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Kaio

 

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25 abril 2010

600 posts! - parte 3

Para fechar a trilogia, um post sintético.

1. O Artigo
Como já falei por aqui, pretendo enviar um artigo, a ser aprovado, para a revista de graduação da História. O título provisório é "O Reino dos Karamázov: Os Três Irmãos e a Rússia do Século XIX". Pretendo discutir, a partir do romance "Os Irmãos Karamázov" (Fiódor Dostoiévski), os caminhos da modernização russa, em especial o ambiente cultural e político da época. A oposição entre as visões de mundo de Ivan e Aliócha (assim como o meio-termo, o "russo comum" Dmitri), respectivamente um progressista de influências ocidentais e um conservador e cristão ortodoxo, será o mote do texto.
Eis um brainstorm de temáticas possíveis a serem desenvolvidas no meu texto:

- História, Cultura e Sociedade na Rússia do Séc. 19
- Sociologia da Religião
- Política; Espectro ideológico do personagens
- Biografia de Dostoievski
- Servidão, litígios financeiros
- Ivan, niilismo, assassinatos políticos
- Aliócha, eslavismo cristão, movimentos religiosos
- Dmitri, romantismo, populares
- Discussões sobre Deus, liberdade, crime e justiça
- “Nationalism” (Liah Greenfeld) como base
- Ocidentalização x Eslavismo cristão
- A Revolução de 1917 e a opção pelo modelo ocidental

Pretendo terminá-lo, se der tudo certo, até 30 de Abril. Não sei como vou conciliar isso com as duas leituras que tenho que fazer até dia 30, Hayek e Tocqueville; mas, acho que com o tempo livre que terei sem as festas (pois é, antes de 6ª estou me proibindo de sair!), tenho alguma esperança de consegui-lo.

2. O Livro
Tive alguma novas idéias:
1. Alice e o amadurecimento: depois de algumas conversas que tive nessa semana, mais algumas experiências recentes e as reflexões trazidas por "As Melhores Coisas do Mundo", resolvi que esta personagem terá o fardo de refletir os problemas, vantagens e angústias trazidas por um amadurecimento precoce. Alice, já aos 14/15 anos, tinha muito mais experiência de vida que seus amigos(as), e com isso surgiu como uma liderança no grupo. Muitas vezes, justificou suas atitudes com autores que lia, desde beatniks como Jack Kerouac até "filósofos da ação" como Nietzsche. Porém, por trás da aparência de convicção e superioridade (muitas vezes, também arrogância e deboche), há uma garota criada por pais tão liberais a ponto de serem permissivos e ausentes. Além disso, Alice passará toda a trama envolta em uma aceitação desesperada do niilismo, e seu estilo dionisíaco, refletido em sua suposta crença no neopaganismo, esbarra em uma constante, porém silenciosa, pergunta sobre o valor de uma vida levada ao extremo.
2. Júlia e o curso: ainda não decidi qual a graduação universitária desta personagem. Por mais que um curso não diga tanto assim sobre uma pessoa, sempre achei importante que cada um dos 6 protagonistas do livro fizesse um que tenha a ver com as discussões e dilemas que enfrentará ao longo da obra. Júlia é um caso extremo, pois ela é um protótipo de intelectual enciclopédica, dividida entre a arte e a ciência; sendo assim, precisa ser "undergraduate" de um curso gabaritado e de grade bem aberta. Inicialmente, Júlia faria Economia, mas até recentemente, estava fazendo Relações Internacionais. Talvez Letras/Literatura seja uma opção, mas ontem uma amiga me sugeriu que ela fizesse História. Pensando bem, é uma escolha interessante, pois é um curso que não vai de encontro com as "tentações cientificistas" nem o gosto artístico refinado dela; isso sem falar na contradição que ela vive em seus gostos (ex.: música contemporânea, literatura antiga). Além disso, seria interessante criar uma historiadora assumidamente liberal, atéia e levemente misantrópica.
3. Polifonia: por último, bati o martelo - todos os 17 capítulos serão narrados em 1ª pessoa, alternando-se os seis personagens principais. Só preciso tomar o cuidado de dar distinção e personalidade própria para cada uma dessas vozes narrativas. Algumas delas recorrerão mais a diálogos, outras descreverão mais os seus atos, e haverá as que preferem monólogos interiores. Sério, preciso encontrar um jeito de incorporar todos estes elementos no livro sem sacrificar uma linguagem fluida e instigante e evitando o pedantismo. Mission: possible?

 

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