Rocking and Rolling in São Paulo
Logo nas primeiras horas encontrei o Fernando (amigo de Ciência Política que também passou no mestrado da IESP e morará comigo ano que vem no RJ) e, pouco depois, o casal Rochildo & Juliana, membros honorários da "caravana indie de POL". Bati um papo com eles, e durante a conversa um pessoal do Terra me entrevistou. Na verdade, me pediram para cantar um trecho de "Last Nite". Acho que mandei bem, rs!
Saí no meio da aula de Estética, às 15h25; por sorte, poucos instantes depois que cheguei no ponto de ônibus, chegou uma "zebrinha" (micro-ônibus de cor laranja, muito comuns aqui em Brasília) que ia ao aeoporto. Como eu já tinha feito o check-in e minha bagagem era toda de mão (uma bolsa/sacola da ANPOCS e uma mochila azul), fiquei com bastante tempo livre. Aproveitei para começar a ler "Notas do Subsolo" (Dostoiévski). O vôo da TAM não atrasou - aliás, gostei mais deles que da Gol ou da Webjet; até o lanche é melhor!
Desembarquei em São Paulo às 19h30, e resolvi esperar por um ônibus que fosse até a estação de metrô. Após meia hora, perdi a paciência e perguntei para uma moça do balcão de atendimento o porquê da demora. Felizmente, descobri mais do que precisava: se eu descesse a passarela, chegaria em um ponto no qual passava um ônibus que ia direto para Pinheiros, bairro em que eu ficaria hospedado. A viagem demorou mais de 40 minutos, e quando desci em Pinheiros ainda tive que andar um pouco até encontrar a rua Matheus Grou, mas deu tudo certo. Por apenas 3 reais, consegui ir do aeroporto a Pinheiros! Yay!
O Batista (amigo do Luti), dono do apartamento, me recepcionou. Pouco depois, o próprio Luti chegou, e fomos junto com mais dois colegas a... uma festa na USP! Finalmente conheci a Universidade de São Paulo, e só tenho elogios a ela; de fato parece uma cidade universitária! A festa era na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo; em uma estimativa modesta, dá para dizer que havia 5 mil pessoas por lá! O pessoal da UnB precisa fazer uma visita lá para aprender a fazer "parties" maiores (e melhores), rs... Perdi-me do pessoal duas vezes, mas em ambas as vezes acabei os encontrando. A cena mais engraçada foi no fim da festa, quando meus 3 colegas ficaram sentados numa mureta, contemplando 2 garotas que estavam se beijando. Isso durou aproximadamente meia hora! Para aprimorar o clima, ainda estava tocando umas músicas meio românticas, haha. (Aliás, em termos de trilha sonora a festa da FAU/USP foi bem eclética: tocou eletrônica, gay-pop, sertanejo, axé...)
Saímos em torno de 5:30, pegamos um ônibus e fomos dejejuar num McDonald’s no Pinheiros. Aliás, impressionante a quantidade de garotas bonitas havia por lá; deviam estar voltando de alguma boate... Após o lanche, fomos a pé para o apartamento do Batista, e comecei a dormir em torno das sete horas.
Acordei às 12h50, arrumei-me e eu e o Luti fomos à Galeria do Rock. Aproveitei que minha mãe tinha finalmente depositado o dinheiro da semana e comprei 2 camisetas (uma do Sonic Youth, com as fotos da capa e contracapa do álbum "Goo", e outra do Blur, que é vermelho-vinho e minimalista) e 5 CDs (o álbum de estréia dos Stone Roses, "Goo" - Sonic Youth, "The Collection" - Roxy Music, "Kid A" - Radiohead e "Houses of the Holy" - Led Zeppelin).
Despedi-me do Luti (que voltou para Pinheiros; ele só iria mais tarde para o Planeta Terra) e peguei o metrô para Barra Funda. Ao chegar na estação, deparei-me com vários hipsters, que tinham uma maneira curiosa de não dispersar o grupo: todos levantavam o dedo mindinho para se encontrarem! Fiquei conversando com eles no ônibus do Terra.
Ao chegar no Playcenter, continuei com a trupe hipster (a qual, aliás, contava com meninas muito bonitas, rs; eram mineiras, se não me engano), e vimos o show de uma banda muito boa que eu ainda não conhecia: The Name. Foi uma grata surpresa, com músicas bem dançantes; destaque para a bateria. Vou procurar músicas deles para baixar...
Em seguida, vi as quatro faixas finais do show do Garotas Suecas. Por sorte, cheguei justamente em "Bancho de Bucha", música que contou com a participação especial do inigualável Jacaré do É o Tchan! Gostei da performance - tanto dele quanto da banda em geral. Aproveitei para lanchar um Hot Pocket e beber mais uma Coca-Cola.
Dei uma passada no Main Stage; o White Lies estava no palco. Disseram-me que eles já haviam tocado "To Lose My Life" (uma das poucas canções deles que eu gosto), então fiquei só um pouco. Voltei para o Indie Stage e vi o show do Toro y Moi. Estilo meio eletrônico, chegou a ser empolgante, principalmente quando tocaram "New Beat" (abertura), "Still Sound" e "Low Shoulder" (encerramento). Por coincidência, uma colega minha, a Carícia, estava perto de mim; aproveitei para conversar com ela, afinal há meses que não a via.
Fui com ela e um amigo dela ver a parte final do Broken Social Scene. Assim que acabou, passei no bar para fazer estoque (comprei 1 Coca-Cola e 2 garrafas d'água) e, minutos depois, já sozinho, desfrutei o show que mais esperava naquela noite: Interpol. Começaram com "Success", e logo em seguida mandaram a clássica "Say Hello to the Angels". Foi uma apresentação muito boa, com o típico clima soturno desta banda novaiorquina. Eles tocaram praticamente todas as músicas que eu mais queria ver/ouvir; destaque para "The New", "Evil" (a primeira deles que eu ouvi, 6 anos e 2 meses atrás!), "The Heinrich Maneuver" e a ótima sequência final com "Slow Hands", "Not Even Jail" (minha predileta) e "Obstacle 1".
Cerca de meia hora depois começou o show do Beady Eye (a.k.a "Oasis sem Noel"). O excêntrico Liam Gallagher, como sempre, cantou com o pescoço esticado e a pose arrogante. A banda começou bem; logo no início mandaram "Beatles and Stones", "The Roller" e "Bring the Light". Porém, depois da 6ª faixa foram perdendo fôlego. Sem querer bancar o chato, mas custava tocar alguma do Oasis?
Em torno de 1h30, finalmente se iniciou a performance mais esperada da noite: The Strokes. Eu estava perto da grade, mas nem tanto. De qualquer maneira, em todas as direções estava muito apertado/lotado. Quando a banda chegou e mandou logo de cara "New York City Cops", eu e todos à minha volta começamos a pular e cantar! A banda estava com um visual meio excentrico - destaque para Nikolai e Julian. Aliás, os Strokes mostraram ser bastante carismáticos, interagindo bastante com a platéia. O show mais animado do Planeta Terra contou com 19 faixas, sendo 3 no bis. A ênfase da setlist foi no álbum de estréia (8 músicas), mas todos os discos contribuíram com pelo menos 3 canções. As melhores foram "Machu Picchu", "Someday", "Reptilia", "Last Nite", "Under Control" e o encerramento com "Take It Or Leave It".
O Fernando estava alguns metros atrás de mim, então resolvi seguir ele e os amigos dele. Lanchamos, batemos um papo e depois fizemos a sequência ônibus-metrô-táxi-aeroporto. O grupo foi se dispersando a cada meio de transporte; no final, só sobramos eu e uma colega do Fernando, e ela pegou em Congonhas um ônibus para Guarulhos. Fui para o meu portão de embarque, cochilei durante cerca de uma hora, descobri que o portão tinha mudado, peguei a fila e pouco depois já estava no avião (aliás, notável como a TAM é pontual). Como estava exausto, passei boa parte do vôo dormindo.
Ao chegar em Brasília, peguei um ônibus até a rodoviária, em seguida peguei um L2 Norte, cheguei na minha kitnet e... "capotei". Dormi das 13h às 20h e das 22 às 5. E fim de história!