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Kaio

 

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09 maio 2007

The end of New Order!

Foi agonizante a dúvida nos últimos 5 meses. Desde que a banda terminou a sua breve turnê na América Latina (incluindo quatro shows no Brasil, inclusive um no qual eu fui), em novembro do ano passado, os boatos sobre o fim definitivo da banda surgiram, mas tudo parecia mera especulação. Infelizmente, não era. Hoje, Peter Hook afirmou em seu próprio blog que o New Order se separou, e não se voltará atrás na decisão. É o adeus irreversível à Nova Ordem.

Poucas bandas conseguiram marcar tanto o mundo da música como o New Order, isso é um fato. A música eletrônica fundida ao rock deve muito aos caras, que popularizaram o híbrido entre ambas vertentes musicais. Além disso, eles foram pioneiros no sucesso da bandas ditas alternativas no mercado pop. Fizeram hinos dos anos 80, mas não perderam o pique nas décadas seguintes - tanto que até seus projetos paralelos foram elogiados por público e crítica. E o mais importante - foram uma das únicas bandas que sobreviveram à perda de seu vocalista e letrista, inclusive sendo ainda mais bem-sucedidos.
No decorrer dos últimos trinta anos, Bernard Sumner (guitarra) e Peter Hook (baixo) foram únicos membros permanentes da banda em todas as formações. Pouco tempo depois de assistirem ao primeiro show dos Sex Pistols em Manchester, eles resolveram montar uma banda de punk rock. Para isso, precisavam de um vocalista e um baterista. Quanto à primeira 'exigência', Ian Curtis preencheu o cargo no início de 1977, praticamente sem fazer testes. Já as baquetas do conjunto formado demoraram mais alguns meses até terem seu detentor definitivo, Stephen Morris. Eis o Warsaw, que fez seu primeiro show há exatos trinta anos, em maio de 77.
A mudança de nome para Joy Division seria seguida, meses depois, por uma reforma no estilo da banda. Ian escrevia letras melancólicas e tinha um vocal cavernoso, enquanto Morris tocava bateria quase como um militar. Naturalmente, Bernard e Hook adaptaram-se às novidades trazidas pelos novos membros da banda, e, mesmo sendo um pouco céticos quanto à idéia do produtor do primeiro disco, Martin Hannett, de deixar a sonoridade soturna, ela acabou dando muito certo. Não seria exagero dizer que quem fundamentou o post-punk foi o debut do Joy, visto que "Unknown Pleasures" contém todas as características essenciais do estilo, desde o ênfase no baixo e na bateria até o caráter perturbado (e perturbador) e existencialista dos versos.
A banda enquanto JD ainda conseguiria outros grandes feitos em menos de um ano. Os singles "Transmission", "Love Will Tear Us Apart" e "Atmosphere" são até hoje considerados alguns dos melhores compactos de todos os tempos. O álbum "Closer", de 1980, é uma das maiores obras-primas da história do Rock, sendo ele praticamente uma metáfora e metonímia de toda uma geração que estava se construindo e também a que estava por se construir. A exibição de atrocidades, junto do isolamento, da decadência, do eterno retorno, das crises existenciais e do despedaçamento do coração e da alma eram algumas das temáticas (e títulos) das faixas.
Ian Curtis, epilético e com sérios problemas conjugais e de depressão, acaba se suicidando em 18 de Maio de 1980. Se estivéssemos falando de uma banda 'normal', este seria o início de uma era de discos ruins e a ausência inevitável do ex-líder. Felizmente, Bernard, Morris e Peter amavam demais a música para interromperem seus trabalhos àquela altura do jogo, e Stephen chamou sua namorada, cujo nome artístico era Gillian Gilbert, para assumir, junto a ele (que também continuaria a ser o baterista), os teclados da banda. Decidiu-se que Sumner seria o vocalista, e a nova mentalidade do grupo era um som menos sombrio e mais dançante, como já se verificava em algumas das últimas faixas do Joy Division, como "Isolation" e "These Days". Era o início da Nova Ordem (quem sabe até uma N.O. Mundial na música, levando-se em conta que eles ajudaram consideravelmente a popularizar a música eletrônica?).
"Ceremony" (81), "Temptation" (82), "Blue Monday" (83), "Thieves Like Us" (84), "The Perfect Kiss" (85), "Bizarre Love Triangle" (86), "True Faith" (87), "Fine Time" (88), "Round And Round" (89): em cada um dos anos daquela década, o New Order tinha um single genial para conquistar as paradas. Isso sem falar nos discos, nos lados-B dos singles, na famosa coletânea Substance, nos videoclipes fantásticos, na postura diferenciada quanto à imprensa, na aprimoração melódica e lírica, na influência para a música britânica... enfim, em praticamente tudo o New Order marcou aquela geração.
Mesmo a pausa de cinco anos, entre 1993 e 98, não diminuiu a atividade dos integrantes. Hook, por exemplo, emplacou o hit "What Do You Want From Me?" pelo Monaco. O retorno triunfal, no início da década 00, veio com novos clássicos, como "Crystal", "60 Miles An Hour", "Krafty" e "Guilt Is A Useless Emotion". Mesmo não vendendo tanto como antes, a banda ainda mantinha uma base fiel de fãs - vide shows no Brasil, especialmente os de São Paulo.
É triste ter de encarar esta despedida da banda, pois o NO era uma das poucas bandas das quais eu gosto que ainda não tinham acabado (isso que dá ser nostálgico e saudosista, hehe). Mesmo assim, é bom saber que o New Order encerrou sua carreira sem nenhum álbum fraco ou abaixo da média. Um consolo no meio desse adeus.

 

Comentários:

 

 

haha
também adoro new order, concordo quanto a todos os discos serem bons
oremos...


É, eu não conheço New Order (soh conheço o megahit "Love Will Tear Us Apart", do Joy Division). Mas eh chato quando uma banda que a gente gosta acaba... Los Hermanos tah acabando e eu soh comecei a gostar do som dos caras agora. O show que eu irei será o de despedida (inda bem que serah aqui no Rio! =DD)...

Igor
Talvez eu devesse gostar de New Order, porque eu acho genial o som do Depeche Mode. Mas eu crio filas para baixar músicas tanto quanto para ler livros e, bom, isso significa que não devo ouvir New Order tão cedo... kkkkkkkkkkkk

Eh, eh isso.

Ateh!


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