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Kaio

 

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12 setembro 2007

Eis o Anfisismo, 1 ano depois

Hoje completa-se um ano desde que eu criei a minha corrente filosófica, o Anfisismo. Incitado e inspirado pelos anseios de um pensamento que não fosse tão comodista e vago como o dito Pós-Modernismo, eu fiz a minha parte por uma tentativa de repensar o ser humano e sua existência. Creio que cabe a mim fazer uma breve exposição sobre as idéias anfisistas.
Acima de tudo, o Anfisismo é sincrético, ou seja, coexistem nele várias influências e tendências intelectuais, sendo as principais o Existencialismo, o Perspectivismo, o Liberalismo, o Idealismo e até o Anarco-Individualismo. É uma filosofia que mescla aspectos mais racionalistas e metódicos com outros que denotam maior exaltação à espontaneidade e ao experimentalismo.
Como qualquer corrente filosófica que se preze, há uma forte carga subjetiva nos princípios anfisistas. E, não poderia deixar de ser, ele é bem... a minha cara. Idiossincrático ao extremo, em certos momentos até egoísta e elitista. Até mesmo porque meu objetivo nunca foi fazer do Anfisismo popular e acessível, ao menos não no momento. Ainda não passei por uma “fase Bertrand Russell” (trocando em miúdos, não “resolvi” que o mundo deveria pensar como eu), e provavelmente só o faria se realmente tivesse condições para tal – ou seja, um mínimo de respaldo acadêmico.

De certa maneira, há um caráter otimista e anti-niilista em meu pensamento. Ainda conservo a expectativa de que o Século XXI poderá terminar muito bem, inclusive com economias mais abertas, problemas sociais mais amenos, sociedades mais libertárias, pessoas mais esclarecidas. É indubitavelmente uma utopia, inclusive indo de encontro com a tendência de muitos escritores e filósofos de serem trágicos e pessimistas quanto às projeções sobre o futuro (vide “1984”, “Admirável Mundo Novo”, ”Fahrenheit 451” e similares). Mesmo assim, a maior autoconsciência do ser humano contemporâneo permite uma esperança maior quanto a um futuro de progressos não apenas materiais, mas também sociais. E olha que nem estou falando em fim do capitalismo ou da globalização, mas sim em reformas substanciais nos mesmos.

Deixando a megalomania de lado, o importante é que o Anfisismo assumiu um caráter muito mais prático do que teórico; isto foi inclusive inesperado para mim. Nem precisei gastar posts e mais posts elaborando teses e ensaios sobre ele, mas sim simplesmente vivi, deixando-o fluir. As minhas próprias atitudes no decorrer dos últimos doze meses foram, até certo ponto, práticas anfisistas. A personalidade equilibrada, porém multifacetada (mas não esquizofrênica), assumindo comportamentos coexistentes de exaltação, misantropia, serenidade, sisudez, ira, parcimônia etc. provaram a mim que é possível ser dúbio - como sugere o próprio prefixo "anfi" - sem ser contraditório. Sim, isto é uma auto-indulgência típica de Kaio, mas também uma constatação assaz redundante; o homem é essencialmente ambíguo e multipolar, mesmo que às vezes prefira omitir tal caráter por maniqueísmos, não admitindo meios termos.

O meu objetivo com tudo o que acredito e penso é conscientizar-me não só de minhas limitações, mas também dos potenciais inexplorados, as capacidades negligenciadas ou simplesmente desconhecidas. A vida é muita curta para perder qualquer segundo com atividades que não causem algum tipo de prazer e satisfação, independentemente destes serem intelectuais e/ou sensoriais, e mesmo que a custo de muito esforço. Não por acaso, durmo em média 6 horas por dia, às vezes até menos do que isso. Prefiro monologar no quintal a desperdiçar tempo sobre o travesseiro. Meu estilo de vida pode parecer completamente incompatível com minha ideologia libertária, mas tal pré-julgamento não procede. Como dou um valor gigantesco à minha liberdade de escolha, é na opção por ser sóbrio, auto-psicólogo e egocêntrico que me satisfaço. Não precisaria seguir estereótipos e negar a minha individualidade para conseguir ser feliz com a minha vida e meus princípios.
Eis o Anfisismo, uma epifania anti-epifânica. Ao invés da súbita revelação levar a uma submissão à dita realidade nua e crua, optar-se-ia por uma reinvenção da mesma.

 

Comentários:

 

 

Kaio, você, por tudo que está nos últimos posts, é assunto naquela aquário onde nos encontramos. Leia mais no Tiro. ;-)


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