Picaretagem! Eu sabia!
Não queimei minha língua - o filme "O Código da Vinci" é realmente decepcionante. Eu o assisti ontem, para confirmar se todo o alvoroço sobre a película era justificavél.
Olha, "Código da Vinci" não é tão ruim quanto disse a crítica, mas nem por isso deixa de ser fraco. Eu esperava uma bomba. Assisti a um traque. =D
I - Tom Hanks não foi excepcional, mas fez uma atuação segura. O personagem Robert Langdon já não era lá essas coisas no livro, pois não passava de um historiador mulherengo e metido a decifrador de códigos e mistérios. Hanks consegue deixar essa 'personalidade' um pouco camuflada, o que já é um mérito.
II - Sophie Neveu merecia uma atriz MUITO melhor para representá-la no filme. Audrey Tautou foi muita fria e mecânica no papel, sempre com sua cara de assustada e demasiadamente inexpressiva, principalmente na hora de fazer as perguntas (ela parecia o Zequinha do Castelo Rá-Tim-Bum). E pensar que eu esperava uma criptógrafa enérgica e indagadora.
III - Jean Reno e Alfred Molina foram razoáveis nos papéis do policial Bezu Fache e do bispo Aringarosa, respectivamente, mas Paul Bettany como o albino Silas (na verdade nem tão albino, já que ele tem olhos azuis) foi superior aos dois.
IV - O roteiro de Akiva Goldsman é cheio de furos, e faz o "favor" de cortar - ou reduzir consideravelmente - cenas cruciais, como a do ritual do avô de Sophie, e inventar passagens mirabolantes e que pouco acrescentavam à obra. Some a isso a direção falha de Ron Howard, que deixou o filme muito rápido, mas no 'mau sentido' do termo, pois fica parecendo que "Código da Vinci" é bem maior e detalhado no livro.
V - Os diálogos são decepcionantes. Boa parte das conversas (relativamente) inteligentes entre os personagens, como a entre Fache e Langdon no início da obra, ficaram de fora ou se tornaram meros joguinhos de pergunta e resposta. Só se salvou o "discurso" de Robert em uma das últimas cenas, com um teor reflexivo e que fugiu do tom conspiratório de "Código da Vinci".
VI - Falando em conspirações... devo admitir que detesto a grande maioria delas - o que já me deixa fora do público-alvo da obra, levando em conta que muitos dos que gostaram dos livros de Dan Brown pertencem à galerinha que curte misturar fatos completamente desconexos, a fim de que ambos pareçam intrinsecamente ligados. Isso é, no mínimo, charlatanismo. Tudo bem que nada nesse mundo é coincidência, mas tornar isso um pretexto para inventar lorotas é outra história. Pois é isso que o filme e o livro fazem com grande freqüência, e o pior - como se fosse verdade! Dan Brown escreveu uma ficção que distorce pesquisas sérias de historiadores sobre Leonardo da Vinci, o Priorado de Sião e a relação de Jesus e Madalena (sim, eu concordo que ela não era 'apenas' uma prostituta, mas comentar sobre a pederastia dos apóstolos é tema para outro tópico) para fazer um best-seller metido a polêmico e controverso. Francamente, oportunismo tem limite!
VII - O filme tenta, mas não consegue ser uma obra de ação combinada com suspense e policial, afinal, as perseguições deixam a desejar. E o excesso de conversação (descartável, diga-se de passagem) também emperra essa tentativa malfadada.
VIII - Quem leu o livro achou o filme decepcionante. Quem leu o livro e virou fã do Brown, nem tanto (idolatria cega o senso crítico. Por exemplo, nem tentem falar mal de Beatles perto de mim. Ou então tenham certeza de que possuem plano de saúde, hehe). Quem não leu ficou a ver navios, pois não entendia nada, já que o filme é bem confuso para neófitos em Brown. Portanto, se você sequer leu "Código da Vinci", leve um (a) amigo (a) para a sessão de cinema, caso não queira ficar boiando.
IX - Apesar dos pesares, algo se salva no filme. Sim, ele, Sir Ian McKellen, que já tinha arrasado nos papéis de Magneto (X-Men) e Gandalf (Senhor dos Anéis), consegue fazer "Código da Vinci" não tão medíocre. Ele é Leigh Teabing, historiador e um sujeito que não gosta nem um pouco da Igreja Católica, e está louquinho por provas de sua maldade. O personagem força um pouco a barra ao colocar o Opus Dei como o mal absoluto, mas seu sarcasmo, bom humor e carisma, reforçados pelo ator, roubam a cena dos protagonistas Robert e Sophie. McKellen improvisou várias falas, e conseguiu fazer algo que o livro não conseguiu (A SEGUIR, REVELAÇÃO SOBRE O ENREDO. PARE SE NÃO TIVER LIDO O LIVRO) - convencer que Teabing é o vilão. Dan Brown naufraga na inverossimilhança nessa tentativa, pois fica muito mal explicado como se deu o plano para capturá-lo e Leigh parece alguém que, do nada, vira 'malvado'. Já na película, o personagem mostra mais claramente traços de sua dissimulação e suas reais intenções. Ponto para o Ian.
X - Conclusão: o filme é meia boca, mas vale a pena ver para não ficar dependendo de amigos empolgados ou críticos ranzinzas. Que vai ser um sucesso de bilheteria, eu não tenho dúvidas, mas já não tenho a mínima confiança de que "Código da Vinci" é mais do que um best-seller superestimado, seja na literatura ou na 7ª arte.
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Kaio, adorei sua crítica ao Código. Diz muito do que penso. Essa indústria cultural só tem produzido m... Assinei assim, porque você já sabe quem sou eu. Abraços!
Não li o livro e não pretendo ler, já tenho uma lista enorme de livros melhores e nem sequer comecei...
O velho Kaio de sempre...
Ola, rapaz, olha eu sou portugues tenho 18 anos e estava a pesquisar sobre enigmas, e por acaso enconteri este blog... Li o teu perfill e axei intereçante a tua cultura e precepção da realidade, depois reparei que comentast "O Código da Vinci" e tambem axei intereçante o teu comentario, no entanto, algo falacioso e abusivo...
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