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Kaio

 

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27 novembro 2010

Here to Stay - parte 2

Eis-me aqui para redigir, com o (in)devido atraso, um relato sobre alguns dos fatos que ocorreram em minha vida desde o fim de Setembro.

27 de Setembro. O início não poderia ser outro: o 1º dia de aulas. Foi um dia longo, que começou às 5h30 e acabou às 2h45. O motivo para ter sido "early bird" não é surpresa para ninguém (afinal, tenho o hábito de acordar cedo), mas creio que devo justificar o porquê de ter ido dormir tão tarde naquele dia.
Comecei com a aula de Introdução à Teoria da Literatura, com o ótimo e irreverente professor Gilson Sobral. Em poucos minutos, eu já estava mais do que contente por ter insistindo em fazer esta disciplina. Passei a maior parte do dia conversando, até a aula de Tópicos 3: Formação e Dinâmica do Mundo Moderno, a.k.a. "matéria do PET". Embora eu tenha saído do programa, mantive dois vínculos: a pesquisa (o que inclui ir às reuniões acadêmicas) e lecionar aulas na disciplina que criamos.
Em seguida, colóquio sobre Chesterton ("Ortodoxia"), feito por um amigo meu do GEH. A essa altura, eu já estava cansado, mas quando ele e uma colega minha decidiram ir ao Bar do Calaf, não recusei. Ficamos lá até duas da manhã, e tocou uma ou outra música legal. Porém, passamos o tempo batendo papo mesmo; lembro-me de uma ou outra tirada à la "ode ao hedonismo" da parte dela, rs.

Estudos Humanistas em Outubro: o grupo de estudos acabou sendo menos ativo do que teria ser nos últimos dois meses, mas ainda assim promovemos alguns eventos (vide Liberdade na Estrada). Nos dias 1º e 15, duas discussões sobre "Ação Humana", tratado de economia do austríaca Ludwig von Mises. Dentre os livros que reli neste ano, este foi um dos poucos cuja 2ª leitura não foi mais prazerosa que a primeira. Não que Mises seja enfadonho, mas é que porque as discussões técnicas não são exatamente aquilo que mais me agradaria no tempo livre que eu arranjava para ler a obra. De qualquer maneira, a parte sobre metodologia das ciências humanas agradou-me bastante. Já no dia 22, falamos sobre os ataques de Karl Popper a Platão, Hegel e Marx em "A Sociedade Aberta e seus Inimigos". 
Realizamos dois colóquios: um sobre Carl Menger, em 4/10, e outro sobre Hayek, duas semanas depois, aproveitando que no mesmo dia eu havia dado aula sobre ele (vide Aulas sobre Hayek). Este foi melhor, pois contamos com a presença de alguns aposentados, que deram uma contribuição riquíssima para o debate.
Fomos ao CEAN para as primeiras aulas do Humanismo nas Escolas. O tema foi "O Manifesto do Partido Comunista" (Marx & Engels), e visitamos as seis turmas do 3º ano. Confesso que gostei da experiência; dentre as três em que fui, houve uma turma em especial em que eles participaram bastante do debate. Pena que, por falta de tempo e disponibilidade, ainda não pudemos trabalhar com o 1º e 2º anos....
A grande decepção do mês foi o parco público que veio à palestra do prof. Luis Gusmão, sobre "Os Clássicos como Base Teórica Permanente da Moderna Investigação Social". Mesmo assim, quem veio teve o privilégio de acompanhar uma erudita exposição do professor sobre o seu tema de pesquisa.

Parece que o gerúndio que melhor sintetiza o que mais fiz (ou, quando não o estava fazendo, pensava que deveria fazer, rs) nos últimos meses é estudando. Incrível como este 6º semestre está mais pesado que os dois anteriores, mesmo sem monitoria ou PET. Talvez isso se deva ao fato de que 3 das 5 disciplinas que peguei são exigentes: a já citada ITL (já tive três provas, daquelas que cobram detalhes, sobre "A República" de Platão, "Poética" de Aristóteles e "Andrômaca" de Eurípedes), além de Evolução das Idéias Econômicas e Sociais (muitas leituras, 8 resenhas, 4 listas de exercícios e 2 provas!) e Técnicas de Pesquisa em Ciência Política (de longe, a matéria mais chata do semestre; é praticamente Estatística Aplicada Versão 1.5, com tarefinhas de casa enfadonhas). 
A grande vantagem é ter as terças e quintas de manhã sem nenhuma aula. Assim, não preciso alocar todo o meu lazer para os estudos...

Sobre o primeiro turno das eleições, houve muitas boas e más notícias. Se por um lado Gabeira foi derrotado no Rio, PT, PMDB e cia. tornaram-se hegemônicos no Congresso e 4 dos 6 em que votei não foram eleitos, por outro... 1) Marina Silva, candidata em que votei, teve um desempenho surpreendente no pleito presidencial (19%), selando assim a necessidade de uma nova rodada para decidir o páreo entre José Serra (33%) e Dilma Rousseff (47%); 2) Bons políticos foram eleitos para o Senado, como o democrata Demóstenes Torres, o pepessista Itamar Franco e os tucanos Aécio Neves e Aloysio Nunes (zebra da eleição, impedindo que a dupla Marta & Netinho, a.k.a "Sra. Orgastic & Espancador de Mulheres e Vesgos", fossem eleitos juntos); 3) 2º turno também em Goiás, entre Iris (36%) e Marconi (46%), graças ao bom desempenho de Vanderlan (16%), outro "terceira via" em que votei; 4) Meu candidato a deputado federal, Thiago Peixoto (PMDB), foi eleito.
Curiosidade: votei em seis partidos diferentes: PMDB (deputado federal, Peixoto), PSB (dep. estadual, Ruy Rocha), DEM (1º senador, Demóstenes), PT (2º senador, Pedro Wilson), PR (governador, Vanderlan), PV (presidente, Marina). Se contarmos o segundo turno, então foram sete: José Serra, do PSDB.
 
Liberdade na Estrada: evento promovido pela ONG Ordem Livre, contou com apoio dos Estudos Humanistas, que ajudou um pouco na divulgação e reservou o auditório Joaquim Nabuco para eles. Todas as palestras foram interessantíssimas: Diogo Costa e a tradição liberal brasileira do século 19; Carlos Pio e os desafios políticos e econômicos do Brasil; e Adolfo Sachsida e os riscos de o programa Minha Casa, Minha Vida se tornar uma bolha movida por crédito fácil e sem garantia. Ao final do evento, foram distribuídos DVDs que, além de versões em pdf de alguns clássicos liberais, continham a famosa série Livres para Escolher, de Milton Friedman. Vieram cerca de 35 pessoas no Liberdade na Estrada - um número razoável, se considerarmos que era uma 6ª à tarde.

Outro bom momento do mês foram as duas Aulas sobre Hayek que dei pela matéria do PET. Preparei-a com o maior cuidado, fiz várias leituras complementares para enriquecer a minha exposição e anotei bastante no quadro, para deixar a aula o mais "acadêmica" possível. O único deslize foi ter me alongado na exposição - principalmente na 1ª aula, quando só parei de falar quando já tinha passado das 17h30, sobrando pouco tempo para o debate. Na 2ª delas, tomei mais cuidado, e por sorte o pessoal participou mais.
Foi uma experiência gratificante; descobri que tenho mesmo vocação para a carreira docente!

É hora de falar sobre a viagem que fechou o mês: a ANPOCS 2010!
- Dimanche: cheguei um pouco antes das 17h na FA. Com um pequeno atraso (o povo de Relações Internacionais desistiu de última hora), o ônibus partiu para a estrada. Já nas primeiras horas o pessoal chutou o balde, e se divertiu à beça ônibus, regados a um conhaque chamado, hã, Presidente. O que posso dizer é que sempre pertenci à tribo dos "camisados", if you know what I mean. Quando eles se cansaram, eu e a minoria que não exagerou na festença conversamos a madrugada inteira; um amigo meu nem dormiu naquela noite.
- Lundi: enfim, em Caxambú! À tarde, eu e os demais moradores da "casa do 1º/2007" (semestre de 4 dos 6 inquilinos) tomamos um tal de frozen, que é uma mistura de sorvete de morango com capiroska. Achei gostoso, e felizmente aquilo não me deixou bêbado, haha.
- Mardi: Fui o único que acordou para ir nas atividades matutinas. Mesa-redonda sobre "Os Sentidos Sociais das Atividades Econômicas". Em seguida, comprei livros, todos eles coletâneas de artigos: "Ética, Cultura e Política", "Pensar a República" e "Arte e Política". Almocei com o pessoal (macarronada!), e depois fui à 1ª sessão do ST34 - Teoria Política, cujo tema era o pensamento político brasileiro, focando-se na questão do conservadorismo, centralização e da ação política.
- Mercredi: Ótima MR sobre Joaquim Nabuco, com destaque para a participação de José Murilo de Carvalho. fiquei encantado pela "menina do Utilitarismo", pessoas ficando engraçadas após tomar gummy.
- Jeudi: Adquiri dois últimos livros, um barato ("De Geisel a Collor: Um Balanço da Transição") e um caro ("Contra-história do Liberalismo"). Houve a última festa; diverti-me à beça. A banda tocou exatamente as mesmas músicas dos últimos anos, mas já me acostumei com isso.
- Vendredi: "Laranja Mecânica" no ônibus.
- Samedi: chegada em Brasília, para logo depois arranjar carona para ir a Goiânia (vide 2º round).

Pokémon: uma das coisas que mais fiz no meu tempo livre nessas últimas semanas foi jogar Pocket Monsters no meu Nintendo DS. Treinei bem meus monstrinhos, e venci a Elite Four; só tive dificuldades na luta contra Lance, mas após alguns Revives e Full Restores, meu esquadrão (Lugia, Garchomp, Espeon, Ampharos, Feraligatr e Magmortar) prevaleceu. Já cheguei em Kanto, visitando todas as cidades e resolvendo a "quest" da Power Plant. Ainda vou decidir em qual ordem vencerei os líderes de ginásio. Já pensei em alguns critérios...

Cavaleiros do Zodíaco: outro hobbie nostálgico que me acometeu nos últimos tempos. Quase todo dia assisto a algum episódio, seja na Band ou pelo YouTube mesmo. Finalmente acompanhei na íntegra as sagas de Asgard e Poseidon, e minutos atrás terminei de ver a fase Santuário da Saga de Hades. Incrível como eu conheço - e adoro - este anime há quinze anos, mas só agora fui ver pela 1ª vez tantos episódios... 
É incrível como os OVAs passam uma impressão errada sobre o Shun, que é logo desmentida pelo desenho. Ele é, inclusive, o destaque da Saga de Poseidon, tendo vencido 2 marinas (e um deles era Sorento) e ainda ter arranjado fôlego para ir ajudar Seiya e cia. na destruição do pilar principal. 
Shiryu, por sua vez, foi aquele que se sobressaiu contra os Guerreiros Deuses de Hilda; 2 vitórias (a 2ª tendo sido contra um dos meus cavaleiros prediletos, Alberich, um dos mais cínicos e megalomaníacos vilões de CDZ) e a descoberta do ponto fraco de Siegfried, deixando-o "de bandeja" para Pégaso.
Fiquei meio decepcionado com o Hyoga, que não se revelou tão bom cavaleiro quanto eu sempre acreditei que era. Mesmo assim, ele continua a ser o mais "cool" dos defensores de Atena, rs.

2º round: confesso que até fiquei empolgado com a candidatura Serra nos primeiros dias do segundo turno. A diferença era de apenas seis pontos (53 x 47), e Dilma parecia ter dificuldades para recuperar a popularidade de semanas antes. Porém, uma vez mais os tucanos fracassaram em tornar seu candidato atraente. A guinada para o conservadorismo (vide pauta do aborto) e o insistente discurso sobre ética e corrupção não surtiram efeito. Some-se a isso a presença (ainda) mais constante de Lula na campanha de sua protegida. Além disso, o eleitorado de Marina, cuja maior parte estava indeciso, acabou dividindo-se de maneira aproximadamente equânime, com uma leve maioria optando pelo PSDB. 
O resultado não surpreendeu a ninguém; até as pesquisas acertaram! Sra. Rousseff é a nova presidente do Brasil, com 56% dos quase 100 milhões de votos. Fiquei até animado com as primeiras notícias sobre o ministério que ela está montando, pois muitos nomes ortodoxos (como o próprio Antonio Palocci) estavam cotados. Bem, é com isso que me resta contentar: que Dilma não estrague o que FHC e Lula pavimentaram na política econômica.
Em Goiás, meu outro candidato também perdeu, só que por margem menor: Iris Rezende teve 47% do eleitorado, seis pontos a menos que o governador reeleito, Marconi Perillo.

SEMEX: durante a 10ª Semana de Extensão da Universidade de Brasília, o projeto Estudos Humanistas, além de ter exposto um pôster resumindo as suas atividades, organizou uma mesa-redonda (na verdade, foi uma circunferência) sobre "Totalitarismo e Liberdade em 1984".
Para a nossa surpresa, já que o evento teve que mudar de local duas vezes (sendo a última literalmente em cima da hora); vieram mais de 20 pessoas! Fiz a exposição e depois partimos para o debate, que foi bem produtivo. Até falamos de outros assuntos, como juventude e outras obras distópicas. Também toquei trechos de músicas do álbum "Diamong Dogs", de David Bowie, cuja temática tinha a ver com o romance de George Orwell. Confesso que saí de lá mais do que satisfeito com a atividade.

Mês Sci-Fi: em Novembro, o tema do EH foi Ficção Científica. Já fizemos um colóquio sobre "Admirável Mundo Novo", ainda realizaremos outros dois ("Laranja Mecânica", depois de amanhã, e "V de Vingança", adiado para 6/12) e promovemos o supracitado evento sobre "1984".

Fórmula 1: Sebastian Vettel campeão, com louvor! Foi uma das melhores temporadas dos últimos anos, com um grande equilíbrio na disputa pelo título: 5 pilotos (Button, Hamilton, Webber, Alonso e Vettel) de 3 equipes diferentes (Ferrari, McLaren e Red Bull). 
Confesso que me viciei até demais em F1 nesses últimos tempos... cheguei a passar o domingo inteiro da última corrida ou vendo, ou lendo coisas sobre este esporte!

Nos dois próximos posts: Kaio falará sobre como foi o fim de semana em que ele viajou para São Paulo para o Planeta Terra e o show do Paul McCartney.

 

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