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Kaio

 

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08 maio 2010

Um novo mundo de aventuras...

Hoje é Dia de Maria: passei boa parte da quarta, quinta e sexta assistindo, lendo, escrevendo ou discutindo algo sobre esta série. É que a extensão do PET vai ajudar o teatro da escola em que trabalhamos a montar uma peça baseada em "Hoje é Dia da Maria". Ainda não sei como assisti a todos os 13 episódios em menos de 48 horas, mas o fato é que o fiz. Gostei mais da 1ª jornada que da 2ª, pelo enredo mais "redondo" e os debates mais interessantes sobre religião e filosofia (dicotomia fluida entre Bem e Mal) que possibilita. Porém, a 2ª, mais cosmopolita e caótica, também tem o seu valor.

Friedrich Hayek: 3ª feira à noite foi a data de encerramento de minha releitura de "O Caminho da Servidão". Embora o livro melhore em sua metade final, que é menos 'economicista' (algo sintomático, pois a partir de 1944 este austríaco foi se afastando da economia e passou a privilegiar temas da Ciência Política, Direito, Filosofia e até Psicologia), ficou claro para mim que algumas das críticas recorrentes a Hayek fazem sentido. Por exemplo, o maniqueísmo (às vezes me parece que tudo para ele se resume em certo ou errado, liberal ou totalitário), reificação de conceitos (isso quando não é impreciso em suas definições, como a de "totalitarismo") e as idéias estranhas que tinha sobre a ordem internacional.
Façamos um apanhado das discussões mais relevantes dos oito último capítulos de "O Caminho da Servidão":
- Antes de tudo, é importante considerar alguns de seus pressupostos. Segundo Leda Maria Paulani, em seu artigo "Hayek e o Individualismo no Discurso Econômico", Hayek tem uma metateoria individualista (o conhecimento é subjetivo), mas uma teoria não individualista (nem toda ação humana é racional e autônoma), o que nos leva àquilo que Jon Elster chama de paradigma funcional fraco: conseqüências não pretendidas. Em outras palavras, na ordem espontânea hayekiana, a localização econômica enquanto estrutura influencia o comportamento dos atores, mas não o determina - ao contrário do que ocorre no paradigma funcional principal (Keynes, Marx) ou no forte (Althusser). Portanto, o indivíduo em si só existe em sociedade, e por meio das leis. Isso nos leva a uma espécie de contradição: quando ele é, se nega; mas, no caso dos marxistas, quando não se nega, já não o é mais.
- O melhor capítulo do livro, "O Fim da Verdade", fala sobre o efeito da propaganda nos Estados totalitários, e a necessidade que esses têm de fazer a população acreditar nos objetivos do plano social. Para isso, há uma destruição das regras morais, e por tabela do próprio senso da verdade. Há uma perversão da linguagem; por exemplo, quando se fala em "novas liberdades". Passa-se a justificar as idéias oficiais por meio de um controle total da opinião.
- Esta discussão me lembrou muito daquela passagem de "1984" (George Orwell) em que Winston Smith começa a ler o livro de Goldstein, sobre a "Teoria e Prática do Coletivismo Oligárquico". Segundo este, há três classes (Alta, Média e Baixa), sendo que as duas primeiras historicamente se alternam no poder, mesmo que por meio de revoluções; a vencedora passa a manter o "status quo" e a perdedora assume o tom insurrecional que antes combatia. Além disso, existem 3 superestados em guerra permanente: Oceania (EUA + Império Britânico + Sul da África), Eurásia (Rússia + Europa Continental) e Lestásia (China + Sudeste Asiático), sendo que cada um adota variações da doutrina socialista: Ingsoc, Obliteração do Ego e Adoração da Morte, p. ex. O objetivo dessas guerras seria destruir excedentes, e assim manter o sistema funcionando. Para justificar estas e outras atrocidades e perpetuar a estrutura hierárquica criada, criou-se a Novilíngua, que impossibilita outras formas de pensamento que não fossem a da cosmovisão Ingsoc. A Polícia do Pensamento, por meio de mecanismos como o "duplipensar" (sistema de fraude mental que reconcilia contradições), opera a mutabilidade do passado, destruindo progressivamente a própria verdade histórica. Além disso, o personagem orwelliano afirma que o socialismo era o último elo de uma cadeia de pensamento iniciada com a revolta dos escravos antigos, mas que foi infectada pelo Utopismo, que ao longo de suas variantes, diminui progressivamente seus propósitos de liberdade e igualdade.
- Voltando ao texto do Hayek, temos outro capítulo importante, porém controverso: "As Raízes Socialistas do Nazismo". A análise é correta, pois de fato é no Romantismo alemão do século 19 que surgiu o ressentimento (inclusive da própria classe intelectual alemã, sempre marginalizada) que mais tarde se bifurcaria em socialismo e nacionalismo. Porém, é importante lembrar do fundo local, do contexto específico do nacional-socialismo alemão. Friedrich von Hayek tenta aplicar o mesmo ao caso inglês, talvez movido pelo temor de que o socialismo fabiano (que já tinha se aliado até com os conservadores em sua retórica imperialista) seria o prenúncio de tempos bem sombrios; porém, esquece as particularidades da experiência política britânica, o que foi comprovado poucos anos após a publicação de "O Caminho da Servidão". Por mais que governos trabalhistas como o de Clement Attlee tenham nacionalizado a economia, isso não significou a morte do capitalismo inglês, tampouco das liberdades individuais e civis.
- Também gostei das discussões sobre responsabilidade moral que o autor empreendeu ao longo do livro. Aqueles que têm "economofobia", ao pregar o fim do homem econômico, acabam se revelando tão ou até mais materialistas que o capitalismo que criticam, com a diferença de que não se preocupam com os limites jurídicos e morais de sua acumulação. Ao pregarem a "abundância em potencial", ignoram limitações econômicas e éticas. Tal mudança dos valores morais acaba por derrubar a tradição - eis o ponto em que o Hayek "old whig" se revela.
- Quanto ao capítulo final e sua súbita mudança de tom (ao invés de críticas, há sugestões), de fato a proposta hayekiana de um federalismo em escala mundial soa datada, por mais que se insira na constante crença liberal em uma ordem internacional voltada para a paz e o comércio. De quebra, suas preocupações com o "realismo" de Carr e outros de seus contemporâneos é sincera, tendo em vista a perspectiva belicista que estes pregam para a relação entre Estados.

Pokémon Platinum: zerei o jogo na madrugada de quarta para quinta. Naquela noite, eu havia visto a 2ª jornada de "Hoje é Dia de Maria" com o pessoal do PET, e depois saímos para o Balaio. Mesmo chegando em casa às 3 da manhã, fui direto para o DS. Minha equipe utilizada para o confronto contra a Elite Four e a Champion foi: Empoleon (lv. 58), Giratina (lv. 58), Houndoom (lv. 58), Luxray (lv. 58), Alakazam (lv. 59) e Dialga (lv. 63).
Vencer a Liga Pokémon não foi tão fácil assim, especialmente na batalha final contra Cynthia. Porém, meu Luxray disparou um Thunder contra o Togekiss dela, e corri para o abraço, rs.
No dia seguinte, comecei a desfrutar do mundo que se abre na jornada pós-Liga. Ganhei a National Dex, já visitei três novas áreas (Fight, Survival e Resort), capturei Uxie, Azelf e até um Larvitar (que já evoluiu), venci o primeiro round de 7 batalhas na Battle Tower e até adquiri uma mansão!

Fórmula 1: Rubinho largará só em 17º, que pena. Red Bull mais uma vez fez a 1ª fila, mas eu não duvido das possibilidades de a McLaren vencer amanhã. Alonso também tem chances. Massa, que só larga em 9º, precisará se esforçar bastante para subir na classificação do campeonato (atualmente está em sexto).

Viagem para Goiânia: daqui a pouco estou de partida para minha cidade natal. O motivo é bem óbvio: amanhã é dia das Mães! Além disso, já faz um mês que não vejo meus irmãos...
Devo voltar para Brasília na segunda-feira à tarde, pois tem colóquio às 19h30 sobre Sérgio Buarque de Holanda. Serão discutidos os capítulos 4 a 7 de "Raízes do Brasil".

Obs.: Um "em off" para fechar o texto. Depois do colóquio de 2ª passada, eu e uns dois amigos ficamos conversando com um professor de Direito Romano até as três da manhã. Foi um diálogo interessantíssimo, e me deu vontade de ler e estudar mais sobre Lógica, Epistemologia e Retórica, de Aristóteles a Kant.

 

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