From 8 to 23 - parte 1
O sábado acabou sendo muito bom. A reunião da Aliança pela Liberdade foi produtiva, e espero que as coisas que decidimos dêem certo. A "viagem" para Valparaíso 1 (4o minutos!) para a Skins Party valeu a pena. Conheci pessoas novas, tomei bastante Coca-Cola, ouvi boa música, dancei... Minhas ressalvas são poucas; de fato, eles são mais novos que eu (faixa etária: 16 a 18 anos), o que dificultava a "puxação de assunto". Assuntos que eu adoro, como política, tiveram que ficar de fora da conversa. Além disso, não fumo narguilé (o que suprimiu uma das possíveis "táticas de sociabilidade"), as garotas pareciam meio 'avoadas' e os gays só ficavam querendo ouvir Beyoncé ao invés dos meus CDs. Em seguida, às 21h, peguei ônibus para voltar para a Rodoviária do Plano e ir à festa no Galleria. Fui com uma das meninas que compareceram à festa, então pude conversar e não prestar atenção na duração da "saga" de volta ao Plano Piloto.
Cheguei ao Conic uma hora antes da party começar, mas a espera valeu a pena; encontrei vários amigos(as) por lá e passei bastante tempo no dancefloor. Como sempre, muito pop e eletrônica, com direito a muitos hinos da "gay culture". Marina, a amiga que me avisou da festa, veio; batemos um longo papo durante a fase ruim da discotecagem, mas lá pelas 4 da manhã voltaram a tocar boas faixas e fomos ao dancefloor. Em torno das 5 horas, depois de um leve susto (ela havia se esquecido de onde estacionara o carro), ela me deu carona para casa.
Acordei às 12h30 do domingo, e tive um 3º dia de "lazyness". Como já tinha terminado de ver a 1ª temporada de Secret Diary of a Call Girl (afinal, eram apenas 8 episódios, "padrão britânico"), comecei a assistir a Californication, incentivado pelos elogios que a Isabella vivia tecendo a esta série. Não me arrependi: as desventuras de Hank Moody são impagáveis! Escritor que está há anos sob bloqueio criativo, 90% de suas tramas se resumem - direta ou indiretamente - a sexo. É incrível a quantidade de trapalhadas que ele comete para tentar reconquistar sua ex-namorada, que está prestes a se casar - e justamente com o editor dele! Outro destaque da série é a filha de Hank com sua ex: Becca, garota precoce e geniosa.
Mesmo tendo uma prova sobre "Iaiá Garcia" (Machado de Assis) no dia seguinte, resolvi descansar no domingo. Comi Passatempo, ouvi Pixies e apaixonei-me pelo cover que o Bat for Lashes fez para "A Forest" (The Cure).
10 de Janeiro, dia que começou bem cedo para mim; kinda 4 A.M. Estudei o resumo de "Iaiá Garcia" que preparei, a partir de uma compilação do material fornecido pela monitora de ITL e textos avulsos que encontrei na internet. Fui recompensado: a prova estava fácil, pois caíram somente questões sobre passagens do texto que eu tinha fichado. Dias depois, recebi a prova; tirei 9,0, o que, como veremos adiante, pode ser decisivo para um surpreendente SS em Teoria Literária.
À tarde, descansei, li os textos para a aula de Formação e Dinâmica do Mundo Moderno e cheguei cedo ao Senhoritas para o 1º colóquio do ano, sobre Leonardo da Vinci. A propósito, o "ciclo" desse mês é sobre Renascimento, o que soa coerente com o tema do ano: a Grandeza Humana. Bem humanista, não? Aliás, o colóquio foi muito bom; além de termos batido nosso recorde de público (14 pessoas), a exposição do Mateus foi didática, e aprendi bastante sobre a arte de um dos maiores gênios renascentistas. A discussão só se dispersou lá pelas 21h30, quando nosso eterno convidado, o professor de Direito Romano, me ouviu fazendo uma distinção rasa sobre belo x sublime e resolveu falar sobre o que Kant fundamentou sobre este assunto. Dali em diante, metade da mesa ficou ouvindo e debatendo assuntos kantianos com ele, e a outra metade continuou falando sobre arte - eu incluso.
No dia seguinte, dei uma acelerada na releitura de "Elogio da Loucura" (Erasmo de Rotterdam), e consegui terminá-la à noite; eu havia lido esta obra pela 1ª vez em 2006. Como vocês devem ter percebido pelo post anterior, a "comédia grega" de Erasmo é um texto extremamente divertido e atual.
Na aula de Técnicas, o professor disse que o trabalho final da disciplina será fazer o projeto de uma monografia - o que, aliás, foi extremamente conveniente, pois aproveitarei que já tenho que entregar um trabalho para FDDM e quero escrever um artigo para a Noctua (revista da História) e farei um "triple": desenvolvo a metodologia para Técnicas, faço 10 páginas sobre um tema que me interessa para FDDM e, após algumas revisões, envio-o para a Noctua. Sobre o que será? "O Debate Filosófico entre Settembrini e Naphta em 'A Montanha Mágica'", uma continuação, mas com enfoque diferente, de meu 1º artigo: "O Cultivo da Liberdade em 'A Montanha Mágica'". À noite, resisti à tentação de ver BBB e continuei acompanhando a 1st season de Californication. Aliás, desde que começou esta nova edição do Big Brother Brasil, não assisti a nenhum programa, tampouco li sobre o assunto na internet. Já estava na hora de abandonar este vício... Um guilty pleasure a menos, hehe.
Na quarta-feira, o momento mais importante do dia foi o Bate-Papo Acadêmico, com o professor José Otávio (HIS), sobre metodologia da História Antiga e Moderna. O Nascimento acabou fazendo "propaganda enganosa" ao dizer que o prof. convidado era um "helenista"; não demorou para que eu descobrisse que ele era, na verdade, um relativista à moda francesa, com aquele típico desprezo à cultura ocidental que tanto contaminou as ciências humanas e sociais. Em meio aos "antropologismos", ele quis mostrar que o abandono da História Mestra da Vida por uma abordagem mais científica e multicultural foi benéfico; opinião da qual devo discordar. Desavenças ideológicas à parte, foi uma boa palestra-debate. Para maiores detalhes, leiam o relato publicado no blog do PET-POL.
Thursday I woke up listening to PJ Harvey. Awesome! Tentei terminar de ler "Dão-Lalalão" (Guimarães Rosa), mas o texto estava muito chato, cheio daqueles experimentos lingüísticos tão caros a Rosa. Porém, voltaremos a falar sobre isso daqui a pouco, quando eu comentar o sábado...
Diverti-me lendo Testosterona, o melhor site de humor machista que conheço. Nada melhor para se livrar das chatices proferidas pelas feministas do que ler piadas ácidas sobre garotas ou textos humorísticos em defesa da organização social/familiar "mulher dona-de-casa e boa cozinheira, homem tomando cerveja e assistindo ao futebol". Antes que a "patrulha ideológica" pergunte: não, não sou machista/falocrata, e reconheço a importância da conquista de vários direitos. Porém, para além do humor, concordo com alguns pontos que os machistas (e as mulheres anti-feministas) defendem. Leiam, por exemplo, este texto: Porque o feminismo estragou o mundo.
Saiu a notícia de que talvez irão reorganizar o Horóscopo, em razão de mudança do posicionamento de constelações e coisas do gênero. Só digo o seguinte: recuso-me a ser Gêmeos ao invés de Câncer. Logo agora, que eu estava começando a aceitar a idéia de meu cavaleiro de Ouro ser o Máscara da Morte!
Sexta-feira 14. Terminei de assistir à 1ª temporada de Californication, e gostei da reviravolta nos últimos 2 minutos do episódio final. Quero só ver as conseqüências desse fato na 2nd season...
A aula de EVIES foi cancelada, porque a maçaneta do Anfiteatro 13 havia desaparecido, o que impedia a abertura da sala. Vandalismo na UnB, que novidade! O professor divulgou as notas; como estavam afixadas no mural do departamento de Economia, só fui vê-las na 2ª feira. Tirei 7,0, o que me dá um cenário para MS. É só não bobear na última prova, cujo tema, em razão das muitas aulas canceladas (Oreiro viaja bastante), foi reduzido de 4 para 2 autores/escolas: Marx e a Revolução Marginalista. É uma pena que não veremos os Neoclássicos do século XX, tampouco Keynes...
At night, Play. Não consegui carona, então tive que pegar ônibus, sob uma leve chuva. Porém, fui mais do que recompensado: a noite foi excelente! As discotecagens foram incríveis, e atravessaram todas as décadas da história do Rock - do rockabilly ao indie dos 2000s. Encontrei vários amigos, inclusive os nerds que eu jamais imaginaria encontrar numa balada. O Luti, que até reencontrou uma menina que ele não via há anos, me deu carona na volta.
Após um merecido descanso, meu sábado foi um dia bem produtivo em leituras. Li as 40 páginas finais de "Dão-Lalalão", e mudei minha opinião sobre esta novela de Rosa. Os devaneios de Soropita começam a ficar mais densos, o que deixa a trama bem mais interessante. Começou a fazer sentido a quantidade de artigos que encontrei na internet cuja análise desta obra seguia um enfoque psicanalítico...
Voltei a ler Montaigne, e me deparei com alguns dos melhores ensaios do Volume 1, em especial "De Como Filosofar é Aprender a Morrer". Em breve postarei no blog um texto dedicado a este interessante filósofo francês.
Quando eu achava que terminaria o dia de forma amena, eis que o Luti me convida para ir à inauguração do novo apartamento do namorado da irmã dele. Mais uma night-out que valeu a pena; conversei bastante com uma menina que fazia POL, e depois com um sujeito estranho cheio de teorias (p.ex., a batida ideal para um DJ fazer uma discotecagem perfeita, e o porquê de disc-jockeys assim só existirem em SP, mas não em Brasília) e com umas garotas que gostavam de rock clássico e tinham ido ao SWU. Senti-me tão à vontade naquele ambiente - e um dos motivos era o delicioso queijo gorgonzola entre os frios servidos, rs! - que até bebi pela 1ª vez a combinação de rum e Coca-Cola, a.k.a. Cuba Libre. E não é que gostei? Bebida bem doce, diga-se de passagem. Isso é relevante, na medida em que uma das minhas restrições a tomar bebidas alcóolicas é que não aprecio o gosto da grande maioria delas, da cerveja à vodka. Em baladas, só tomo "beer" quando estou com sede e algum(a) amigo(a) me oferece; ainda sou movido a Coca-Cola.
Na continuação desta postagem, contarei como foram os últimos sete dias.