Tomorrow never knows
2. Preciso de CDs virgens... quero gravar coletâneas!
3. Tenho que ler algum livro. Estou cansado desse empobrecimento intelectual. Vou tentar de novo o Allan Poe, se não der certo, insistirei no Franz Kafka ou no Dostoiévski. Ou mesmo o "Dom Casmurro"...
4. Qualquer dia em que eu estiver mais desocupado, falarei das matérias que eu fiz para o jornal do meu colégio, incluindo uma visita em uma fazenda de recuperação de viciados em drogas.
5. Mantive anteontem e ontem a média de 4 horas diárias dormindo. Pretendo mantê-la hoje...
6. Será que eu sou um ninfomaníaco reprimido? Estou cada dia mais desconfiado disso...
29 agosto 2006
Dead Souls
Resolvi voltar com essa idéia antes de ontem, após falar sobre ela com uma amiga pelo MSN. Entre domingo e segunda, dormi entre as 2h30 e as 5h30. De ontem para hoje, meu descanso foi das 1h15 às 5h15. Algumas notas a respeito disso:
I - Me sinto mais elétrico. É legal a sensação, me sinto mais poderoso - e maluco.
II - Estou tentando, sobriamente, sentir um pouco do que doidos varridos/libertinos/ébrios/beatniks/marginais sentem - a liberdade, a espontaneidade, um novo jeito de viver.
III - A cafeína é a droga que me move. Café, capuccino, Coca-Cola, chocolate... tudo vale para me manter acordado.
IV - O mais legal de tudo são os "desmaios" - a qualquer hora do dia, do nada, eu apago. É sério. Hoje, ocorreram quatro - um na aula de Química (foi o mais 'tranqüilo' e rápido), dois na aula de Matemática (nesses eu me assustei - acordava do nada completamente fora de órbita, e com o olho esbugalhado) e o último na aula do cursinho de Inglês (o professor notou, mas também, nesse, ao contrário dos outros, realmente parecia ter 'entrado em coma'). Pretendo ter mais desmaios amanhã, e descrevê-los-ei no blog se forem mais psicodélicos que os de hoje, hohohoho...
27 agosto 2006
"É preciso ser absolutamente moderno"
Hoje eu tive prova do ENEM. Cheguei na sala na qual a faria por volta de 45 minutos antes do exame. Estava meio desanimado. "Será que eu estou preparado, ou estudei bem menos do que deveria?"
Por precaução, trouxe um livro para ler antes da prova. O escolhido foi "Uma Estadia No Inferno", de Rimbaud, que ainda vinha com alguns poemas escolhidos. Comprei tal obra na sexta-feira passada, pois estava curioso para começar a ler Rimbaud. E não me arrependi.
Caramba, ele escreve muito bem. Metáforas não faltaram em sua prosa e poesia - temas como sexo, drogas, loucuras, delírios e, acima de tudo, uma alma libertária não faltaram. Entendi o porquê de tanta adoração ao Simbolismo. Minha mão até tremia nas páginas finais do livro, de tanta empolgação e envolvimento. Me senti renovado e tranqüilo para a prova.
E ela foi fácil e boa de fazer. Envolvia muita interpretação de texto, que é meu forte. Creio que vou obter mais de 70% de aproveitamento. A redação tinha um tema legal ("O poder de transformação da leitura"), e eu a fiz sem dificuldades. Levei um susto minutos depois que terminei a prova e já tinha saído - eu não tinha colocado o título (até porque não havia nenhuma indicação no exame). Meu desespero se dissipou quando um amigo meu que também fez o ENEM me disse que o CESPE e o CESGRANRIO, que elaboraram a prova, não cobram título na redação - o tema já funciona como o mesmo.
Enfim, um dia que tinha tudo para dar errado acabou dando certo. Que bom.
Obs.: Parabéns para Felipe Massa, que ganhou hoje o GP da Turquia.
Obs2.: São 22h05 de 27/08, e eu acabei de gabaritar a minha prova. Acertei 49 das 63 questões, tive 78% de aproveitamento...
25 agosto 2006
Who loves the sun?
1 - A escova progressiva que eu fiz no meu cabelo (visando a aumentar minha auto-estima ainda mais, levando em conta que eu estou mais feliz desde essa nova "tendência comportamental") foi a notícia da semana passada no meu colégio. Alguns se indagaram se eu estaria "virando" um emo, outros disseram que eu tinha me inspirado nos Beatles, e alguns simplesmente me perguntaram "que merda eu tinha feito no meu cabelo". Não ligo para isso, adorei o novo penteado, eu me olho no espelho e finalmente posso ter uma dose de narcisismo.
2 - Peguei vários livros para ler. Já terminei um deles, "A Tranqüilidade da Alma", de Sêneca (o qual, em breve, será tópico aqui no blog). E estou lendo, ao mesmo tempo, "Histórias Extraordinárias", de Edgar Allan Poe (já li os contos "Crimes na Rua Morgue", "A Carta Roubada" e "Nunca aposte sua cabeça com o diabo", e comecei a ler "O Escaravelho de Ouro"), "Uma Estadia no Inferno", de Rimbaud, "31 Canções", de Nick Hornby, e "Leviatã", de Thomas Hobbes.
3 - Assisti a vários filmes entre o sábado e a segunda-feira passados - "Regras da Atração", "E sua mãe também", "Dançando no escuro", "Edukators" e "Ata-me". Aguardem por resenhas, hehe...
4 - Não fiquei com tanta saudade da Internet quanto eu esperava. Seria isso um bom sinal?
5 - Amanhã tem Rock in Sopa, e depois de amanhã, ENEM... é melhor eu me preparar para ambos. Até mais.
23 agosto 2006
Novos tempos
Cansado da melancolia dos últimos 12 meses, provavelmente o período mais intenso e, ao mesmo tempo, tedioso de minha vida, peguei por acaso um livro de Química na quinta-feira passada (16) e tentei estudar. 30 minutos depois, me dei conta de que eu estava vidrado e maravilhado com o fato de que a matéria que eu estava estudando era legal. Sim - eu voltei a gostar de estudar!
Minha mãe disse que é muita arrogância da minha parte dizer, no meio do ano, que estou farto de dar o pior de mim na escola e, agora, retornaria ao Kaio que eu era. Creio que ela não esteja completamente errada, mas é verdade o fato de eu ter recuperado algumas características do meu "velho eu", que existiu (!) entre Setembro de 2003 e Agosto de 2005, como, por exemplo:
- Interesse pelos estudos, principalmente em relação a ler a parte teórica dos conteúdos;
- Otimismo quanto à vida, sem medo de admitir que eu estou tranqüilo e sem problemas sérios;
- Politizado, com uma interpretação pessoal das ideologias, mesmo que pendendo para um certo idealismo;
- Fissurado em Beatles, com suas canções vibrantes, melódicas, alegres e geniais.
- Sem nenhuma inspiração para poemas (é verdade, felicidade e poesia, na minha opinião, são coisas que não combinam);
- Auto-desprezo e paranóia são coisas descartáveis para a minha vida, chego a considerar tolice ter valorizado-os tanto como eu os valorizei nos últimos tempos.
Enfim, eu saí dos "anos pessimistas" e estou na transição entre os "anos idealistas" e os "anos redentores" - sim, uma regressão progressiva, ou uma progressão regressiva, seja lá o que esse trocadilho queira dizer. Em outras palavras, entre Ago/05 e Ago/06, eu estive em uma fase de desconstrução - um Kaio mais cético, irritável, solitário, sensível, recluso, insensato. Eu não fiquei obcecado por bandas soturnas como Joy Division, The Cure e Muse e escritores pessimistas como Schopenhauer, Nietzsche e Orwell por acaso - eles refletiram o que eu sentia naquela época.
Não sou do tipo de pessoa que muda. Eu diria que tenho tendências comportamentais oscilantes. Por exemplo, em uma determinada época de minha vida, minha personalidade tendia a ser x, meus interesses eram y, minhas aspirações eram z. E eu estou voltando a ser o Kaio que eu era antes, com apenas duas ressalvas.
1. Não mais ateu - "livre pensador" talvez seja melhor para definir minhas posições em relação a Deus e religião.
2. Não pretendo resgatar minhas idéias de esquerda, até porque elas não soam mais verossímeis para mim, e as que eu ainda conservo, na verdade, tendiam mais para o liberalismo, como o imposto único e a livre concorrência, que eu defendia mesmo quando era de esquerda.
Creio que já falei o suficiente por hoje. Até o próximo post, o qual, provavelmente, será sobre Sêneca e estoicismo.
14 agosto 2006
O Kaio é um idiota
Ele, confirmando sua (má) fama de egocêntrico, agora inventou de ter "Problemas imaginários". Putz, que coisa mais gay. Acho que ele está ouvindo muito The Smiths (aliás, ô banda boiola. Graças ao Morrissey, o mundo ficou mais, hã, sensível)... se bem que o Kaio é heterossexual, apesar de sexualmente e amorosamente um frustrado, até porque não sabe nem superar uma desilusãozinha tola de seis anos atrás... hahahaha, que otário.
Isso sem falar na preguiça dele. Não faz esportes (diz ser "sedentário crônico"), não pratica filantropia (diz que "é bom ser inútil para o mundo"), não sai do mundinho do seu quarto (afinal, segundo ele, "lá tem TV, PC, livros, aparelho de som, cama... Do que mais alguém precisa?"), não gosta de sair (tirando o Martim Cererê uma vez por mês ou a escola cinco vezes por semana, não há outro lugar que ele tenha saco para ir, nem tendo dinheiro para um táxi ou ônibus)... Ó, como este jovem é inútil!
Ele jura que é anti-social... mentira, ele é sociável, mas não quer admitir. Kaio adora conversar, seja pelo MSN, seja na vida real. Ele nem sofre da 'síndrome de Seinfeld' (que ocorre com pessoas que criam grupinhos fechados, panelinhas), fala com skatistas e literatos, nerds e vegetarianos, comunistas e consumistas... Mas usa a fachada de garoto 'semi-autista'. Hahahaha...
Para piorar (caso isso seja possível), ele agora quer sair do orkut. Prometeu que, assim que completar 2000 scraps, vai cometer orkuticídio. Será? Bem, ao que parece, ele anda muito ocupado com blogs, fóruns, Last.FM, MSN, inutilidades... talvez ele consiga, sim, fugir do Big Brother googleano. O problema é ele achar que sua saída do orkut é um fato de importância mundial... que pretensioso.
Nota-se também uma perda considerável de criatividade dele em seus últimos textos. Ele está parecendo aqueles "gênios" (Chico Buarque, o rei dos pseudo-intelectuais e balzaquianas, é um bom exemplo) que, depois de virarem unanimidade, resolvem escrever merdas que todo mundo vai achar fantástico.
Para encerrar, um aviso ao Kaio - o seu cinismo está para cair por terra. Ainda está por vir o dia em que você se tornará justamente aquilo que tanto odiou - uma pessoa feliz.
12 agosto 2006
Um candidato bom, enfim
10 agosto 2006
Show de trapalhadas
- Geraldo Alckmin apanhou. Foi ridículo ver um cara que se julga tão sério se enrolando tanto. Se ele queria passar a imagem de gestor público transparente e bem informado, esta foi desmontada. Já é um que eu não apoio mais.
- Heloísa Helena foi falastrona, abusou da utopia e foi evasiva nas questões que certamente a derrubariam, como economia e reforma agrária. Entretanto, ela foi irônica em alguns momentos, provando que, de tão louca que é, ela também sabe divertir. Bonner e Fátima tiveram o seu pior dia, e fizeram várias colocações e perguntas tolas.
- Cristovam Buarque só falou de educação. "Qual a sua segunda prioridade?" - "O resto, mas a primeira é educação!" Concordo com ele que a educação tem papel fundamental na formação de qualquer país, mas, por favor, ele é só um "intelectualóide respeitadíssimo", e não tem capacidade de apresentar mais projetos além da educação, a não ser que ele realmente queira ser um rebeldezinho, uma candidatura de protesto. Além do mais, só assistencialismo não basta para melhorar a situação educacional.
- Lula entregou os pontos ao admitir que Dirceu e Pallocci estavam envolvidos com os esquemas de corrupção. Ele também se fez de não-entendido com aquele tanto de 'Eu não sabia', o que acaba comprovando que a oposição estava corretíssima - ou ele é corrupto passivo, ou um governante ausente - isso baseado na bondade que é descartar a hipótese e corrupção ativa. O fato de a maior parte do tempo ter sido usada para falar de mensalão prejudicou-o, e ele também cometeu erros hilários como "Salário é única coisa que caiu".
Em suma, precisamos fugir desses quatro malas, e eu não descarto o Luciano Bivar, que, na minha opinião, é o "menor dos males" entre os 3 nanicos, já que o Rui Pimenta é mais lunático que a Heloísa e o Eymael só está fazendo turismo. O candidato do PSL propõe o imposto único (o que é uma medida maravilhosa contra a burocracia. Além do mais, mesmo quando eu era esquerdista, apoiava essa unificação), um Estado gerenciador (e não interventor, como o dos governos social-democráticos do PSDB e do PT, sendo este ainda por cima assistencialista) e a privatização das penitenciárias (não sei quanto a vocês, mas eu fiquei especialmente interessado nisso). Eu considero esse plano de governo até razoável, ainda mais se tratando de um nanico. Já que anular o voto é mesmo uma falsa sensação de desobediência civil em um país com voto obrigatório, eu, se votasse nessa eleição, escolheria o Bivar.
08 agosto 2006
É só uma fase... será?
Não gosto da divisão tradicional criança / adolescente / adulto / idoso, considero-a mais biológica que psicológica. O Kaionismo (sim, sempre ele) propõe a seguinte classificação:
- Os Anos Instintivos: geralmente dos 0 aos 3 anos, o nome já diz tudo - predominam os instintos animais e a falsa ingenuidade.
- Os Anos Inocentes: toda aquela carga sexual da fase anterior vai se diluindo com o passar do tempo, e os seres humanos passam a desenvolver gradualmente a sua racionalidade e suas noções de mundo.
- Os Anos Curiosos: provavelmente, a época mais feliz de nossas vidas. Ficamos mais sociáveis, o sexo oposto começa a nos despertar uma maior atração (mesmo que seja esta só para amizade), formamos grande parte de nossa personalidade, etc. No meu caso, essa fase acabou aos 10 anos, graças à minha desilusão amorosa, mas a média é até os 11 ou 12.
- Os Anos Incríveis: não me apropriei do nome daquele (ótimo) seriado por acaso. Até os 14, 15 anos, passamos por situações que irão terminar de compor o nosso psíquico. A sexualidade volta a aflorar, há uma certa tendência em buscar tribos e rótulos.
- Os Anos Idealistas: os jovens que tanto anseiam por mudar o mundo, seja pela música, pela política ou mesmo pelo seu jeito de se vestir, estão nessa etapa. Sonhos, esperanças e projetos são constantes por aqui. A minha foi de setembro/03 até novembro/05, com alguns poucos resquícios até abril desse ano. Nesse período, voltei minhas atenções para o Rock, uma literatura mais profunda e o nefasto "socialismo democrático e humanista". Argh.
- Os Anos Pessimistas: "the dream is over". Quando os hippies viraram yuppies, os revolucionários tornaram-se reacionários ou mesmo no momento em que o punk deu uma guinada para o gótico, a desesperança entra em cena. O pessimismo não tem hora para chegar, mas ele atacará quando todos os sonhos juvenis do indivíduo estiverem falidos. No meu caso, ele veio um pouco mais cedo devido a: 1. Descrença crescente quanto à política; 2. A falta de perspectivas quanto ao meu futuro; 3. Solidão e ceticismo quanto ao amor. Eu poderia ser mais esperto e escolher alternativas mais fáceis, como "me vender" ao way of life do capitalsimo, me "filiar" a alguma tribo urbana ou mesmo ser um playboy fútil. Infelizmente, preferi ser um egoísta contraditório e paranóico, viciado em problemas imaginários e inexistentes. Meu destino?
- Os Anos Indefiníveis: Eis meu futuro. Descrição em aberto.
- Os Anos Redentores: se eu escolhesse a tal "alternativa fácil", poderia virar um adulto bem-sucedido. Talvez teria grande sucesso financeiro, ou seria um membro contente da classe média, ou mesmo seria feliz com pouco ou quase nada. Aliás, essa etapa da vida é duradoura, e acabará quando a sua vida for arruinada pelo divórcio, filhos problemáticos, dívidas sem fim e desemprego (ou emprego tedioso).
- Os Anos Decadentes: após o fracasso, você irá para essa etapa, estando senil ou não. Parabéns, você está no fundo do poço.
- Os Anos Tranqüilos: agora, se você for uma pessoa iluminada [risos], e manter uma certa estabilidade nos Anos Redentores, desfrutará, obviamente, de uma velhice confortável. Sortudo (a)...
06 agosto 2006
Thinking about me
Musicalmente, estou há anos-luz do rótulo de indie, alternativo-nostálgico, ou shoegazer. Ando ouvindo muita coisa, e, apesar de ainda estar bem longe de ser eclético, estou mais com a mente, digo, com o ouvido mais "aberto a novas sonoridades".
Na política, estou bem desligado das malditas ideologias. O mesmo sujeito que jurava ser esquerdista / social-democrata até agosto do ano passado e libertário de direita no início desse ano está há uns quatro meses tão neutro quanto um sal. Por um lado, isso demonstra uma profunda desilusão, resultado de um desgaste na tentativa de achar a corrente política que mais atendesse aos meus interesses e posturas filosóficas. Entretanto, é uma prova de que eu passei a ter uma liberdade de pensamento bem maior, ao ponto de não precisar de doutrinas.
Quanto à religião, permaneci meio cético, mas, nos últimos tempos, abandonei a bandeira do ateísmo. Estou farto de negações. A idéia de um Deus psíquico, fruto de uma metafísica não-personificada (pleonasmo intencional) me soa mais lúcida. Agnóstico, portanto? Não! Para quê termos bobos e simplistas para uma coisa tão complexa quanto Deus?
Até na literatura eu me cansei de certos autores. Há tempos que eu não leio Nietzsche, Schopenhauer, Orwell, Dostoiévski ou Huxley. Atualmente, estou lendo "A Controvérsia", de Jean-Claude Carrière, em um ritmo bem lento, até porque eu ando gastando meu tempo livre com televisão e videogames.
Enfim, esse post foi mais uma explícita demonstração de que eu estou desanimado, e a perda dessas identificações e rótulos era uma conseqüência natural disso. É nessas horas que eu queria ser católico, petista, gótico ou mesmo metaleiro - garanto que eu seria menos rabugento e me contentaria com pouco ou quase nada.