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Kaio

 

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19 julho 2007

Almofadas e travesseiros

Felipe está aliviado. Após seis dias, a sua vontade de escrever havia retornado. Demorou mais do que ele imaginava, visto que está em período do recesso escolar, o que poderia lhe permitir um maior tempo disponível para redigir seus textos. Mesmo assim, ele não nega que foi preciso, uma vez mais, a ajuda de alguma expressão artística para que ele pudesse sentir-se inspirado. Na última oportunidade, foi um filme francês; desta vez, foi um livro da mesma nacionalidade.
Felipe está lendo “A Náusea”. Ele finalmente terminou a leitura de uma obra de Ciência Política que estava enrolando para terminar desde o fim do mês passado. Ele já leu dois livros de Sartre: um mais técnico (“Esboço de uma Teoria das Emoções”) e o outro, em forma de romance (“A Idade da Razão”). O rapaz gostou do estilo do filósofo, principalmente pelo intimismo e forte densidade psicológica demonstrados. “A Náusea”, pelo menos na impressão inicial de Felipe – ou seja, até a pág. 35 -, é uma obra instigante, melancólica e questionadora. De fato, é completamente possível ensinar filosofia através de romances.
Felipe está só, mas não se sente solitário. Organiza o seu dia-a-dia de um jeito que nunca veja a necessidade de uma companhia, tampouco se sinta entediado. A alternância entre a televisão, o computador, os livros, a música, a comida, o sono e os monólogos conseguem mantê-lo sob uma sensação de relativa felicidade. Ainda assim, ele não deixa de admitir que já está morrendo de saudades da escola, a ponto de sonhar na noite passada que estava atrasado para a aula (aliás, esta é uma de suas maiores paranóias) e até mesmo “chorar” no decorrer do processo onírico.
Felipe está começando a realmente gostar de cinema. Se, até tempos atrás ele via bons filmes apenas com o intuito de arrogar-se de tê-los visto, agora ele já entende a sétima arte como algo realmente interessante e apaixonante. A trilogia das cores de Keslowski realmente o impressionou: “A Liberdade é Azul”, com seu tom amargo e repleto de epifanias, é o seu predileto; “A Igualdade é Branca” agradou a ele pelo tom sarcástico, ácido e peculiar que sua narrativa adota; já “A Fraternidade é Vermelha” é mais sereno que os outros dois, embora não deixe a desejar em capacidade de reflexão e crítica, além de contar com um final surpreendente e genial.
Felipe está com vontade de falar sobre “Dogma”, mas acredita que é mais interessante deixar suas impressões sobre o quarto filme de Kevin Smith apenas quando for escrever um texto sobre religião, até mesmo porque esta é a principal temática da película. Quanto a "Irreversível", ele também o deixará para outra oportunidade.
Felipe está satisfeito com a E3 deste ano, ao contrário de outros gamemaníacos com quem ele conversou pela Internet (ou Firefox, no caso dele) afora. Para a sua surpresa, a Sony fez a melhor apresentação, mostrando vários jogos promissores, dentre eles Metal Gear Solid 4, LittleBigPlanet, Heavenly Sword, Resident Evil 5, Uncharted, Gran Turismo 5 etc. A Nintendo e a Microsoft fizeram apresentações mais conservadoras: esta focou-se nas exclusividades e, é claro, em Halo 3, e aquela aposta em blockbusters para os hardcores (Super Mario Galaxy, Super Smash Bros. Brawl, Metroid Prime 3, Mario Kart Wii...) e uma boa novidade para o público casual (Wii Fit). No geral, o rapaz constata que o novo formato da feira de games tenha dificultado apresentações mais ousadas, mas acredita que o mercado terá várias novidades até o fim do ano fiscal, em março de 2008.
Felipe é colunista em um site. Segundo ele, os que visitarem Pré-Fabricando encontrarão vários bons textos sobre cultura, sociedade e atualidades, além, é claro, de um artigo dele intitulado “A boa e velha batalha ideológica: vermelhos x azuis”. Tal texto, aliás, já foi publicado em Racio Símio há seis meses, mas Felipe atualizou e melhorou ele, embora ainda continuem intactas as suas idiossincrasias, inclusive a pior delas: a prolixidade.
Felipe está em estado estático, embora isso não signifique muita coisa além de um pleonasmo intencional e sem graça.

 

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