"Palavras são sombras, as sombras viram jogos"
Ah, é verrdade, li a peça do Nelson Rodrigues mesmo. Ótima, diga-se de passagem. Personagens cativantes, trama bastante tensa, picos de ironia, um desfecho arrepiante... enfim, "O Beijo no Asfalto" faz justiça ao seu subtítulo "Tragédia Carioca em 3 atos". Aliás, quero ver se acho "Bonitinha, mas Ordinária" e "Vestido de Noiva" para ler.
Já "Brás, Bexiga e Barra Funda" é uma compilação de contos sobre o cotidiano dos imigrantes italianos na cidade de São Paulo da década de 20. A idéia é boa, e os enredos em termos gerais também (especialmente um chamado "Corinthians 2 x Palestra 1", sobre uma garota que é protótipo de maria-chuteira), mas... o estilo do autor é entediante. Sei que é intencionalmente que ele utiliza pontos em excesso, para 'marcar' cenas mais descritivas; entretanto, o texto fica travado demais. Prefiro muito mais o diâmetro oposto a isso, verificado, por exemplo, nas obras de Jack Kerouac e Clarice Lispector, com o fluxo de consciência. Para piorar, o livro tem um quê de datado, até mesmo pela temática da imigração. Pode ser que eu tenha sido chato e fresco em relação à obra, mas prefiro acreditar que existem livros bem melhores que este de Antônio de Alcântara Machado.
Comecei hoje a ler "Raízes do Brasil", de Sérgio Buarque de Holanda. Se o ensaio for tão bom quanto as 40 páginas de textos introdutórios - feitos por Maria Odila Leite da Silva Dias e Antonio Candido - deixam a entender, então estou diante de uma ótima leitura. Interessante notar que a visão historista dele é muito válida para análises na área das ciências sociais, fornecendo um ênfase à cultura, aos valores e tradições acumulados pelos povos durante o processo histórico; estes são muito negligenciados pelos pensadores mais materialistas. Começarei a ler "Raízes" propriamente dito amanhã.
É claro que eu não me limitaria a simplesmente ler, mas também a preparar a minha ida para o outro lado do balcão. Trocando em miúdos, continuo escrevendo Megalomania Psíquica. Estou cheio de idéias para a obra, desde alternância constante de vozes narrativas até doses cavalares de metalingüística e crítica musical e literária. Também decidi mudar o nome da personagem porra-louca: chamar-se-á Alice a antiga Leila. Considero tal nome mais adequado para a lisergia que a caracterizará. De quebra, já estipulei uma 'dead line' para o livro: Setembro de 2008. Até lá, já terei vivido experiências (ou mesmo apenas divagações) suficientes para compor o enredo da obra. Também seria tempo mais do que suficiente para reescrevê-la e quem sabe até preparar uma sequência, por que não?
Para fechar o post, F1. Poxa, o GP do Japão foi provavelmente o melhor do ano. A chuva tornou a corrida bem mais emocionante, dramática e instável. A batida de Alonso, a bela ultrapassagem de Massa sobre Kubica na última curva e o ótimo desempenho dos pilotos que formaram o pódio - Hamilton (cada vez mais próximo do título), Kovalainen e Räikkönen - foram os destaques da prova.
Good night, little creatures.