Um fim de semana em São Paulo - O Domingo Solitário
Felizmente, quando liguei para o meu celular, o Luti atendeu, com uma voz estranha e sonolenta; “nevertheless”, ele me informou a rua (Mateus Gron), mas precisei para umas 5 pessoas no caminho sobre como chegar lá. Finalmente, às 9h49, encontrei o edifício e peguei carteira e celular.
A essa altura, minhas pernas já estavam bastante doloridas. Voltei à rua Teodoro Sampaio para pegar o ônibus, cheguei ao metrô, mas entrei num errado (não exatamente; apenas demorou um pouco a mais, pois ele iria para a Vila Madalena antes de voltar a se cruzar com a Azul). Quando cheguei a Santa Cruz, tive que fazer aquele mesmo percurso “200 m + 8 quadras” até chegar ao Bienal Flat;comprei uma casquinha no McDonald’s para agüentar. rs. Às 10h40, cheguei ao hotel. Uma pena que foi 10 minutos depois do fim do café da manhã... Morrendo de sede, mas pão-duro demais para comprar algo do frigobar, tomei água da pia do banheiro mesmo.
Paul teve pontualidade britânica; começou às 21h30 mesmo. Lá estava eu, com minha camiseta preta GG, com um logotipo minimalista dos Beatles, cachecol preto, jeans azul-escuro, botas All-Star, na grade da arquibancada, morrendo de medo de deixar meus óculos de grau caírem – tanto é que não foi esse o show em que mais pulei nesse fim de semana (provavelmente o “vencedor” foi of Montreal).
O show foi genial, do início ao fim: “Venus and Mars”, “Rock Show”, “Jet” (muito melhor ao vivo do que na versão de estúdio). “All My Loving” (adorei o vídeo com cenas da época da Beatlemania). “Highway”, “Drive My Car” (já notaram o quanto a letra dela é sugestiva?), “Let Me Roll It” (Paul troca o baixo pela guitarra), “The Long And Winding Road” (por ser uma balada, vieram os teclados), "1985", "Let Me In", "My Love" (linda!), "I've Just Seen a Face" (já com o violão, esta é bem animada), "And I Love Her" (não esperava! Adoro-a), "Blackbird", "Here Today" (homenagem a John), "Dance Tonight" (bandolim; fofinha, rs), "Mrs. Vanderbilt", "Eleanor Rigby", "Something" (banjo? Enfim, clássico do George), "Sing the Changes", "Band on the Run" (uma das melhores dos Wings), "Ob-la-di, Ob-la-da", "Back in the USSR" (duas do White Album), "I Gotta Feeling", "Paperback Writer", "A Day in the Life" (antológica!), “Give Peace A Chance”, “Let It Be”, “Live And Let Die” (fogos de artifício!), “Hey Jude” (fim do repertório 'normal'; o "Da-da-da" foi emocionante), "Day Tripper" (grande riff para abrir o 1º bis!), "Lady Madonna", "Get Back", “Yesterday” (início do 2º bis), “Helter Skelter” (só mesmo o Paul para tocar sua música mais pesada depois da mais delicada), “Sgt. Pepper’s (Reprise)” e “The End” (chave de ouro para encerrar o melhor show da minha vida).
[Como alguém, aos 68 anos de idade, consegue fazer um show com quase 40 canções e 3 horas de duração? Só mesmo Paul McCartney para continuar tão carismático, brilhante e alegre. Entre quase todas as músicas, ele conversava com o público, improvisando o português, fazendo caras e bocas (a cena do suspensório foi hilária, assim como a em que ele fingiu que tinha ficado surdo). Inesquecível: é isso que eu tenho a dizer.]
[Voltamos para o hotel, e fui dormir às 2h. A seguir, at the airplane:]
“Estou no avião, aguardando a decolagem. Nem preciso dizer que o show do McCartney foi perfeito, certo? 3h, 40 músicas e um artista que, mesmo aos 60 anos, ainda revela alegria e prazer em tocar. Carismático, multi-instrumental, divertido.”
Dormi das 2 às 7h, arrumei minhas malas enquanto passavam bons clipes na MTV (inclusive “Atmosphere” – Joy Division). Tomei um café-da-manhã completo – queijo com goiabada, pão três-queijos, cappuccino (café, leite e chocolate em pó), pão de queijo e peito de peru. Como já estava na portaria às 8h30, pude ir para o aeroporto 1 hora antes do previsto. Comprei revistas [uma Trip e uma Playboy, rs], joguei Pokémon White e descobri que o São Paulo tomou de quatro do Fluminense (que é o novo líder). [Uma semana depois, ainda o é]
O vôo atrasou um pouco, cerca de 15 minutos [na verdade, foi 1 hora]. No trouble at all; de qualquer maneira, só preciso estar na UnB às 16h. [Usando a chuva como desculpa, acabei nem indo a esta aula, haha]
Este fim de semana, como eu já esperava, foi espectacular. Curiosamente, os dois dias apresentaram forte contraste: “sábado social”, “domingo solitário”... [Não sei se vocês sacaram, mas, ao contrário do dia 20, não encontrei/saí com nenhum amigo no dia 21/11; fiz tudo “by myself”]
[Posfácio: no ônibus do aeroporto para minha quadra, reencontrei uma garota em cuja festa, Cansei de Ser Cult, eu havia tocado, em 13/5... que baita coincidência, não? Tivemos uma boa conversa no caminho]