Argentina e Itália, campeãs continentais
No Maracanã, a Argentina derrotou a seleção anfitriã e venceu a Copa América após 28 anos. Em Wembley, a Itália superou a dona da casa e reconquistou a Eurocopa após 53 anos.
Embora os desfechos dos dois maiores torneios continentais de futebol tenham sido semelhantes, as comparações param por aí. A Copa América 2021 demorou a engrenar e só de fato ficou animada nas quartas-de-final; a sua final foi um esperado embate entre as duas melhores seleções sul-americanas, com a Argentina enfim triunfando após décadas sem superar o Brasil em mata-matas. Já a Euro 2020 teve sua melhor média de gols desde 1976 (2,78 por jogo) e manteve o alto nível técnico da primeira à última partida – e, coincidentemente, a Azzurra jogou em ambas, com bela vitória na abertura por 3x0 contra a Turquia e um título após decisão por pênaltis contra a Inglaterra.
ARGENTINA 1x0 BRASIL: a Albiceleste entrou bem mais ligada no jogo do que a seleção brasileira. Esta cometeu vacilos defensivos que não costuma cometer, enquanto os argentinos jogaram com muita raça. Em um contra-ataque, De Paul lançou a bola para Di María, que fez um golaço aos 21 minutos – aliás, que tenha sido justamente nesta marca do cronômetro foi algo bem emblemático, segundo Avi Creditor: “Esse minuto teve um papel único na recente infâmia argentina. No 21º minuto contra a Alemanha em 2014, Gonzalo Higuaín perdeu uma grande oportunidade depois que Toni Kroos cabeceou de trás para frente, sem marcação. Aos 21 minutos da final da Copa América Centenário de 2016, Higuaín pressionou, roubou a bola e foi direto para o gol, apenas para passar ao lado da baliza. (...) Se algum dia houvesse algum tipo de símbolo de que esta noite seria diferente, talvez fosse isso.”
A seleção brasileira voltou um pouco melhor do intervalo, mas não parecia realmente capaz de reverter a situação. A melhor chance foi em um voleio de Gabigol, brilhantemente defendido por Emiliano Martínez.
A Argentina, em pleno Maracanã, e vencendo logo o Brasil, quebrou um tabu que vinha desde 1993. Nesse intervalo ela perdeu 7 finais (1 de Copa do Mundo, 4 de Copa América, 2 de Copa das Confederações). A Albiceleste foi se entrosando ao longo do torneio, e chegou a seu ápice justamente na grande final. O técnico Lionel Scaloni, que conseguiu o cargo de forma improvisada em 2018 (era o assistente técnico de Jorge Sampaoli), teve um percurso contestado ao longo dos últimos 3 anos, mas vem melhorando sua seleção, e inclusive conseguiu corrigir um dos problemas crônicos dela: a defesa, que foi bem segura ao longo do torneio, sofrendo apenas 3 gols em 7 jogos. Lionel Messi, melhor jogador do mundo (ao lado de Cristiano Ronaldo) na última década e meia, aos 34 anos enfim ganhou o título pela seleção argentina que faltava em seu excelente currículo. Ele foi o melhor jogador do torneio, mas curiosamente não brilhou na final; como bem notou Bruno Bonsanti, “a grande ironia da histórica conquista da Argentina e de Messi é que, no maior jogo da Copa América, o título saiu muito mais pelo coletivo que durante 15 anos todos disseram que lhe faltava do que pela sua própria exibição.”
Ao Brasil de Tite, após essa dolorida derrota em casa, cabe uma reflexão sobre o que precisa ser melhorado até a Copa de 2022. O técnico explicitamente adotou a Copa América como um período para fazer testes e ajustes; porém, o time titular que entrou a partir das quartas-de-final não rendeu como o esperado – e em parte isso se deveu à expulsão infantil de Gabriel Jesus nas quartas, a qual tornou o jogo contra o Chile mais difícil e deixou a equipe sem um jogador importante para os dois jogos seguintes. A defesa brasileira sob Tite é em geral segura, apesar da falha de Renan Lodi que levou ao gol argentino. Um problema que parecia ter sido resolvido na Copa América 2019, mas vemos que não foi, é como deixar a seleção menos dependente de Neymar. Concordo com Leonardo Miranda: “Falta o camisa 5 que pensa o jogo e consegue dar um passe para Neymar (...). Isso acelera o jogo, porque Ney não precisa vir buscar a bola tão longe. (...) [O] time pra 2022 tem defeitos na parte ofensiva, na criação. (...) O número 5 que arma o jogo pode suprir essa ausência.” A boa notícia é que Tite terá certa tranqüilidade para resolver esses problemas ao longo das eliminatórias – já que o Brasil está com 100% de aproveitamento e tem risco mínimo de ficar fora da Copa.
ITÁLIA 1x1 INGLATERRA (3x2 NOS PÊNALTIS): It's coming Rome! Forza Italia! A Azzurra é bicampeã da Eurocopa! Foi nos pênaltis, tal como no tetra mundial em 2006!
A Inglaterra abriu o placar logo aos 2 minutos, para delírio dos quase 60 mil torcedores ingleses em Wembley. Em uma jogada bem rápida, Trippier fez um cruzamento perfeito para Shaw, que finalizou muito bem. Parecia que o técnico Gareth Southgate mais uma vez se daria bem usando uma tática específica para seu adversário – no caso, o 3-4-3 para se proteger das ofensivas italianas com três zagueiros e ao mesmo tempo dominar o meio-campo.
O problema é que a equipe inglesa ficou defensiva demais, e no resto da partida criou poucas chances de fazer o 2º e “matar” o jogo. Se no meu post anterior eu questionava se a Argentina conseguiria segurar uma vantagem no placar, o que a final européia mostrou é que o English Team padece ainda mais dessa dificuldade, e foi duramente punido por isso.
Já os Azzurri, após o susto de estarem em desvantagem logo no início, conseguiram se reerguer e dominaram o resto do tempo regulamentar. Chiesa quase fez um gol de fora da área no 1º tempo, e a blitz no início do 2º tempo foi notável, com pelo menos 4 oportunidades de empatar o jogo – a última delas enfim entrando, com uma cobrança de escanteio na qual, após certo bate-rebate, o zagueiro Bonucci conseguiu colocar a bola na rede.
Os italianos até estavam em um momentum favorável para uma virada, mas a saída de Chiesa (que ficou mancando após um contra-ataque em que caiu após empurrão de Walker) e as substituições na seleção inglesa – a qual inclusive retornou o esquema tático para o 4-3-3 usado durante a maior parte da Euro – voltaram a deixar a partida equilibrada. A Euro 2020 teria sua 4ª disputa por pênaltis, e curiosamente elas se desenvolveram de forma quase teleológica: a França foi derrotada pela Suíça nas oitavas-de-final; esta foi superada pela Espanha nas quartas; os espanhóis caíram para a Itália na semifinal; e agora os italianos teriam que encarar os ingleses na marca de cal na grande final. Só não foi uma “cadeia alimentar” completa porque a Azzurra foi a única que venceu duas decisões de penais; aliás, é a 1ª vez que isso ocorre em uma edição da Eurocopa.
Não foi por falta de esforço de Pickford, que pegou duas cobranças italianas, uma delas de Jorginho, o destaque da decisão contra a Espanha; mas, os cobradores ingleses perderam três. Todas delas podem ser colocadas na conta de Southgate, que a três minutos do fim da prorrogação colocou Rashford e Sancho em campo, especificamente para cobrarem pênaltis. Desta vez os planos meticulosos do técnico inglês não saíram como esperado, pois uma coisa é ter bom aproveitamento nos treinos, outra é estar com ritmo de jogo, ainda mais em uma final. Rashford tentou dar uma de Jorginho, mas chutou na trave; Sancho teve sua batida espalmada por Gianluigi Donnarumma. O goleiro italiano foi o herói da partida (e foi eleito com justiça o melhor jogador dessa Euro) ao defender uma 2ª cobrança: a de Saka, outra decisão equivocada de Southgate, afinal quem coloca como batedor um jogador de apenas 19 anos que nunca cobrou um pênalti no futebol profissional (a última vez que havia cobrado um fora em Janeiro de 2019, ainda nas categorias de base)?
Os 7 mil apoiadores da seleção italiana em Wembley ririam por último. A Itália não se rendeu, foi melhor no resto da partida e mereceu o empate no tempo normal e a vitória de virada nos pênaltis. Com isso, celebra um título de Eurocopa pela 1ª vez desde 1968, e deixa os ingleses ainda presos ao tabu de títulos que vem desde a Copa do Mundo de 1966.
Separo aqui três das melhores análises que li sobre o título italiano (e o vice inglês):
Jonathan Wilson: “Toda aquela conversa sobre novas eras ousadas, todas as pesquisas, todos os planos, toda a mudança de humor e, no final, descobriu-se que a Inglaterra de Gareth Southgate foi desfeita por duas falhas muito familiares: a tendência de cair fundo [deep drop] na defesa de uma vantagem, e a incapacidade de marcar em uma decisão de pênaltis. (...) A derrota não acaba com a sensação de progresso ou invalida o processo. A Inglaterra deve ser uma desafiante na Copa do Mundo daqui a 18 meses. Poderá, como fez a França, usar a derrota em casa na final da Euro como inspiração para ganhar o prêmio maior. A Itália fez essa jornada muito mais rápido do que parecia possível. (...) À medida que a Serie A muda, há uma curiosa sensação de que Mancini e Itália representam algo muito raro no futebol moderno: uma seleção na vanguarda da mudança tática. Sempre há limites por causa da falta de tempo disponível, mas Mancini capturou o novo clima. Esta é muito a ‘sua’ equipe. Podem faltar as estrelas óbvias de algumas seleções anteriores da Itália, mas há uma estrutura tática coerente e um time de jogadores dedicados que acreditam na filosofia.”
Felipe Portes: “Minha geração, nascida e forjada nos anos 1990, com uma Serie A forte que decaiu brutalmente na virada para o novo milênio, não havia visto uma Itália com tanta organização, vontade e predestinação. Nos acostumamos àquela safra memorável que foi campeã mundial em 2006, aos trancos e barrancos, e pensávamos, do alto de nossa rasa sabedoria, que aquilo era o resumo do melhor que o futebol italiano poderia entregar. (...) A Itália versão 2021 passou dos 30 jogos invictos, encantou, jogou ofensivamente, atacou, ficou com a bola, colocou grandes adversários nas cordas e mereceu muito ser campeã, não foi mera obra do acaso. Tomou cedo um gol da Inglaterra, que foi fruto de falhas de marcação, mas se entendeu com seus nervos e foi atrás da reação. Poderia muito bem ter matado os rivais no tempo normal, mas o destino quis que o drama desse outra carga de cores a um dia tão peculiar.”
Leandro Stein: “A escolha de Mancini se respaldava em sua história. Foi um dos maiores atacantes do futebol italiano nos anos 1980 e 1990, defendeu a seleção como jogador – ainda que sua trajetória com a Azzurra não fosse exatamente feliz ou à altura de seu talento. Como treinador, iniciou eras vitoriosas à frente de Internazionale e Manchester City, encerrando tabus. (...) ‘Eu gosto de futebol ofensivo. Eu sei que nós ganhamos quatro Copas do Mundo jogando do modo italiano, mas eu acho que nós podemos jogar de modo mais ofensivo hoje. Os dias de jogar um futebol defensivo e de contra-ataque acabaram’, diria Mancini, em fevereiro de 2020. (...) ‘Nós tentamos melhorar os muitos bons jogadores jovens italianos que a Serie A ofereceu e até aqui nós tivemos sucesso. Não é verdade que o futebol italiano sofre com falta de talentos, você precisa apenas ter coragem para deixá-los jogar. Eu prefiro um jogador menos disciplinado taticamente, como eu era, do que um mais regular, mas com menos talento’, apontaria o técnico, também em fevereiro de 2020. (...) A impressão é de que esta Itália não para por aqui. Reconquistar títulos não é simples, mas há uma equipe capaz de fazer bons papéis nos grandes torneios e deixar sua marca numa Copa do Mundo – como não acontece no país desde 2006. (...) E o Mundial representa mais ao técnico, considerando sua decepção de sequer ter entrado em campo em 1990. Não esconde o lamento do passado, mas o transforma em motivação. Roberto Mancini recuperou o futebol da Azzurra, com um estilo que a seleção nunca teve. Rejuvenesceu o elenco para apresentar o talento nascente no país e para referendar as novas ideias implantadas nos clubes. Mais importante, reencontrou um motivo para seus jogadores sorrirem, num grupo exemplar em sua união.”
P.S.: Foi a primeira vez que o meu time do coração (Palmeiras), a equipe pela qual torço na Europa (Internazionale) e a minha seleção preferida desde criança (Itália) ganharam títulos no mesmo ano! Conquistaram, respectivamente: Libertadores e Copa do Brasil; Serie A; Eurocopa.
10 julho 2021
As Finais da Eurocopa e da Copa América
Após um mês de muito futebol internacional (houve dias com até 6 jogos!),
enfim a Euro 2020 e a Copa América 2021 chegaram às suas finais. É até difícil
dizer qual das duas é mais promissora.
De um lado, Brasil x Argentina (hoje às 21h) é uma batalha entre as
duas maiores seleções da América do Sul. Os brasileiros tentam conquistar a 2ª
Copa América seguida (e a 3ª consecutiva vencendo a Albiceleste na final), e os
argentinos estão em busca de seu primeiro título profissional desde 1993 (os títulos
olímpicos em 2004 e 2008 foram com seleções Sub-23), um tabu que assombra
particularmente Lionel Messi, o melhor jogador argentino desde Maradona. Sobre
esta melancólica escrita argentina, aliás, recomendo este texto de Douglas Ceconello.
Do outro, Itália x Inglaterra (amanhã às 16h) fizeram belas campanhas na Eurocopa e estão em jornadas de redenção: os italianos, após sequer se classificarem para a última Copa do Mundo, estão jogando um futebol mais ofensivo sob a liderança de Roberto Mancini; já os ingleses, comandados por Gareth Southgate, quebraram tabus que duravam décadas (minutos sem o goleiro ser vazado, eliminar a Alemanha e chegar a uma final).
Farei um comentário sobre as semifinais pelas quais as quatro finalistas passaram, seguida de uma análise dos dois confrontos.
SEMIFINAIS DA EURO 2020
- Itália 1x1 Espanha (4x2 nos pênaltis): "Foi um jogo rápido,
aberto, de ponta a ponta, uma batalha de duas equipes com a intenção de jogar
um futebol de passes, mas com um elemento de franqueza [directness]. Não houve nem a posse estéril de que a Espanha foi
acusada no passado, nem a luta [grappling]
antiquada da Itália. Em vez disso, foi um festival de futebol moderno e
progressivo, quase certamente o melhor jogo do torneio e, possivelmente, o
melhor jogo jogado no novo Wembley." Este trecho de um texto de Jonathan Wilson resume perfeitamente o que foi esse Itália x Espanha. De fato foi um jogaço. Pode-se até admitir que a Espanha jogou melhor, inclusive porque obrigou a Itália a fugir do estilo proposto por Mancini e recuar. Os espanhóis tiveram quase 70% da posse de bola e criaram várias chances de gol, embora os italianos também tenham tido várias oportunidades claras, mesmo com menos tempo controlando a bola. O gol italiano veio em um contra-ataque letal, iniciado pelo goleiro Donnarumma e concluído brilhantemente por Chiesa. Por 20 minutos deu até a impressão de que a Itália venceria no tempo normal, mas os espanhóis começaram a jogar seu tiki-taka de forma bem rápida e vertical (o que, aliás, é um dos objetivos do técnico Luis Enrique) e foram premiados com uma bela tabela entre Olmo e Morata (que entrou no jogo pouco depois do gol da Itália), o qual empatou o jogo. A prorrogação foi equilibrada, com cada lado sendo melhor em um dos tempos. A iminência dos pênaltis me deixou apreensivo, afinal La Roja havia vencido as duas anteriores (Euro 2008 e Copa das Confederações 2013). Desta vez, contudo, deu Azzurra. Locatelli perdeu o seu, mas logo depois Olmo chutou sua cobrança para fora. Os cinco seguintes acertaram, até que Morata foi de herói do empate a vilão da derrota ao ter sua batida defendida por Donnarumma. Match point para a Itália e então... Meu Deus do céu, que batida foi essa, Jorginho (foto 1)? Com um misto de frieza e irreverência, ele deu uma paradinha para enganar Unai Simón e cobrou fraco no canto oposto. A Espanha foi eliminada após fazer seu melhor jogo na Euro 2020, mas a Itália merecia mais chegar à final, pois fez uma campanha superior, tanto no aproveitamento (5 vitórias e 1 empate, contra 2 vitórias e 4 empates dos espanhóis) quanto no futebol apresentado – o qual é um bem-vindo abandono do “catenaccio” em prol de uma abordagem mais moderna, com um “futebol de pressing”, além de uma inspiração na lendária Sampdoria dos anos 1980/90, tetracampeã da Coppa Italia (85, 88, 89 e 94), campeã da Serie A em 91 e vice européia em 92, na qual jogaram Mancini e seus auxiliares, como Evani e Vialli.
- Inglaterra 2x1 Dinamarca: A despeito da pressão do English Team nos minutos iniciais, os dinamarqueses saíram na frente com um golaço de falta. Poderia até parecer que o resignados versos de “Three Lions (Football’s Coming Home)” se realizariam novamente: “Everyone seems to know the score / They've seen it all before / They just know / They're so sure / That England's gonna throw it away / Gonna blow it away”. Não desta vez. Os ingleses não se abateram e empataram ainda no 1º tempo. Foram superiores na maior parte da partida, mas sem conseguir furar a defesa dinamarquesa, em particular o goleiro Kasper Schmeichel, em mais uma atuação excepcional. Já na prorrogação, Sterling saiu driblando a zaga adversária e cavou um pênalti. É muita ironia do destino que o país cuja torcida e imprensa mais criticam os jogadores “cai-cai” que o lance decisivo para a classificação tenha saído de um diving. Schmeichel defendeu, mas Harry Kane converteu o rebote. No 2º tempo extra, a Dinamarca parecia esgotada e a Inglaterra soube controlar bem a bola. Com o apito final, os ingleses sacramentaram sua 1ª ida à final desde 1966. Southgate foi premiado pelo seu trabalho nos últimos anos; mostrou segurança, convicção, inteligência tática (p.ex., quando usou o mesmo esquema que a Alemanha nas oitavas) e capacidade de ao mesmo tempo blindar os jogadores da pressão/cobrança externa e impor disciplina sobre eles (muitas vezes deixando no banco jogadores que não rendiam, por mais badalados que sejam, como Phil Foden). Mesmo que não conquiste a Euro, já é o 2º técnico mais bem-sucedido da história de sua seleção, atrás apenas de Alf Ramsey, campeão mundial em 66.
SEMIFINAIS DA COPA AMÉRICA 2021
- Brasil 1x0 Peru: vide post anterior.
- Argentina 1x1 Colômbia (3x2 nos pênaltis):
3º LUGAR – COPA AMÉRICA 2021
- Colômbia 3x2 Peru: foi uma eletrizante disputa de 3º lugar, com duas equipes se arriscando bastante em busca do gol. Os peruanos foram superiores no 1º tempo e o 1x0, marcado por Yotún, saiu barato. Os colombianos voltaram melhor na etapa final e viraram o jogo, com gols de Cuadrado e Luis Díaz. O Peru empatou a partida com Lapadula, e quando tudo indicava pênaltis, no último minuto dos acréscimos Díaz – por enquanto o artilheiro da competição ao lado de Messi - fez um golaço de fora da área e deu a vitória (e a 3ª colocação na Copa América) à Colômbia.
FINAL DA COPA AMÉRICA 2021
Messi e Neymar (foto) obviamente são os protagonistas da final entre suas seleções – não só pelo futebol que mostraram na Europa nos últimos anos, mas também pelas suas atuações ao longo desta Copa América, nas quais foram os destaques de suas equipes. Embora a Albiceleste tenha uma motivação extra para ganhar a final (encerrar em pleno Maracanã a “seca” de 28 anos sem títulos, mesmo período no qual não venceu o Brasil em competições oficiais, inclusive 3 finais) e conte com jogadores no meio-campo e no ataque que podem ser decisivos (dentre eles, é claro, Lionel Messi), comparando os elencos a seleção brasileira parece ser mais completa do que a argentina. Embora ainda haja certa irregularidade (e, por isso mesmo, rotatividade) dos atacantes, o trabalho de Tite é longevo e conta com um aproveitamento altíssimo (81% dos pontos disputados); além disso, a defesa do Brasil é bem sólida (sofreu apenas 2 gols nos últimos 10 jogos oficiais).
FINAL DA EURO 2020
Muitas análises, como esta do Trivela, vêm enfatizando que Itália x Inglaterra será um duelo entre as duas melhores defesas da Eurocopa. De fato tanto a Azzurra quanto o English Team contam com bons zagueiros, laterais e goleiros. Para perfurar essas fortalezas, a Itália deve apostar na pressão na área adversária e na velocidade dos ataques (e contra-ataques), e tem como destaques ofensivos os atacantes Insigne e Chiesa; já a Inglaterra aposta nos talentos da dupla Sterling (bom driblador e criador de chances) e Harry Kane (centroavante clássico e goleador). É uma final sem favoritos: os italianos possuem uma seleção de futebol mais vistoso, mas os ingleses estão jogando em casa e dispostos a encerrarem um tabu de 55 anos sem títulos em competições.
06 julho 2021
Uma análise dos "playoffs" da Eurocopa e da Copa América
As duas principais competições continentais do futebol mundial chegaram às semifinais, após quartas-de-final (e, no caso da Eurocopa, também oitavas) repletas de bons jogos. A Euro 2020 vem sendo a melhor edição do torneio desde 2000, por vários motivos: futebol bem ofensivo, digno de mata-mata da Champions League; várias seleções adotando esquemas táticos pouco usuais (seja pelo esquema em si, como o 3-4-3, ou em relação às formações táticas que cada seleção costumava usar); o nível técnico das seleções está mais equilibrado, o que permitiu jogos cheios de reviravoltas . Já a Copa América, a impressão que ficou é que o torneio começou de verdade nas quartas, após uma fase de grupos morna – em grande parte graças ao regulamento, com apenas 2 grupos de 5 seleções, nos quais apenas a última colocada era eliminada.
As semifinais da Euro começam daqui a menos de duas horas; as da Copa
América começaram ontem à noite, com vitória do Brasil sobre o Peru.
Eis um balanço do que ocorreu nos jogos eliminatórios dos últimos
dias:
OITAVAS-DE-FINAL DA EURO 2020
- País de Gales 0x4 Dinamarca: a seleção dinamarquesa realmente
“desencantou” na goleada contra a Rússia, e repetiu a dose contra os galeses.
Nos dois últimos gols, que saíram nos minutos finais, a equipe capitaneada por
Bale já estava rendida. País de Gales não conseguiu repetir a campanha
semifinalista da Euro 2016, e terão pela frente um grupo difícil na
eliminatória para a Copa de 2022, com Bélgica e República Tcheca.
- Itália 2x1 Áustria: Que sufoco os italianos passaram! Os austríacos
deram muito trabalho para a Azzurra, que só conseguiu abrir o placar no início
da prorrogação. Os reservas entraram bem; dois deles (Chiesa e Pessina)
inclusive fizeram os gols. Quando parecia que o jogo já estava resolvido, a
Áustria finalmente quebrou o “clean sheet” da defesa italiana, e pressionou nos
minutos finais. A equipe treinada por Roberto Mancini passou por seu primeiro
teste difícil na Copa, após uma 1ª fase tranqüila.
- Holanda 0x2 República Tcheca: um dos resultados mais inusitados das
oitavas. Malen perdeu uma chance incrível para os holandeses, e o castigo veio
segundos depois: em contra-ataque tcheco, De Ligt foi expulso por colocar a mão
na bola em chance clara de gol. Holeš fez o primeiro gol dos bávaros e o
artilheiro Schick, o segundo. Após uma ótima fase de grupos, a Holanda não
jogou bem; já no 1º tempo estava sendo dominada pela seleção tcheca, e no 2º,
depois do gol perdido e da expulsão, mostrou-se incapaz de reação.
- Bélgica 1x0 Portugal: Jonathan Wilson, em sua análise deste jogo,
notou que houve uma inversão de papéis – se em geral a seleção treinada por
Fernando Santos é conhecida pelo pragmatismo e a equipe de Roberto Martínez
prima pela ofensividade, neste jogo os belgas seguraram a pressão após
conseguirem o gol em sua única finalização no 1º tempo (e que finalização de
Thorgan Hazard, pois a bola fez uma curva que a tornou indefensável) e os
lusitanos fizeram uma blitz no 2º tempo, criando muitas chances de gol.
Courtois mais uma vez foi crucial para salvar a Bélgica.
- Espanha 5x3 Croácia: o primeiro dos dois jogos espetaculares de 28
de Junho. Um recuo desastrado de Pedri para Unai Simón levou a um bizarro gol
contra. Veio, contudo, a virada espanhola; o 3x1 parecia ter definido o jogo,
só que a Croácia conseguiu empatar o jogo nos acréscimos. Quando parecia que o
psicológico da seleção espanhola estava abalado, Morata fez um golaço na
prorrogação, e três minutos depois Oyarzabal fechou o placar. Este foi o 2º
jogo com mais gols na história da fase final da Eurocopa, perdendo apenas para
Iugoslávia 5x4 França, em 1960.
- França 3x3 Suíça (4x5 nos pênaltis): a segunda das épicas partidas
de 28/6. Até o fim do tempo regulamentar, o roteiro foi parecido com o de
Espanha x Croácia: a seleção menos cotada abriu o placar, a favorita virou para
3x1 e ainda assim tomou o empate no fim do jogo. Cabe ressaltar, porém, que os
suíços foram melhores que os franceses durante todo o 1º tempo e o início do
2º; a situação mudou quando perderam um pênalti que os deixaria com 2 gols de
vantagem. Pouco depois, a França finalmente começou a jogar bem, com dois gols
de Benzema e um golaço de Pogba. A Françã teve o jogo em suas mãos; a Suíça,
contudo, corajosamente não se rendeu, e conseguiu equalizar o placar, com
direito a um belo tento de Gavranović. Na prorrogação os franceses tiveram
várias oportunidades de resolver o jogo, inclusive uma emque Mbappé chutou com
o pé errado. Vieram os pênaltis, nos quais a seleção helvética nunca tinha
vencido em Euro ou Copa do Mundo. Após 9 cobranças em que todos acertaram,
Sommer pegou a cobrança de Mbappé. Os suíços, pela 1ª vez, chegara às quartas
da Eurocopa! Na minha análise anterior sobre a Euro 2020 eu havia dito:
"Os suíços terão que fazer uma partida lendária para ter alguma chance
contra Les Bleus." E não é que eles fizeram?
- Inglaterra 2x0 Alemanha: quem diria que a seleção inglesa encerraria
seu tabu de 55 anos sem vencer a alemã em mata-matas jogando em um esquema
tático 3-4-3 – ou seja, contrariando seu tradicionalíssimo 4-4-2, usado até pelos
técnicos estrangeiros que o English Team já teve (Eriksson e Capelli)? Méritos
do driblador/goleador Sterling, decisivo na jogada do 1º gol; de Pickford, que
fez defesas importantes; e também do técnico Southgate, que leu bem o jogo e
fez a mudança certa (Grealish no lugar de Saka) para decidir o jogo. A
propósito, não foi um bom dia para Müller, que perdeu uma chance incrível de
empatar e mudar o rumo do jogo. O treinador inglês conseguiu superar mais um
trauma de sua seleção, e pode ir longe nessa Euro. Jürgen Klopp se despediu da
Nationalelf após 15 anos; os primeiros 11 foram muito bons (vice-campeão da
Euro 2008, 3º lugar na Copas do Mundo de 2010 e na Euro 2012, campeão mundial
em 2014, 3º lugar na Euro 2016 e campeão da Copa das Confederações de 2017),
mas os últimos 4 mostraram certo desgaste, em especial pela eliminação já na 1ª
fase da Copa de 2018 e pelo rebaixamento na Liga das Nações de 2018/19. O novo
técnico, Hans-Dieter Flick, foi campeão invicto da Champions League pelo Bayern
de Munique, então o futuro germânico é promissor.
- Suécia 1x2 Ucrânia: considerando o desempenho de ambas na fase de
grupos, o resultado do jogo foi surpreendente. Em campo, os ucranianos buscaram
mais o gol, com uma garra que compensava suas limitações técnicas, enquanto os
suecos mais uma vez mostraram ter uma equipe sólida, mas sem criatividade. A
expulsão de Danielson na prorrogação deixou os suecos ainda mais encurralados,
e a vitória ucraniana tardou, mas veio nos acréscimos do 2º tempo extra.
QUARTAS-DE-FINAL DA EURO 2020
- Espanha 1x1 Suíça (3x1 nos pênaltis): quase que a seleção suíça
aprontou para cima de outra favorita! La Roja saiu na frente no placar já no
início do jogo, mas não o ampliou e, na segunda etapa, Shaqiri empatou o jogo. A
vitória espanhola veio apenas nos pênaltis; 5 dos 9 cobradores erraram, sendo 3
deles da Suíça. Seria injusto se a Espanha não se classificasse, pois teve
várias oportunidades de gol, mas esbarrou em uma grande atuação do goleiro
Sommer. A equipe treinada por Luis Enrique ainda oscila muito, mostrando
dificuldade para “matar” os jogos quando está em vantagem. Mesmo assim, a
proposta dele de verticalizar o tiki-taka hispânico é interessante e pode gerar
bons frutos já nesta Euro.
- República Tcheca 1x2 Dinamarca: os dinamarqueses estão fazendo sua
melhor campanha desde que chegaram as quartas-de-final da Copa do Mundo de
1998. Nesta partida fizeram dois gols no 1º tempo (o segundo deles com o
cruzamento de trivela de Mæhle), aguentaram a pressão dos checos no 2º (Schick,
artilheiro da Euro 2020 ao lado de Cristiano Ronaldo, diminiu o placar já aos 4
minutos) e avançam com méritos à
semifinal. Kasper Hjulmand conseguiu moldar uma equipe de futebol mais vistoso
do que a por vezes retranqueira Dinamarca da Copa de 2018, mas sem perder a
consistência que Åge Hareide implantou na equipe. Como bem definiu Jonathan Wilson: “É um padrão recorrente no esporte que uma equipe floresça sob um treinado
carismático quando ele substitui um mestre de tarefas duro que instilou a
estrutura necessária, mas talvez não teve a capacidade de inspirar a
autoconfiança necessária para que os jogadores se expressem plenamente”.
- Ucrânia 0x4 Inglaterra: na 1ª etapa parecia que os ingleses se
contentariam em fazer 1x0 e cozinhar o resto do jogo, mas felizmente na 2ª eles
fizeram mais 3 gols, todos eles de bola aérea. Harry Kane realmente recuperou a
confiança desde que fez um dos gols contra a Alemanha, e desta vez anotou mais
dois. O placar poderia até ter sido maior, tal a superioridade do English Team.
Southgate – que fez nova variação tática na equipe, desta vez um 4-3-3 – é o
primeiro técnico inglês a levar sua seleção a chegar a duas semifinais seguidas
desde o lendário Alf Ramsey, que levou a Copa de 1966 e foi 3º na Eurocopa de
1968. A Inglaterra jogará a semifinal em Wembley, e terá a oportunidade de
chegar à final em casa para a qual não avançou na Euro 1996.
QUARTAS-DE-FINAL DA COPA AMÉRICA 2021
- Paraguai 3x3 Peru (3x4 nos pênaltis): logo no 1º jogo das quartas a
Copa América 2021 tem um 3x3 para chamar de seu. Paraguai e Peru fizeram um
jogo equilibrado e cheio de reviravoltas. Os paraguaios saíram na frente com
Gustavo Gómez, que minutos depois marcou um gol contra. O juiz não marcou um
pênalti claríssimo não marcado para os paraguaios, que tomaram a virada logo
depois. Gómez, que já tinha levado cartão amarelo por reclamação ostensiva, fez
uma falta digna de cartão e foi expulso no fim do 1º tempo. Na etapa final, o
Paraguai reagiu e arrancou o empate; o Peru conseguiu fazer o 3º, mas também
teve um jogador expulso e, aos 45 do 2º tempo, os paraguaios deixaram o placar
em nova igualdade e forçaram a decisão de pênaltis. Apesar de duas boas defesas
de Antony Silva, dois jogadores da Albirroja chutaram para fora e Gallese pegou
um; com isso, 4x3 para os peruanos.
- Brasil 1x0 Chile: os chilenos deram trabalho para a seleção
brasileira, que não fez um bom 1º tempo. O 2º começou promissor, com um gol de
Lucas Paquetá (que tinha acabado de entrar no jogo) logo no primeiro minuto;
contudo, pouco depois Gabriel Jesus foi expulso após um lance em que seu pé
alto acertou o queixo de Mena. Com um jogador a menos, o Brasil foi pressionado
pelo Chile, que chegou a ter um gol anulado por impedimento. A improdutividade
do ataque brasileiro foi compensada pela segurança defensiva, e a equipe
avançou às semifinais.
- Uruguai 0x0 Colômbia (2x4 nos pênaltis): este jogo foi um daqueles
raros casos de 0x0 bom, com muitas chances de gol dos dois lados. Nos pênaltis,
os colombianos acertaram todos e os uruguaios foram bloqueados duas vezes por
Ospina. Destaque para a comemoração de Mina quando acertou a sua cobrança, rs.
- Argentina 3x0 Equador: o placar é um pouco enganoso, pois os
equatorianos ameaçaram bastante a Albiceleste durante quase toda a partida.
Messi perdeu um gol inacreditável no 1º tempo, mas deu o passe para De Paul
abrir o placar. No segundo tempo, o craque do Barcelona deu nova assistência,
desta vez para Lautaro Martínez, e nos acréscimos ainda fez um golaço de falta.
SEMIFINAIS DA EURO 2020
- Itália x Espanha: pela 4ª Eurocopa seguida essas duas seleções vão
se enfrentar. Em 2008, após empate sem gols, La Roja venceu nos pênaltis; em
2012, empataram por 1x1 na fase de grupos e se reencontraram na final, vencida
de forma contundente pela Espanha por 4x0; em 2016, a Azzurra avançou nas
oitavas-de-final após triunfo por 2x0. Recentemente elas também se encontraram
na semifinal da Copa das Confederações de 2013 (a equipe espanhola passou,
também nos penais) e nas eliminatórias para a Copa de 2018 (um empate em 1x1 e
uma vitória por 3x0 para os espanhóis, que venceu o grupo e obrigou os
italianos a jogar a repescagem contra a Suécia, contra quem perderam e ficaram
fora da Copa). Se eu fosse arriscar um palpite diria que a Itália de Mancini me
parece um time mais estável em campo do que a Espanha de Luis Enrique; mesmo
assim, se o ataque espanhol estiver num dia tão inspirado quanto esteve contra
Eslováquia ou Croácia, é bom os italianos tomarem cuidado.
- Inglaterra x Dinamarca: esta semifinal será a oportunidade inglesa
de uma revanche contra os dinamarqueses, para quem perderam em Londres por 1x0
em Outubro do ano passado, pela Liga das Nações. As duas seleções estão entre
as mais taticamente interessantes da Euro 2020: a Dinamarca é uma das
principais praticantes do 3-4-3 nesta competição, e a Inglaterra varia sua
formação entre 4-2-3-1, 4-3-3 e 3-4-3. A equipe treinada por Southgate tem
status de favorita tanto pela recente goleada contra a Ucrânia quanto por jogar
em casa; mesmo assim, não pode subestimar seus adversários, pois também era
mais cotada contra a Croácia na Copa passada, mas se contentou em segurar um
1x0 e acabou perdendo de virada. Para a Dinamarca, é a chance de lutar pelo
bicampeonato europeu (venceram a Euro 92); para a Inglaterra, a oportunidade de
jogarem uma final pela 1ª vez desde a Copa do Mundo de 1966.
SEMIFINAIS DA COPA AMÉRICA 2021
- Brasil 1x0 Peru: a seleção brasileira teve uma atuação bipolar, pois
fez seu melhor 1º tempo e seu pior 2º tempo nesta edição da Copa América. Por
vezes a impressão é que estávamos assistindo a um revival daquele Corinthians do
Tite, que fazia 1x0 e segurava o resultado. Se por um lado é um time
competitivo e copeiro, por outro ficam duas preocupações: 1) mesmo que a 1ª
fase da Copa América tenha sido usada para testes, a equipe vem caindo de
qualidade em relação às duas boas atuações nos jogos das eliminatórias que
antecederam Copa América; 2) essa oscilação do Brasil em campo pode ser fatal
diante de um adversário que aproveite melhor esses momentos em que a seleção
fica acuada demais. Caso a final seja contra a Argentina, então, é de se temer
o que jogadores como Messi e Lautaro Martínez podem fazer se a equipe treinada
por Tite não ditar o ritmo do jogo.
- Argentina x Colômbia: a Albiceleste vem crescendo ao longo do
torneio. Começou empatando com o Chile, acumulou três vitórias magras na fase
de grupos e, nas quartas-de-final, venceu o Equador mostrando maior potência
ofensiva. Messi vem fazendo uma Copa América de alto nível, e tem noção do quão
consagrador será se liderar a conquista de um torneio que a Argentina não vence
há 28 anos – e em pleno Maracanã (feito este que ele quase conseguiu em 2014,
quando sua seleção perdeu a final da Copa na prorrogação). Para isso terá que
passar antes pela seleção colombiana, que, se não fez uma 1ª fase muito boa, ao
menos mereceu ter vencido o Uruguai nas quartas. A Colômbia tem uma boa
motivação para avançar à decisão: se vingar do Brasil pela derrota de virada -
e nos acréscimos - na fase de grupos.