Funny/Sad Little Frog
É aquela coisa: não poder expressar demais os sentimentos, para não parecer um carente patético; mas, por outro lado, não tendo a possibilidade de ficar calado sobre isso, para não perpetuar a auto-repressão de emoções. Resumindo: eis um jogo de 'lose-'lose'.
Já não a vejo há 9 dias, e hoje foi por uma questão de segundos que não a encontrei na sala dela, depois da aula. A única vantagem disso é que pude ir mais focado ("sem distrações") para a prova de Partidos. Escrevi 30 páginas (literalmente), e acho que irei bem.
É um saco isso; passo pelo momento mais feliz e triste dos meus últimos 3, 4 anos. Feliz, porque finalmente estou me livrando da hegemonia do Kaio pseudo-autista e aprendendo a viver; triste, porque um dos pilares dessa mudança é justamente uma paixão (por enquanto) não correspondida. Tudo bem que a garota fez a melhor coisa que me poderia acontecer quando contei para ela (reagir bem e entender), mas isso não elimina a angústia.
Não que eu esteja destruído emocionalmente. Pelo contrário, meus últimos três dias foram tranquilos. Tive aulas boas, conversas interessantes, estou criando um projeto de pesquisa, voltei a considerar a possibilidade de tentar entrar pro PET... Porém, faltava só um detalhe para tudo ficar perfeito. Só que esse 'detalhe' é justamente algo que faz a maior diferença.
Ok, vamos falar um pouco mais do projeto para tirar esse post da fossa. Eis uma transcrição da folha em que eu sintetizei os pontos principais.
- Área temática: Literatura e Política no Século XX.
- Mote: "Como a arte imita a vida e a a vida imita a arte".
- Perguntas-chave: "Por que os egoístas se organizam?" e "Como os egoístas se organizam?"
- Ferramentas analíticas: Crítica Literária, Teoria Política.
Obra em que será focada a análise: "Quem é John Galt?" ("Atlas Shrugged", 1957), de Ayn Rand (1905-1982).
- Bibliografia complementar: "Ação Humana", Ludwig von Mises; "A Virtude do Egoísmo", Ayn Rand; obras de ficção científica/distopia do séc. 20, como "Laranja Mecânica", Anthony Burgess, e "Admirável Mundo Novo", Aldous Huxley; obras de crítica literária, filosofia e teoria política que estudem temáticas como as bases do individualismo moderno, pluralismo e teoria de grupos, o contexto histórico dos EUA nas décadas de 40 e 50, e como os think tanks libertários fazem 'lobbying'.
- Alguns aspectos a serem estudados:
1. Teoria das elites x Pluralismo/grupos de pressão: como atuam libertários e social-democratas em "Quem é John Galt?";
2. Concepções de democracia, liberdade e participação política no livro;
3. Confronto filosófico: egoísmo racional x subjetivismo ético;
4. A relação do indivíduo com a sociedade, e como se opera a mediação cultural;
5. Contexto histórico de Ayn Rand - keynesianismo no pós-guerra, a polarização ideológica, o objetivismo;
6. Influência da obra - sucesso editorial, referências culturais, artistas e intelectuais inspirados, organização política dos "right-wing libertarians";
7. A resposta construtivista. Críticas à visão de mundo apresentada por John Galt;
8. Distopia de um lado, utopia de outro. Conclusões.