31 dezembro 2018
1. Conexão México-Caxambu (17-26 de Outubro)
Comecemos pelo relato das duas principais viagens do ano, que foram consecutivas: para Tepotzlán (México), para participar de um colóquio do Liberty Fund sobre José Guilherme Merquior e Caxambu (Minas Gerais), onde apresentei pela 1ª vez um trabalho na ANPOCS.
Em ambos os casos fui chamado de última hora; no caso do México a antecedência foi de um mês, mas considerando que eu sequer tinha passaporte, acabou sendo um prazo apertado; aliás, ele ficou pronto apenas dois dias antes da viagem. Mesmo assim, tive problemas no aeroporto, pois a companhia de viagem contratada pelo evento me colocou numa escala que passava pelos Estados Unidos, e para isso eu precisaria de um visto (nem se eu soubesse disso com antecedência daria tempo, afinal o visa demora mais para sair do que o passaporte). Felizmente conseguiram mudar a escala para Bogotá, mas isso não me impediu de virar a noite de 17 para 18 de Outubro no Galeão sem conseguir dormir, preocupado de meu vôo não dar certo (afinal ainda havia o risco de me cobrarem um atestado de vacina contra doenças tropicais). Felizmente deu tudo certo, e cheguei na Cidade do México às 19h e, após uma hora na fila da imigração e outras duas horas de carro até chegar em Tepotzlán, enfim cheguei na pousada em que ocorreu o evento.
O colóquio foi de altíssimo nível; todos os 15 participantes eram especialista em alguma área das Humanidades (Economia, Literatura, História, Ciência Política etc.), e mesmo que só os brasileiros (além do organizador, o crítico literário mexicano Christopher Domínguez Michael) presentes no evento - eu, João Cezar de Castro Rocha, Eduardo Cesar Maia, Leonidas Zelmanovitz e Júlia Merquior - conhecessem a obra de Merquior de antemão, o debate foi excelente. Uma das intuições mais interessantes que os leitores gringos (a maioria era de mexicanos, mas também havia colombianos, peruanos e argentinos) apresentaram foi a de José Guilherme seria um "liberal de esquerda", no sentido de defender a liberdade econômica mas apresentar valores sociopolíticos de viés progressista. Tal leitura é completamente oposta ao estereótipo que se fez de Merquior no Brasil ao longo das últimas quatro décadas como um "liberal de direita", simplesmente porque se opunha ao marxismo e defendia um "neocapitalismo produtivo" no Brasil; muitos ignoraram que ele sempre enfatizou o papel do Estado no combate às desigualdades sociais (algo que liberistas como os da Escola Austríaca - que tinha vários adeptos no colóquio - não endossam).
(amanhã termino de escrever sobre a ANPOCS)
2. Reta final do doutorado (17/5-18/6)
(terminarei de escrever amanhã)
3. Defesa da tese de doutorado (29/6)
(terminarei de escrever amanhã)
4. Imersão no rock progressivo (30/4-31/12)
(terminarei de escrever amanhã)