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Kaio

 

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10 agosto 2007

Books, books, books... and books!

Estou cada vez mais certo de que ando em uma fase excelente para ler. Desde a última semana das férias, na qual eu terminei o livro de "Ciência Política" do Itami Campos e li uns 40% de "A Náusea" (Sartre), o meu ritmo de leituras foi assaz acelerado. Nas próximas linhas, farei uma recapitulação de tal processo.

23 de Julho: após meses aguardando por uma oportunidade, vou ao centro de minha cidade para comprar livros, junto de minha avó (fiquei impressionado com o tanto que ela conhece Goiânia, aliás). Munido de 100 reais, vendi um livro – uma edição desgastada que eu tinha do “Manifesto Comunista” – e comprei nove: "Trópico de Câncer” (Henry Miller), o volume sobre Schopenhauer da coleção “Os Pensadores”, os dois livros que compõem “A Riqueza das Nações” (Adam Smith), os dois primeiros volumes de "O Capital” (Marx), “Capitalismo e Liberdade” (Milton Friedman), “As Seis Lições” (Mises) e até um ‘tijolo de bolso’ contendo a Constituição, o Código de Processo Civil e o Código Civil atualizados até 2005 [Obs.: Só comprei este porque o preço promocional de cinco reais era de um custo-benefício enorme].

24 de Julho: comecei e terminei “As Seis Lições”. Gostei bastante dele; Ludwig von Mises era um economista brilhante, e as palestras transcritas demonstram que ele tinha um grande domínio e capacidade argumentativa sobre os assuntos que tratou. Destaque para as suas considerações sobre inflação e política partidária.
Neste mesmo dia, chegou uma correspondência que eu aguardava ansiosamente: dois livros que eu encomendei pelo site do Submarino, “O Caminho da Servidão” (Friedrich Hayek) e “O Rei da Vela” (Oswald de Andrade).

25 - 31 de Julho: Li “Capitalismo e Liberdade”. Apesar de alguns trechos muito técnicos, o livro em geral é fantástico. Friedman tinha um senso crítico afiadíssimo, e consegue apontar diversas falhas dos intervencionismos estatais, especialmente quanto a questões monetárias e programas sociais. Além disso, suas idéias sobre renda mínima são interessantes, e lembram um pouco as de Eduardo Suplicy.

1º - 6 de Agosto: Minha leitura da vez foi “O Caminho da Servidão”. Arriscar-me-ia até a dizer que este foi o segundo melhor livro que eu já li até hoje, só ‘perdendo’ para o imbatível “1984”, do Orwell. A defesa do (neo) liberalismo feita por Hayek é vibrante e apaixonada. É notório como ele constatou, já na década de 40, falhas e problemas trazidos pelo planejamento sócio-econômico feito pelo Estado, e associou de maneira perturbadora social-democracia, socialismo e nazismo, apontando as raízes autoritárias destas correntes políticas avessas ao livre mercado e ao Estado-mínimo. De quebra, ele consegue tratar em um mesmo livro sobre temáticas políticas, econômicas, filosóficas, sócio-culturais e até sobre relações internacionais. Indubitavelmente, um intelectual brilhante - e profético.

7 de Agosto: li em um só dia a peça teatral “O Rei da Vela”. Minhas expectativas foram superadas, visto que eu só esperava que fosse uma mera ‘obra indicada para o PAS’. Não era subestimação do talento de Oswald, apenas ceticismo. Felizmente, o texto era muito bom, e me rendeu boas e longas risadas – inclusive algumas na sala de aula, em plena aula de Matemática! Destaque para a maneira sutil e ácida com que assuntos como sexo e o contexto político-ideológico foram abordados.

8 de Agosto: outra peça lida em apenas um dia. Desta vez, “Calabar”, de Chico Buarque e Ruy Guerra. Peguei este livro emprestado de um amigo meu há meses, mas ainda não tivera vontade de lê-lo. Não me arrependi – a trama é maravilhosa, e a bela reflexão feita sobre a invasão e ocupação dos holandeses do séc. XVII é digna de elogios.

9 de Agosto: li umas dez páginas de “O Contrato Social” (Rousseau), mas achei tão chato que parei. Tenho esta obra há mais de dois anos, mas até hoje não a li pra valer por dois motivos: 1 – A tradução da minha edição não é boa; 2 – Rousseau tem boas idéias, mas tem um estilo que torra a paciência de qualquer um. Tentarei novamente quando puder comprar outra edição do livro e estiver mais tolerante com o ‘puxa-saco dos bons selvagens’.

10 de Agosto: comecei a ler “Trópico de Câncer”, e, até minutos antes de redigir este post, já estava na pág. 57. Sim, o romance é muito bom. Henry Miller conseguiu fazer um texto que melhora a cada capítulo, e a narrativa sarcástica e crua do narrador-protagonista consegue envolver completamente o leitor.

 

Comentários:

 

 

un, un, un fiquei enteressada no livro "trópico de câncer".. Hehehe, depois eu vou no centro e compro preu tbm!!!!
:*


Eu tentei pegar Trópico de Câncer, mas minha mãe estava junto, e eu não queria dar maiores explicações sobre a capa O.O
O seu blog deveria ser mais divulgado, ser um site mesmo, ele tem sempre boas dias sobre livros e boa música. =)


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