[Meu Facebook] [Meu Last.FM] [Meu Twitter]


 

 

Kaio

 

Veja meu perfil completo

 

 

 

 

10 julho 2016

Portugal vence a Eurocopa!



A seleção portuguesa entrou na Eurocopa 2016 em um grupo aparentemente fácil; imaginei que ficariam em 1º e enfrentariam a Bélgica (meu palpite pra 2ª do grupo E) já nas oitavas. Portugal, contudo, teve muito mais trabalho que o esperado, e empatou os três jogos; porém, o 3x3 contra a Hungria foi a melhor partida da 1ª fase da Euro, com grande atuação de Cristiano Ronaldo.
Decepcionado pelo desempenho irregular na 1ª fase, especulei que Portugal cairia para a Croácia nas oitavas. Não contava com o contra-ataque mortal que gerou o gol de Quaresma na prorrogação; mesmo finalizando menos, a equipe foi certeira quando surgiu uma oportunidade. Contra a Polônia acreditei que eles passariam, ainda que com dificuldades diante de uma seleção tão defensiva. Já não tinha tanta certeza que superariam País de Gales, que havia acabado de vencer a Bélgica, embora acreditasse que Cristiano Ronaldo poderia ser decisivo. E de fato foi, comandando a melhor performance portuguesa na Euro.
Pois bem, Portugal chegou à final aos trancos e barrancos, e enfrentaria uma empolgada França, que havia goleado a Islândia (a seleção mais carismática dessa edição da Euro) e derrotado a favorita Alemanha. Contava a favor dos portugueses a boa atuação contra Gales e a sobrevivência a duas prorrogações; sob o comando do técnico Fernando Santos (que, como se sabe, fez boas campanhas com a limitada Grécia), mostrou-se uma seleção bem no estilo Libertadores: o mau começo foi seguido de uma evolução na fase eliminatória. Lembrou muito campanhas heróicas como a do Cruzeiro em 1997, do San Lorenzo em 2014 e do River Plate em 2015.
A prova decisiva de que Portugal merecia o título veio de uma provação dolorosa: Cristiano Ronaldo machucou o joelho após dividida com Payet e, aos prantos, teve que ser substituído aos 20 minutos de jogo. A França vinha jogando melhor, então era plausível imaginar que, sem CR7 em campo, os portugueses sucumbiriam. Ledo engano: foi aí que Portugal cresceu na partida, e equilibrou as ações até o fim da prorrogação. Aliás, nela a equipe foi até superior, pois mostrava menos cansaço. A recompensa veio no belo gol de Éder, aos 3 minutos e meio do 2º tempo da prorrogação. Quem diria, quando ele entrou no lugar de Renato Sanches torci o nariz, pois o técnico estava tirando o “motorzinho” do time! Éder, no entanto, queimou a língua de mim e todos os demais desconfiados, pois entrou bem e conseguiu coroar uma boa jogada com um gol de fora da área, indefensável para Lloris. Nos minutos finais, foi emocionante ver o contundido CR7 "auxiliando" o técnico.
Portugal mostrou ser uma seleção raçuda, que cresce na dificuldade, tem força coletiva, um espírito copeiro e, enfim, não é tão dependente de seu melhor jogador. A epopéia lusitana na Eurocopa 2016 é um merecido prêmio para as duas grandes gerações de jogadores portugueses que disputaram cinco semifinais e duas finais nos últimos 16 anos: a de Figo e a de Cristiano Ronaldo.
Enquanto isso, a França, tal como tantas seleções candidatas ao título nessa Eurocopa (Espanha, Inglaterra, Bélgica, Alemanha) não correspondeu quando mais se esperava dela. Em vez de crescer após a saída de Cristiano Ronaldo, os franceses ficaram mais cautelosos. É verdade que deram muito trabalho para Rui Patrício e que Gignac meteu uma bola na trave faltando 90 segundos para o fim do tempo normal; porém, Les Bleus ainda assim ficaram abaixo do esperado. Talvez tenha faltado um líder em campo, tal como Platini em 84 ou Zidane em 98 e 2000. Deschamps não conseguiu montar uma equipe capaz de marcar por pressão; conseguiu-o contra a Alemanha, mas isso depois do 1x0 com gol de pênalti. Difícil é fazê-lo com 0x0 contra uma equipe defensivamente consistente como Portugal. Enfim, os franceses não repetiram o sucesso como anfitriões da Euro 1984 e da Copa do Mundo de 1998; é uma geração promissora, mas que ainda precisa de ajustes para ser a “próxima melhor seleção do mundo”, como Rafael Reis (colunista do UOL) profetizou em abril. Não sei, por exemplo, se eles venceriam a Itália (a propósito, um dos destaques da Euro) caso esta tivesse avançado à semifinal em vez da Alemanha.
Por fim, cabe notar que essa Euro foi marcada pela quebra de uma série de tabus: a Alemanha finalmente superou a Itália em um mata-mata (ainda que continue sem vencer a Azzurra no tempo normal); a França derrotou a Alemanha pela primeira vez numa partida eliminatória; e Portugal conseguiu sua primeira vitória sobre a França em competições oficiais.

 

Comentários:

 

 

[ << Home]