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Kaio

 

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13 maio 2007

Balanço da semana: contrapontos

1. Kaio musical: Essa foi uma semana nerdística, definitivamente!
Em primeiro lugar, eu finalmente comprei o "OK Computer", masterpiece do Radiohead. Conheço a banda há três, quatro anos, mas ainda não tinha nenhum CD deles. Felizmente, um dos motivos que me impediam de adquirir um foi minimizado - o alto preço dos CDs. Achei o álbum por um preço promocional de 20 reais na Livraria Leitura, e, após 2 semanas economizando parte do dinheiro do lanche e também após muito refletir (afinal, eu poderia guardar o dinheiro para comprar um livro), acabei comprando "OK Computer" na última 6ª feira. Óbvio que eu não me arrependi, visto que ando o ouvindo quase obsessivamente. Não que eu já não gostasse bastante do Radiohead, mas a, hã, posse do CD permitiu-me ouvir as faixas do disco com maior segurança e concentração. Como resultado, pude me envolver ainda mais durante a audição de obras-primas como "Airbag", "Paranoid Android", "Exit Music (For a Film)", "Let Down", "Karma Police" e "Lucky".
Vale citar, também, a trama/enredo por trás de "OK Computer", que pode muito bem ser considerado como a melhor crítica feita por uma banda dos anos 90 à Pós-Modernidade; some a isso a perturbação de Thom Yorke, o qual se define em uma certa faixa como "um paranóico, mas jamais um andróide", hehe.
Além dos ingleses do Radiohead e do New Order (vide post anterior, escrito durante 2 horas de NO tocando ininterruptamente no meu Media Player), outro 'destaque' semanal foi o Weezer, a banda americana que melhor simboliza o 'geek rock', ou "quando nerds largam os RPGs e resolvem tocar guitarra e escrever letras sobre suas ilusões e desilusões amorosas". Inexplicavelmente, "Buddy Holly" estava tocando constantemente na minha cabeça nos últimos dias, o que me deu vontade de baixar alguma coisa deles. Optei pelos dois primeiros álbuns, o debut homonômimo (também chamado de Blue Album) e o Pinkerton. É difícil definir qual deles é melhor, visto que ambos são recheados de ótimas faixas. Destaque para "My Name Is Jonas" (emblemática), "Buddy Holly" (viciante), "Say It Ain't So" (minha predileta, a propósito), "Only In Dreams" (o melhor riff), "Tired Of Sex" (a letra é assaz sarcástica), "Pink Triangle" (boa melodia) e "Falling For You" (melancólica na dose certa).

2. Kaio literato: Caramba, que semana mais russa!
Passei boa parte dos últimos dias lendo "O Idiota", de Dostoiévski (ou Dostoievski, Dostoiewsky, Dostoevski... há várias escritas possíveis para o nome desse cidadão). Comecei a lê-lo há pouco mais de um ano, mas dei uma parada por ter ficado bastante confuso com a grande quantidade de personagens que apareciam no romance. Isso sem falar nos apelidos e evocações pelo sobrenome, que só me deixavam ainda mais perdido... resolvi interromper a leitura lá pela página 180. Vários meses se passaram, e tomei coragem para retomar "O Idiota" na noite do domingo passado. Mesmo com tanta coisa ocorrendo nessa última semana, pude avançar bastante na leitura; antes de escrever esse post, eu estava na pág. 422. Quem sabe eu não consiga terminar o livro até o fim da próxima semana?
Ah, quanto às minhas impressões sobre "O Idiota": o livro, pelo menos até agora, não supera "Os Irmãos Karamazov" e "Crime e Castigo" no meu conceito, mas isso não o impediu de considerá-lo fantástico. Os personagens são muitos, é verdade, mas o escritor conseguiu dar a cada um deles um perfil bem característico, recheado de idiossincrasias curiosas. A atmosfera de agitação, confusão, instabilidade sócio-econômica e efervescência intelectual da Rússia são perfeitamente retratadas. As discussões e reflexões sobre niilismo, Modernidade, religião, política etc. são todas empolgantes. Não vou nem falar de Míchkin, deixarei isso para a resenha completa que farei em breve.
Próximos livros que quero adquirir (e ler, é claro): alguns de Física Moderna; "O Último Teorema de Fermat", de Simon Singh; "A Náusea", de Sartre; "Francês Passo a Passo", de Charles Berlitz.

3. Kaio cinéfilo: Consegui, pela primeira vez na minha vida, ir ao cinema pela 3ª semana consecutiva!
Claro que há uma ressalva para isso - assisti, pela segunda vez, ao filme "Homem-Aranha 3". Falarei, no entanto, da pré-estréia na qual fui na semana passada.
Acredito que toda a comunidade nerd de Goiânia estava no cinema naquela noite de quinta-feira. Poxa, encontrei cada figura por lá, inclusive vários amigos que estudaram comigo no Ensino Fundamental! Foi ótimo reencontrá-los após tanto tempo (no caso de alguns, não os via há mais de 6 meses).
Outro fato reforçou a minha crença de que o ambiente estava muito nerdístico. Um colega meu que estuda no cursinho do meu colégio, minutos antes do filme começar, apostou com alguns amigos que rolaria pelas escadas da sala de cinema. Dito e feito. Aliás, feito duas vezes! Vejam o, hã, resultado disso no seguinte vídeo.
Sobre o filme: ao contrário da grande maioria da crítica e do público, eu considero "Homem-Aranha 3" como o melhor da trilogia. Motivos não me faltam: participação especial do Stan Lee, vários vilões em um só filme (bem que o Venom podia ter mais espaço, mas acabou ficando legal mesclar ele, o Duende Macabro e o Homem-Areia), a falta de fidelidade aos quadrinhos foi compensada por um bom roteiro, ótimas atuações (mesmo Kirsten Dunst conseguiu representar bem a personalidade imbecil da Mary Jane, rs); alucinantes cenas de perseguição; interessante combinação de ação, drama e comédia em um filme só e uma crítica ácida e inusitada aos 'adeptos do emocore': misturar simbiose com Peter Parker de franjinha, lápis no olho e um jeito emo de agir - inclusive com dancinhas - foi um sarro! Adorei!
"Spider Man 3" seria perfeito se não fosse por duas coisas - o jeito meio deslocado como colocaram a Gwen Stacy na história e uma bendita bandeira dos EUA em uma certa cena. Não, eu não estou sendo anti-americano, apenas considero que fazer uma apologia nacionalista desnecessária ao enredo, independentemente do país utilizado, é algo que poderia ter sido evitado. Mesmo assim, isso não impede o filme de ser ainda melhor que o primeiro (que ainda tinha um ar de ingenuidade por ser muito ligado às HQs) e o segundo (por ser muito down).

4. Kaio estudante: Ufa, que semana exaustiva!
Baixei várias provas da UnB para tentar resolvê-las. Até marquei monitorias no colégio para os próximos dias, visando a me preparar melhor. Falta um mês para o meu 'vestibular-treino', e eu preciso ir bem para me sentir mais confiante para o 'vestibular pra valer' que farei no fim do ano.
A minha classe continua desunida, como sempre; já estou até entediado com tantas panelinhas, grupos e subdivisões. Ainda bem que eu estou alheio a essa 'organização em tribos', pois não tenho problemas em conversar e me relacionar com as mais diversas 'seitas' da turma. A única pessoa na qual eu confio por lá se chama Kaio Felipe, hehe.
Minhas notas nas provas estão relativamente boas, mas poderiam ser melhores. Vou organizar melhor o meu horário de estudos para tentar aprimorar meu rendimento.
Anteontem, ocorreu no colégio uma palestra da ministra Matilde Ribeiro, Secretária Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (!). O fato acirrou ainda mais as discussões entre os alunos e professores sobre a questão das cotas raciais e sociais. Eu pensei que tinha uma opinião formada sobre o assunto, mas, assim como todos (inclusive você que está lendo o texto), parte de mim reconhece a necessidade de tentar, através das cotas, corrigir injustiças históricas e promover a igualdade de oportunidades a todas as etnias, mas a outra vê a medida como puro assistencialismo e medida a curto prazo sem nenhum senso de realidade e com grandes chances de gerar um Apartheid às avessas. Enfim, é difícil definir quando haverá um consenso no Brasil sobre o assunto, ainda mais com a deterioração cada vez mais progressiva da educação pública e a celeuma que o vestibular traz quando posto em pauta.

5. Kaio blogueiro: Essa foi a semana em que eu só atualizei o blog duas vezes. Quando eu for reler meus textos, daqui a alguns meses, anos ou até décadas, posso me arrepender um pouco de não ter escrito muito em 2007, um dos anos mais fundamentais de minha existência. Frescuras e premonições à parte, boa noite para todos.

 

Comentários:

 

 

Igor says: Kaio musical, Weezer eh definitivamente viciante!!! O Blue e o Pinkerton são realmente excelentes... Only in Dreams eh pra ouvir concentradamente, com o fone de ouvido no volume máximo... O concerto que os caras fazem na música eh realmente senscaional. Buddy Holly enjoa com o tempo. Say It Ain't So não... Eu gosto de todas essas quie vc falou. Eu adoro Weezer! (a letra de Pink Triangle eh genial e a de My Name is Jonas tb, soh que de outra forma). Não curto Radiohead, acho meio chato... Exceto Creep que eh o megahiot que faz sucesso e a gente acaba aceitando, mas de forma geral, não é um som que me apetece...

Kaio literata, Dostoiévski eh realmente muito bom! Leia "O Jogador" e "Notas de Inverno sobre Impressões de Verão". Ele eh ainda melhor quando escreve coisas curtas (de vez em quando ele mesmo se perde nos textos muito longos). Leia "A Náusea" tb. Vai no fundo. É muito bom, mas como jah dizia uma amiga minha, Sartre não tem enredo, aliás a forma como ele consegue ocupar as páginas eh quase como uma incógnita pra mim.

Kaio estudante, Cotas, sou contra. Acredito na meritocracia e acho que a questão tem mais fundo social do que racial (ao menos aqui no Rio, não sei em outros lugares).

Kaio cinéfilo, Ainda não vi O Homem-Aranha 3, sem tempo.

Ateh, Kaio blogueiro!


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