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Kaio

 

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26 março 2007

Um direito inalienável, se bem empregado

(Devido a alguns problemas com a conexão do meu PC, não pude usar a Internet, digo, o Firefox, heh, nos últimos dias. Aqui está o texto que eu deveria ter postado na sexta. Ah, e amanhã o blog volta à sua programação normal; redações, agora, só depois da quinta-feira!)

Questionaram-me na proposta de redação se eu considerava que o direito de greve deveria ser restrito ou não. Acredito ser impossível tratar de tal tema sem uma "viagem no tempo"; portanto, façamo-la.
494 a.C., Roma. Os plebeus, que eram a base do Exército romano, mas não gozavam de nenhuma representação política, retiraram-se para o monte Sagrado. O protesto foi considerado a 1ª greve da História. Através dos séculos, os mais diversos povos experimentaram, de uma maneira ou outra, situações análogas à romana. Os séculos 19 e 20 (talvez os mais efervescentes desde o surgimento das civilizações) intensificaram a discussão, até mesmo porque as péssimas condições de trabalho nas indústrias causaram indignação nos operários: ganhavam um salário desprezível, a jornada de trabalho era gigantesca, não havia uma legislação trabalhista e eles tinham direito a uma participação irrisória na política.
Tal situação indubitavelmente levaria a uma paralisação deliberada dos trabalhadores, e foi o que aconteceu. Entre o início do século retrasado até o final dos anos 1990, as conquistas trabalhistas foram obtidas gradualmente, até mesmo em função do fortalecimento das "trade unions" [sindicatos]. Com a exceção de poucos países e regiões, o mundo chegou ao século 21 com uma situação até "confortável" para a clase trabalhadora.
Recentemente, o presidente do Brasil chegou a afirmar que pretendia restringir o direito de greve, alegando que a população estava tendo vários serviços prejudicados pelas constantes paralisações. Não deixam de ser surpreendentes tais posturas de Lula, levando em conta que ele era sindicalista e liderou algumas das maiores greves operárias nos anos 70, na região do ABC paulista.
Lula, em parte, tem razão, levando-se em conta que, de fato, milhares (até milhões) de brasileiros são lesados pelas greves no setor do funcionalismo público. A solução para o problema, porém, não consiste em limitar a liberdade de expressão e o poder de "desobediência civil" do trabalhador, mas sim em criar condições para que eles próprios não vejam a necessidade de "pararem as máquinas".
Quanto ao salário, não creio que ele deva ser aumentado de maneira expressiva, mas sim que ele passe a valer mais, o que ocorreria se o Estado gerenciasse a economia de maneira a diminuir o custo de vida e garantir uma carga tributária mais branda. As próprias empresas do setor privado são afetadas pela política e economia travadas do país, imagine então quem precisa vender a sua força de trabalho. A respeito de outras reinvidicações trabalhistas, creio que eles próprias devem ter o bom senso e a sensatez de saber o que é motivo ou não para uma greve. Ou seja, parte do próprio indivíduo a consciência do que é justo ou não, o que necessita de um protesto ou não. se o governo interferir até nisso (e não no que realmente cabe a ele), então temos uma inversão de papéis.

 

Comentários:

 

 

Eu gosto do que escreves.
(Sobre ti, também. É ácido de leve e eu sorrio, então.)


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