Greve na UnB! Nada mais frustrante do que ter meia semana de aula e já aparecer uma bomba dessas. Pelo menos os professores já entregaram as ementas, portanto já tenho várias leituras para fazer ao longo dos próximos dias. Não se sabe até quando vai a paralisação; espero que seja curta, mas não tanto a ponto de atrapalhar meus "planos pessoais" (posso ser egocêntrico? É que quero ir ao Fórum da Liberdade - 12 e 13 de Abril, Porto Alegre - sem me sentir culpado por faltar aula...).
Resolvi entrar no comando de greve para tentar impedir que o movimento grevista se radicalize e faça piquetes e outras atrocidades. Tudo bem que de nada adiantou meu discurso - e o de outros membros da Aliança pela Liberdade - ontem, na Assembléia, pois os piquetes (segundo eles, os "não-violentos", o que não exclui batucadas, cordões de isolamento e outras formas "pacíficas" de impedir aulas) foram aprovados. Espero que eu possa encontrar outras pessoas no comando que também queiram que a UnB não vire uma barricada nos próximos dias. Não é porque a reinvidicação dos professores e funcionários é justa que qualquer meio se torna justificável para alcançá-las. Parece que são exatamente os estudantes os mais irresponsáveis nesse sentido...
E as matérias que você pegou, parecem boas? Sim, por unanimidade. Mesmo História Social e Política Latino-Americana, que escolhi para ser a "picareta do semestre", pode suscitar discussões interessantes. Introdução à Filosofia, segundo a profª, terá enfoque em Filosofia Política (Platão, Aristóteles, Maquiavel, Hobbes, Castoriades etc.); nem preciso dizer que há grandes chances de eu gostar muito. Análise Política parece interessante, e será bem à la "Teoria da Escolha Racional"; eu até que curto esse arcabouço econômico na Ciência Política, embora não pretenda praticá-lo em minha carreira acadêmica. Identidade Nacional e Nacionalismo surpreendeu-me positivamente, não só pela ementa abrangente mas também pelo fato de que eu conheço quase todo mundo da turma (e a grande maioria são pessoas legais, a "nata" de POL).
Porém, minha aposta para o Oscar de Melhor Disciplina do Semestre vai para... Sociologia do Conhecimento. Além de ser ministrada pelo meu ótimo ex-professor de Introdução à Metodologia das Ciências Sociais, contemplará literatura (!) durante a segunda metade do programa (pois, segundo ele, os gênios das letras produzem "conhecimento social sofisticado"), com direito a autores que eu sempre quis ler, mas precisava de um pretexto para fazê-lo, como Montaigne, Stendhal e Tchekhov.
Night-life, how is it going? Fui com vários(as) amigos(as) na Landscape, no sábado passado. No geral, a festa foi boa; dancei a noite inteira. Gostei tanto das discotecagens que até esqueci que estava tendo show do Johnny Suxx no andar de baixo. Além disso, um amigo me disse que me arranjou um trabalho de DJ para uma festa na semana que vem. Mais detalhes em breve. Só vou adiantar uma coisa: a setlist será predominantemente post-punk, rs. Ah, e tem show do Franz no próximo domingo, yay! Enfim, acabarão meus cinco anos de espera!
Lendo algo de bom? Terminei anteontem "Carlota em Weimar" (Thomas Mann). É o tipo de livro que, embora fantástico, exige uma leitura atenta, quase ritualística. Foi o que fiz: dediquei minha segunda-feira inteira para ler as últimas 130 páginas, e não me arrependi. A obra é tão linda que acho injusto não resenhá-la aqui no blog. Aguardem, mesmo que demore um tempinho (vide os 2 meses que levei até me sentir preparado para um review de "A Montanha Mágica", dois anos atrás).
Desde ontem, Hannah Arendt na cabeça (ou cabeceira, com o perdão do trocadilho). Como aquecimento, li o volume daquela coleção Passo-a-Passo sobre ela; em seguida, parti para "A Condição Humana", que, pelo menos até agora (estou aproximadamente na pág. 100), é uma das boas surpresas literárias de meu 2010. Além de ser uma das raríssimas pessoas que escreve sobre esfera pública sem parecer masturbação intelectual, Arendt resgata os gregos de forma brilhante para elucidar a importância da "ação política" e da liberdade pública. Suas críticas aos modernos (desde liberais até marxistas) são pertinentes. A propósito, ele é o primeiro dos 7 livros que o PET/POL lerá nesse semestre para o Ciclo de Pesquisa sobre Formação e Dinâmica do Mundo Moderno. Sintam-se convidados a ir em nossa primeira reunião acadêmica: sexta-feira, às 14h, na Sala de Reuniões do IPOL.
Falando em convites, ainda na 6ª haverá um colóquio sobre Sören Kierkegaard. Faremos um bate-papo sobre existencialismo, o desespero enquanto doença do espírito, pecado e outros assuntos, tendo como ponto de partida a sua obra "O Desespero Humano". Às 19h, na Sorveteria Palato - 309 Norte.
Visitem o blog Estudos Humanistas, dedicado aos colóquios e ao Grupo de Estudos Humanistas, que começará semana que vem, com o primeiro de dois debates sobre "Os Irmãos Karamazov" (Dostoiévski).