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Kaio

 

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16 fevereiro 2013

Dezembro, Janeiro e Fevereiro

Dezembro

7/12: Eu e Carol fizemos nosso 4º colóquio; falei sobre as "Cartas a Lucílio" de Sêneca e ela, sobre Arquitetura Romana.

8/12: Último dia morando no meu quarto na rua Hilário de Gouvêia, em Copacabana. Passei os dez dias seguintes hospedado no apartamento do pai da Carolina. Em 2013 quero voltar a morar sozinho em kitnet, como nos tempos de Brasília.

9/12: Fomos na Travessa de Leblon, onde comprei "A Filosofia e seu Inverso" (Olavo de Carvalho), que li nos dias seguintes.

14/12: O 5º colóquio foi sobre Olavo de Carvalho (eu) e "O Hobbit" (ela). Falei sobre os principais ensaios do livro que havia comprado, com destaque para um que relacionava arquitetura gótica e escolástica e outro que falava sobre método filosófico. O dela foi feito a partir de "O Hobbit e a Filosofia" (coletânea de ensaios lançada pela editora Best Seller), aproveitando que poucas horas antes havíamos visto a sessão de estréia do filme no Arteplex. 
Aliás, o filme ficou melhor do que eu esperava. De fato Peter Jackson está no caminho certo para conseguir a proeza de transformar um livro de 290 páginas em 3 filmes. Gostei da seqüência nos minutos iniciais que ligam "O Hobbit" com o início de "O Senhor dos Anéis". Além disso, personagens carismáticos como Gollum, Gandalf e Thorin também contribuíram para a força da história. 
P.S.: É impossível não sentir uma ironia do destino ao ver Saruman bancando o bonzinho cético, rs.

18/12: Após quase cinco meses, de volta a Goiânia. Matei a saudade da minha mãe e dos meus irmãos.

23/12: Pela primeira vez eu e minha namorada fizemos um colóquio pelo Skype. Os temas desta 6ª edição foram "A Morte em Veneza" (Thomas Mann) e "Sandman" (Neil Gailman). Horas antes eu finalmente assisti ao filme homônimo de Luchino Visconti, e gostei bastante do resultado. O diretor captou bem a sensibilidade estética da novela de Mann, soube usar com precisão o recurso do silêncio em algumas cenas e ainda adicionou a cena do prostíbulo de "Doutor Fausto". Só senti falta daquela famosa passagem que parafraseia Platão...

28/12: Carol chegou para passar duas semanas em Goiânia!

29/12: Eu, ela e minha família fomos almoçar no Flamboyant, e aproveitamos para passear na Saraiva.

30/12: Minha avó materna veio nos visitar e ajudou a preparar o almoço daquele domingo.

31/12: Noite de Réveillon. Enquanto meu irmão do meio fazia uma festa com seus amigos no quintal da casa, eu, Carolina e minha mãe assistimos a DVDs do Blur ("The Best Of") e Beatles ("Live at the Shea Stadium").

Janeiro

1º/1: Minha mãe nos levou ao Centro de Goiânia, para a Carol conhecer alguns lugares históricos.

4/1: Eu e minha namorada viajamos para Brasília. Chegando lá, saímos com a minha amiga Janaína. Fomos ao Museu da República, à Catedral construída pelo Niemeyer e à Praça dos Três Poderes; em seguida, jantamos no Outback, e demos uma passada na Livraria Cultura do CasaPark.

5/1: Eu e Carolina fomos ao Sebinho; comprei "Os Males da Ausência, ou A Literatura do Exílio" (Maria José de Queiroz). Fomos a pé até a UnB, onde mostrei os principais prédios (FA, ICC, BCE...) - além da estátua do John Lennon que parece Michael Jackson, rs.



Almoçamos no Postinho, e à tarde saímos com uma amiga que a Carol não via há seis anos. Fomos à Livraria Cultura do Iguatemi, onde adquiri "Norwegian Wood" (Huraki Murakami) e ela, "The Tale of Two Cities" (Charles Dickens).

6/1: Em torno das 13h, pegamos o ônibus de volta para Goiânia. À noite comemoramos o aniversário do Fernando (a.k.a. meu irmão do meio) no Maki Sushi. Minha mãe teve a ótima idéia de chamarmos o Gustavo Carneiro, amigo meu desde a 4ª série e que mora perto do restaurante.

7/1: Chamei o Gustavo para jogar videogame na minha casa. Ele trouxe o GameCube dele, mas também jogamos Nintendo 64. A Carol finalmente encontrou um adversário à altura no "Super Smash Bros.", rs (aliás, no "Melee" ele é imbatível!).

8/1: Eu, Carolina, minha mãe, um amigo dela e o Aderson (irmão semi-caçula) viajamos para Goiás Velho. Fomos na antiga prefeitura, na prisão, na igreja, entre outros lugares.



9/1: Dia de deixar a Carol no aeroporto. Snif...

13/1: De volta ao Skype, fizemos nosso 7º colóquio; falei sobre "Doutor Fausto" (Thomas Mann) e ela, sobre "Morte e Vida das Grandes Cidades" (Jane Jacobs).

17/1: Estava a ler "Norwegian Wood" e me deparei com a seguinte quote, com a qual muito me identifiquei, por mais irônico que seja ela estar no livro de um autor que ainda não é póstumo:
"Nagasawa was a far more voracious reader than I, but he made it a rule never to touch a book by any author who had not been dead at least thirty years. 'That's the only kind of book I can trust', he said. 'It's not that I don't believe in contemporary literature', he added, 'but I don't want to waste valuable time reading any book that has not had the baptism of time. Life is too short. (...) If you only read the books that everyone else is reading, you can only think what everyone else is thinking.'"

19/1: Assisti ao filme "Rebuild of Evangelion 3.0: You Can (Not) Redo". Ficou espetacular, tão (ou mais) mindfuck do que nós, fãs de EVA, esperávamos. Porém, há alguns problemas, como a falta de desenvolvimento (e até profundidade) da maioria dos personagens, especialmente Misato, Asuka e Mari. Pelo visto o 4.0 vai ter que fechar muitas pontas...

20/1: 8º colóquio, sobre a filosofia de Ayn Rand (me) - aproveitando que a Carolina está lendo "The Fountainhead" - e a história do Teatro (her).

22/1: Palmeiras foi eliminado da Copa SP de Juniores, após perder na semifinal para o Santos por 3x2... Porém, esse 4º lugar foi acima das expectativas, e muitos jogadores poderão ser aproveitados pelo time principal.

23/1: Acordei cedo e por acaso assisti ao filme "An Education". Ao contrário do que algumas pessoas disseram no Filmow, acho que um dos charmes do filme é justamente ter uma lição de moral. Seria muito inverossímil e hipócrita se eles ficassem juntos no final. Desde o início eu já desconfiava do David, por mais que o carisma do personagem nos tente dissuadir dessa impressão. Fiquei feliz ao saber que o bom roteiro é do Nick Hornby; por fim, cabe elogiar os aspectos mais técnicos (trilha sonora e fotografia).

25/1: Os Strokes se superaram, no mau sentido. A nova música deles é um tecnobrega com vocais desafinados. Se os dois álbuns anteriores já foram flertes com o precipício (singles ótimos, mas as demais faixas eram desprezíveis), "One Way Trigger" parece ser o prefácio de um bungee jump no poço artístico.
O início é até tolerável, mas chega no refrão e o Julian faz um falsete horrível. Enfim, a nova música do Strokes é um guilty pleasure, do tipo que dá pra dançar nas próximas semanas e depois enjoa. É bom ver uma banda se arriscando, mas nessa eles escorregaram na banana...

27/1: 9º colóquio. Aproveitei que li "Literatura & Sociedade" (Adriana Facina) e fiz dele o meu tema, aproveitando para tratar também de "Arte e Política" (Miguel Chaia). Já Carolina falou sobre alguns textos que leu na disciplina Teoria da Arquitetura I.

28/1: Ironic Rock and Roll: mix que fiz com canções irônicas e debochadas de bandas como Mutantes, Pulp e Blur.

31/1, 0h30: Ufa, finalmente venci o Champions Tournament do Pokémon Black 2! Passei mais de 3 semanas tentando (e nessa terça-feira, passei literalmente o dia inteiro!), acumulei dezenas de derrotas, mas enfim superei o desafio.
Batalhei no modo rotação (ou seja, 3 pokémons para cada - e 1 na reserva -, e a cada rodada o treinador pode mudar quem vai atacar). Venci o Lance nas quartas-de-final - foi difícil derrotar o Kingdra dele. Nas semifinais superei Alder sem grandes dificuldades, mas contei com a sorte em pelo menos 2 momentos.
A finalíssima foi uma revanche contra Wallace. Derrubei Starmie, Sharpedo e Walrein, e demorei um pouco mais para abater o poderoso Milotic, que adora usar Rest. Para minha surpresa venci por 4x1.
O time campeão: Siouxsie (Tyranitar), Keith Moon (Metagross), Roger Waters (Samurott) e Bucky (Rotom).

Fevereiro

1º/2: Iniciei a leitura de "O Humanista: A Ordem na Alma do Indivíduo e na Sociedade", a qual terminei seis dias depois. É uma belíssima obra, e ousada na sua defesa de Platão contra (praticamente) toda a tradição filosófica ocidental posterior. Destaque para a oposição traçada entre liberdade interior/cultural e liberdade exterior/ligada ao poder, as críticas a Heidegger e Foucault, a interpretação inovadora de Nietzsche e a apaixonada apologia à Paidéia humanista.

3/2Em torno da meia-noite baixei e ouvi o aguardadíssimo 3º disco do My Bloody Valentine, "m b v". A espera de 21 anos (ou, no meu caso, como conheci a banda no fim de 2005, 7 anos) valeu a pena: o álbum é excelente, e consegue ao mesmo tempo seguir a estética de seu antecessor "Loveless" e, nas faixas finais (principalmente "Wonder 2" e seus sons de helicóptero), apontar novas direções para o shoegaze. Minhas canções favoritas são "Only Tomorrow" e sua guitarra incessante, o pop fleumático de "New You" e a empolgante "In Another Way".



À noite fiz um colóquio sobre os dois primeiros capítulos de "O Humanista", e a Carolina sobre o papel da arte no Renascimento Científico.

8/2: Aproveitando o lançamento do 3º disco do My Bloody Valentine, resolvi fazer uma discotecagem no 8tracks com canções das principais bandas do estilo "shoegaze". Há canções de Jesus & Mary Chain, Slowdive, The Pains of Being Pure at Heart etc. 
Mais tarde fui com minha mãe ao cinema ver "Lincoln". É um filme do tipo "ame ou odeie". Há quem vá achá-lo cansativo, com pouca ação e excesso de diálogos; outros (eu, p.ex.) gostaram desse tom mais focado na argumentação política. Adorei os duelos retóricos, especialmente um em que o presidente justifica para seu gabinete o porquê de a emancipação de 1863 não ser suficiente e o motivo pelo qual acabar a guerra antes da abolição seria um desastre. Além disso, "Lincoln" mostra sem hipocrisia - e, em alguns momentos, com humor cínico - como são aprovadas as leis.
P.S.: quão deliciosamente irônico é o Partido Democrata, que hoje se arroga progressista e defensor das minorias, ter sido o reduto dos escravocratas e racistas da época?

10/2: 11º colóquio. Apresentei os dois diálogos de Platão que havia lido nos dias anteriores: "Menon" (sobre a virtude, e se ela pode ou não ser ensinada) e "Górgias" (belíssima conversa sobre retórica entre Sócrates, Górgias, Polo e o nervoso proto-nietzscheano Cálicles). Aliás, eis um trecho deste segundo diálogo:
 "Com os interesses superiores do homem [a retórica] não se preocupa no mínimo, mas vale-se do prazer como de isca para a ignorância, enganando-a a ponto de parecer-lhe de muito maior valia. Foi assim que a culinária se insinuou na medicina, pretendendo conhecer os mais saudáveis alimentos para o corpo, de forma que se o médico e o cozinheiro tivessem de entrar num concurso em que crianças fossem juízes, sobre quem mais entendesse da excelência ou da nocividade dos alimentos, o cozinheiro ou o médico, este morreria de fome. Chamo a isso bajulação, Polo — é a ti que me dirijo neste momento — e da pior espécie, pois só visa ao prazer, sem preocupar-se com o bem. Nego que seja arte; não passa de uma rotina, pois não tem a menor noção dos meios a que recorre, nem de que natureza possam ser, como não sabe explicar a causa deles todos. Não dou o nome de arte ao que carece de razão."
Já minha namorada falou sobre a lenda do Rei Arthur e como ela foi retratada nos romances históricos de Bernard Cornwell e no filme "Excalibur".

11/2: Assisti ao bom primeiro episódio da 4ª temporada de "Community" (e logo em seguida li a igualmente boa resenha do A.V. Club). Li um texto muito bom do Luiz Felipe Pondé: Amando uma mulher inteligente.

13/2: Após dois bons episódios bons e um terceiro mediano, "Girls" deu um salto qualitativo no quarto e quinto episódios. Aquele, porque mostrou forte realismo com a sinceridade do homeless Ray; este, porque parece monótono mas é irônico e até metalingüístico. Novamente o A.V. Club foi quem melhor expôs isso.

14/2: Assisti, no cinema do Goiânia Shopping, ao filme "O Lado Bom da Vida". A forma como retrataram personagens com transtorno bipolar, TOC e agressividade pós-luto foi bem verossímil; aliás, a conversa de Tiffany e Pat sobre quais remédios tomam foi hilariamente realista, rs. A trilha sonora é ótima; destaque para as cenas em que tocam "What Is And What Should Never Be", do Led Zeppelin, e "Fell In Love With A Girl", dos White Stripes. A princípio achei estranha a cena em que Tiffany subitamente mostra seus fartos conhecimentos sobre futebol americano para o pai de Pat, mas considerando o jeito excêntrico dela (e o fato de não deixar o rapaz levar jornais de esporte para o treinamento de dança), até faz sentido. Por fim, cabe ressaltar as ótimas atuações de Bradley Cooper, Jennifer Lawrence, Robert De Niro e Chris Tucker.

15/2: Após passar a manhã e a tarde entediado, resolvi terminar de fichar "O Humanista". O resultado vocês conferem (ou conferiram) no post anterior.

 

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