From 8 to 23 - parte 2
Comecei a ouvir Nouvelle Vague, que faz versões em bossa-nova (ou seria lounge?) de clássicos do rock alternativo. Destaque para "Dance With Me" (originalmente do The Lords of the New Church), "Love Will Tear Us Apart" (Joy Division), "Blue Monday" (New Order) e "Ever Fallen In Love" (Buzzcocks).
Em torno das 19h, o Luti veio aqui na kit-net para assistirmos ao filme "A Fuga das Galinhas", pois combinei de ajudá-lo a fazer um exercício de TPC no qual se deveria trabalhar o conceito de "hegemonia" de Gramsci a partir deste filme. A película é bem divertida, embora só os primeiros 30 minutos sejam 'políticos' em seus diálogos e situações.
Mais uma vez, acordei na madrugada de uma segunda-feira para revisar para a prova de Introdução à Teoria da Literatura. Estudei com afinco, mas fui pego de surpresa por algumas perguntas que não esperava. Ainda assim, a monitora já corrigiu e disse que tirei 6,9, o que me garantiu o cumprimento do requisito para os 2 pontos extra em ITL: não tirar abaixo de 6 em nenhuma das provas de leitura. Minha média ficou em 7,27. Para confirmar o 7,27 + 2 = 9,27 e SS, preciso tirar de 6,5 para cima na prova de conteúdo que haverá no próximo dia 31. Pelo que dizem, a questão mais complicada será a análise estilística de um poema. Tomara que eu não derrape na última curva e consiga tirar nota boa. Das cinco matérias que faço nesse semestre, esta é a única em que realmente faço questão de tirar uma boa menção, pois já me contento com MS em Técnicas e EVIES, e o cenário para SS em MPAS e FDMM é quase garantido.
Ah, descobri que adoro revisar para uma avaliação ao som de uma banda bem animada. Vide um tweet que postei naquele dia: "Revisando Dão-Lalalão ao som de of Montreal. Ah, se existe algo que torna a vida (o que inclui os estudos) + doce, é a (boa) música".
20h, colóquio. Discutimos "Elogio da Loucura". O Thiago, com sua veia cômica e teatral, resolveu 'encarnar' a Loucura na sua exposição. Foi hilário, embora eu ache que ele não precisava ter declamado as 5 páginas iniciais do livro... Entrei no espírito e coloquei óculos escuros e cachecol na hora em que falei sobre as críticas e deboches que Erasmo desfere contra os filósofos e escolásticos.
Em 18/1, o dia começou com uma má notícia: a Band retirou Os Cavaleiros do Zodíaco de sua programação matutina! Nada contra os desenhos clássicos da Nickelodeon (que são muito melhores do que 95% das animações que passam hoje em dia no Cartoon Network e cia.), mas, venhamos e convenhamos, foi estúpido tirar CDZ da grade, não só pela qualidade intrínseca deste anime, como também pela sua popularidade. Ou a Band acha que os mais de 5 pontos de audiência que obteve nos últimos meses pela manhã foram graças a Jimmy Neutron? É o fim da minha tradição, iniciada em Setembro, de tomar café da manhã assistindo a Saint Seiya nas terças, quintas e sextas... Tsc.
Prossegui na leitura dos "Ensaios" (Montaigne). Impressionou-me a naturalidade com que este pensador discorre sobre assuntos tão diversos como morte, impotência sexual, índios (o famoso "Dos Canibais"), pedantismo e a educação das crianças. O único problema (ou seria uma qualidade?) do livro é que os ensaios são tão densos que o leitor começa a ficar refletindo sobre eles, o que torna a leitura mais lenta.
Quarta-feira foi dia de reunião acadêmica do PET e aulas de ITL, EVIES e FDDM; destaque para a última, em que minha colega Nayara fez uma boa exposição sobre o movimento estudantil de 1968 e o atual comparados, e soltou algumas pérolas e ironias sobre a reforma universitária dos anos 60 (contemplativa -> mecânica).
Fugi da rotina e fui a um bar do Pôr-do-Sol com os petianos. Conversa vai, conversa vem, e pela 1ª vez, bebi quatro copos de cerveja. 2º feito etílico em 5 dias, Kaio F.; que degradação moral, hein, rs! Porém, once again, não senti os efeitos do álcool, pois tinha comido antes. Quando cheguei em casa, revisei e editei aquele meu 1º artigo sobre "A Montanha Mágica" para submetê-lo ao concurso/convocatória da revista on-line do Estudantes pela Liberdade. Consegui reduzi-lo para 15 páginas, mas sem perda de conteúdo. Torço para que o meu artigo seja um dos publicados, quando a revista do EPL for lançada... Afinal, em 2011 preciso ter pelo menos 3 artigos no meu currículo para ter maiores chances na seleção do mestrado da IESP/UERJ.
Em 20 de Janeiro, este que vos escreve, além de descobrir um cover gótico de "Like a Virgin" gravado pelo Lords of the New Church, li setenta páginas de Montaigne, e desta forma concluí a leitura do 1º dos 3 volumes dos "Ensaios". Fiquei perplexo quando notei que, em "Da Solidão", ele faz uma defesa pioneira da liberdade individual (ou negativa, segundo a dicotomia proposta por Isaiah Berlin), com uma herança estóica já moldada pela consciência filosófica moderna.
À tarde, só pude ficar um pouco na aula do Técnicas de Pesquisa em Ciência Política, pois havia reunião do CEPE. Como sempre, muitos bons argumentos dos professores no debate sobre o trote e a "convivência intrauniversitária", mas nada de concreto foi decidido. Até o Josias de Souza, do UOL, criticou essa indecisão.
Anteontem, tive um surto de "melosidade" graças aos episódios 1x12 e 1x13 de How I Met Your Mother, que foram bem românticos, em uma súbita mudança de ritmo da série. Porém, tentei me convencer que amor e relacionamentos não são a "única coisa imperfeita" da minha vida. Estou em uma fase em que a solteirice me oferece possibilidades muito mais divertidas e interessantes. Creio até que toda a felicidade que ando sentindo nos últimos tempos em relação à minha vida acadêmica, social e cultural seria quebrada por um eventual namoro, ou mesmo uma "one-night stand". Relacionamentos - o que inclui sexo - dão um trabalho que não estou disposto a aceitar, pelo menos por enquanto. No relato sobre meu último sábado, vocês verão que essa "ideologia" teve bons frutos.
Às 18 horas, encontrei uma colega no Sebinho, e passamos um bom tempo lá caçando livros e batendo papo. Percebi que pareço uma criança hiperativa quando vou em um sebo/livraria; a cada estante, acho algo que me interessa e fico empolgado! Levei dois livros e 1 CD: um com 4 obras de Sêneca (inclusive um drama teatral, "Medéia"), "Da República" (Cícero) e "13" (Blur), respectivamente.
Ligamos para outros amigos, convidando-os para irem conosco na inauguração do bar/boate Cult 22. Foi uma noite excêntrica e hilária, mas confesso que quase tudo foi por água abaixo quando , já no estacionamento do pub, a maior parte do grupo queria voltar para a Asa Norte e ficar tocando violão e bebendo vinho. Fiquei bravo, e procurei convencê-los que a night-out na Cult 22 seria melhor. Eu e outros 3 entramos, enquanto 2 voltaram. A minha colega estava meio desanimada, e acabou também indo embora mais cedo. Em compensação, eu, o Thiago e o Dênis ficamos, e aproveitamos o excelente debut do novo point indie do Lago Norte.
Duas bandas tocaram - o razoável Enema Noise (cuja platéia era patética - poxa, os caras faziam um rock bem barulhento, mas o público ficou parado, sem pular ou dançar?! Que absurdo!) e o bacana trio Lucy and the Popsonics (tocaram minhas duas prediletas, "Garota Rock Inglês" e "Eu Quero Ser Seu Tamagoshi", além do disco novo quase na íntegra - confesso que gostei de "Fred Astaire" e "Popdollkiller"). Os DJs fizeram setlists excepcionais; para dar só um exemplo, foi a 1ª vez que ouvi "Isolation" (Joy Division) numa boate sem que eu fosse o responsável por tocá-la! Dancei com umas garotas por lá, inclusive umas gêmeas que eu já havia visto no Arena, meses atrás. O Luti, para minha surpresa, apareceu, e depois que saímos da Cult 22, conversei bastante com ele e os outros dois. Em certo momento, estávamos comentando o livro "O Jogo" (Neil Strauss), haha. Cheguei em casa um pouco depois das 6 da manhã.
Yesterday, all the problems seemed so far away - if there was at least a problem. Trocando em miúdos, terminei a noite chegando à conclusão de que minha vida é perfeita e que não tenha a reclamar sobre ela. Porém, vejamos como cheguei até essa ambiciosa sentença.
Kaio acordou às 12:15, e não demorou para tomar um banho, já que, graças à noite anterior, seu cabelo estava desgrenhado. Após ver alguns seriados na internet e tentar ler um pouco, recebi a visita da minha mãe e da irmã e mãe do Gino, meu room-mate. Isso garantiu ao meu sábado uma bem-humorada companhia. Depois de arrumarmos a kit-net, fomos a uma loja de doces, na qual tomei um delicioso milk-shake de chocolate amargo. Mais tarde, fomos à pizzaria Valentina, e apreciamos uma igualmente caprichada - e apimentada! - pizza "pega-fogo". O Gino topou ir à London Calling comigo, e aproveitamos para buscar o Ian, colega dele.
Believe me or not, mas esta festa foi a melhor das 6 festas em que fui neste ano. As discotecagens foram impecáveis, com direito a algumas bem-vindas surpresas ("Ready to Start" - Arcade Fire, "Can't Stop Feeling" - Franz Ferdinand, "Beautiful Ones" - Suede, "Hey Bulldog" - The Beatles...). Radioteque, banda cover de Radiohead, fez uma ótima performance, com um repertório equilibrado - 4 faixas do In Rainbows, 3 do Ok Computer, 2 do The Bends e, para fechar, 1 do Pablo Honey, "Creep", o hino dos losers. A noite ainda contou com um segundo grupo, que tocou vários clássicos do rock britânico de todas as décadas, passando por Beatles, David Bowie, The Jam, The Cure ("Jumping Someone Else's Train"!), Blur, Supergrass, entre outros.
Estava tão alegre que puxei para dançar, ao longo da noite, cerca de 5 ou 6 garotas. Com uma delas, foi quase por acaso - na hora em que a 2ª banda tocava "Take Me Out" (Franz Ferdinand), olhei para trás e a vi, e comecei a dançar junto. Ela era bem animada, e até conversamos um pouco sobre academia, afinal ela é formada em Ciências Sociais. Também encontrei duas meninas que não paravam de rir (no bom sentido) do meu jeito de dançar, e duas que eu já havia conhecido na noite anterior.
É incrível como, quando você deixa de se preocupar em ficar com as garotas nas festas (ou qualquer coisa mais "física/libidinosa" do que "lúdica"), você se diverte bem mais. Eu já não me importava tanto com a idéia de "pegar meninas nas festas", mas sempre ficava tímido para sequer perguntar o nome delas (talvez por temer que isso soasse como um "indicador de interesse" e levasse a uma subseqüente rejeição). Ontem suprimi tal objetivo/pretensão, e quebrei gelos como "nunca antes na história de minha vida", rs. Resultado: pude dançar, conversar e me divertir com elas da maneira mais despretensiosa e descontraída possível, e finalmente sem ficar paranóico/neurótico com a timidez ou a insegurança.
Ah, hoje foi um dia dedicado à deusa chamada Letargia. Acordei às onze, tomei café, naveguei bastante na internet, despedi-me da minha mãe, li algumas páginas de Montaigne, vi um pouco de TV, cochilei... e cá estou eu, encerrando este post. Amanhã preciso fazer os trabalhos de FDMM e Técnicas de Pesquisa, e terei a tarde inteira (12-19h), além da manhã de 3ª (8-13h) para fazê-lo. Quinta-feira tenho prova de Técnicas, além de precisar entregar a lista e aresenha para Evolução das Idéias Econômicas e Sociais na sexta. Como se não bastasse, nos dias 31 (ITL) e 2/2 (EVIES) farei as últimas avaliações do semestre. Quer mais? 300 páginas dos "Ensaios" de Montaigne (ou seja, o Volume 2 inteiro - e, se der, alguns do Vol. 3) para ler até o último dia do mês, pois farei um colóquio sobre ele.
Só espero que meu bom humor se reflita em inspiração para desempenhar bem estas tarefas. Até mais!