Picaretagem! Eu sabia!
Não queimei minha língua - o filme "O Código da Vinci" é realmente decepcionante. Eu o assisti ontem, para confirmar se todo o alvoroço sobre a película era justificavél.
Olha, "Código da Vinci" não é tão ruim quanto disse a crítica, mas nem por isso deixa de ser fraco. Eu esperava uma bomba. Assisti a um traque. =D
I - Tom Hanks não foi excepcional, mas fez uma atuação segura. O personagem Robert Langdon já não era lá essas coisas no livro, pois não passava de um historiador mulherengo e metido a decifrador de códigos e mistérios. Hanks consegue deixar essa 'personalidade' um pouco camuflada, o que já é um mérito.
II - Sophie Neveu merecia uma atriz MUITO melhor para representá-la no filme. Audrey Tautou foi muita fria e mecânica no papel, sempre com sua cara de assustada e demasiadamente inexpressiva, principalmente na hora de fazer as perguntas (ela parecia o Zequinha do Castelo Rá-Tim-Bum). E pensar que eu esperava uma criptógrafa enérgica e indagadora.
III - Jean Reno e Alfred Molina foram razoáveis nos papéis do policial Bezu Fache e do bispo Aringarosa, respectivamente, mas Paul Bettany como o albino Silas (na verdade nem tão albino, já que ele tem olhos azuis) foi superior aos dois.
IV - O roteiro de Akiva Goldsman é cheio de furos, e faz o "favor" de cortar - ou reduzir consideravelmente - cenas cruciais, como a do ritual do avô de Sophie, e inventar passagens mirabolantes e que pouco acrescentavam à obra. Some a isso a direção falha de Ron Howard, que deixou o filme muito rápido, mas no 'mau sentido' do termo, pois fica parecendo que "Código da Vinci" é bem maior e detalhado no livro.
V - Os diálogos são decepcionantes. Boa parte das conversas (relativamente) inteligentes entre os personagens, como a entre Fache e Langdon no início da obra, ficaram de fora ou se tornaram meros joguinhos de pergunta e resposta. Só se salvou o "discurso" de Robert em uma das últimas cenas, com um teor reflexivo e que fugiu do tom conspiratório de "Código da Vinci".
VI - Falando em conspirações... devo admitir que detesto a grande maioria delas - o que já me deixa fora do público-alvo da obra, levando em conta que muitos dos que gostaram dos livros de Dan Brown pertencem à galerinha que curte misturar fatos completamente desconexos, a fim de que ambos pareçam intrinsecamente ligados. Isso é, no mínimo, charlatanismo. Tudo bem que nada nesse mundo é coincidência, mas tornar isso um pretexto para inventar lorotas é outra história. Pois é isso que o filme e o livro fazem com grande freqüência, e o pior - como se fosse verdade! Dan Brown escreveu uma ficção que distorce pesquisas sérias de historiadores sobre Leonardo da Vinci, o Priorado de Sião e a relação de Jesus e Madalena (sim, eu concordo que ela não era 'apenas' uma prostituta, mas comentar sobre a pederastia dos apóstolos é tema para outro tópico) para fazer um best-seller metido a polêmico e controverso. Francamente, oportunismo tem limite!
VII - O filme tenta, mas não consegue ser uma obra de ação combinada com suspense e policial, afinal, as perseguições deixam a desejar. E o excesso de conversação (descartável, diga-se de passagem) também emperra essa tentativa malfadada.
VIII - Quem leu o livro achou o filme decepcionante. Quem leu o livro e virou fã do Brown, nem tanto (idolatria cega o senso crítico. Por exemplo, nem tentem falar mal de Beatles perto de mim. Ou então tenham certeza de que possuem plano de saúde, hehe). Quem não leu ficou a ver navios, pois não entendia nada, já que o filme é bem confuso para neófitos em Brown. Portanto, se você sequer leu "Código da Vinci", leve um (a) amigo (a) para a sessão de cinema, caso não queira ficar boiando.
IX - Apesar dos pesares, algo se salva no filme. Sim, ele, Sir Ian McKellen, que já tinha arrasado nos papéis de Magneto (X-Men) e Gandalf (Senhor dos Anéis), consegue fazer "Código da Vinci" não tão medíocre. Ele é Leigh Teabing, historiador e um sujeito que não gosta nem um pouco da Igreja Católica, e está louquinho por provas de sua maldade. O personagem força um pouco a barra ao colocar o Opus Dei como o mal absoluto, mas seu sarcasmo, bom humor e carisma, reforçados pelo ator, roubam a cena dos protagonistas Robert e Sophie. McKellen improvisou várias falas, e conseguiu fazer algo que o livro não conseguiu (A SEGUIR, REVELAÇÃO SOBRE O ENREDO. PARE SE NÃO TIVER LIDO O LIVRO) - convencer que Teabing é o vilão. Dan Brown naufraga na inverossimilhança nessa tentativa, pois fica muito mal explicado como se deu o plano para capturá-lo e Leigh parece alguém que, do nada, vira 'malvado'. Já na película, o personagem mostra mais claramente traços de sua dissimulação e suas reais intenções. Ponto para o Ian.
X - Conclusão: o filme é meia boca, mas vale a pena ver para não ficar dependendo de amigos empolgados ou críticos ranzinzas. Que vai ser um sucesso de bilheteria, eu não tenho dúvidas, mas já não tenho a mínima confiança de que "Código da Vinci" é mais do que um best-seller superestimado, seja na literatura ou na 7ª arte.
22 maio 2006
Another stupid day?!
2. Voltei a me viciar em Muse. Cara, fazia um tempão que eu não ouvia. Também, passei os últimos dois meses de 2005 ouvindo quase todo dia - chegou a ser a 5ª banda que eu mais escutava, atrás apenas de conjuntos pelos quais eu sou apaixonado: Joy Division, Pixies, Beatles e Blur. O que não é surpreendente, afinal, Muse é extremamente viciante. Eu não acho que seja cópia do "Radiohead pré-OK Computer", já que eles desenvolveram um estilo de composição bem peculiar, misturando vocais doces, letras melancólicas, guitarra furiosa e teclados muito bem tocados, acarretando em canções fantásticas como "Thoughts of a dying atheist", "Muscle Museum", "Sing for Absolution", "Space Dementia", "Bliss", "Time is running out", "Hysteria" e a minha favorita - "New Born". Só espero que eles parem de enrolar e lancem logo o quarto disco de estúdio deles (Hullabaloo, 2002, é de sobras de estúdio + ao vivo), pois já se passaram três anos desde que Absolution, o melhor e mais bem-sucedido disco deles, foi lançado!
3. Considero hoje um "stupid day" porque eu estou farto de algumas pessoas - tanto amigos arrogantes e prepotentes (o que me magoa muito, pois eu não tenho coragem de dizer certas verdades a uma pessoa, justamente porque não quero perder a amizade dela) quanto colegas de classe (babacas como sempre, mas passando dos limites). É impressionante, quando eu penso que sou irritante e incômodo (e sou mesmo!), não imagino que existam pessoas que tenham essa "característica" ainda mais acentuada...
4. Bananada de domingo: bate-bola, jogo-rápido - nada de surpreendente. Conheci uma ou outra banda que valia a pena, comprei um CD (coletânea da Monstro Discos com músicas das bandas de seu cast), encontrei alguns amigos, fui embora mais cedo (afinal, tinha aula hoje de manhã), blá blá blá. Estou começando a enjoar do Martim Cererê. Vou procurar outros lugares de Goiânia para freqüentar... só uma coisa é certeza - tédio de fim de semana é algo que eu me esforçarei ao máximo para evitar.
5. Amanhã vou assistir ao filme "O Código da Vinci". Garantia de boas gargalhadas. Até mais.
20 maio 2006
Como foi o Bananada de sexta-feira
2. Poucos dos meus amigos vieram, pois eles foram trouxas o suficiente para assistir à estréia do filme "O Código da Vinci". Estou rindo muito disso, pois a crítica foi unânime em considerar o filme bem fraquinho. O UOL, por exemplo, colocou na parte do cinema dez resenhas de sites diferentes (até mesmo da Reuters), e todas esculhambaram a película. Isso sem falar nas gargalhadas e vaias que "Código da Vinci" levou em Cannes... hahahaha. Eu estou muito satisfeito, pois não gostei do livro (principalmente porque, na hora do "ou vai ou racha", o clímax da história, o autor não correspondeu às expectativas e fez um desfecho pouco convincente e decepcionante. Isso sem falar na completa indecisão da trama em ser realista ou ficcional).
3. Nas primeiras horas, eu fiquei bem entediado, pois não tinha com quem conversar (meus amigos só foram chegar lá pelas 22h). Para piorar, as bandas do dia eram bem chatinhas - a maioria pseudoexperimental e pseudovanguardista.
4. Falando nisso... poxa, os indies de Goiânia (aliás, 60% do público de lá, já que os outros 40% eram emos e pseudopunks) são uns malas. O visual é calculadamente "descolado" e "moderninho", eles adoram fazer pose de hedonistas, gostam de bandas estranhas só para aparentarem intelecto (qualquer banda que venda mais de 10 mil cópias é, para eles, "vendida" e "comercial") e tem um jeito de dançar mais estranho que o meu (aliás, ontem eu nem me arrisquei a dançar). Claro que eu estou falando dos indies que seguem o estereótipo do estilo, não dos realmente inteligentes e que gostam de bandas boas, lêem livros bons e são gente fina - apesar de serem minoria, eles ainda existem. Afinal, foi dessa espécie em extinção que surgiram bandas como Pixies, Sonic Youth, Pavement, Franz Ferdinand e Interpol, além de bons blogueiros e, claro, o Last.FM.
5. Encontrei poucos colegas de escola, mas pessoas legais mesmo, só os meus amigos de outro colégio.
6. Bandas boas? Só duas: o Barfly, que fez um som que misturava post-punk e indie rock (estariam eles entre a "minoria que presta"? Sim! =D) e o Mustang, que se destacou pela porralouquice, o som relativamente empolgante e o vocalista fora de si, que quase deu uma de Jim Morrison e mostrou seu objeto fálico para o público. Boas risadas foram garantidas.
7. Decepção? MQN. É a banda que praticamente todo mundo que freqüenta o Martin Cererê (local no qual ocorreu o Bananada) gosta, e criou-se um verdadeiro hype em torno deles - até mesmo porque eles já fizeram shows nos EUA, e o líder da banda é um dos caras mais influentes na cena alternativa de Goiânia. Um amigo meu me disse que o som do MQN era quase stone rock, "bate-estaca", do tipo que faz todo mundo pular e balançar a cabeça. Eu permaneci um pouco cético a tudo isso, mas não posso negar que criei expectativas quanto ao show - que, aliás, seria o último da noite, carregando o fardo de fechar com chave de ouro o 1º dos três dias do festival. A apresentação começou empolgante, mas lá pela sexta música... Já tinha sacado a deles: músicas muito parecidas entre si, com uma sonoridade bem simples, letras que se resumiam a 'gritos de guerra' como "Let ir rock!", e nada de realmente inovador ou surpreendente. Talvez o MQN não tenha essa intenção, mas, mesmo assim, não gostei.
8. Melhor coisa que ocorreu comigo? Achar LPs antigões a preços de banana! (sim, alguma coisa lá combinava com o nome do evento, já que o ingresso de 15 reais não é nada baratinho... hehe) Tinha para todos os gostos - Talking Heads, Kraftwerk, Titãs, Ultraje a Rigor, Rush, Duran Duran, Depeche Mode, etc. Eu comprei dois: um do U2, o ao vivo Under A Blood Red Sky (fantástico, conheci U2 através dele, nove anos atrás, quando ouvia o CD que meu pai tinha), e um do New Order, o Technique. Lá tinha outro do NO, o Movement, mas o que eu escolhi é recheado de grandes músicas, como "Fine Time", "Run", "Vanishing Point" e "Round and Round". Gastei apenas 12 reais para adquiri-los.
9. Minhas considerações finais - bem, ontem não foi tudo o que eu esperava, mas é culpa da minha chatice. Ainda assim, espero que o Bananada de domingo (hoje eu não irei, tirei o dia pra descansar, dormi das 4h às 14h30, e tirarei uma boa soneca na noite de hoje também) seja melhor...
18 maio 2006
Love will tear us apart, again...
Discografia principal: Discografia complementar:
Não é a primeira vez que eu venho falar de Joy Division aqui no blog, portanto, vou ser mais direto ao ponto na minha homenagem. Para começar, publicarei a atualização que eu fiz na página da banda no Wikipédia. Depois, citarei as 10 melhores músicas do quarteto, na minha opinião.
O Joy Division foi uma banda da cena pós-punk formada no ano de 1977, em Manchester, Inglaterra. O seu som tinha influências de Velvet Underground, David Bowie e Iggy Pop, e era caracterizado por densas melodias, bastante marcadas pela bateria quase militar de Stephen Morris, e uma têndencia para a depressão e a claustrofobia.
Tudo começou quando Ian Curtis respondeu a um anúncio publicado por Bernard Sumner (guitarra, teclados) e Peter Hook (baixo), que procuravam um vocalista. O primeiro nome da banda foi Warsaw, e um dos primeiros problemas foi encontrar um baterista definitivo. Após vários interinos no cargo, Stephen Morris assumiu em definitivo, a tempo para a gravação do debut deles.
Seu primeiro trabalho de estúdio, já com o nome Joy Division escolhido como o definitivo (baseado nas "divisões da alegria", que eram prédios nos campos de concentração em que os nazistas copulavam com as mulheres de raça pura), foi o EP An Ideal for Living (1978), que ainda tinha forte influência do movimento punk. O produtor Martin "Zero" Hannett conduziu a gravação do seus dois álbuns de estúdio e influenciou a sonoridade da banda ao introduzir efeitos eletrônicos nas canções. Em princípio o resultado desagradou ao guitarrista Bernard Albrecht e ao baixista Peter Hook, que preferiam um estilo mais punk; mas teve o respaldo de Curtis. As invencionices de Hannett deram certo, e logo toda a banda passou a flertar com a sonoridade eletrônica. Em conseqüência, o Joy Division é tido até hoje como referência pioneira ao som new wave da primeira metade dos anos 80.
Após as canções "Digital" e "Glass" terem sido lançadas em uma coletânea da gravadora do Joy Division, a Factory Records, veio o primeiro álbum da banda, Unknown Pleasures (1979). O disco causou grande alvoroço entre público e crítica, devido à sua sonoridade soturna e às letras depressivas. Destaque para as faixas "She's Lost Control", "Shadowplay", "New Dawn Fades" e "Disorder". Ainda em 79, eles lançaram seu primeiro single, "Transmission", que teve relativo sucesso.
No ano seguinte, o quadro clínico de Ian piorou, com o agravamento de sua epilepsia e dos problemas conjugais. Ainda assim, a banda pôde gravar, em março, o álbum Closer. No final de abril, foi lançado o flexi disc de "Komakino"/"Incubation" e também o compacto 12' de "Love Will Tear Us Apart", que viria a ser a música mais conhecida do conjunto, permanecendo ainda hoje com o fulgor e a excitação que provocou outrora.
Ian Curtis cometeu suicídio em 18 de maio de 1980, poucos dias antes da viagem do Joy Division para os Estados Unidos, onde fariam sua primeira turnê internacional. Devido a problemas na tiragem, Closer tornou-se um álbum póstumo, só sendo lançado em julho. Neste LP, eles se superaram, com composições fantásticas e muito densas, que viriam a influenciar várias bandas de post-punk, como The Cure, Echo And The Bunnymen e Siouxsie And The Banshees. Os melhores temas são "Isolation", "Decades", "Passover" e "Atrocity Exhibition". Aliás, o disco conseguiu chegar ao 6º lugar dos tops ingleses e liderou as paradas alternativas.
Em setembro de 1980, a começar pelo single "Atmosphere", vieram os lançamentos póstumos. No ano seguinte, veio o duplo Still, com várias sobras de estúdio e o registro do último show do Joy Division. Substance (1988) é uma coletânea de singles e b-sides. Permanent, de sete anos depois, compilou 15 clássicos, mais um remix de "Love Will Tear Us Apart". Heart And Soul é uma caixa com 4 cds, que reúnem praticamente tudo que eles gravaram.
Os outros membros da banda formaram o New Order alguns meses depois do suicidio do vocalista Ian Curtis. A influência do quarteto no rock mundial permanece, como provam bandas como She Wants Revenge, Editors, Interpol e Franz Ferdinand.
10. Decades: essa é uma das mais beneficiadas pela produção de Hannett. Eles souberam usar perfeitamente os recursos do estúdio, como os sintetizadores, para tornar "Decades" incrivelmente densa.
9. Dead Souls: 2 minutos de introdução que nem parecem longos - a guitarra domina o cérebro do ouvinte. E quando Ian entra pra cantar, a energia que ele passa é maior ainda, como no refrão "They keep calling me!".
8. Atrocity Exhibition: desilusão, crítica social, uma frase marcante ("This is the way, step inside") e o máximo de proximidade que o JD conseguiu do som do Velvet Underground..
7. Shadowplay: a guitarra de Bernard alcança um nível de fúria inigualável nessa faixa, e praticamente duela com o baixo melódico de Hook. "To the center of the city in the night, waiting for you!"
6. Passover: Stephen Morris mostra o porquê de muitos o chamaram de Deus da Bateria. A letra é bem triste, e os vocais e a guitarra quase chorosa reforçam isso.
5. Love Will Tear Us Apart: a mais famosa do Joy é também uma espécie de réquiem. Já na sua letra, percebe-se que o líder da banda está prestes a abandonar a vida. A introdução, com uma bateria martelante e um lindo solo de teclado, é inesquecível.
4. She's Lost Control: ela tem duas versões, e ambas são igualmente maravilhosas. A do disco Unknown Pleasures é praticamente um hino do gothic (?) rock que estaria por vir, de tanta dor e sofrimento que passa. A lançada em compacto 12' tem uma bateria que esmaga o ouvido de qualquer um e soa quase eletrônica.
3. Transmission: extremamente marcante em qualquer um que a ouve, seja pelo refrão poderoso, ou pela letra quase hedonista e paranóica, ou pelo ótimo riff, ou pela performance ímpar de Ian.
2. Atmosphere: a música que agrava a condição do ouvinte. Se você estiver feliz, terá ela por uma canção otimista, esperançosa e linda. Se estiver triste, sentirá melancolia e introspecção em "Atmosphere". Mas continuará a achando linda.
1. Isolation: a melhor em tudo - letra, bateria, baixo, teclado, vocais, refrão, poder de vício, evolução... "(...)If you could just see the beauty/These things I could never describe/These pleasures a wayward distraction/This is my one lucky prize/Isolation..."
16 maio 2006
Sobre a crise em São Paulo
Uma coisa que fico indignado é o tratamento que muitos dão aos presidiários, chamando-os das piores palavras possíveis e os tratando como animais irracionais. É um erro gigantesco, pois, Independente de serem criminosos, os ditos "bandidos" são seres humanos, como eu e você. Eles não merecem a nossa falsa piedade, e muito menos o nosso desprezo. Eles não querem, acima de tudo, a nossa indiferença - essa vontade deles de chamar a atenção do "cidadão comum" é um dos motivos que os levam a transgredir as regras. Prova disso foi o fato de terem cometido crimes até bobos, como queimar ônibus. O Estado está pouco se lixando para isso - qualquer coisa, a alta carga tributária será utilizada para repor a frota. Quem realmente se ferra com isso é o José, o Tobias ou a Maria, que precisam trabalhar, e estão ralando para sobreviver nessa "selva asfaltada" que é o Brasil.
O diálogo com os líderes do tráfico pode parecer algo utópico, mas é também ilusão achar que basta botar o Exército para reprimí-los que a coisa será resolvida. Nada disso. A situação é crítica, mas não a tal ponto que seja preciso jogar tropas militares de alto escalão nas ruas de São Paulo. Aliás, já estão sendo feitos alguns acordos para resolver a crise, baseados na famosa passividade e permissividade que reinam no Brasil - afinal, 115 mortos e já se considerar o ocorrido uma guerra civil é foda. Dizemos isso porque não somos Ruanda em 1994, EUA na Guerra de Secessão, França na Revolução Francesa, ou mesmo o tal do "O Haiti não é aqui". No Brasil, como sempre, tudo acaba tão rápido quanto começou - não somos um povo bélico; só funcionamos com ditaduras, com alguém nos mandando fazer algo, porque, por conta própria (entenda-se 'democracia'), somos incapazes de nos virarmos. Afinal, em um país em que Getúlio Vargas foi o melhor presidente, algo está errado. Se demoramos 430 anos para alguém tomar o poder e resolver fazer alguma coisa, fica claro que realmente somos um povo bem mixuruca.
A mídia, como sempre, "aumentou" a história - William Bonner deixou a imparcialidade de lado e se exaltou, só para ficar no exemplo do Jornal Nacional. Se fosse no RJ, MG ou mesmo no fim do mundo (vulgo Goiás), a repercussão seria bem menor. O problema é que estamos falando de São Paulo, "a metrópole", como se esta fosse uma cidade tão melhor do que as outras. Ledo engano. O fato de ter 18 milhões de pessoas não a torna mais importante que o resto do país. E adiantou fazer todo esse alvoroço sobre a situação em SP? Foi feito algo para prevenir novas revoltas e resolver as injustiças sociais, ao invés de medidas a curto prazo? A resposta todos nós sabemos muito bem...
Alguns dizem que, com tudo isso, a candidatura do Geraldo Alckmin está sepultada. Será mesmo? Ops, já me esqueci... e o mensalão? Alguém se lembra? Pelo que dizem as pesquisas, com o PT na frente, não. E agora não será diferente. Basta o ex-governador de SP ser menos otário e vago e que passe a fazer um marketing pessoal e político melhor que ele pode dar trabalho nessa eleição. O pior de tudo é ver o Lula fingindo não querer tirar proveito da situação para se colocar como o "salvador da nação", o homem com pulso firme. Sem falar na guerrinha de interesses entre azuis e vermelhos... É incrível como esse pessoal consegue enfiar politicagem em tudo...
Retornando à discussão do determinismo x livre-arbítrio, minha posição é a do "um pouco de cada um". Participar do crime organizado é uma escolha, e também uma imposição - em outras palavras, o favelado é levado a isso, mas resolve continuar adiante porque sabe que não tem nada a perder: se morrer, tudo bem, ninguém liga mais pra ele, pois ele é só mais um excluído pela sociedade. Se sobreviver e ter sucesso, excelente, vai ganhar dinheiro e ter poder. Ele podia ter feito outra coisa ao invés de roubar? Claro! Ninguém o está impedindo de ser, por exemplo, jogador de futebol, rapper, escritor, etc. Assim como ele poderia não ter capacidade para mudar o seu destino, e aceitaria o que o meio o direcionou.
O que eu concluo de tudo isso? Nada. Isso mesmo, nada. As rebeliões não foram nenhuma novidade para mim. Pelo contrário, eu até achei que demoraram demais para ocorrer, levando em conta a opressão que sofrem os presos e marginalizados pela sociedade. A indignação foi se acumulando com o tempo, até que chegou-se a uma situação insustentável, na qual era necessário haver mortes, violência, conflitos. Não é uma luta de classes, mas também não é algo desprezível. É sim um alerta para os indivíduos e para as instituições. Infelizmente, revoltas como essa voltarão a se repetir de tempos em tempos, só que nunca em caráter revolucionário ou realmente a ponto de mexer com as estruturas sociais, afinal, meu caro, estamos falando do Brasil.
15 maio 2006
Das vitrolas às trances: a história da música eletrônica
Daí para a música eletrônica moderna foi um salto. O Kraftwerk, com canções como “Autobahn” e "The Model", deu importantes bases para o estilo, ao fazer um som futurista e "robótico". No final dos anos 70 e início dos 80, os ingleses do Joy Division revolucionaram a cena musical da época, ao produzirem uma sonoridade que unia rock gótico, new wave, pós-punk e utilizava sintetizadores; estes, aliás, como provam faixas como “Isolation”, “Love Will Tear Us Apart” e “She's Lost Control”, combinavam perfeitamente com a bateria quase militar de Stephen Morris, o baixo melódico de Peter Hook, a guitarra melancólica de Bernard Sumner, os vocais cavernosos de Ian Curtis e as letras depressivas do mesmo. Com o suicídio de Ian em maio/1980, os três remanescentes chamaram a tecladista Gillian Gilbert e fundaram o New Order. Após um curto período em que buscaram uma direção musical, eles lançaram o single “Blue Monday” (83), que praticamente inaugurou o pop sintético, um dos adventos da música eletrônica. O sucesso da música foi gigantesco, e serviu como influência para muitos contemporâneos a eles, como Depeche Mode, Pet Shop Boys e Eurythmics.
Desse momento em diante, o estilo se difundiu pelo mundo inteiro. Na Inglaterra, predominaram as acid houses, com o sucesso de casas noturnas como a Hacienda, e o surgimento da tribo dos clubbers. Bandas de brit rock, como os Stone Roses, o Duran Duran e o Happy Mondays, também incorporaram elementos eletrônicos, acarretando em canções bem dançantes.
Nos EUA, cidades como Chicago e Nova Iorque difundiram a house, com suas baterias eletrônicas que lotaram as pistas de dança, e o techno, com seus ritmos e grooves repetidos. Em Goa, na Índia, onde ocorrem várias festas psicodélicas, surgiu a trance, que é composta pela mistura de acid rock, reggae e techno. Ela é, atualmente, um dos estilos mais populares da música eletrônica, sendo que Infected Mushroom, Rinkadink e Tiësto são alguns dos que mais vêm obtendo êxito. Com algumas modificações, como uma batida mais rápida e forte, formou-se a psychodelic trance e o subgênero full on. Outras variações, que adicionaram músicas indígenas e hip-hop, também são bem conhecidas, como o drum ‘n’ bass, o tribal e o trip hop.
Um fato importante foi a transformação dos “discotecários”, populares nos anos 60 e 70, em Disc Jockeys (DJs), que provaram que, para animar uma festa, bastava um computador, um toca-discos e uma cabeça pensante.
Aqui no Brasil, elementos eletrônicos foram sendo gradualmente incorporados, como no rock nacional dos anos 80, com o RPM e os Titãs. Atualmente, várias bandas de pop utilizam bateria eletrônica e sintetizadores. O funk carioca apostou nos DJs e nos PCs incrementados.
Nos anos 90 e 2000, guinadas mais comerciais e radiofônicas também deram certo, com o sucesso de artistas como Fatboy Slim, The Chemical Brothers, Moby e Daft Punk. O Prodigy, em 1998, lançou o álbum “The Fat on the Land”, e, ao misturar hip hop, punk rock e tudo que o eletrônico já havia produzido até aquele momento, o conjunto aumentou ainda mais a popularidade das raves, provando que a combinação DJ + banda, mesmo com todas as modernizações do gênero, ainda funciona muito bem. Uma frase do líder do Prodigy, Liam Howlett, resume bem como está a música eletrônica hoje: “Fiz minha carreira roubando sons dos outros, não ligo se roubarem os meus”.
13 maio 2006
Um review de Efeito Borboleta
É o que tenho a dizer do filme Efeito Borboleta.
Impressionante.
E o melhor de tudo - eu só precisei assistí-lo uma vez pra sacar tudo, graças a uma idéia de meu amigo (que já tinha assistido ao filme) de pausar bem em uma cena crucial, e me perguntar se eu tinha sacado algo. Eu formulei uma teoria baseado no aviso que ele tinha me dado antes de nós vermos Efeito Borboleta ("preste atenção nos mínimos detalhes e nos flashes"), e ele disse que estava mais ou menos certa. E esse quase acerto foi decisivo pra que eu entendesse todo o resto da história. Ainda bem.
Bem, não pretendo contar a história do filme, até porque isso cabe a quem assistí-lo, e também porque é um filme que abre a possibilidade de uma interpretação subjetiva - cada um que vê entende uma coisa. E eu concordo com isso.
Pouco tenho a dizer, portanto, sobre a película, e o que direi será, como sempre, em tópicos. Ainda levo essa tradição do blog a sério, hehe...
1. Ashton Kutcher atuando bem - aliás, muito bem? Surpreendente...
2. Uso inteligente do flashback e trama inteligente e instigante.
3. Psicodélico e alucinante. Me lembrei da primeira vez que ouvi o Dark Side of the Moon (Pink Floyd) e o Sgt. Pepper's (Beatles).
4. Assustador e chocante. Me lembrei da primeira vez que ouvi o Pornography (The Cure) e o Closer (Joy Division). =D
5. O diretor não me engana - gostaria que alguém procurasse por cogumelos e balinhas mágicas na casa dele... só pode.
6. Poucos filmes combinaram tanto com minha personalidade como Efeito Borboleta. Bem, talvez Laranja Mecânica, Alta Fidelidade e Encontros e Desencontros...
7. Se ainda não notaram, estou dando uma de Jack Kerouac. Este texto é uma prosa espontânea, pois...
8. Não faz nem meia hora que eu terminei de assistir o filme.
9. Prestem atenção em todos os flashes! É sério! E parem o filme pelo menos umas três vezes nos primeiros 45 minutos pra refletirem.
10. De preferência, não assista sozinho. Nem que seja com o cachorro, veja Efeito Borboleta acompanhado, pra discutir sobre ele enquanto o vê, ok?
Até mais. Vou assistir Sin City...
[Antes de ir embora, caso você esteja lendo este tópico, mas ainda não leu o de baixo - "Deslocado", não perca tempo. Sem brincadeiras, é um dos melhores textos que eu já fiz até hoje no blog]
12 maio 2006
Deslocado
Não me considero um adolescente normal, sou diferente da maioria, mas sem exageros - na pior das hipóteses, sou um... deslocado.
Nunca tive depressão, mas escrevo poemas relativamente melancólicos (qualquer dia publicá-los-ei aqui no blog). Talvez eu seja como os caras do post-punk britânico: "Se fizéssemos tudo o que relatamos em nossas letras, já estaríamos mortos". E, contraditoriament, meus textos em prosa sempre foram mais bem humorados, ora otimistas, ora sarcásticos.
Notei também que nunca fiz parte de uma tribo propriamente dita até hoje. Dos 9 aos 13 anos, eu poderia ser considerado um nerd gamemaníaco, só que sem fanatismos, já que meu discurso claramente nintendista não me impedia de jogar vez ou outra PlayStation ou ler matérias sobre o Xbox e o PS2 na EGM Brasil. Nessa mesma época, eu também era viciado em Pokémon e Cavaleiros do Zodíaco, só que, ao contrário de muitos dos fãs, nunca fiz cosplay e nunca fui a convenções de animes/mangás ou outro tipo de evento especializado - era um entusiasta mais "internético e individualista". Eu adorava criar enredos de RPGs, mas nunca montei um sistema de batalhas decente, nem cheguei a ser tarado por Senhor dos Anéis e Dungeons and Dragons.
Durante todo o ano de 2004, eu estive na minha fase beatlemaníaca, mas não deixava de ouvir Mutantes, The Clash, Legião Urbana, Nirvana, entre outros. Mesmo durante meus tempos de esquerdista, eu queria conciliar tudo - acreditava em um "socialismo com livre concorrência, pentapartidarismo e democracia direta". Mais utópico e contraditório, impossível...
Meu ano passado foi marcado pela instabilidade emocional e as dificuldades em me sociabilizar na nova escola, mas a situação já estava até resolvida no final do ano, mesmo com alguns acidentes de percurso. Houve o tempo em que eu me declarava direitista (eu me interessei muito pelo federalismo e o anarcocapitalismo), cheguei até a dizer que era indie (empolgação com bandas alternativas), entretanto, desisti de rótulos que não definiam nada sobre minha personalidade. "Tudo é relativo, inclusive essa frase".
Estarei eu fadado à eterna dúvida? Ainda não sei se sou ateu ou agnóstico, se sou libertário ou reacionário, se prefiro Beatles ou Joy Division, se devo buscar a garota certa ou aceitar a solidão eterna, se sou uma farsa ou se tenho futuro, se sou feliz por ser triste ou se sou triste por ser feliz, e por aí vai.
Quantos dilemas... Auto-análise seria o caminho para resolver boa parte deles? Creio que sim. Já disse e volto a repetir que jamais gastaria dinheiro com psicólogos, não preciso que terceiros me ajudem a resolver meus problemas - ainda sou muito orgulhoso quanto a isso. Tratamento e divã são coisas desnecessárias, ainda mais sabendo que ter uma adolescência equilibrada e estável é impossível.
Por fim, estou entre dois caminhos (infelizmente, me reduzi a um dualismo): Carpe Diem ou Isolation? Devo eu viver intensamente e sem me preocupar com besteiras (enfim, misturar cinismo com epicurismo), ou preciso reforçar meu individualismo e entregar-me à filosofia e aos devaneios, tirando desta loucura egoísta algo, digamos, interessante?
Não tenho a resposta para essa pergunta. Mesmo assim, já tenho a certeza de que ter um pensamento livre e desimpedido poderá me auxiliar nessa "busca constante por algo novo"...
10 maio 2006
Tópico pseudofilosófico
06 maio 2006
I'm lost in a forest
2. Comprei três pocket books no dia de hoje: "A morte de Ivan Ilitch" (Ivan Tolstói), "As Flores do Mal" (Baudelaire) e "Vagabundos Iluminados" (Jack Kerouac). Nem sei qual ler primeiro... ei, espera, ainda não terminei "Lolita"! Nossa, como estou enrolado.
3. Hoje é aniversário (póstumo) de um dos loucos mais geniais que já passaram por esse planeta - Sigmund Freud. O que seria de nós, decadentes do século XXI, sem a teoria do complexo de Édipo ou a obra "Interpretação dos Sonhos"? =D
4. Rubinho largando em quarto, Massa em terceiro, e Schumacher na mesma fila do Alonso... é, a corrida de amanhã promete. Só espero que a macumba que fazem pro Barrichello se ferrar não funcione. Novamente.
5. Notaram que eu adoro falar em tópicos/aforismos?
03 maio 2006
Cadê a direita?
Antes de qualquer coisa, analisemos o perfil dos que disputam a presidência da nação tupiniquim.
Lula, que já pregou socialismo, hoje é o queridinho do FMI. O modelo econômico adotado foi o da ortodoxia quanto à taxa de juros somado a um intervencionismo estatal, como provam o aumento da carga tributária e toneladas de programas assistencialistas e parasitários - o que nos leva a considerar sua gestão de centro-esquerda. Seu desempenho na presidência é apenas mediano, mas ele é o favorito nas pesquisas.
Geraldo Alckmin, do PSDB, faz jus à sigla de seu partido, já que provou no governo de SP que é um social democrata moderado. Ele valoriza o papel do Estado na economia, mas sem impedir a ação da iniciativa privada e a racionalização administrativa. Alckmin, ao que tudo indica, montará uma chapa de centro, juntando os trabalhistas PPS e PDT e o conservador PFL.
Heloísa Helena é conhecida por seus discursos exaltados e a imagem de credibilidade que passa. Ela, no entanto, ainda é muito radical, com propostas típicas de extrema esquerda, como a "superação do capitalismo", a luta de classes entre os trabalhadores e a "elite imperialista", a moratória da dívida externa e o nacionalismo econômico.
Já Anthony Garotinho é o populismo em pessoa - demagogo, paternalista, fanático religioso e "inimigo das elites". Aliás, ele foi motivo de piada nacional quando decidiu responder às acusações de corrupção feitas pela imprensa fazendo uma greve de fome, o que prova que ele é, além de tudo, um covarde. Seu partido, o PMDB, tem uma longa história de desunião, dissonâncias e fisiologismo.
Muito bem: agora, cadê os "destros"? Nem ultranacionalistas ou federalistas estão no pleito. Muitos apoiarão Alckmin como o "menor dos males", outros gostariam de ver Enéas como candidato, alguns até falam em voto nulo. Coitadinhos. Estão mais ocupados na internet, formando "partidos virtuais", discutindo liberalismo clássico e anarcocapitalismo e falando mal da esquerda. Isso quando o Olavo de Carvalho não decide alertar para a existência de "conspirações comunistas"...
Não, não estou pedindo por um governo de direita. Apenas gostaria de ver uma diversidade ideológica maior, para que nós, eleitores, pudéssemos fugir de velhos clichês eleitorais, como a polarização petistas x tucanos, políticos populistas ou vermelhinhos tresloucados (alguém se lembra do "contra burguês, vote 16"?). No final das contas, o Brasil vira uma lei de Newton, permanecendo na inércia, sem novidades no quadro político.
01 maio 2006
Fome, dia verde e fag-rock
2. O mundo está dividido entre os que amam Green Day (sendo que 99,9% destes só conheceram a banda com o disco American Idiot) e os que odeiam Green Day (99,9% deles desconhecem a banda antes de American Idiot). E ambos os agrupamentos estão completamente errados, para mim.
O melhor álbum do conjunto de punk-pop americano é justamente o seu debut, Dookie (1994), cujas melhores faixas são "She", "Longview", "Basket Case" e "Welcome to Paradise". O álbum seguinte, Insomniac (95), tem duas das minhas favoritas - "Walking Contradiction" e "Brain Stew". Nimrod, de dois anos depois, tem como destaque a baladinha "Good Riddance (Time of your life)". Warning (2000) é irregular, mas se salva pelos ótimos singles "Minority", "Waiting" e a faixa-título. E o American Idiot (04)... bem, é um LP interessante, apesar de tentar uma pretensiosa ópera-punk. Apesar das fracas "Jesus of Suburbia" e "Wake me up when September ends", o álbum contém as interessantes "Give me novacaine", "Holiday", "American Idiot" e "Boulevard of Broken Dreams".
Em suma, a banda é boa, uma das poucas que se salva do Rock americano pós-grunge, ao lado de White Stripes, Interpol e Smashing Pumpkins.
3. O fag-rock do título é uma referência ao Placebo, hehe... gravei uma coletânea deles. As que eu tinha 'queimado' ano passado ficaram bem incompletas (até porque eu coloquei só 12 músicas do conunto, e em uma eles dividiram o CD com o Interpol, e em outra, com o Strokes). Essa nova é um top 21 com o melhor do melhor deles, incluindo os 4 destaques do novíssimo álbum deles, Meds. Minha preferida deles? Ah, talvez "Pure Morning", "The Bitter End" ou "Nancy Boy". Outra coisa - eles fizeram ótimos covers para "20th Century Boy" e "Bigmouth Strikes Again" (já o de "Where's My Mind"... argh).