Estou com medo do meu blog ficar repetitivo...
Pois bem, vamos começar as mudanças com um assunto polêmico: homossexualismo.
Eu fiquei chocado com a homofobia dos meus colegas de classe na aula de ontem. Era aula de Texto. O professor da tal aula, além de um cara extremamente bacana e um dos cara mais populares de Goiânia, é conhecido por ser um cinéfilo, e curte muito cinema indie. Ele passou pra sala o filme "Regras da Atração", a fim de que os alunos entendessem como construir o perfil psicológico de um personagem numa narrativa mais com ações, e menos com descrição. Ele passou um trecho em que o personagem, Adam, toma ectasy e beija um cara, que não é gay, e esse sujeito empurra ele, furioso. Adam mostra claramente que era um pós-adolescente perturbado e um típico indie: fumando um cigarrinho, rostinho de Emo, até pelas roupas e o jeito de agir, incluindo o fato de ele estar meio deslocado numa típica festa "de fraternidades", comprovam isso.
Não foi bem isso que meus colegas viam. Preconceituosos, quando o professor questionou-os o que eles perceberam sobre os personagens, só diziam uma resposta. "Ele é viado". Eu tentei dar uma resposta diferente, mas fui abafado pelas falas homofóbicas deles. Uma cena lamentável. Ele próprio parece que sofre um pouco de preconceito, e as acusações de que ele é bissexual são freqüente entre os alunos fofoqueiros e pretensamente moralistas. Uma lástima.
Eu sou heterossexual, mas não é por isso que eu devo ser preconceituoso com quem é gay. Pelo contrário, eu até os defendo várias vezes. Claro que essa minha postura é malvista - minha própria mãe tem lá suas desconfianças quanto à minha sexualidade.
Mas, falando sério, não sei o motivo da discriminação, principalmente por parte dos homens, em relação aos homossexuais. Conheço muitos que são extremamente inteligentes, tem um ótimo gosto musical e lêem livros sensacionais, e proporcionam ótimas conversas, justamente por terem mais cérebro que muita gente.
Talvez a culpa da homofobia da sociedade sejam os malditos clichês e estereótipos. Sempre os grupos mais radicais de qualquer setor são generalizados com o todo. Exemplos? Temos vários.
- Graças aos extremistas, muita gente considera todo esquerdista um comunista bitolado, louco e utópico e todo direitista um reacionário desgraçado e inescrupuloso.
- Todas as feministas são vistas como mulheres mal-amadas e lésbicas.
- Os gays são generalizados como bichas loucas, depravadas, libertinas e repugnantes.
- Os roqueiros, independente de serem indies, pós-punk, progressivos ou mesmo clássicos, são tachados por muita gente de metaleiros, fãs do Charlie Brown Jr, adoradores do capeta e anti-sociais.
- Todo aluno que tira notas boas é visto como um CDF louco que só estuda o dia inteiro e seus únicos amigos são do Clube de Matemática.
Enfim, eu sou contra qualquer preconceito. Eu sei que é impossível uma pessoa ser totalmente livre disso - eu mesmo tenho os mesmos (odeio pseudo-intelectuais, pseudo-roqueiros, garotas delicadinhas demais e playboyzinhos). Mas há alguns muito desnecessários da parte das pessoas. Parece que o tal falso moralismo não vai acabar tão cedo.