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Kaio

 

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04 agosto 2010

Cinco Anos! - parte 2

Cinco aspectos da vida de Kaio F. aos 19 e (início dos) 20 anos

- Party Boy: juro que não estou sendo auto-indulgente fazendo essa "listinha". É apenas para refletir se meus últimos meses valeram a pena e/ou se estou em uma tendência "inercial" ou "em ebulição". Em 1º lugar, a vida social. No final de 2009, percebi que já se tinham passado 4 semestres de universidade e eu não conhecia quase nenhuma boate ou pub de Brasilia. Resolvi começar a sair mais, e aproveitei que passaria as férias por aqui (Crítica Literária + Intensivo de Francês) para aprimorar meu leque de "going-outs". Entre Janeiro e Maio, saí pelo menos uma vez em todos os fins de semana. Comecei a gozar de uma reputação inusitada: meus amigos me consultavam sobre a melhor opção de festa para ir!
Meu comportamento nos dancefloors, no entanto, continuou o mesmo: dançar a noite inteira (a Dança Epilética foi o hit do verão, hehe) conversar com os amigos e, bem esporadicamente - pois ainda sou tímido -, flertar (e até deu certo uma vez, rs). Porém, depois de 4 meses, percebi que nem tudo estava perfeito: eu andava tão individualista que não me importava de ir e voltar sozinho das festas, muitas vezes madrugando no Extra (que fica perto da Drops, boate em que mais fui) enquanto o metrô não chegava. Passei a sair menos desde que as aulas voltaram, mas ainda sinto saudade dos meses mais "party-everyday" da minha vida. Talvez a minha "carreira" de DJ seja uma maneira de eternizar essa época. Já discotequei "oficialmente" três vezes, e estou disponível para novas empreitadas!

- Humanitas: nasceu com os colóquios culturais, por sugestão de um amigo meu (e co-fundador). Engatinhando, virou um grupo de estudos. Cresceu mais ainda e se tornou um projeto de extensão, com bolsistas e tudo mais. Estudos Humanistas é o nome dessa criança precoce. É o projeto que mais gostei de participar até hoje na UnB. Os pilares? Formação humanística, leitura dos clássicos e difusão da cultura do autodidatismo e do aperfeiçoamento intelectual.
Inicialmente, éramos "sucesso de crítica e fracasso de público" (os professores gostavam, os alunos - principalmente os de esquerda - achavam-nos elitistas), mas, com o tempo, estamos ganhando popularidade. O Ciclo sobre Cultura Americana (colóquios de Junho) teve uma boa média de público. O debate sobre Oscar Wilde contou com mais de 20 pessoas. Ontem, a mesa-redonda sobre Rawls e Nozick ("A Teoria da Justiça Revisitada") foi além: 60 estudantes vieram!
Gosto muito do GEH e a possibilidade que ele traz para os seus integrantes de estudarem com afinco - e disseminar esse hábito para a comunidade - obras e temas fundamentais de Literatura, Filosofia, Política e Economia. Nesse mês, por exemplo, o carro-chefe do Ciclo de Cultura Alemã são as duas reuniões sobre "A Montanha Mágica", Thomas Mann - 13 e 27 de Agosto. Mal posso aguardar!

- Clube dos Aleatórios: o PET/POL às vezes parece ter se tornado uma empresa das mais burocráticas, com divisão de trabalho e tudo mais. Apesar desse rumo nem tão agradável, adoro as pessoas que conheci por lá, e os trabalhos (!) que desenvolvo com elas. É impressionante como todas elas apresentam algum tipo de excentricidade, desde "platonismo emo-cômico" até "pós-modernidade ambulante". Agora que estamos quase encerrando o ciclo de leituras, estou animadíssimo com a pesquisa que estou a iniciar e também com a disciplina que ofertaremos semestre que vem.
O interessante do PET é o "lado família" que ele cultiva nos seus integrantes, pois, além da cumplicidade, convivemos tanto tempo que a relação não fica só no trabalho, mas se estende para o fim de semana (festas!).

- Viva a República: minha politização raramente foi tão intensa e inconstante quanto nesses últimos tempos. Desde que me tornei membro ativo da Aliança da Liberdade, finalmente havia encontrado um grupo estudantil que compartilhava das minhas preocupações centrais quanto à universidade: excelência acadêmica, infra-estrutura e espaço de ampla formação (individual, cidadã, profissional...), e não "formação da intelligentsia revolucionária", como querem os demais movimentos estudantis.
Tive uma fase republicana em que cheguei até a abrir maõ de meu egoísmo costumeiro para defender a "virtude cívica", em nome de uma UnB para os estudantes e não os militantes. Fui em várias assembléias (freqüentemente eu era o único - ou um dos únicos - a votar contra a greve, rs) e, em certo momento, até virei suplente de conselheiro no CEPE, e estive envolvido no episódio de aprovação do calendário acadêmico.
Porém, minha participação ainda assim foi subótima. Tive momentos de desânimo com a política estudantil, e mesmo agora, em que estamos em plena campanha, ainda não consegui direcionar toda a minha energia. Nem sei se vamos ser bem votados para as RDs (representações estudantis), pois parece que não sou o único no grupo que está "fora de forma".

- Aufklärung: não no sentido de Iluminismo, mas enquanto metáfora de "esclarecimento íntimo". Sinto-me um pouco mais maduro e menos impulsivo do que eu costumava ser. Claro que continuo tendo surtos de arrogância e egoísmo (pelo menos eles são transparentes e sinceros... devo tomar isso como "prêmio de consolação"?), mas sinto-me andando em terreno mais firme do que em qualquer fase anterior da minha vida. Já tenho uma noção mais clara de quais são meus objetivos pessoais, profissionais e intelectuais.
Ando, contudo, um pouco desiludido com a Ciência Política; mais exatamente, com a pretensão da mesma de ser "ciência" e simplificar questionavelmente o seu objeto de estudo. Não por acaso, estou cogitando a possibilidade de fazer mestrado em Filosofia Política, uma "caixinha" de nome mais sincero e condizente com meus campos de interesse.
Minha relação com a família está boa, embora ainda distante; na última sexta, por exemplo, houve a rara ocasião de minha mãe, meu irmão do meio e meu pai estarem em Brasília, mas só pude passar meia hora com eles, pois tinha colóquio marcado para 18h. Quero ver se, nestas férias, compenso esse certo descaso que tive nos últimos meses.
E quanto à minha personalidade? Na essência, continua exatamente a mesma de sempre: uma mistura de homo economicus (racional, auto-interessado, com objetivos claros e definidos), book worm (solitário devorador de livros e teorias, em sua torre de marfim) e Sheldon (emocionalmente subdesenvolvido, intransigente). Ou seja, uma criatura adoravelmente repugnante, rs! Porém, em alguns aspectos, apresentei melhoras: estou menos enclausurado no meu mundo imaginário e mais aberto ao mundo. Estou menos indiferente ao bem-estar alheio; converso mais e não faço só as coisas que me agradam. Acho que até posso me arriscar a dizer que estou mais sociável. Nesse sentido, a universidade fez bem para mim.
Vemos, portanto, que o balanço é positivo. Espero que, no período que se inicia hoje e termina no próximo 31/7, eu continue nessas "boas vibrações". Agora, Recife me aguarda (ABCP). Até lá!

 

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