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Kaio

 

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15 maio 2006

Das vitrolas às trances: a história da música eletrônica

Tudo começou quando o francês Pierre Schaeffer, no final dos anos 1940, criou o musique concrète, aparelho no qual a composição era feita a partir de ruídos gerados por toca-discos. Em 1951, o alemão Hebert Eimert fundou o 1º estúdio de música eletrônica do mundo. Dois anos depois, surgiram, na cidade de Colônia (Alemanha), as primeiras composições deste novo estilo. Em 56, Karlheinz Stockhauser inovou ao juntar vozes humanas com sons eletrônicos. Ainda nessa década, surgiram vários outros estúdios especializados em música eletrônica na Europa. Outro grande progresso foi feito pelo americano Robert Moog, que criou o sintetizador. Inicialmente, tal aparelho serviu para executar obras do compositor clássico Bach, até que a banda de rock progressivo Pink Floyd resolveu usá-lo em seus discos, gerando clássicos como "Dark Side Of The Moon".
Daí para a música eletrônica moderna foi um salto. O Kraftwerk, com canções como “Autobahn” e "The Model", deu importantes bases para o estilo, ao fazer um som futurista e "robótico". No final dos anos 70 e início dos 80, os ingleses do Joy Division revolucionaram a cena musical da época, ao produzirem uma sonoridade que unia rock gótico, new wave, pós-punk e utilizava sintetizadores; estes, aliás, como provam faixas como “Isolation”, “Love Will Tear Us Apart” e “She's Lost Control”, combinavam perfeitamente com a bateria quase militar de Stephen Morris, o baixo melódico de Peter Hook, a guitarra melancólica de Bernard Sumner, os vocais cavernosos de Ian Curtis e as letras depressivas do mesmo. Com o suicídio de Ian em maio/1980, os três remanescentes chamaram a tecladista Gillian Gilbert e fundaram o New Order. Após um curto período em que buscaram uma direção musical, eles lançaram o single “Blue Monday” (83), que praticamente inaugurou o pop sintético, um dos adventos da música eletrônica. O sucesso da música foi gigantesco, e serviu como influência para muitos contemporâneos a eles, como Depeche Mode, Pet Shop Boys e Eurythmics.
Desse momento em diante, o estilo se difundiu pelo mundo inteiro. Na Inglaterra, predominaram as acid houses, com o sucesso de casas noturnas como a Hacienda, e o surgimento da tribo dos clubbers. Bandas de brit rock, como os Stone Roses, o Duran Duran e o Happy Mondays, também incorporaram elementos eletrônicos, acarretando em canções bem dançantes.
Nos EUA, cidades como Chicago e Nova Iorque difundiram a house, com suas baterias eletrônicas que lotaram as pistas de dança, e o techno, com seus ritmos e grooves repetidos. Em Goa, na Índia, onde ocorrem várias festas psicodélicas, surgiu a trance, que é composta pela mistura de acid rock, reggae e techno.
Ela é, atualmente, um dos estilos mais populares da música eletrônica, sendo que Infected Mushroom, Rinkadink e Tiësto são alguns dos que mais vêm obtendo êxito. Com algumas modificações, como uma batida mais rápida e forte, formou-se a psychodelic trance e o subgênero full on. Outras variações, que adicionaram músicas indígenas e hip-hop, também são bem conhecidas, como o drum ‘n’ bass, o tribal e o trip hop.
Um fato importante foi a transformação dos “discotecários”, populares nos anos 60 e 70, em Disc Jockeys (DJs), que provaram que, para animar uma festa, bastava um computador, um toca-discos e uma cabeça pensante.
Aqui no Brasil, elementos eletrônicos foram sendo gradualmente incorporados, como no rock nacional dos anos 80, com o RPM e os Titãs. Atualmente, várias bandas de pop utilizam bateria eletrônica e sintetizadores. O funk carioca apostou nos DJs e nos PCs incrementados.
Nos anos 90 e 2000, guinadas mais comerciais e radiofônicas também deram certo, com o sucesso de artistas como Fatboy Slim, The Chemical Brothers, Moby e Daft Punk. O Prodigy, em 1998, lançou o álbum “The Fat on the Land”, e, ao misturar hip hop, punk rock e tudo que o eletrônico já havia produzido até aquele momento, o conjunto aumentou ainda mais a popularidade das raves, provando que a combinação DJ + banda, mesmo com todas as modernizações do gênero, ainda funciona muito bem. Uma frase do líder do Prodigy, Liam Howlett, resume bem como está a música eletrônica hoje: “Fiz minha carreira roubando sons dos outros, não ligo se roubarem os meus”.

 

Comentários:

 

 

É, pra que google se vc tem Rácio Símio?


xD
btf...

A história do trance...
Você acertou em cheio segundo as influências.
Estava eu olhando por aí um pouco sobre o Fat Boy Slim e descobri que a banda preferida dele é a do New Order!
Fiquei impressionado!
É isso...
=D


Ops, "uma" das bandas preferidas.
Tem algumas influências chatas como "countrie hits"!
=D


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