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Kaio

 

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31 julho 2010

Cinco Anos! - parte 1

Racio Símio começou em 31 de Julho de 2005, com um post desajeitado, mas (é duro admitir...) que refletia o Kaio daquela época. Vejam que engraçado: era um sujeito cuja auto-afirmação baseava-se nos seguintes pontos: "é o melhor da sala em notas, é representante de classe, é socialista, curte bandas de Rock antigas, nunca namorou, adora política, nunca vai em festas e baladas, madruga na internet, lê livros clássicos (Admirável Mundo Novo, Dom Quixote, Revolução dos Bichos, etc.) e detesta coisas da moda pelo simples fato de serem comerciais demais, capitalistas demais, consumistas demais".

O que mudou e o que continuou desde então?
Posso já ter tido um namoro, gozar atualmente de uma vida social/noturna bem mais agitada, ser libertário e não mais implicado (mas apenas indiferente e seletivo) em relação às "coisas da moda". Por outro lado, eu ainda participo ativamente de grupos estudantis, tenho um ótimo rendimento acadêmico, permaneço um fã de Rock clássico e sou aficionado por política e literatura.
Porém, não é sobre esta continuidade ou aquela ruptura de que estou falando. É mais do que isso. Será que ainda penso como o Kaio F. aos 15 anos de idade?

Vejamos o que o post do primeiro aniversário pode nos trazer para elucidar isso. Segundo o texto, em apenas 1 ano de existência o blog "cobriu uma época muito importante da minha vida, como o crescente ceticismo quanto à política (mesmo sendo ela uma das minhas maiores paixões, eu já nem ligo mais para "identificações" com correntes ideológicas), uma paixão-relâmpago, a expansão do meu gosto musical, novos amigos virtuais, crises existenciais, um egocentrismo irritante, entre outras coisas."
Já devo ter dito isso várias vezes por aqui, mas de fato aquele período foi psicologicamente um dos mais conflituosos da minha vida. Abalei algumas certezas (ex.: a confiança no socialismo e a impossibilidade de me apaixonar por alguém depois de tantos anos). Isolei-me em alguns aspectos (durante um breve período, até escrevi poesia) e abri-me mais ao mundo em outros (comecei a sair mais). Desiludi-me um pouco com o colégio em que estudava (e com o Ensino Médio como um todo) e tive atitudes rebeldes - com as devidas proporções! -, desnudando uma crise de fé em valores que antes eu tinha por fundamentais. Defini, contudo, os cernes de minha identidade musical e política, que se mantêm até hoje (libertarianismo e indie rock). A curto prazo, o saldo foi negativo, mas hoje vejo aqueles 12 meses como decisivos para quem me tornei hoje.

O que veio em seguida recuperou minha atitude otimista. Apesar de algumas megalomanias (fundei minha própria escola filosófica, o Anfisismo) e decepções (outra paixão-relâmpago), o segundo ano coberto por RS, como demonstra este post, foi bem mais alegre. Voltei a ler compulsivamente, adquiri um equilibrado ritmo de estudos, fui ao show do New Order em SP, fiz boas amizades virtuais e na vida real... e até passei no vestibular (pena que meu colégio não me liberou...)!
Tudo indicava que uma utopia que eu tinha desde criança estava se concretizando: aos 17 anos, eu chegaria a um momento incrível de minha vida. Vejam o seguinte trecho: "Tudo vem ocorrendo de acordo com as minhas pretensões, e minha auto-confiança e força de vontade esmagaram supostos sofrimentos pelos quais eu teoricamente passaria nesta reta final de minha adolescência. De fato, o 17º ano de minha existência vem revelando ser tão fantástico quanto eu desejava que fosse."

Quando o blog completou 3 anos, eu estava nos últimos meses desse "apogeu". O post curto, citando a letra de "Racio Símio" (Titãs), tem suas razões: eu estava em plena ABCP (inclusive 4ª feira vou para a nova edição deste encontro nacional de cientistas políticos), portanto sem tempo de fazer um texto mais elaborado. Após (ou, se você acredita na ideologia do "Yes Stress": apesar de) um segundo semestre em que li, escrevi (e fiz!) tudo o que eu queria, finalmente entrei na universidade no início de 2008. Morar sozinho foi uma mudança maravilhosa na minha vida (notem o contraste disso com os versos: "Mamãe eu quero mamar / Eu não tenho onde morar / Moro aonde não mora ninguém", hehe), constituindo um dos pilares da autonomia e independência que comecei a adquirir a partir de então. O mundo universitário trouxe novidades: fui em boas festas, fiz colegas, discordei dos comunistas quanto à invasão da reitoria e continuei a ter experiências literárias formidáveis.

Porém, o que veio dali em diante não foi tão sensacional assim... Querem um sinal disso?
Sequer mantive a tradição de escrever um post de aniversário! Aliás, fiquei três meses sem escrever no blog (de 1º/7 a 4/10). A falta de produtividade tem um certo motivo: eu estava namorando, e não era um relacionamento dos mais adoráveis e tranquilos. Não sei se por azar ou fraqueza da minha parte, mas o fato é que minha estréia em "relationships" foi desagradável. Nada contra a pessoa em questão, porém o período em que estivemos juntos não foi bom para nenhum dos dois lados. Até acho que o fim dessa história (30/10) foi tardio, e tenho minha parcela de culpa nisso. Ao invés de tristeza, sinto alívio por não ter nenhuma lembrança boa daqueles meses; afinal, assim não fico lamentando ou sentindo saudades, certo?
O período entre os julhos de 2008-09 teve, algumas semanas antes, (mais) uma paixão-relâmpago. Além disso, logo no início, na ANPOCS, houve um abalo no meu individualismo arrogante. Por outro lado, consolidei minhas amizades na UnB e entrei no PET, hoje um grupo tão importante para mim. Enfim, será que foi tudo uma praga - ou consequência - daquele show do Muse em que desmaiei de fome, rs?

E então, o que houve nos últimos 9 meses que pode ser relatado como "marxianidades e tocquevillidades" em meu interior e exterior?
É o que vocês conferirão no próximo episódio! To be continued.

 

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