, ficaria bem legal. Porém, isso não é tão ruim assim, já que me possibilita dedicar mais tempo trabalhando com a minha oratória e a minha retórica. O que eu expressaria em posts busco 'converter' para meus, hã, discursos. Sempre que posso (e o tempo disponível para isso é gigantesco, visto que eu passo praticamente 4 dias inteiros da semana na escola - já disse pra vocês o quanto adoro vagar como um espectro pelo meu colégio? Hehe.) converso por horas a fio com alguém: colegas de classe, bedéis, professores...

Torço para que esse otimismo e essa 'vontade de potência' continuem enraizadas em mim durante o resto desse ano. 2007 foi feito para ser o melhor ano da minha vida desde que há 10 anos, eu 'decidi' que adorava o número 17 (para quem ainda não sabe, farei dezessete anos no mês que vem, rs), e eu não pretendo menos do que ser o melhor no que estou proposto a fazer. Não tenho limites, apenas picos ainda maiores para subir. Digamos que eu ainda esteja subindo um Pico na Neblina, e ainda falta muito para que eu chegue ao meu Aconcágua, o meu Everest intelectual-moral-existencial. Ou melhor (ou pior, se você não curtir The Killers), estou enfrentando um rio selvagem, mas ainda sequer me dei por vencido. Ou... er, ok, metáforas à parte, até mais. =)

P.S.: E que amanhã os franceses tenham bom senso e elejam o Sarkozy!