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Kaio

 

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12 outubro 2007

A change of speed, a change of style.

Closer pode ser a obra-prima do Joy Division, e Substance realmente é uma compilação de singles, B-sides e sobras de causar inveja em qualquer banda. Mesmo assim, que não nos esqueçamos do primeiro LP da banda, que é um dos grandes álbuns lançados no ano de 1979 (nem preciso falar em London Calling, Fear of Music ou The Wall, certo?).
O baixo de Peter Hook sobrepondo-se à guitarra de Bernard Sumner, a bateria arrasadora de Stephen Morris, as melodias lentas e hipnotizantes, as letras soturnas e, claro, um vocal dos mais cavernosos e idiossincráticos: eis a fórmula para um disco excepcional. E Unknown Pleasures realmente o é em cada uma de suas 10 faixas, sempre com a atmosfera melancólica que marca cada estrofe e riff.
"Disorder" abre maravilhosamente o álbum. É uma das melhores canções, e contém um forte tom de existencialismo, evidenciado em trechos como "Could these sensations make me feel the pleasures of a normal man? These sensations barely interest me for another day; I've got the spirit, lose the feeling, take the shock away."
Já "Day of the Lords" tem seu ênfase na guitarra, e a performance de Bernard prova que não é preciso ter muita técnica para desenvolver uma melodia convincente - e arrepiante. Outro destaque é o vocal desesperado de Ian Curtis nos momentos finais da música.
"Candidate" é uma das mais introspectivas e sombrias, e traz ao ouvinte reflexões como "It's just second nature, it's what we've been shown. (...) That's all that we know."
"Insight" tem uma introdução de 40 segundos de fade-in, e apresenta um certo caráter de desilusão e nostalgia. Seu clímax é quando surgem barulhos estranhos vindos de sintetizadores.
Enquanto isso, "New Dawn Fades", um dos grandes momentos de Unknown Pleasures, afunda de vez na melancolia. Novamente Ian apela para o vocais que expressassem raiva e dor.
Os dois maiores destaques do disco são "She's Lost Control" e "Shadowplay". A primeira é praticamente autobiográfica, já que Curtis sofria de epilepsia. A combinação de bateria tribal, baixo melódico e guitarra rasgante faz dela inesquecível. Esta mesma característica instrumental marca "Shadowplay", mas esta é mais roqueira, chegando até a ser dançável.
As últimas três faixas são geralmente subestimadas, mas todas elas têm algo para encantar quem está a ouvir o primeiro LP do Joy Division. "Wilderness" introduz as temáticas horror e destruição, que seriam aprofundadas em Closer através de "Atrocity Exhibition". Já "Interzone" é um 'dark punk' bem acelerado, que evoca os primórdios da banda, quando ainda se chamavam Warsaw. A derradeira faixa, "I Remember Nothing" assusta os desavisados logo no primeiro minuto, com o barulho de uma cadeira quebrando, e fecha com louvor o álbum, falando sobre solidão (e, provavelmente, também sobre os ataques epilépticos de Ian Curtis).
A estética do post-punk foi praticamente definida com Unknown Pleasures, aproveitando elementos que já vinham sendo utilizados nos últimos lançamentos de Iggy Pop e David Bowie (isso sem falar em Velvet Underground, pais de tudo que hoje se autoproclama Rock Alternativo). Durante os meses e anos seguintes, vários discos já trariam características cujos pioneiros foram os caras do JD. Estamos falando, por exemplo, de PiL, The Cure, Siouxsie & The Banshees, U2 etc. Quase três décadas depois, o legado de Curtis, Hook, Morris e Sumner ainda influenciada bandas pelo mundo afora.

 

Comentários:

 

 

Muito bom! Unknown Pleasures é pelo menos até esse instante o meu favorito do Joy.

Mas devo avisa-lo de um pequeno erro:
PIL lançou o seu Metal Box em 79 também, mas antes do disco do Joy se não me engano. Mas sei que Ian era fã desse disco.


joy division é lindo! *-*


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