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Kaio

 

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09 outubro 2005

Ask me, ask me, ask me...

Ontem meu pai foi bonzinho comigo e me deu capital para que eu investisse em bens de consumo (em outras palavras, ganhei grana pra torrar em livros e CDs).
Comprei em um sebo o volume único do Senhor dos Anéis. Custou apenas 40 reais - muito pouco, levando em conta o tamanho do livro e que ele estava semi-novo (obs.: eu já tinha o livro volume único, mas ele estava tão amassado e gasto que nem dava pra ler... vou dar ele pro meu primo que curte SdA ou vou doar pra biblioteca da escola). No "chopis centis", sessenta reais foram utilizados para que eu comprasse O Anticristo, do Nietzsche (enquanto eu não consigo encerrar a leitura do Zaratustra, vou tentar este livro); Os Irmãos Karamazovi, do Dostoiévski (uma bagatela, a edição de bolso da Martin Claret é só 19 reais - quase nada, levando em conta que o livro é de um dos melhores escritores de todos os tempos e que tem mais de 700 páginas; o bom foi que a edição que eu comprei é a nova, com a tradução revisada, fato comprovado pelo "i" adicionado ao Karamazov da edição antiga) e um CD dos Smiths: Singles.
Eu queria mesmo é um CD do Pixies ou do Joy Division, mas não achei nenhum (dos Pixies tinha o Complete B-Sides, mas eu queria mesmo é o Surfer Rosa ou a coletânea). Foi quando eu achei a antologia dos Smiths por 30 reais. Pensei bem e comprei, levando em conta que: 1 - Dezoito clássicos dessa banda, sendo que as únicas boas que faltaram foram "Asleep", que foi o lado B do single de "The Boy With The Thorn In His Side"; e duas faixas do disco The Queen Is Dead - a faixa-título e "I Know It's Over"; 2 - Custo-benefício alto, levando em conta que é uma das melhores bandas da década de 80; 3 - Já imaginou um CD que compilasse grandes canções como "Ask", "The Boy With The Thorn In His Side", "Bigmouth Strikes Again", "There Is A Light That Never Goes Out", "Sheila Take A Bow", "Panic, "How Soon Is Now", "This Charming Man", entre outras? ; 4 - Até meu pai, que gosta de música gospel e sertanejo, gostou do som dos Smiths; 5 - Eu amo pós-punk.

Deixando de lado meus vícios consumistas (como diria a esquerda radical e sectária, é "tudo culpa das elites, do neoliberalismo e do imperialismo ianque")... eu estou começando a rever a idéia de querer ir pro 2º D no ano que vem.
Se você(s) não entendeu(ram), deixe-me explicar: no meu colégio, no segundo ano, os 50 alunos com melhores notas vão para uma sala separada - o 2º D. O objetivo disso é reunir os alunos com mais dedicação aos estudos (em outras palavras, os CDFs) e criar uma competição entre os estudantes, a fim de que os "vencedores" consigam ir para uma "sala especial".
O porquê de eu não querer ir? Motivos (vocês já perceberam que eu adoro fazer listinhas): 1 - Conviver com um monte de toupeiras que acham que estudar é mais importante do que ter amigos, ler e ouvir música; 2 - Ser cobrado por todos a ser mais responsável e esforçado nos estudos (se bem que eu já sou... mas volto a lembrar: NÃO ESTUDO PORRA NENHUMA); 3 - Será que eu preciso estudar em uma sala de "notáveis" e arrogantes para provar que sou alguém? ; 4 - Competição na própria sala - eu ficaria bitolado que nem eles; 5 - Será que eu encontrarei pessoas legais nessa sala, ou os segundos A, B e C concentrarão o pessoal gente fina?
Enfim, estou com minhas dúvidas. Vou continuar tirando boas notas nesse último bimestre, mas tenho o direito de escolher se vou para a sala ou não. Ainda tenho tempo pra decidir. Se bem que eu deveria desencanar, não sou necessariamente o reflexo do meio onde vivo. Não vai ser uma sala de toupeiras que vai mudar minha conduta...
Ei, espera, quem sou eu pra falar de ética? Sou um mau-caráter! Não vou entrar na hipocrisia e no falso moralismo de me considerar politicamente correto!

 

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