Urbana Legio omnia vincit
Três anos e meio depois, muitos colegas de 4ª série viviam falando de Legião, então peguei emprestado do meu tio a coletânea "Mais do Mesmo". Rapidamente me tornei viciado pela banda; comprei este CD semanas depois, e por sorte meu padrasto tinha “O Descobrimento do Brasil”, um dos melhores discos deles.
Tenho várias memórias relacionadas à Legião, dentre as quais posso destacar três:
1) A viagem para Goiás Velho da minha turma de 4ª série, em outubro (ou novembro?) de 2000, na qual levei o aparelho de som e ficamos ouvindo "Mais do Mesmo" no ônibus . No videokê do hotel em que ficamos hospedados cantei "Eduardo e Mônica" e, não sei por que - afinal cantei direitinho a letra -, tirei só 27, rs. (O Gino deve lembrar dessa história, haha)
2) Em outra excursão escolar, desta vez para o Hot Park, em maio de 2003 , gravei, para ouvir no meu walkman durante a viagem, uma fita K7 a partir do meu recém-adquirido CD do "V" - que já era meu disco favorito da Legião Urbana. Ironicamente este soturno álbum foi a trilha sonora de um dia perfeito;
3) Quando voltei desta viagem passei o fim de semana inteiro ouvindo "V", cujas obras-primas são "Metal Contra as Nuvens" (talvez a música mais alegórica da banda, pois funde elementos políticos, líricos e religiosos, e tudo isso sob uma roupagem medievalista; a propósito, certa vez um amigo me disse que ela tem uma vibe à la “O Senhor dos Anéis”) e "A Montanha Mágica”. Sobre esta, eis uma curiosidade: anos depois, quando vi em uma Livraria Leitura um romance homônimo escrito por um tal de Thomas Mann, fiquei curioso; por sorte uma amiga o tinha e me emprestou. Já nas primeiras páginas percebi que estava lendo o meu livro preferido, sobre o qual fiz até monografia – vejam só a importância da Legião na minha vida.
Para encerrar este longo post, cabe uma breve introdução a uma lista que fiz no Grooveshark. Para escolher estas 30 canções deixei algumas famosas de fora em prol daquelas que foram mais marcantes na minha vida – o que inclui faixas obscuras como “La Nuova Gioventú” - hard rock que fala até de “On The Road”, do Kerouac - e “1965 (Duas Tribos)”, que me lembra da época em que eu era de esquerda.
Renato Russo deixará saudades, mas o legado que construiu com a Legião é eterno. Já diriam os encartes dos discos da banda: “Urbana Legio omnia vincit.” Ouçam no volume máximo.