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Kaio

 

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29 dezembro 2010

Top Top 20 d.M.

Seguindo uma tradição iniciada no ano passado, vamos falar um pouco sobre a música em "2K10" - no mundo e na minha vida.


AS 5 MELHORES BANDAS/ARTISTAS QUE DESCOBRI EM 2010

Menções honrosas: Vampire Weekend (banda americana que encarna o espírito do "college rock" - literalmente, como demonstram "Campus" e "Oxford Comma"), Ke$ha (a única "diva pop" contemporânea de que realmente gosto, rs!) e Gang of Four (injetaram funk no post-punk e influenciaram meio mundo).

Phoenix: é possível chegar ao ápice artístico (e comercial) no quarto disco, após quase uma década na obscuridão? Esta banda francesa provou-me que sim. Com a exceção de um ou outro single, como "If I Ever Feel Better" e "Long Distance Call", eles não tinham feito nada estonteante até 2009, ano em que lançaram "Wolfgang Amadeus Phoenix", um álbum estupendo. Entre muitas canções boas, destacam-se a delicada "Girlfriend", a urgente "Lasso", a nostálgica "1901" e a criativa "Lisztomania". Só fui descobrir tudo isso, no entanto, graças ao Planeta Terra. Faltando um mês para o festival, baixei músicas do Phoenix, e fiquei surpreso quando percebi que, sem saber qual era a banda, já tinha ouvido e dançado as duas últimas músicas que citei! Depois do festival, passei a ouvi-los mais ainda.

Wire: falando em surpresas, imaginem como me senti quando percebi que o riff de "Connection" (Elastica) era claramente inspirado no de "Three Girl Rhumba"? Esta é uma das bandas centrais do post-punk, mas foi só em 2010 que comecei a escutá-los com mais atenção. Não me arrependi, pois tive contato com canções brilhantes como "12XU", "Outdoor Miner", "Ex Lion Tamer" e "Kidney Bingos". Wire é art rock de primeira categoria!

Violent Femmes: outra que ouvi numa boate sem saber de quem era. Foram meses cantarolando "Let me go oooon..." esperando que uma alma iluminada me dissesse de quem era esta faixa. Porém, no fim de Novembro, bastou-me uma breve googleada com as palavras do refrão para que eu tivesse a resposta: "Blister in the Sun", da banda de folk-punk Violent Femmes. Eles, contudo, tinham muito mais a oferecer. As letras, muitas vezes sobre sexo, combinam perfeitamente com os vocais raivosos de Gordon Gano e as melodias grudentas. Destaque para "Kiss Off", "Add It Up", "Jesus Walking on the Water", "American Music" e "Country Death Song".

Art Brut: já sabia da fama deles há anos: "a banda que falou mal de Velvet Underground e do 'sexo, drogas & rock 'n' roll". Porém, foi preciso ir à fonte para saber o que diabos era o Art Brut. E não me decepcionei! Uma banda de rock com letras inteligentes, hallelujah! Eddie Argos e seu sotaque britanicamente debochado já soltou pérolas como "Cool your warm jets, Brian Eno", "Why would you want to sound like U2?" (ambas são citações de "Slap Dash For No Cash") e "I want to be the boy, the man who writes the song that makes Israel and Palestine get along" ("Formed a Band"). Eles também sabem fazer boas músicas sobre relacionamentos: as hilárias "Good Weekend", "Direct Hit" e "Emily Kane" não me deixam negar. P.S.: A canção que zoa o Velvet é "Bang Bang Rock And Roll".

of Montreal: se existisse um troféu para "banda mais gay/queer/emboiolada dos últimos vinte anos", eu já teria o meu palpite. A colorida trupe de Kevin Barnes, além de figurar entre os fundadores do lendário coletivo Elephant 6, notabiliza-se também pela prolificidade: lançou seus 10 álbuns de estúdio nos últimos 13 anos! Também os conheci por intermédio do Planeta Terra; dois meses antes do evento, uma colega minha que iria ao show do of Montreal deu a dica. Foi tiro e queda: não demorou para que eu me viciasse nesta banda. Mal dá para dizer qual a minha favorita. "Heimdalsgate Like a Promethean Curse"? "The Party's Crashing Us"? "Gronlandic Edit"? "Requiem For O.M.M.2"? "Sex Karma"? "Chrissy Kiss the Corpse"? ""Coquet Coquette"? Felizmente, eles tocaram várias destas no show em São Paulo - que, diga-se de passagem, foi muito divertido, cheio de performances cênicas.


AS 5 MELHORES CANÇÕES DE 2010

Menção honrosa: "Grow a Pear" (Ke$ha) - é sério! O refrão não sai do meu cérebro, e a letra de fato é divertida. "I signed up for man but you are just a bitch. (...) When you grow a pear, you can call me back".

"I Can Talk" (Two Door Cinema Club): os backing vocals sampleados dos primeiros segundos já me deixaram curioso. O que vem a seguir é ainda melhor: pouco menos de 3 minutos de uma faixa dançante, com guitarras furiosas e baixo e bateria ditando bem o ritmo. Para coroar, os vocais franzinos (no bom sentido) de Alex Trimble. Perfeita para dançar, ou mesmo imitar a voz eletrônica do refrão ("I know that you'd like to!"). Um autêntico "indie anthem", o tipo de música que ouvimos em Skins, rs. "Loose tongue and arrogance it's not appropriate. Don't think that this is it?"

4º "Suburban War" (Arcade Fire): sabe aquela música que "resume a ópera" de um disco inteiro? Eis uma boa definição para "Suburban War", que, embora não tenha virado single, é um dos carros-chefe do 3º CD dos canadenses do Arcade Fire. O riff é melancólico e convidativo, e a letra é uma boa reflexão sobre a desilusão com a vida nos subúrbios: "You know the music divides us into tribes. You grew your hair, so I grew mine. (...) All my old friends, they don't know me now".

3º "Andalucia" (Doves): esta é deliciosamente pop. O Doves lançou uma coletânea, e soube se aproveitar bem da tradição de colocar uma ou duas músicas novas em um 'best of'. "Andalucia" está entre as melhores que eles já gravaram. O trio de Manchester nos trouxe uma canção realmente bem construída. "I can't rest, cannot sleep. I'm feeling numb most days. Can you be the same?"

2º "Coquet Coquette" (of Montreal): riff perfeito, refrão feito para cantar junto, boa linha de baixo e, durante o minuto final, a invasão psicodélica dos teclados. A sexy "Coquet Coquette" conquista o ouvinte de primeira, para nunca mais sair da sua playlist. Ah, e recomendo o clipe, que tem um quê de bárbaro (nos dois sentidos). "Something must be wrong, you give me emotional artifacts that can find no purchase".

1º "Fool's Day" (Blur): bela composição da melhor banda inglesa dos anos 90, que voltou a se reunir no ano passado (vide o belo documentário "No Distance Left to Run"). Esta música me soa como uma síntese nostálgica: combina a melancolia de "13" (álbum de 1999) o experimentalismo do disco homônimo de 97 e o "melodismo" da trilogia britânica ("Modern Life is Rubbish", "Parklife" e "The Great Escape", 1993-95). Trechos como o seguinte demonstram um intimismo bem sensível: "A studio and a love of all sweet music; we just can't let go. So meditate on what we've all become on a cold day in springtime".


OS 5 MELHORES ÁLBUNS DE 2010

Menção honrosa: "False Priest" (of Montreal). Além das já citadas "Sex Karma" e "Coquet Coquette", vale a pena ouvir a empolgante "I Feel Ya Strutter" e a strokeana "Famine Affair".

5º "This Is Happening" (LCD Soundsystem): não nego que me incomodo com o fato de o LCD ser superestimado. Porém, a música deles é realmente boa, então o puxa-saquismo da crítica é perdoável. Basta ouvir a tribal "Dance Yrself Clean" para entender os elogios. E tem mais: "Drunk Girls" é um single bastante irreverente, "I Can Change" é um retrô dos mais simpáticos e "Home" tem uma melodia bem, hã, doce.

"Olympia" (Bryan Ferry): finalmente, um disco do Ferry que remete aos tempos gloriosos de Roxy Music! A capa já cria expectativas: Kate Moss! Isso não nos lembra das lindas mulheres que o Roxy ostentava em seus álbuns da fase áurea (1972-75)? Sobre "Olympia", o que se pode dizer é que Bryan escolheu bem suas parcerias, que foram de Jonny Greenwood a David Gilmour. O cover de "Song to a Siren" (de Tim Buckley) ficou impecável. Outras três que se sobressaem são "You Can Dance", "Alphaville" e "Heartache by Numbers".

3º "Plastic Beach" (Gorillaz): cinco anos depois, o projeto simiesco de Damon Albarn volta a lançar um CD. É o trabalho mais experimental e menos comercial do Gorillaz até agora, mas o resultado foi tão eclético - e interessante - quanto o dos álbuns anteriores. A soturna "Stylo", por exemplo, tem um ótimo videoclipe, com a participação de um truculento Bruce Willis. "Some Kind of Nature" conta com os vocais do genial Lou Reed. Também gostei da africana "White Flag", da oitentista "On Melancholy Hill" e da gangsta "Superfast Jellyfish".

2º "Contra" (Vampire Weekend): um disco que demorei para realmente apreciar. As únicas que adorei logo de cara foram "Cousins" e "Holiday". Com o tempo, passei a gostar também de "Diplomat's Son", "Horchata", "White Sky" (com direito a gritinhos afeminados de Ezra Koenig, rs) e "Giving Up The Gun" (aliás, não sei se vocês notaram, mas nos primeiros segundos dela há uma 'cameo appearance' de "Let Down", do Radiohead!). Com isso, concordo com a opinião geral de que o Vampire Weekend conseguiu fazer um trabalho à altura de sua promissora estréia.

1º "The Suburbs" (Arcade Fire): já virou tradição - desde 2004, a cada 3 anos, este sexteto canadense traz à tona discos adoravelmente melancólicos. O que muda é o pano de fundo: "Funeral" romantiza a vida urbana, "Neon Bible" é apocalíptico e "The Suburbs" revela um incômodo com o vazio existencial da vida nos subúrbios. Além do spotlight "Suburban War", temos "Sprawls II: Mountains Beyond Mountains" (que lembra "Heart of Glass", da Blondie!), a sombria "The Suburbs", a poderosa "Ready to Start", a envolvente "Rococo" e os teclados de "We Used to Wait". Eis outro álbum que melhora a cada audição.

 

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