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Kaio

 

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30 setembro 2024

Wake Me Up When September Ends

Está chegando ao fim um dos meses mais cansativos e desgastantes da minha vida - mas que acabou também sendo um dos mais compensadores.

A licença-maternidade da Carolina foi até o fim de Agosto, então dia 2/9 ela teve que voltar a trabalhar - mesmo que em um regime de 4 dias por semana de home office e apenas 1 presencial até meados de Outubro. Se nos quatro primeiros meses da Júlia ela passava a maior parte do dia cuidando dela, a dinâmica mudou: como o trabalho dela é mais exigente que o meu (e com reuniões quase diárias, às vezes mais de uma por dia), eu passei a dedicar mais tempo cuidando da nossa filha. Trabalhar - mesmo que em formato remoto - e ser "babá" é uma jornada dupla bem exigente, ainda mais quando minha mãe (e chefe) me passa várias demandas urgentes no mesmo dia.

Para piorar, eu tinha um artigo para entregar até dia 15; "A Genealogia da Solidão: o Pessimismo Cultural em Saudades do Carnaval" será publicado como capítulo em um livro baseado no colóquio da Letras (UERJ) em que o apresentei, em Junho. Consegui esticar o prazo até dia 22, e ainda assim precisei escrever durante algumas madrugadas para terminá-lo. A tripla jornada me deixou ainda mais emocionalmente volátil e mentalmente exausto; não foram poucos os dias em que "surtei", rs.

Felizmente a carga mental diminuiu bastante desde que terminei o trabalho, na madrugada de 22 para 23/9. Pela 1ª vez desde que minha filha nasceu, finalmente pude ter um tempo livre, ainda que escasso, "livre" de verdade. Em menos de uma semana já estou com mais disposição e melhor humor para cuidar da Júlia e trabalhar; quanto ao "leisure time", fiz uma playlist de Green Day (daí o título do post) e comecei uma nova leitura: A Short History of Modern Philosophy (Roger Scruton) - aproveitando que comprei o livro anteontem durante uma breve visita ao sebo Jacaré, no caminho para fazer parte das compras da semana.

Espero que realmente eu esteja me adaptando a essa nova rotina, e que quando a Carolina voltar ao trabalho presencial eu consiga realizar a dupla jornada com o mínimo estresse possível. Pelo menos por enquanto, não quero que recorremos a uma babá ou a uma creche; quero aproveitar que meu trabalho na corretora é home office para passar o máximo possível de tempo com minha filha em seus primeiros meses de vida. O fato de a Júlia ser muito fofa e carismática ajuda a compensar qualquer cansaço, é claro.

P.S.: estou escrevendo este post no meu celular enquanto boto a Júlia para ninar ao som da minha playlist de The Killers.

28 agosto 2024

Véspera de efemérides

Amanhã é o 60º aniversário da minha mãe e o 4º "mêsversário" da minha filha. Para aumentar as coincidências envolvendo o dia 29, é também o dia em que completo 34 anos e 2 meses e em que meu padrasto, que assim como a Júlia nasceu em um 29 de Abril, chega aos 65 anos e 4 meses.

Obs.: Não atualizei o blog nas últimas 2 semanas e meia porque a Júlia exigiu bastante atenção nos últimos dias. Ela está bem, mas dormiu mal em várias noites (em parte porque aprendeu a rolar, o que exigiu que mudássemos de berço), o que fez com que a Carolina também dormisse mal e, com isso, eu tivesse que cobrir para ela no turno da manhã e também ajudar mais nas madrugadas.

11 agosto 2024

Meu 1º Dia dos Pais

1. Fim das Olimpíadas: vi a final do basquete feminino, EUA 67x66 França (com direito a última cesta que por um pé da francesa não foi de 3 pontos e empatou o jogo); ao contrário do UOL, não acho que o desempenho do Brasil foi abaixo do esperado (algumas das medalhas de ouro em potencial foram bronze, mas 20 medalhas ainda é um ótimo resultado); show do Phoenix na cerimônia de encerramento ("Lisztomania", "Playground Love" - em parceria com o Air! -, "1901").

2. Fiz minha filha Júlia dormir ao som de bandas que aprendi a gostar com meu pai: U2 (o CD Under a Blood Red Sky), Bon Jovi (minha playlist no Spotify) e Talking Heads (o CD duplo ao vivo The Name Of This Band Is Talking Heads). Fico muito feliz que ela se acalme (e até durma) com as músicas agitadas de que gosto. Além disso, já é uma forma de desenvolver o gosto musical dela, rs.

3. Assistindo à série Veep.

4. À noite, jantei (ou comi de sobremesa?) brigadeiro feito pela Carolina.

5. Para encerrar o dia, após ninar a Júlia, estou lendo Agonia, Aposta e Ceticismo: Ensaios de Filosofia Política (Renato Lessa), mais especificamente o texto "Por que rir da Filosofia Política, ou A Ciência Política como Techné". Preciso definir pessimismo a partir de sua distinção em relação a seus "irmãos " ceticismo e niilismo.

08 agosto 2024

Breve Balanço Olímpico

Se nos primeiros dias dos Jogos Olímpicos de Verão Paris-2024 o Japão era o algoz do Brasil (vitórias no skate street feminino, no futebol feminino, no judô masculino e feminino etc.), na reta final dos jogos nossa nêmesis passou a ser a delegação dos Estados Unidos, que derrotou os atletas brasileiros no vôlei masculino (3x1 nas quartas-de-final), no basquete masculino (122x87 nas quartas) e no vôlei feminino* (3x2 nas semifinais). 

Torço para que essa série de derrotas seja interrompida justamente em um confronto no qual as brasileiras têm um histórico negativo contra as americanas: na final do futebol feminino. Será que a seleção treinada por Arthur Elias conseguirá o Ouro que escapou nas finais contra os EUA em Atenas-2004 e Pequim-2008?

A propósito, a campanha da seleção feminina de futebol vem sendo a melhor jornada de redenção nessas Olimpíadas. Foram anos e anos de "underachievement": a última semifinal em Olimpíadas havia sido na Rio-2016, e em Copas do Mundo a última vez que o Brasil passou das quartas foi no vice em 2007; isso sem falar na decepcionante queda na 1ª fase na Copa de 2023. Após estrear com uma vitória magra e suada contra a Nigéria, a seleção feminina tomou uma virada dolorosa contra o Japão, com os dois gols das japonesas saindo nos acréscimos, e 2º, por cobertura, sendo especialmente humilhante. Seguiu-se uma derrota por 2x0 para a Espanha, que começou a ser pavimentada no fim do 1º tempo, com a expulsão de Marta após uma entrada imprudente. Nas quartas, pouquíssima gente apostaria no Brasil contra a anfitriã França, mas o que se viu foi outra postura em campo e uma merecida vitória, mesmo com os já folclóricos 19 minutos de acréscimos. Na semi, revanche contra as espanholas: 4x2, fora o baile - e no mínimo 3 gols inacreditavelmente perdidos. Foi a melhor atuação coletiva da seleção feminina desde o 5x1 contra a Suécia em 2016 - ou, se considerarmos apenas mata-matas, desde o 4x0 sobre os EUA na Copa de 2007.

Considerando que as americanas são tetracampeãs tanto do Mundial quanto dos Jogos Olímpicos, o Brasil é o azarão, mas quem sabe as jogadoras possam tirar dessa ausência de favoritismo uma motivação para fazer uma 3ª partida épica seguida?

* Fiquei mais chateado com a derrota no vôlei de quadra feminino do que na eliminação do Palmeiras ontem contra o Flamengo pela Copa do Brasil. Por mais que a seleção dos EUA tenha feito uma ótima partida (destaque para a parte defensiva, que foi fundamental em vários rallies), a equipe brasileira tinha condições de chegar à final, mas oscilou em momentos decisivos só 1º, 3º e 5º sets. Uma pena. Agora é focarem no bronze contra a Turquia.

P.S.: Interessante notar como, das 15 medalhas que o Brasil já conquistou nessas Olimpíadas (no mínimo teremos mais 2, com as finais do futebol e do vôlei de praia femininos), cerca de metade (8 delas) vieram de 2 esportes em que temos tanto talentos individuais quanto uma equipe forte: judô e ginástica olímpica, com 4 medalhas cada. Outras quatro medalhas vieram dos esportes radicais: 2 do skate e 2 do surfe. A propósito, as outras 3 vieram da marcha olímpica, do boxe e do Taekwondo.

04 agosto 2024

Isn't She Lovely

O fim de semana foi bom. Além de ter mais tempo para cuidar da Júlia e assistir às Olimpíadas*, tive até mais vida social do que nós últimos tempos.

No sábado à tarde, pude ir ao sebo Baratos pela 1ª vez em um mês e meio. Busquei 4 CDs que havia reservado com o Pedro: 3 do R.E.M. (Reckoning, Fables of The Reconstruction e Lifes Rich Pageant) e 1 da Patti Smith (Horses). Também comprei três livros (Kierkegaard - Adorno; Schopenhauer - Christopher Janaway; e A Era da Turbulência - Alan Greenspan) e levei outros dois de brinde (De Cada Amor Tu Herdarás Só O Cinismo - Arthur Dapieve e o volume de Os Pensadores com Elogio da Loucura - Erasmo de Roterdã e Utopia - Thomas Morus) numa promoção. Pouco depois que voltei para casa, um amigo da Carolina que mora na Argentina veio nos visitar, e ficamos conversando até umas 20h.
No fim da noite, depois de ninar a Júlia, aproveitei que era o 51º aniversário de Innervisions para fazer uma playlist com canções do "período clássico" de Stevie Wonder (1972-1976). Para prepará-la, ouvi meus CDs dele ao longos dos últimos dias (Talking Book, Innervisions, Fulfilingness' First Finale e Songs In The Key Of Life), e no domingo escutei a lista enquanto cuidava da minha filha. A propósito, Stevie Wonder passou no teste e foi uma bem-sucedida trilha sonora para a Júlia pegar no sono, rs.
Ainda no domingo terminei de ver a 4ª temporada de Veep. Voltei a assistir à série depois que o Biden renunciou à candidatura presencial e a vice Kamala Harris passou a ser cotada como candidata.

A Júlia está mais simpática a cada dia que passa! Dentre outras coisas, acho fascinante como ela se acalma ouvindo música (bom, exceto se estiver com fome, rs), e até dorme no meu colo. O melhor de tudo é que não preciso colocar "música de bebê", porque ela gosta de pegar sono ouvindo canções agitadas e com certo ritmo - em geral coloco rock para tocar no aparelho de som, mas às vezes coloco pop, jazz ou eletrônica.

*Destaques: a vitória heróica do Brasil sobre a França no futebol feminino, mesmo sem Marta e com absurdos 19 minutos de acréscimos; o triunfo das brasileiras sobre as polonesas no vôlei feminino (apesar de ter sido 3 sets a zero, o 2º set foi emocionante e duríssimo, terminou 38x36!); a medalha de bronze da equipe do Brasil no judô, após uma disputa eletrizante contra a equipe da Itália, e o bicampeonato olímpico da França com vitória de virada sobre o Japão; a prata de Rebeca Andrade no salto; e o título que faltava para Djokovic, que ganhou o ouro no tênis após um duelo extremamente equilibrado com Alcaraz (duplo 7-6, com alguns pontos tendo disputas bem longas).

02 agosto 2024

To Get Through This Thing Called Life

 - Fui dar nota para o Purple Rain (Prince) no AOTY e gostei dele mais do que estava esperando. Dei 9.4, o que o colocou no meu top 20 de álbuns da década de 1980 - conseguiu a mesma nota de discos que adoro, como Moving Pictures (Rush), War (U2) e até do arquirrival de Prince, Thriller (Michael Jackson). Ao contrário do que eu pensava até bem pouco tempo atrás, talvez a Pitchfork não tenha exagerado quando, em seu ranking revisado, elegeu Purple Rain como o melhor álbum dos anos 80... Destaques do disco: "Let's Go Crazy", "Take Me With U", "When Doves Cry" e a faixa-título.

- Em meio ao trabalho e à rotina super regrada da Júlia (fórmulas às 7h, 11h, 14h, 17h e 20h30; banho às 19h30), não estou encontrando muito tempo para ler, mas pelo menos está dando para ouvir muita música (até porque felizmente minha filhinha só dorme ouvindo canções agitadas, rs) e acompanhar as Olimpíadas. 

Hoje, p.ex., deu para ver: o vôlei masculino (Brasil 3x0 Egito); o basquete masculino (Brasil 102x84 Japão); o tênis de mesa (Hugo Calderano perdeu a semifinal para o sueco por 4x2, e provavelmente vai ter pesadelos com aquela virada do 1º set, quando liderava por 10x4 e estava a um ponto de fechar o set); o 1º ouro do Brasil nessa Olimpíada, que veio no judô com Bia Souza; o vôlei de praia (vitórias das duas duplas brasileiras); e, claro, muito futebol (as 4 partidas das quartas-de-final: Marrocos 4x0 EUA, Japão 0x3 Espanha, Egito 1x1 Paraguai [5x4 nos pênaltis] e França 1x0 Argentina).

01 agosto 2024

Sumário / Roteiro dos próximos posts

Listarei a seguir alguns acontecimentos e temas de 2024 sobre os quais gostaria de falar nos posts futuros:


1. A gravidez

1.1. A descoberta do sexo da bebê no início de Janeiro (menina! Nome escolhido: Júlia)

1.2. A rotina nos últimos meses pré-paternidade

1.3. O dia do parto


2. Games que joguei em 2024

2.1. Persona 5 Royal

2.2. Earthbound Beginnings (Mother 1)

2.3. Persona 3 Reload


3. Bandas que mais ouvi nos últimos meses

3.1. Steely Dan

3.2. Mansun

3.3. The Last Dinner Party

3.4. Cardiacs


4. Livros que li em 2024

4.1. Seven Types of Atheism (John Gray)

4.2. A Era do Niilismo (Luiz Felipe Pondé)

4.3. Leituras parciais, interrompidas e planejadas


5. Histórias de papai

5.1. O (bom) gosto musical da Júlia

5.2. O primeiro passeio

5.3. Situações cômicas

31 julho 2024

Hey Nineteen

Hoje é o 19º aniversário deste blog (parabéns, Racio Símio!), e vou tentar comemorá-lo com uma mistura de promessa e desafio: atualizá-lo o máximo possível nos próximos 365 dias, para que ele chegue ao seu 20º aniversário com mais fôlego do que teve nos últimos anos.

A ideia é fazer um post por dia, por mínimo que seja. É claro que haverão dias em que não terei tempo de postar, mas naqueles em que tiver, farei o possível para passar aqui para escrever alguma coisa. Há muitos assuntos acumulados, a questão é ter a disciplina de escrever sobre eles.

31 dezembro 2023

2023: Legacy Edition

Conforme comentei no post sobre o Primavera Sound, 2023 foi o meu melhor ano em muito tempo. 2022 já havia sido ótimo (casamento, fim da pandemia, shows de Gorillaz, Renaissance e Pixies, festas no Vizinha 123, Bolsonaro perdeu a eleição etc.) mas o ano atual foi melhor ainda - e com isso vamos direto ao 1º top 5 do texto:


Os 5 melhores acontecimentos do ano:

5. Comecei a fazer terapia/análise na última semana do ano passado e ao longo de 2023 fui sentindo os resultados - um deles foi conseguir fazer meu self não depender da carreira acadêmica para se sentir realizado (ou seja, consegui separar vida profissional de vida "pessoal");

4. Viajei para São Paulo em Julho, fui à exposição de games Retrocon e passeei na Galeria do Rock pela 1ª vez desde 2013;

3. Consegui terminar de escrever um artigo que estava desenvolvendo desde meados do ano passado - "Ensaio de uma Teoria Política Pessimista".

2. Fui ao melhor festival da minha vida (Primavera Sound) e, duas semanas depois, ao melhor show (Paul McCartney);

1. Eu e a Carolina descobrimos que seremos pais! Ela já está com 4 meses e meio de gravidez.


Vamos às demais listas - as quais detalharei em breve.


Os 5 melhores games que joguei:

5. Mario Kart: Super Circuit (GBA - Nintendo Switch)

4. Pokémon Violet (Nintendo Switch)

3. Yakuza: Like a Dragon (Xbox One)

2. Persona 5 Royal (Xbox One / Nintendo Switch)

1. Xenoblade Chronicles 3 (Nintendo Switch)


As 5 melhores séries que vi:

5. Daisy Jones & The Six 

4. The White Lotus 

3. Fringe 

2. You're The Worst 

1. Sucession 


Os 5 melhores livros que li:

5. As Consolações da Filosofia (Alain de Botton)

4. Sobre o Livre-Arbítrio (Arthur Schopenhauer)

3. Dias de Luta: o rock e o Brasil dos anos 80 (Ricardo Alexandre)

2. A Batalha pela Alma dos Beatles (Peter Doggett)

1. O Som da Revolução: uma história cultural do rock, 1965-1969 (Rodrigo Merheb)


Os 5 melhores shows em que fui:

5. Beck (Primavera Sound, 3/12)

4. Pet Shop Boys (Primavera Sound, 2/12)

3. Titãs (Jeunesse Arena, 28/4)

2. The Cure (Primavera Sound, 3/12)

1. Paul McCartney (Maracanã, 16/12)


As 5 bandas que mais ouvi:

5. Mansun

4. Queen

3. King Crimson

2. Steely Dan

1. The Beatles


As 5 melhores canções do ano:

5. "Angry" (The Rolling Stones)

4. "Satanist" (Boygenius)

3. "The Narcissist" (Blur)

2. "This Is Why" (Paramore)

1. "Now and Then" (The Beatles)


Os 5 melhores álbuns do ano:

5. Everything Is Alive (Slowdive)

4. The Death of Randy Fitzsimmons (The Hives)

3. The Record (Boygenius)

2. The Ballad of Darren (Blur)

1. This Is Why (Paramore)

30 dezembro 2023

Paul is Live at Maracanã Stadium

(Post incompleto, vou terminar em breve)

 Na fila para o show do Paul McCartney. Felizmente peguei sombra desde que cheguei, à 15h.

Visibilidade ótima, de frente para o palco.

DJ tocando vários clássicos dos Beatles antes do show começar, como "Oh! Darling" e um remix de "Why Don't We Do It In The Road".

Direto ao ponto: foi o melhor em que já fui na minha vida! 😊 Setlist perfeito, com 36 canções mágicas e cheias de ressonância emocional dos Beatles, dos Wings, do Paul McCartney solo e até dos Quarrymen! Uma noite lendária!


Melhores momentos

"Can't Buy Me Love"

"Let Me Roll It"

"Getting Better"

"Nineteen Hundred and Eighty-Five"

"Maybe I'm Amazed"

"Here Today", dedicada a John Lennon

"Something", dedicada a George Harrison

"Jet", dedicada a Denny Laine

"Ob-La-Di, Ob-La-Da" - balões distribuídos na entrada

"Band On The Run" me fez lembrar da minha esposa que não consegue tirar essa "música grudenta" da cabeça

"Live And Let Die" foi o momento mais (literalmente) pirotécnico do concerto. É a melhor trilha sonora de filmes de James Bond / 007 de todos os tempos - ligeiramente à frente de "A View to a Kill" (Duran Duran) e "The World Is Not Enough" (Garbage).

"Hey Jude" foi a canção mais ecumênica do show. A plateia cantou e levantou cartazes de "Na Na" por todo o Maracanã.

O bis foi de tirar o fôlego, principalmente na faixa mais "rock pauleira" do setlist inteiro: "Helter Skelter".

O show terminou de forma magistral com três faixas do medley do Abbey Road: "Golden Slumbers", "Carry That Weight" e "The End".

13 dezembro 2023

Spring Time (album version)

Viajei para São Paulo no fim de semana retrasado (1º a 4 de Dezembro) para ir ao festival Primavera Sound 2023. Quando anunciaram em Junho que haveria um show do The Cure, já seria motivo suficiente para eu querer ir - ainda que meio chateado porque a edição brasileira, ao contrário da argentina e da chilena, não contaria com o Blur (provavelmente por não serem tão populares por aqui a ponto de serem headliners de um dos dias do festival), o qual foi substituído como atração principal do sábado por The Killers.

O line-up do festival, contudo, era tão bom que havia pelo menos outras 7 bandas/artistas que eu queria ver (Slowdive, Beck, The Hives, Pet Shop Boys, Bad Religion, Cansei de Ser Sexy e os próprios Killers) e outros 4 que comecei a ouvir na semana anterior ao Primavera e que fiquei animado para assistir ao vivo (Black Midi, Just Mustard, Soccer Mommy e Carly Rae Jepsen). Desde o Lollapalooza 2014 - no qual vi os shows de Apanhador Só, Raimundos, Johnny Marr, Pixies e Arcade Fire e, por choque de horário, não pude assistir aos de Vampire Weekend, Soundgarden e Arcade Fire - eu não tinha encontrado tantas atrações interessantes reunidas num festival só!

Quando saiu o horário dos shows, infelizmente dois dos que eu queria ver tiveram que ser sacrificados: o Bad Religion se apresentaria entre o Beck e o The Cure, os quais tocariam no mesmo palco; e o CSS faria sua performance no mesmo horário do Slowdive. Felizmente  o Metric, que faria apenas um show solo em São Paulo na sexta 1º/12, foi incluído de última hora no line-up do festival, então agora eu tinha 11 apresentações para assistir ao longo de 2 dias!

Havia, contudo, duas questões para resolver nos dias que antecediam ao festival. A primeira era terminar até a deadline (27/11) um artigo que estava escrevendo para ser um dos capítulos do livro do Krisis, grupo de pesquisa em Teoria Política do IESP-UERJ do qual participo. Após um árduo processo de escrita, consegui concluir "Ensaio de uma Teoria Política Pessimista", um tema que já me interessa há 3 anos e meio (desde que li Pessimism, de Joshua Foa Dienstag) e sobre o qual decidi escrever em Junho do ano passado (quando enfim me "aposentei" do Merquior como objeto de estudo e pesquisa). O texto ficou com 27 páginas e já está em fase de revisão por um dos colegas do grupo.

A segunda, e mais urgente, era revender o ingresso da minha esposa, que não pôde ir por (bons) motivos pessoais. Após várias tentativas ao longo de quase um mês em dois grupos de Facebook, enfim consegui fechar a negociação com um comprador literalmente na véspera da viagem. Que alívio!

Com as pendências resolvidas, pude viajar com a cabeça mais tranquila. Preparei 4 playlists de bandas que tocariam no festival (Pet Shop Boys, The Hives, Beck e The Killers), as quais se juntaram às 2 que eu já tinha (Slowdive e The Cure).

Cheguei cedo na rodoviária, então passei um tempo na Livraria Leitura até a hora do embarque. No ônibus do Rio para São Paulo, li Plataforma (Michel Houellebecq) até a página 69 - estou gostando do livro, tem um tom bem cínico - e ouvi minhas playlists de Hives, PSB e Killers. Consegui fazer um almoço barato no famigerado Graal comendo pequenas porções de peixe, carnes, frango e nhoque.

Assim que cheguei em SP, peguei o metrô para a estação Anhangabaú e fui ao Shopping Light, onde combinei de encontrar o comprador do ingresso da minha esposa. Como ele vinha de uma região mais afastada da cidade, chegou meia hora depois. Deu tudo certo: ajudei ele a ativar a pulseira e ele me pagou logo em seguida.

Agora sim eu podia entrar totalmente no "modo turista"! Às 18h passei na Galeria do Rock, aproveitando que ela ficava no caminho a pé para o apartamento que aluguei via Airbnb na República. Comprei 5 CDs, dentre eles três na Aqualung Records, uma loja cujo site eu já conhecia: The Ballad of Darren (Blur), Turn of the Cards (Renaissance) e Snegs (Som Nosso de Cada Dia).



Após chegar ao apartamento às 19h, até pensei em passear à noite (cheguei a conversar sobre isso nos dois grupos de WhatsApp de pessoas que iam ao Primavera sozinhas), mas bastou jantar no McDonald's que ficava lá perto para de uma só vez matar a fome e ficar com sono, rs. Fui dormir às 22h30, mas perdi o sono às 1h30: a ansiedade para o festival era tão grande que fiquei vendo uma reprise de França 3x1 Polônia (oitavas de final da Copa passada) na FIFA TV - um dos canais disponíveis na televisão do apartamento - para tentar pegar no sono, rs. Também postei no Twitter um resumo da viagem até o momento.

Consegui dormir de novo quase às 5 da manhã, e acordei no sábado às 7h. Tomei café com leite e comi pão de queijo recheado de cheddar no McDonald's, e já estava de volta à Galeria do Rock às 9h, mas dessa vez o foco era comprar camisetas. A primeira parada, contudo, foi na Aqualung, aonde retornei para comprar o CD This Is Why (Paramore) - na noite anterior eu me lembrei que eles deviam ter este álbum, que considero um dos melhores de 2023. Ao longo daquela manhã passei não apenas na Galeria do Rock, mas também em uma outra galeria lá perto, na Rua Sete de Abril. Comprei CDs de Violeta de Outono, The Wedding Present, dois do Prince, entre outros.



Quanto às camisetas, comprei quatro: The Killers na Oficina Rock; Joy Division na London Calling; e The Cure e Sonic Youth na Locomotiva Discos (a loja de que mais gostei na galeria de 7 de Abril).



Após toda essa peregrinação na manhã de sábado, quando fui ver já era 12h30 - hora de almoçar e me arrumar para o festival! Perto do prédio em que eu estava hospedado - e do lado do McDonald's - havia um Habib's. Pedi para viagem cinco esfihas e um kibe. Minha mochila sacola consistia basicamente de: óculos de grau (para trocar com os óculos escuros quando anoitecesse), protetor solar, bolacha Passatempo, cookie Bauducco e garrafas de água mineral. Saí do apartamento às 13h40, e após seis estações na Linha 4 (Amarela) e dez na Linha 9 (Verde) e uma longa ladeira em Interlagos, enfim cheguei ao festival!

(Digressão: durante o percurso da República até Pinheiros, onde fiz baldeação para a Linha 9, bati papo com um cara que faz kendo, a arte marcial que minha esposa pratica há 10 anos! Achei curioso alguém estar carregando nas costas o que aparentava ser uma shinai - espada de bambu - , aí não resisti e perguntei para ele, e de fato era uma shinai e ele, um praticamente de kendo, rs. Ele não conhece minha esposa, mas no dojô dele há um kenshi que já foi do dojô dela no Rio. Foi uma conversa bacana! A propósito, as duas últimas vezes que estive em SP foram para eventos de artes marciais dos quais a Carolina participou - um treino de kendo em Fevereiro/2022 e um exame de iaido em Julho/2023)



O 1º dia do Primavera Sound foi maravilhoso! Cheguei às 15h em ponto e encarei uma maratona de shows, e todos foram excelentes! Faço a seguir uma resenha de cada um deles:



1)  Black MidiVi metade do concerto assim que cheguei em Interlagos. Teve altos e baixos: gostei das faixas mais agitadas (como "Welcome to Hell"), mas as mais lentas (particularmente uma chamada... "Slow") quebraram o ritmo, então saí alguns minutos antes do fim para pegar um bom lugar no Metric.


2) Metric: quando anunciaram que eles fariam um show solo no Cine Jóia na véspera do festival, fiquei bem animado, mas os ingressos gratuitos para quem tinha o passaporte para os 2 dias (Primavera Pass) se esgotaram em pouquíssimos minutos. Tudo mudou no dia 22/11, quando a banda entrou na programação depois que o MUNA cancelou sua participação - a vocalista havia fraturado o tornozelo. 

O setlist do Metric começou em alto nível, pois 3 das 4 primeiras faixas foram singles do álbum Fantasies, o melhor da discografia deles: "Gold Guns Girls", "Gimme Sympathy" e "Help I'm Alive". Obviamente fiquei bem empolgado com essa abertura, inclusive pela oportunidade de enfim ver ao vivo uma banda que comecei a ouvir em 2008 e que foi trilha sonora de bons momentos da minha época de faculdade.


Outros destaques do show foram "Combat Baby", "Black Sheep" e o encerramento com "Breathing Underwater". Também gostei das faixas mais eletrônicas dos discos mais recentes, como "Dark Saturday". Emily Haines tem muita presença de palco, e animou bastante a plateia!


3) The Hives: eu já sabia das brincadeiras deles (ex.: ficarem congelados numa pose por um minuto, botarem a plateia para sentar) por ter ido ao show que realizaram em Brasília em 2008; mesmo assim, não deixou de ser uma performance bem divertida. Os Hives são uma banda extremamente carismática, e provavelmente converteram novos fãs após esta apresentação no Primavera.


Quanto ao repertório, tocaram alguns dos clássicos ("Main Offender", "Hate To Say I Told You So", "Tick Tick Boom") e várias do disco novo, The Death Of Randy Fitzsimmons, o qual ficou muito bom - dentre elas, as melhores foram "Bogus Operandi", "Countdown To Shutdown" e "Rigor Mortis Radio". Como eles são suecos, sofreram bastante com o calor: o baterista Chris Dangerous estava com o rosto vermelho (mas chegou a ficar roxo) e o hiperativo vocalista Pelle Almqvist ficou tão exausto que, durante a última faixa do show, simplesmente se jogou dentro de um freezer horizontal que estava na passarela para recuperar o fôlego.


4) Slowdive: perdi a maior parte da 1ª música ("Shanty") porque o show deles começou antes mesmo dos Hives terminarem, mas fui correndo e ainda peguei um bom lugar - bem mais perto do Palco São Paulo do que alguém que estava em outro palco há apenas 5 minutos geralmente conseguiria, rs.

Mesmo sem poder cantar devido a uma pneumonia, Rachel Goswell deu um show de simpatia, seja fazendo mímica das letras, tocando guitarra ou simplesmente interagindo com a plateia. O setlist do Slowdive foi impecável: escolheram as melhores faixas de Pygmalion ("Crazy for You", "Blue Skied An' Clear"), Slowdive ("Star Roving", "Sugar for the Pill") e do álbum novo, Everything Is Alive ("Kisses"), e ainda fecharam com 3 faixas do Souvlaki que estão entre minhas favoritas da banda: "Alison", "When The Sun Hits" e "40 Days". 


Além disso, tocaram o primeiro single deles, a autointitulada "Slowdive"! Pulei de alegria quando ela começou; embora estivesse no set do show solo que fizeram em São Paulo no dia 30/11, eu não achava que ela ia entrar na apresentação do Primavera Sound. Felizmente estava equivocado! "Slowdive, you can't touch me now..."

Em suma, uma das maiores bandas de shoegaze fez um belo show, e ainda foram agraciados com o pôr do sol ocorrendo durante a apresentação deles. Era um dos concertos que eu mais queria ver no Primavera (ouço Slowdive desde 2006 e Souvlaki está na minha lista de 20 melhores discos da década de 1990), e saí mais do que satisfeito.

Eram 18h25, e como o próximo show que eu pretendia ver era só às 19h50, finalmente tive tempo para marcar de encontrar o pessoal dos dois grupos. Marquei em um "tapete" verde que ficava perto do Palco Barcelona. Vieram a Nicolle e a Jacqueline de um dos grupos e o Guilherme do outro. Foi bem legal fazer esse crossover

Enquanto estávamos lá deu para ouvir o show da Marisa Monte na íntegra - nada que me interessasse muito, mas gostei da homenagem à Rita Lee no final, quando ela convidou o viúvo Roberto de Carvalho para tocar em "Doce Vampiro" e "Mania de Você".

Iríamos ver juntos os Pet Shop Boys, mas foquei tanto em desbravar a multidão para chegar o mais próximo possível do palco que os novos colegas acabaram ficando para trás - mas, pelo que me contaram, ainda assim ficaram em boas posições para assistir ao show.


5) Pet Shop Boys: o melhor show do 1º dia do festival, tanto em termos de produção de palco (caprichadíssima!) quanto de repertório, pois todos os grandes hits da melhor fase da banda (1985-1993) foram executados. Os melhores momentos foram "Suburbia", "Opportunities (Let's Make Lots of Money)", o medley "Where the Streets Have No Name (I Can't Take My Eyes Off You)", "Left To My Own Devices", "Domino Dancing", "Always On My Mind", "It's a Sin" e o excelente bis com "West End Girls" (minha preferida do PSB, até mesmo porque foi a 1ª deles que ouvi, em 1997) e "Being Boring". Além disso, escolheram bem as faixas mais recentes, como "Dreamland" (2020). O vocal de Neil Tennant - que, para minha surpresa, já tem 69 anos de idade! - está intacto.

Ainda bem que decidi dar nota para os meus CDs do Pet Shop Boys na semana anterior ao festival no Album of the Year, pois aproveitei para explorar a discografia deles. Com isso, conhecia todas as faixas que tocaram no show, mesmo as que não são tão famosas, como "I Don't Know What You Want But I Can't Give It Any More" (1999). Em suas quatro décadas de carreira, Neil e Chris Lowe continuam desenvolvendo uma combinação rara de música abertamente pop com letras inteligentes.


6) The Killers: foi uma ótima performance, e poderia ter sido até mesmo a melhor de sábado se dois clássicos não tivessem ficado de fora do setlist: "Jenny Was A Friend of Mine" e "Sam's Town". Havia pelo menos 4 faixas medianas dos discos mais recentes ("The Way It Was", "Shot at the Night", "In the Car Outside" e "Caution") que poderiam perfeitamente ter cedido lugar a pelo menos uma delas. Outras canções dos melhores álbuns da banda, Hot Fuss (2004) e Sam's Town (2006) - ou mesmo alguns dos B-sides de Sawdust (2007) -, também poderiam ter entrado no set, até porque na antevéspera os Killers tocaram duas delas no show solo no Tokio Marine Hall: "This River is Wild" e "Under the Gun".

Devo concordar com Marcelo Costa, do Scream & Yell: "Quando o Killers perceber, tal qual o Interpol, que a única coisa que vale a pena na sua discografia são os dois primeiros discos, e decidir sair em turnê tocando os dois na integra, teremos um show impecável para se acabar de cantar e pular".


Feitas essas ressalvas, Brandon Flowers é um showman dos mais cativantes e empolgantes; o baterista Ronnie Vannucci Jr. também mandou muito bem (o que me fez sentir mais ainda a ausência de "Jenny", uma das canções deles com melhor som de bateria). Faixas épicas como "All These Things That I've Done", "When You Were Young" e "Human" ficam ainda melhores ao vivo. Dentre as canções pós-Day & Age (2008), a melhor foi "The Man", que é dançante e tem uma letra adoravelmente marrenta. Ah, e vale ressaltar que os Killers abriram a apresentação com "Mr. Brightside", deixando a plateia eletrizada desde os primeiros instantes.

Assim que acabou o último show da noite, marquei de encontrar o pessoal de um dos grupos de WhatsApp perto do letreiro do festival. Voltamos juntos para a estação de trem do Autódromo. Foi uma longa caminhada, realçada pela fila enorme para entrar na estação. Só cheguei no apartamento em torno de 1h30 da manhã. Ainda enérgico por um dia tão intenso, só dormi cerca de uma hora depois.


Acordei espontaneamente às 6 da manhã. Tomei café da manhã novamente no McDonald's - desta vez, um queijo quente (estava com saudades dele!) e um café com leite. Fiquei conversando com minha esposa e com o pessoal dos grupos de WhatsApp enquanto ouvia no YouTube canções do Just Mustard e do Soccer Mommy que possivelmente seriam tocadas ao vivo. Fui almoçar às 11h num restaurante lá perto, e foi uma ótima escolha: o prato de macarrão ao molho de tomate - e com o queijo ralado que adicionei - com costela de boi estava delicioso, e era tão grande (servia facilmente 2 pessoas) que levei num isopor o que não consegui comer - seria meu café da manhã do dia seguinte, rs!

O 2º dia do "Prima" manteve o altíssimo nível do festival! Cheguei às 13h35 e fui direto para os shows; sendo assim, faço a seguir uma breve resenha daqueles em que fui:


7) Just Mustard: é uma banda na melhor tradição shoegaze de vocais etéreos e angelicais e guitarras distorcidas - e com o bônus de uma bateria proeminente. Mesmo tendo que encarar o calor de 35º, valeu a pena chegar cedo para o show deles. Os destaques da apresentação foram "Curtains" (cujo efeito tremolo na guitarra lembra o de "Only Shallow", dos também irlandeses My Bloody Valentine) e as ótimas "Deaf", "Frank" e "I Am You". Não sei se era timidez ou calor, mas a banda pouco interagiu com o público - o que não impediu que eu e as pessoas próximas puxássemos um "Just Mustard! Just Mustard!". Dias depois descobri que eles estão abrindo vários shows para o The Cure; digamos que Robert Smith tem bom gosto.


8) Soccer Mommy: a sonoridade bem melódica de Sophia Allison e cia. é um indie pop/rock com elementos de dream pop. Foi um show bem agradável; combinou bem com o ar mais fresco (devido à sombra) do Palco Barcelona. As melhores faixas foram "Circle The Drain", "Shotgun" e "Your Dog", mas o setlist como um todo foi muito bom - tanto que foi uma das bandas que mais ouvi nos dias seguintes ao festival.


Como o próximo show que eu realmente queria ver era o do Beck (mas busquei ficar perto do palco da Carly Rae para pelo menos ouvir o show dela), aproveitei para fazer uma pausa na maratona e combinar de encontrar de novo o pessoal dos grupos. 
Já na saída do show do Soccer Mommy encontrei por acaso o Guilherme. Pouco depois mandei mensagem para a Nicolle, que estava por perto, e ela veio com duas colegas. Conversamos um pouco, mas depois disso houve uma dispersão: o Guilherme foi ver a Marina Sena, as meninas foram para o Bad Religion e eu e a Nicolle queríamos assistir à dobradinha Beck + The Cure.

(Digressão: não fui ao Bad Religion - banda que, aliás, já vi ao vivo em Brasília em 2011 -, mas foi por um bom motivo - chegar às 17h no Palco Corona, no qual o Beck tocaria às 17h40 e o The Cure, às 20h25.)


9) Carly Rae Jepsen: o show mais explicitamente pop do dia. Não é muito meu estilo, então aproveitei para descansar lá perto, e aproveitei para tirar esta foto. Ou seja, eu mais ouvi do que vi a apresentação. De toda forma, gostei de "Run Away With Me" e "I Really Like You", do groove de "Talking to Yourself" e, é claro, do maior hit dela, "Call Me Maybe".

Assim que acabou o show dela e o público que estava lá só pela Carly Rae se dispersou, eu e a Nicolle nos preparamos para a maratona (p.ex., encher as garrafinhas de água nos bebedouros gratuitos) e fomos para o Palco Corona 40 minutos antes do próximo show. Valeu a pena, pois ficamos em uma posição de ótima visibilidade, até melhor do que eu previa que conseguiríamos.


10) Beck: embora já gostasse dele há alguns anos (tenho 6 CDs: Odelay, Mutations, Guero, Sea Change - o qual adquiri dias antes do festival -, Mellow Gold e Midnite Vultures - os dois últimos eu comprei anteontem, ainda movido pelo entusiasmo pós-show), nunca tinha visto um vídeo dele ao vivo, então fui pego totalmente desprevenido por sua enorme energia no palco! 

Foi um showzaço, com várias faixas empolgantes como "Devils Haircut", "Mixed Bizness", "The New Pollution", "Qué Onda Guero", "Girl", "Loser", "Where's It At" e "E-Pro" (a minha favorita dele, e também aquela em que mais pulei, rs). Gosto muito do estilo pós-moderno do Beck, que não respeita barreiras entre gêneros e faz uma música que mistura folk, hip hop, R&B, funk, rock alternativo, country, eletrônica etc.


Parte do que tornou o show tão divertido é que havia um grupo de amigas pernambucanas bem animadas perto de mim. Elas pareciam ser bem fãs do cantor compositor, e aproveitavam qualquer brecha para soltar pérolas como "Beck, tô solteira!" e "Fabiaaaana [amiga delas], cadê você?".

O final foi bem inusitado, com Beck pegando sua gaita para tocar a lo-fi "One Foot in the Grave". Se uma das pendências da minha trajetória de festivais foi ter perdido o show dele no Planeta Terra 2013 porque colocaram no mesmo horário do Blur, ela foi devidamente paga pela incrível performance daquele domingo.

Conversei bastante com a Nicolle nas duas horas que antecederam o show do The Cure. Fiquei feliz de ter feito uma amizade com alguém de gosto musical parecido ao meu! Aliás, percebi que a música é o fenômeno que me deixa mais extrovertido, eufórico, comunicativo e aberto às pessoas; foram raríssimas as vezes na minha vida (por sinal, quase todas elas em festivais) que puxei tanto papo com quem estava à volta, rs.

Pontualmente às 20h25, começou o show mais aguardado do Primavera Sound 2023...

11) The Cure: sem dúvidas o melhor show do dia e do festival. Diria até que foi melhor do que o show deles em que fui no HSBC Arena, em 2013; teve 11 faixas a menos (29 x 40), mas tiraram os "fillers" (leia-se: só tem uma faixa do Wild Mood Swings [1996] e nenhuma dos três discos seguintes) e o próprio estilo expansivo da música do Cure combina mais com uma apresentação ao ar livre do que com um ambiente fechado. 

Todas as fases da banda foram bem representadas: as canções longas e atmosféricas, as góticas, as dançantes, as românticas, o jangle pop... E ainda tocaram "Charlotte Sometimes", o que foi uma grata surpresa, pois ela não estava no setlist da apresentação deles na Argentina!

Os destaques do show foram muitos, mas vou me limitar a citar 12 das 29 canções tocadas: no primeiro ato, "Lovesong", "Inbetween Days", "Just Like Heaven" e o trio do Seventeen Seconds composto por "At Night", "Play for Today" e "A Forest"; no bis / segundo ato, "Disintegration" e a própria "Charlotte Sometimes"; no terceiro ato (ou segundo bis) os melhores momentos foram a beleza gótica de "Lullaby", a eletrizante "The Walk" e as animadas e fofinhas "Friday I'm in Love" e "Boys Don't Cry".

As canções novas, que possivelmente entrarão em um novo álbum, o qual Robert Smith nomeou Songs in a Lost World, parecem promissoras  - particularmente "Alone", que tem uma letra bem melancólica; porém, uma delas ("Endsong") soou meio arrastada, e fiquei até meio distraído enquanto ela não terminava sua longa introdução instrumental. Tudo bem, isso é perdoável, é parte da própria "experiência Cure", e serviu para dar um respiro para a reta final do show, onde a banda caprichosamente concentrou seus maiores hits, como se fosse uma recompensa para aqueles que atravessaram a etapa mais introspectiva e soturna da performance.

Já que vários sites (Scream & YellG1, Estadão, Tenho Mais Discos Que Amigos) fizeram um ranking dos shows do Primavera Sound, resolvi fazer o meu próprio. Os critérios são bem subjetivos, mas também tentei me pautar por certa objetividade (p.ex., consistência do setlist, o que tirou pontos dos Killers mas favoreceu os PSB e o Slowdive). Se fosse uma tier list, os dois primeiros ficariam no S, do 3º ao 7º colocados é um empate técnico com todos no A, o 8º e o 9º foram B e o 10º e o 11º, C. Vou indicar essa hierarquia por cores:

1º The Cure

2º Pet Shop Boys

3º Beck

4º The Killers

5º Slowdive

6º The Hives

7º Metric

8º Soccer Mommy 

9º Just Mustard

10 - Carly Rae Jepsen (com a ressalva de que este eu mais ouvi do que vi)

11º Black Midi


23h05. O "Prima" chegava ao fim. Após me despedir da Nicolle (que foi encontrar o pessoal da excursão com quem veio ao festival), encontrei a Luana e a Fernanda - duas das garotas do grupo com quem eu tinha voltado no trem na noite anterior - e uma amiga delas. Dessa vez teve bem menos fila para voltar para casa, até porque muita gente resolveu comprar a passagem do trem expresso após verem a fila mínima para este na entrada da estação no dia anterior. Curiosamente isso virou uma situação à la "a lebre e a tartaruga": tanta gente decidiu pelo expresso que a fila "comum" - de quem só pagou a passagem normal de trem/metrô - ficou menor que a do próprio expresso, rs.

Cheguei no apartamento no mesmo horário (1h30), sempre andando perto de outras pessoas, até porque o bairro em que estava hospedado (República), mesmo sendo boêmio - literalmente do outro lado da rua do prédio havia o Bar Brahma - e bem iluminado, tinha alguns transeuntes meio suspeitos, e não era bom ficar dando mole.

Dessa vez peguei no sono em torno de 2 da manhã, e novamente acordei às 6h. Comi o supramencionado café-almoço (macarrão com costela), postei no Twitter e no Instagram fotos e resenhas dos shows de domingo, arrumei as malas e o apartamento e parti para a rodoviária. Enquanto esperava o ônibus embarcar, comprei no estande da Livraria Leitura na rodoviária, por apenas R$ 13,90, um livro do Hayek (O Renascimento do Liberalismo) que eu quase havia comprado na volta da viagem anterior para São Paulo. Já faz um bom tempo que não comungo da ideologia liberista da Escola Austríaca, mas de qualquer maneira era um bom preço por um livro de um autor que posso vir a ler no futuro por um pretexto ou outro. Fiquei um tempo na Sala VIP da 1001, e o embarque atrasou um pouco. Do meu lado e no banco da frente vieram um rapaz e duas moças que foram ao outro grande evento ocorrido em SP naquele fim de semana: a CCXP (Comic-Con). Achei engraçado que o menino não fazia ideia do que era o Primavera Sound - bom, cada um com sua respectiva cultura pop, rs.

Na volta para casa fiquei ouvindo duas playlists: a de Beck e a de The Cure. Tive que esperar meia hora na rodoviária até o preço do Uber baixar, e enfim cheguei em casa às 18h30. Assim que a Carolina chegou em casa, contei para ela a jornada narrada até aqui.

***

Vamos às considerações finais. No dia seguinte ao festival, li o seguinte tweet: "talvez pareça que o sentido da minha vida seja apenas ver shows e é. é isso mesmo". Estou me sentindo exatamente assim após o Primavera Sound. Incrível a capacidade de um festival renovar as energias e também servir de marco importante na minha vida. Isso já tinha acontecido comigo antes (Planeta Terra 2010: o ápice da época universitária; Planeta Terra 2011: a despedida dessa época, pois uma semana antes eu tinha defendido minha monografia; Planeta Terra 2012: a redenção de um ano complicado; Planeta Terra 2013: o primeiro festival em que fui com a Carolina; Rock in Rio 2019: em meio a um dos anos mais difíceis da minha vida, fui a um grande parque de diversões que teve como inusitada atração um show épico do King Crimson), mas dessa vez a sensação foi mais forte. 

O festival foi há 10 dias, mas na minha cabeça parece que ele continua, pois ainda estou ouvindo sem parar as bandas em cujos shows eu fui. Ontem fiz uma playlist de Metric, e na semana passada vi no Globoplay dois dos shows que não pude assistir ao vivo: Cansei de ser Sexy e Bad Religion. 

O do CSS foi simpático: os vídeos no telão mostravam que a banda de reputação hipster (vide paródia do Hermes & Renato: "Também Sou Hype") hoje em dia não tem medo de se assumir cringe; o setlist contou com algumas das minhas favoritas ("Music Is My Hot Hot Sex", "This Month, Day 10", "Let's Make Love and Listen to Death from Above", "City Grrrl" e "Alala")e Luísa LoveFoxxx aproveitou o espaço para contar como saiu de uma depressão e como estava feliz de estar novamente tocando para um grande público - e de fato na plateia havia muita gente da minha faixa etária (30-35 anos) que ouvia muito a banda na adolescência e estava feliz com o retorno. 

Já a lendária banda punk de Los Angeles fez um bom show, com muitas rodinhas na animada plateia e a execução de clássicos como "Infected", "21st Century (Digital Boy)", "You", "American Jesus" e "Sorrow", mas achei que o setlist não foi tão bom quanto aquele que vi em Brasília 12 anos atrás - mas talvez seja apenas porque tocaram muitas canções recentes, e eu conheço mais as faixas deles dos anos 80 e 90.

(Digressão: nos últimos dias também assisti ao concerto do Blur no Primavera argentino, que disponibilizaram na íntegra no YouTube. Damon Albarn disse repetidas vezes que era o último da história da banda. Se é verdade ou não, o show foi por vezes errático - Damon parecia meio "alterado" -, mas nem por isso menos emocionante)

Enfim, ir ao "Prima" foi uma experiência muito boa, e certamente fechará - ao lado do show do Paul McCartney no qual vou sábado que vem! - 2023 em grande estilo. Foi um dos melhores anos da minha vida - certamente o melhor desde 2015.


P.S.: Hora de revelar o "bom motivo pessoal" que citei no início do texto para a Carolina não ter ido ao festival: ela está grávida; nós vamos ser pais! 😊 Ela já está com 18 semanas de gravidez, e o bebê está previsto para nascer em Maio. Esta foi outra boa razão para o festival ter me marcado tanto: foi uma "despedida" de uma etapa da minha vida, pois daqui em diante terei o desafio da paternidade e quem sabe, daqui a uns anos, um(a) companheirinho(a) para ir aos shows comigo!

01 dezembro 2023

Spring Time

Estou viajando para São Paulo para ir aos dois dias do Primavera Sound! Estou bem ansioso pelo festival! Pretendo ver os shows de: Black Midi, Metric, The Hives, Slowdive, Pet Shop Boys e The Killers (sábado); Just Mustard, Soccer Mommy, Carly Rae Jespen, Beck e The Cure (domingo).

31 outubro 2023

Captain leads his dance right on through the night - join the dance...



O segundo grande álbum de rock progressivo que faz 50 anos neste mês de Outubro é Selling England By The Pound, cuja data oficial de lançamento é 12 de Outubro de 1973.* Este disco não apenas é a obra-prima do Genesis, mas também um melhores LPs de rock lançados nos anos 70.

Selling England... é o quinto álbum de estúdio do Genesis, e o terceiro com a formação clássica da banda (1971-1975), composta por Peter Gabriel (vocais, flauta, oboé, percussão), Tony Banks (órgão, piano, Mellotron, guitarra de 12 cordas), Mike Rutherford (baixo, cítara elétrica, violoncelo, guitarra de 12 cordas), Steve Hackett  (guitarras) e Phil Collins (bateria, percussão e backing vocals).  A banda vinha crescendo a cada disco, e este LP de 1973 é o trabalho mais consistente e magnífico dessa formação do Genesis - ainda que Foxtrot (1972) e The Lamb Lies Down on Broadway (1974) também sejam de altíssimo nível. 

Dave Connolly é preciso em sua análise: "O rock progressivo é uma espécie de narrativa [storytelling] musical. Os dois álbuns anteriores do Genesis, Nursery Cryme [1971] e Foxtrot, certamente se enquadram nessa descrição. Talvez até Trespass [1970] também. Mas Selling England By The Pound elevou a discussão com sons que pareciam um conto de fantasia ganhando vida. As guitarras de Stephen Hackett, os teclados de Tony Banks e os vocais de Peter Gabriel são quase sobrenaturais em sua expressão. Adicione a seção rítmica de Phil Collins e Michael Rutherford e você terá algumas das músicas mais sublimes de todos os tempos."

As três primeiras faixas também são as melhores do disco, formando uma tríade espetacular:

1) "Dancing With The Moonlit Knight", cujo título provisório era "Disney", abre o disco com uma declamação melancolicamente patriótica: "'Can you tell me where my country lies?' / Said the unifaun to his true love's eyes / 'It lies with me!' cried the Queen of Maybe / For her merchandise, he traded in his prize". Junte-se a isso uma atmosfera medieval, com sonoridade céltica, e temos o que George Starostin definiu como "uma declaração trágica do estado atual da Grã-Bretanha, uma lamentação sobre o enorme e intransponível fosso entre o passado romântico e o presente corrupto." A canção vai ganhando vigor, com Gabriel cantando mais alto no refrão e vários solos curtos de guitarra de Hackett, e os dois minutos finais da faixa, também de acordo com Starostin, são "definitivamente um dos momentos mais fascinantes de 'beleza meditativa' que podem ser encontrados no catálogo do Genesis".

2) "I Know What I Like (In Your Wardrobe)" foi o 1º single bem-sucedido da banda, tendo alcançado o 21º lugar das paradas britânicas. É possível que ela tenha conseguido esse feito porque, apesar de ter uma sonoridade progressiva e até mesmo psicodélica, também possui forte apelo pop: a melodia é irresistível; há um flerte estilístico com o glam rock (inclusive na temática sugestivamente andrógina da letra: "Getting better in your wardrobe / Stepping one beyond your show"), o qual estava em seu ápice comercial na Inglaterra; por fim sua duração relativamente "radiofônica" (cerca de 4 minutos, em meio a um disco no qual metade das canções tinha mais de 8 min);

3) "Firth of Fifth", segundo John McFerrin (que concedeu a Selling England... uma das raríssimas notas máximas, "10 (Olympian)", em seu site de resenhas musicais), é um dos melhores momentos do álbum do ponto de vista sonoro: "No que diz respeito à melodia, aos arranjos e principalmente à estrutura, é praticamente a composição progressiva perfeita."

Após três faixas tão exuberantes, Selling England By The Pound concede ao ouvinte uma pausa para respirar na curta e delicada canção acústica "More Fool Me", a primeira da banda a ser composta e cantada por Phil Collins.

O Lado B é aberto pela canção mais longa do disco: "The Battle Of Epping Forest". Ela trata de forma ficcional das lutas de gangues na Inglaterra. É a faixa mais irreverente do disco; Gabriel inclusive emula a voz dos personagens com sotaque hilários. Um dos meus trechos preferidos da letra é sobre o reverendo: "He told me of his strange foundation / Conceived on sight of the Woodstock nation / He'd had to hide his reputation / When poor, 'twas salvation from door to door / But now, with a pin-up guru every week / It's Love, Peace & Truth Incorporated for all who seek."

"After The Ordeal" é um interlúdio instrumental que serve para preparar o ouvinte para outra canção épica (tanto na duração quanto na qualidade): "The Cinema Show", a qual trata dos preparativos para o encontro de um casal, sugestivamente um Romeo e uma Juliet. As expectativas de ambos não poderiam ser mais elevadas: "She dabs her skin with pretty smells / Concealing to appeal / (...) I will make my bed / With her tonight, he cries". A segunda metade da faixa é uma fantástica viagem instrumental, com destaque para os teclados de Tony Banks. 

"Aisle Of Plenty" fecha o álbum repetindo a melodia de "Dancing With The Moonlight", mas com um tema que, comparado ao resto do disco, soa desconcertantemente prosaico - anúncios de supermercado: "English ribs of beef cut down to 47p lb / Peek freans family assorted from 17 1/2 to 12 / Fairy liquid giant - slashed from 20p to 17 1/2 /  Table jellys at 4p each / Anchor butter down to 11p for a 1/2/ Birds Eye dairy cream sponge on offer this week".

Selling England By The Pound foi o maior êxito comercial do Genesis até aquele ponto da carreira da banda: alcançou o 3º lugar das paradas britânicas e o 70º da Billboard (EUA). Mesmo quando o conjunto, já sem Gabriel e Hackett, mudou gradualmente de estilo ao longo dos anos, adotando uma sonoridade mais pop e com uma audiência global cada vez maior, este álbum continuou sendo um dos mais queridos pelos fãs - que foram amplamente recompensados na turnê final do Genesis em 2021-22, cujo setlist continha metade das faixas do álbum (e justamente as melhores): "Dancing With the Moonlit Knight", "Firth of Fifth", "I Know What I Like (In Your Wardrobe)" e "The Cinema Show".

Meu veredicto sobre Selling England... não está distante da análise entusiasmada de McFerrin: "Nunca antes e nunca mais na história do rock progressivo alguém pode encontrar uma confluência tão perfeita de atmosfera, letras bombásticas e ainda assim inteligentes, melodias cativantes, estruturas musicais complicadas e (...) arranjos constantemente divertidos e frequentemente lindos."

* Há, contudo, uma fonte que indica que Selling England.... teria chegado às lojas 14 dias antes, em 28 de Setembro.