Para (tentar) encerrar o assunto
Nem fui à assembléia de hoje, e fiz bem. Pelo que me disseram, as pautas votadas pelos 1,6 mil "estudantes" que compareceram à reitoria foram tão ou mais absurdas do que as quatro que citei no primeiro parágrafo. Os invasores parecem a cada dia se desmoralizar ainda mais. Afinal, deve ser realmente um complexo de imbecilidade, pois partidos patéticos como o PSOL e o PSTU só têm força na universidade, que supostamente seria um recinto de produção intelectual. Vai entender...
Só não torço para a polícia arrebentar os invasores porque minha raiva não é tão grande a ponto de deturpar meus princípios. Confio nos lampejos de lucidez de que cada ser humano é capaz, e torço para que, agora que o MP já levou a questão do reitor para o âmbito da Justiça, os pseudorebeldes resolvam sair da reitoria. Claro que será difícil, pois a maioria usa o movimento como desculpa para faltar às aulas, dizer "mamãe, estou na TV" e manter pretensões ridículas (acreditem se quiser, mas já vi cartazes do tipo "Abril 2008, Maio 1968"). Isso sem falar no binômio laboratório político + massa de manobra, já alertado por outros opositores da invasão.
Não nego que me sinto profundamente chateado e decepcionado com tudo isso. Em um mês de faculdade, já constatei que há muito mais pessoas energúmenas do que eu esperava. O jeito é contar com algumas das 23 mil que não participaram da palhaçada na reitoria, rs.
Ah, terminei de ler hoje "Sociologia dos Partidos Políticos" (Robert Michels), um dos clássicos da Teoria das Elites. Apesar de irritante, pessimista e maçante em certos momentos, a obra ajuda consideravelmente a entender movimentos políticos dos últimos anos, assim como desmascara táticas demagógicas e, é claro, serve para entender o autoritarismo do movimento estudantil e de partidos políticos esquerdistas pretensamente democráticos. Foi a 19ª leitura que concluí em 2008. Amanhã, se possível, falarei sobre algumas das outras dezoito. Até mais.