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Kaio

 

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04 outubro 2005

Tirem nossas armas, e nossas vidas também!

1. Acertei 67 das 90 questões do simulado. A classificação só chega na quinta ou na sexta. Estou desesperado. QUERO SER O PRIMEIRO COLOCADO!!! CANSEI DE SER SEGUNDO, CHEGA DE SÍNDROME DE BARRICHELLO! Mas acho que não vou conseguir dessa vez. Eu acho que a nerdzinha do 1º B vai me vencer novamente...
2. Sou contra o desarmamento. Mandei essa matéria pro jornal do meu colégio. O objetivo era ser didática. Ficou panfletária. Leia a seguir e saiba o porquê:

Muito tem se falado do referendo que teremos em outubro, mas pouca gente entende realmente como é que funciona. De maneira bem sucinta, funcionará mais ou menos assim:
Existem duas formas de consulta popular: os plebiscitos - que consistem em aprovação ou não de questões decisivas para os rumos de uma nação - e os referendos, que são o caso nessa situação, e são basicamente uma votação em que o cidadão escolhe entre aprovar ou rejeitar uma lei proposta pelo Congresso.
Os eleitores, em 23 de outubro, irão às urnas decidir se o comércio de armas deve ou não ser proibido no Brasil. Até o dia 20, propagandas eleitorais gratuitas nos meios de comunicação irão apresentar os dois lados e suas justificativas.
Caso o "sim" vença, o Estatuto do Desarmamento, criado em 2003 visando diminuir a violência e a criminalidade, entrará em vigor. Do contrário, as coisas continuarão como estão, ou seja, com a venda de armas de fogo legalizada.
Se eu pudesse votar, optaria pelo "não". Motivos não faltam. Primeiro, porque é imbecilidade do governo acreditar que proibir o comércio legal vai acabar com o problema. Pelo contrário, ele vai criar mais confusão ainda, já que o mercado negro de armamentos vai se expandir, e os vendedores clandestinos vão enriquecer. Conseqüentemente, a violência vai aumentar mais ainda, e do pior jeito possível – através da ilegalidade.
Além disso, é preferível melhorar o nível da polícia militar, devido à total incompetência da mesma quanto ao problema da criminalidade (já que ela é freqüentemente corrompida e joga do lado dos traficantes) e da Justiça como um todo, levando em conta a burocracia da mesma e da opção imbecil de remediar e tomar decisões para o momento do que prevenir isso e melhorar a longo prazo. Talvez seja possível ver o referendo como uma maneira do governo escapar dessas obrigações dele...
Não adianta fazermos nossa parte, ao ficarmos desarmados, se nossos governantes são incompetentes, e não tomaram nenhuma medida séria para diminuir o poder paralelo dos traficantes de armas. Pelo contrário, optou pelas "boas intenções" e o excessivo idealismo político, e confiou que diminuiria a violência ao comprar as armas dos cidadãos comuns. Essa medida só nos tornou mais impotentes ainda em relação aos criminosos. A violência continua, e o cidadão comum continua desprotegido.
As estatísticas mentem (afinal, estamos falando do país das pesquisas maquiadas). O número de acidentes domésticos com armas é desprezível, afinal apenas 3,5% dos brasileiros possuem armas em casa, e mesmo assim as taxas de homicídio no Brasil estão entre as maiores do mundo. Não caia na ladainha de que o desarmamento resolveria o problema, já que a tendência seria o agravamento da situação.
Mas não é só por segurança que eu e outros defensores do "não" estamos contra a proibição. É uma questão de preferir ensinar a pescar a dar o peixe. Não adianta assistencialismo: o populismo e a pretensa conduta pacífica do governo só agravarão a situação. Enquanto não se corrigirem os problemas sociais, como a educação, a saúde e a moradia, de uma maneira racional e sem utopias, o brasileiro médio continuará sofrendo com a exclusão social, a submissão ao poder paralelo e a excessiva, porém ineficaz, intervenção estatal.
Não se enganem pela suposta imparcialidade do referendo. Pelas propagandas, já se percebe um descarado favorecimento ao "sim". Pelo jeito, continuaremos sendo manipulados pela mídia quando o assunto é política (se bem que a Veja é contra o desarmamento. Mesmo que tendenciosa em várias situações, a revista, desta vez, mostrou de maneira coerente seu posicionamento)... Mas é dever dos cidadãos que tem acesso à educação, independente de sua posição política, se responsabilizarem por conscientizar os setores menos instruídos e mais manipulados (incluindo setores da classe média que são semi-analfabetos políticos) para que eles tomem as decisões certas e impeçam que a política nacional chegue ao fundo do poço. Chega de estereótipos e ceticismo em relação ao assunto. Sem a participação dos cidadãos, o Brasil realmente jamais mudará, e continuará sendo apenas "o país do futuro".

 

Comentários:

 

 

Algo me diz que você vai perder a amizade daquele professor de filosofia. =D


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