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Kaio

 

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21 novembro 2006

Going Underground

Entre as 19h35 e as 20h30 de hoje, eu li as últimas quarenta páginas de "Os Subterrâneos", do Jack Kerouac.
A reta final da obra foi extremamente melancólica. O final, foi convincente, mas bem triste. É como se a geração beatnik, mesmo com toda a loucura, notasse que toda aquela vida levada ao extremo também reservava o lado doloroso da inconstância.
Leo Percepied (não seria Leo um trocadilho com New, e Percepied com Perception? Uma 'nova percepção'?), o alter ego de Kerouac, é uma pessoa difícil de rotular. Hedonista, brilhante, filosófico, genial, inconseqüente, boêmio, vibrante, porra-louca... e sua amada Mardou, também. Em meio à vida alucinante do "circuito alternativo" de San Francisco, os dois desenvolvem uma química poderosa, e em meio aos aos cults, denominados subterrâneos, eles vivem um relacionamento agitado e instável.
Vários dos coadjuvantes se destacam, como Yuri, representante da juventude brilhante que daria continuidade à geração beat, e que tem uma, digamos, grande importância na trama, hehe; Adam, o típico intelectualóide; Julien, uma das maiores lendas de South San Francisco, etc.
O livro é ainda mais autenticamente 'prosa espontânea' que o clássico "On The Road", que foi várias vezes revisado antes de sua primeira publicação, em 57. Em "Os Subterrâneos", o fluxo de consciência fica intacto - escrito por 3 dias ininterruptamente, o autor abusou de parágrafos longos e intensos, gírias, neologismos, descaso com a pontuação (afinal, quem precisa de vírgulas e pontos quando o ritmo da história parece dispensar completamente isso?), vários devaneios contados do nada e emendados ao relato, um narrador com uma maneira empolgante de contar as suas experiências de vida...
Meu único conselho é que você leia "Os Subterrâneos". De preferência, se for um idealista egomaníaco e solitário como eu. O livro lhe apresentará um 'lifestyle' tão diferente do seu que ao mesmo tempo que irá lhe deixar morrendo de vontade de viver a vida ao extremo, lhe deixará várias reflexões, algumas delas bem pesadas, como um amor exposto a turbulências e uma porra-louquice capaz de deixar você oscilando entre o êxtase e a depressão.

 

Comentários:

 

 

Ah num sei o q dizer... Legal, legal...


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