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Kaio

 

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15 outubro 2005

"É porque eu tenho opinião própria"

Frase dita por I.M., toupeira que estuda na mesma sala que eu, e jura que entende de política. Mas gagueja, fala coisas tão óbvias, tem seus argumentos copiados de programas de TV e revista (por mais que ela negue isso) e jura que é inteligente. Odeio pseudo-intelectuais. A propósito, vou situar vocês na história: o professor de Redação estava comandando um debate sobre o referendo da proibição do comércio blablabla. Aí ele fez uma "enquete" e descobriu que 90% da sala estava do lado do NÃO. Aí eu disse que a maioria estava do lado do NÃO porque a Veja tinha feito eles acreditarem nisso - o que não deixa de ser verdade: se o marxismo é o ópio dos intelectuais, a Veja é o ópio da classe média.
A Isadora pediu pra falar, e disse "Eu acho que você está errado, Kaio. Eu voto no NÃO, mas não é por causa da Veja. É porque eu tenho opinião própria...". Hahahahaha. Claro que na hora eu preferi ser irônico do que rir da cara dela, e disse que "Só se você for minoria, já que a grande maioria dos alunos que dizem que votam no NÃO são alienados pela Veja e a propaganda. Não o alienado no sentido comunista, mas no sentido real da palavra mesmo."
Ah, por favor, tenha dó! Ainda bem que ela fica calada boa parte do dia. Só que, esporadicamente, ela resolve mostrar quão categóricos são seus argumentos, e só dá rata. Pena eu não tenho dó. Tenho raiva. E vou além na minha arrogância: não pago 500 reais por mês pra estudar num colégio com pessoas tão retardadas! Tá certo que eu não sou perfeito, mas nada em excesso é bom. Inclusive burrice. Que ela tivesse ficado calada. Eu pelo menos a respeitaria. Mas parece que pessoas como ela, o Bono do U2 quando faz pregações políticas e a nossa querida filósofa Marilena Chauí (sim, aquela do "PT é o grande responsável pela democracia brasileira") não conseguem ficar em silêncio e sempre fazem e farão fiascos enormes. É a vida...
Resumindo, vou reinterpretar as olavetes: "O melhor argumento contra os pseudo-intelectuais é deixar um deles falar."

Ainda falando do maldito referendo, mudei de idéia. Eu agora apóio o voto NULO (claro, se pudesse votar, mas não é o caso, pois não passo de um pirralho de 15 anos) Motivos?
1 - Não acredito em maniqueísmos. Entre SIM ou NÃO, escolho o TALVEZ. Como não tem ele, prefiro anular.
2 - A propaganda do NÃO me encheu. É intelectualizada demais. Eles juram que o Brasil é um país de pessoas com consciência política. Provam nisso o quanto são elitistas.
3 - Pensando bem, se o SIM ganhar, não vai fazer muita diferença. Afinal, os criminosos não precisam de armas de fogo para matarem uma pessoa. Um cacetete ou uma faca já basta. É hipocrisia achar que proibindo as armas não haverão outras maneiras de matar.
4 - Sempre fui do contra. Se até a Veja e os acéfalos dos meus colegas de classe apoiam o NÃO, perdeu a graça.
5 - O SIM, como se sabe, não tem argumento, é imbecil e não passa de puro idealismo, mas...
6 - ...O NÃO está perdendo a chance de ganhar do SIM de duas maneiras: 1 - esmagando de uma vez por todas aquela conversa pra boi dormir, 2 - Usando a lavagem cerebral no eleitor, algo como "Vote 1, senão os bandidos te pegam!". Eles ganhariam na hora! Manipulação sempre ganha, e sempre ganhará eleição! O povo tá pouco se fodendo pra todo aquele discurso crítico e inteligente. Ele quer é algo pra decorar no dia 23, pra fazê-lo acreditar por A+B, da maneira mais simples possível, em um dos lados. E é por isso que o SIM vai ganhar. Infelizmente.
7 - Se a esquerda comunista e o governo estão do lado do SIM, e se a direita e a classe média alienada pelos "formadores de opinião" estão do lado do NÃO, eu não me encaixo em nenhum dos dois.
8 - OK, tem toda aquela história do comércio clandestino... mas ele já é grande hoje. Independente de quem ganhar, seja o SIM ou o NÃO, ele vai continuar aumentando.
9 - Estou muito dividido. Sou idealista como o pessoal do SIM (acredito em um país justo e desarmado) e realista como o pessoal do NÃO (sei que a realidade não permite que desarmar a população melhore a situação).
10 - O referendo já é uma maneira do governo desviar as atenções da crise. Ninguém deve ser obrigado a optar por um lado, como eu disse em 1. Votar nulo é, além de tudo, uma desobediência civil e defesa do voto facultativo.

 

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