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Kaio

 

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24 dezembro 2010

25/12, O Dia Mundial do Capitalismo!

Amanhã é uma data especial para a humanidade. Além "daquele" motivo que começa com "N" e termina com "atal", desde 2005 comemoro em 25/12 o D.M.Cap, em homenagem ao melhor sistema socioeconômico (ou "modo de produção", como diria um certo barbudo que não dá presentes) de todos os tempos: o capitalismo!
É um dia para celebrar o que de melhor a economia de mercado nos proporcionou: livre concorrência, menor repressão sobre a consciência individual (o que foi facilitado por sua combinação com dois movimentos intelectuais/culturais preocupados com o livre pensamento: o Renascimento e o Iluminismo), internacionalismo (seja no cosmopolitismo cultural ou na globalização econômica), abolição da servidão e da escravidão da mão-de-obra, progressos técnicos imensos (a partir do estímulo à produção científica), consumo massificado (a "bête noire" dos frankfurtianos...), desenvolvimento socioeconômico, combinação fortuita com a democracia política... Só não se conseguiu o Estado-mínimo "puro" e um autêntico free-market, com o mínimo de barreiras e restrições, mas estas são metas para o futuro!
Tudo isso a partir de três alicerces: liberdade individual, propriedade privada e direito à vida (e a busca pelo melhor usufruto dela, na medida em que se respeite o "pacto de não-agressão").
"Quanto mais livre é o mercado, mais livre é o povo" é certamente uma máxima deliciosamente ousada, certo?
Sim, eu sei que 8 em 10 pessoas que porventura lerem isso vão chiar, falar que o capitalismo causou muitas desgraças etc. Robert Nozick fez um inventário dessas "F.A.Q.":

"...quando se refuta uma ou outra das queixas concretas sobre o capitalismo (talvez a de que conduza ao monopólio, ou à contaminação, ou à desigualdade exagerada, ou a de que implica a exploração dos trabalhadores, ou que deteriora o meio ambiente, ou que cause guerras, ou que impede o trabalho responsável, ou que trata por todos os meios de satisfazer os desejos das pessoas, ou que estimula a falta de honradez no mercado, ou que produz em função dos lucros e não da utilidade, ou que freia o progresso para aumentar os lucros, ou que conduz à superprodução, ou à subprodução), quando se demonstra e se aceita que a queixa tem uma lógica imperfeita ou hipóteses imperfeitas em termos dos fatos, da história ou da economia, aquele que se queixa não muda de opinião, apenas abandona um tema e rapidamente se lança a outro." (Nozick, Robert. "Por que os intelectuais se opõem ao capitalismo?")

Porém, ouso dizer que não conheço outro sistema que melhor tenha combinado eficiência com capacidade de mudar/transformar e também inspirar. A primeira e a segunda são coisas que até os seus desafetos admitem, porém a última é vista com receio. Foi com a Escola Austríaca e com a controversa Ayn Rand (especialmente em "A Revolta de Atlas") que aprendi que o free-market pode ser uma utopia das mais instigantes. O próprio Nozick admite isso, no último capítulo de seu "Anarquia, Estado e Utopia". Um mundo que respeite a liberdade individual e o aperfeiçoamento pessoal (quem sabe, a "bildung") de cada um de nós pode sim ser uma meta bela e desejável! 
Como contraponto, vejamos o que Lukács diz, durante um trecho que inicia como uma bela digressão sobre a cultura humanista e subitamente se torna um ataque mal fundamentado e exagerado ao sistema capitalista. Aliás, esta 2ª metade da 'quote', pelo visto, virou moda na argumentação da Escola da Frankfurt:

"Ora, a humanitas - ou seja, o estudo apaixonado da natureza humana do homem - faz parte da essência de toda literatura e de toda arte autêntica; daqui que toda boa arte e toda boa literatura sejam humanistas, não só ao estudarem apaixonadamente o homem e a verdadeira essência da sua natureza humana, mas também por defenderem, mas, também, por defenderem apaixonadamente a integridade humana do homem contra todas as tendências que a atacam, a envilecem e a adulteram. Como todas essas tendências, e naturalmente antes de todas a opressão do homem pelo homem, assumem a mais desumana das suas formas na sociedade capitalista - exatamente por seu caráter reificado e objetivação aparente - todo verdadeiro artista e todo verdadeiro escritor é um adversário instintivo de qualquer alteração do princípio do humanismo, independentemente do grau (maior ou menor) em que seja alcançada a consciência disso nos espíritos criadores individualmente considerados."  (Lukács, Georg. "Ensaios sobre Literatura", 1968, p. 23)

Será mesmo o capitalismo esta instituição tão demoníaca que inevitavelmente corrompe o ser humano? Tenho mais motivos para ver o contrário. O desprezo de muitos intelectuais pelo "tipo burguês" reflete uma recusa em compreender que é justamente na sociedade baseada em valores como o livre mercado e a liberdade individual que se tornou possível difundir a cultura humanista como nunca antes na história da humanidade! Se são poucos os interessados por estas Humanitas, isso já era uma consequência esperada: as belas-artes e a grande cultura humanística são por essência elitistas. 
O problema é quando uma sociedade reprime até essa minoria (o que o socialismo, que tantos defendem, insistentemente fez), ao invés de dar espaço para a livre manifestação da mesma. É a 1ª organização social que permite a um pobre do 3º Mundo, por meio de esforço (e um pouco de sorte, é claro), tornar-se alguém com o calibre intelectual de um aristocrata. Capitalismo e meritocracia, na medida em que não haja barreiras e privilégios (como as tantas que existem no Brasil...), andam juntos. 
O ser humano goza de livre-arbítrio, e uma boa sociedade deve estar amparada nesse princípio tão caro. É de se louvar que o Ocidente contemporâneo - e todos os demais países que aderem a essa constelação social e cultural - tenha herdado o que havia de melhor da cultura greco-romana e do cristianismo. O capitalismo "bebe" desses valores, manifestando na economia a liberdade que também se almeja na política e na consciência. 
Termino este texto sugerindo uma inversão da 11ª Tese a Feuerbach (Marx, "A Ideologia Alemã"): ao invés dessa preocupação excessiva (e, muitas vezes, totalitária) de transformar o mundo (em busca do tal "novo homem"), devemos voltar a pensar, refletir e indagar sobre a realidade. Assim como aconteceu comigo e com tantos ex-esquerdistas, foi preciso deixar de lado certos preconceitos e clichês para entender que a sociedade baseada na economia de mercado não é o "bicho de sete cabeças" que seus detratores dizem que é. Um exame mais atento e sensato da economia, da política e da cultura permite que mesmo aqueles que são de esquerda respeitem o capitalismo, ao invés de difamá-lo a partir de uma má compreensão. 

Sem mais delongas, Feliz Dia Mundial do Capitalismo para todos vocês! 

P.S.: Antes que me perguntem: 1. Não, este texto não foi irônico; 2. Sim, é apologia - sintam-se com a consciência menos pesada por terem comprado tantos presentes, rs; 3. Não estou fazendo troça de Jesus Cristo, apenas queria aproveitar o Christmas para uma 2ª celebração. Abandonei o ateísmo sarcástico do meu debochado texto anterior sobre o D.M. Cap, de 4 anos atrás. Hoje sou um agnóstico mais tolerante com o cristanismo. =)

 

Comentários:

 

 

playboy asqueroso


Hahahaha, adorei! Taí uma pessoa que não me conhece na vida real. =D
Feliz D.M. Cap, companheiro(a)!


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