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Kaio

 

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24 fevereiro 2006

Política - Kaio Felipe vs. Os Vermelhos

Nota introdutória: eu fiz o possível para tornar o texto o mais curto possível. Só que acho que, ainda assim, não vai ficar pequeno. Mas, de qualquer maneira, here we go.

No meu colégio, a cada 6 ou 7 semanas, nas quartas à noite, ocorre o Multitemas, um debate sobre algum assunto atual relacionado a ciências humanas. O da última 4ª foi sobre A Esquerda Na América Latina. Já sentiram que vem briga por aí, não?
E foi uma luta numericamente desigual. Poxa, era eu contra o mundo. Dos sessenta alunos, pelo menos uns 80% eram socialistas, e 3 dos 4 professores que organizaram o debate, idem. Felizmente, o outro "membro do corpo docente" era meio cético - aliás, eu gostei muito das opiniões dele. Soube falar só na hora certa, sempre com ótimos argumentos.
Aliás, esquerdismo, meus caros, é uma doença, que impede qualquer tipo de respeito à opinião alheia, o desprezo à liberdade de expressão, são intransigentes por essência. Digo isso porque já fui um, sei muito bem como é.
O debate foi rolando. E, como eu esperava, não deixavam eu falar. Os 'red teachers' não paravam de falar, e depois deram a voz a alunos que comentaram coisas absurdas do tipo "o socialismo só será possível quando não houver mais direita e esquerda" ou "professor, o comunismo é possível no Brasil nos dias de hoje?". Com 1 hora de debate, finalmente iriam me deixar falar, mas dei a minha vez para um colega meu que queria comentar algumas contradições da lista que eles passaram para os alunos sobre o tema. Afinal, eu não posso defender a liberdade de expressão se não a pratico.
Meia hora depois, após ouvir dos professores que "Hugo Chávez é fascista", "a esquerda defende os pobres e os movimentos sociais" e "PMDB é direita", finalmente eu pude dar a minha opinião.
Comecei dizendo muito obrigado aos professores por terem fornecido uma lista que, na verdade, era um panfleto comunista, completamente parcial. Depois, fiz minha teoria sobre o que seria direita e esquerda para mim. Falei que não passavam de duas maneiras de gerenciar a economia de um país - ou com um Estado mínimo e que respeitasse o livre mercado (direita), ou com um modelo de forte intervenção estatal, assistencialismo e planificação econômica, sustentado por uma altíssima carga tributária. Nisso, eu aproveitei pra dizer que o problema do Brasil não eram salários baixos, mas sim impostos altos.
Depois, parti pro massacre a Marx. Disse que enquanto cientista político e economista eu o respeitava, mas disse que Max Weber era tão importante quanto ele nessa área; contudo, como panfletário e ideólogo ele era um idiota, que influenciou gerações e gerações a defenderem uma utopia, uma idéia impraticável, radical e anti-democrática. Cheguei a dizer: "Marx só pode ter sido irônico quando escreveu o Manifesto Comunista, e propunha 'Como NÃO governar um país'. Pô, ele devia estar bêbado quando escreveu aquela bosta de livro!'. O professor me perguntou se o meu blog (!) não era panfletário, e eu disse "Porra, o blog é meu, eu posto o que eu quiser, porque ninguém lê mesmo, pois é tudo uma bosta, e eu também sou um bosta!".
Nisso os marxistas se indignaram, ainda mais com a auto-crítica que eu fiz. Um dos professores só faltou espumar de tão tenso que estava. O outro estava doido pra deixar outra pessoa falar. E então, uma menina do terceiro ano vem falar pra mim: "Você pensa que é quem pra falar mal de um gênio como Marx? Você não tem argumentos pra isso, e pra isso fica falando numa linguagem complicada, pra ninguém te entender".
Bem, eu nem apelei quando ela disse isso. Primeiro, porque provavelmente ela não entendeu nada que eu disse, e por isso me acusou de ter falado 'palavras difíceis'. Depois, porque era uma típica opinião de uma pessoa que não entende porra nenhuma de política e precisa ficar se apoiando em um barbudo cuja ideologia já é anacrônica para ter alguma opinião válida. Mas tudo bem, respeito a opinião dela, mesmo sem reciprocidade por parte dela. Pra piorar, um dos professores esquerdistas, que era uma pessoa que eu admirava muito, por ter um grande conhecimento sobre música e literatura (eu já falei sobre ele, num post do dia 22/10/05), apoiou a garota. Ridículo.
Não me abalei, e respondi citando Nietzsche: "Destruir ídolos - esse é o meu dever". Ela não entendeu, e disse a resposta mais imbecil que se poderia esperar: "Mas Marx não é um ídolo"... (espaço para gargalhadas). Na réplica, eu decidi então expor meus argumentos de maneira mais calma, já que todos pediram pra que eu não falasse tão agressivamente e tão rápido. E o fiz - expliquei com outras palavras a minha teoria. "A propriedade privada é que determina a posição econômica. Um governo de esquerda se acha no direito de tomar, de confiscar a propriedade do indivíduo, para realizar uma reforma agrária radical. Já um de direita respeita essa propriedade, pois acredita na liberdade, que 'mercado livre, país livre', e que se for feita uma reforma agrária, que seja inteligente".
Pronto. Venci a discussão. Tanto que um dos 3 vermelhos até mudou de assunto e foi pras considerações finais, e voltou ao discurso "esquerda social, direita capital". Mas era Game Over pra ele. Quando acabou o Multitemas, o pessoal do 3º ano e do cursinho veio falar comigo, e eu fui explicando a minha visão, e até destruí aquela história de que todo movimento social é de esquerda. Mentira. ONGs, por exemplo, são uma coisa tipicamente de direita, pois partem de uma iniciativa privada - ou seja, é o indivíduo, e não o Estado, que decide fazer a sua parte, lutar por um mundo não tão horrível. Aproveitei pra ajudar uma garota a diferenciar anarco-socialismo de anarco-capitalismo, porque ela achava que anarquistas formavam um agrupamento homogêneo.
Bem, eu sou um livre pensador, mas tenho uma leve tendência pro liberalismo e para a direita porque são menos insensatos e refutáveis que o comunismo ou o nacionalismo. E porque combinam com o meu ponto de vista mais realista sobre o mundo.
E eu não tenho medo dos meus professores, se for pra brigar com eles eu brigo mesmo. Sinceridade, acima de tudo. Se eles vierem com velhos jargões marxistas tentando enganar a mim e aos outros alunos, saberão que têm oposição. Não é porque eu só tenho 15 anos que eu não posso discutir política no mesmo nível que eles. Eles não são melhores que eu, e vice-versa.

Agradecimentos aos dez pensadores/escritores que deram importantes contribuições ao, hã, Kaionismo (!). Eu não poderia desenvolver minhas próprias idéias se não tivesse lido as obras e analisado as teorias desses caras:
Max Weber, Nietzsche, Schopenhauer, Dostoievski, John Locke, Freud, Maquiavel, George Orwell, Thoreau, Aldous Huxley.

 

Comentários:

 

 

Cara, depois dessa, só o que posso dizer é: Como eu queria tá nessa porra desse debate, s´´o pra assistir vc dizer isso e deixar todos os "Pirralhos" com cara de quem foi molestado pelo "barbudo pederasta"; DEPOIS DESSA , VC É MEU ÍDOLO!eahueAHUaehuAEHUAehuaEHUeauhaehuaEHUAEhuhuuhaeUHEAhueAHUEAhuEAHUEa


Ah, sim, esqueci, qualquer dia desse, no msn, veja se vc me "doutrina" um pouco em Max Weber, eu peguei um livreco dele no primeiro período, mas naum era nada de mais. Eu tb naum me interessei muito, não por não conhecer a sua importancia, mas pq tinha teste no dia seguinte e ainda tinha que devolver o livro(e outros tantos) logo. =D


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